Comunidade questiona uso futuro de área do Presídio Central em Porto Alegre

Área do Presídio Central possui cerca de 10 hectares, o que equivale a 100 mil metros quadrados | Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Área do Presídio Central possui cerca de 10 hectares, o que equivale a 100 mil metros quadrados | Foto: Eduardo Seidl/Palácio Piratini

Samir Oliveira

No dia 22 de abril deste ano, o governador Tarso Genro (PT) anunciou em seu programa semanal de rádio que pretende desativar a maior e pior penitenciária do Rio Grande do Sul até o final de seu mandato, que se encerra em dezembro de 2014. “Pretendemos chegar nessa data com o presídio (Central) desocupado ou com tudo encaminhado para a desocupação”, disse.

Diante deste anúncio, a comunidade do bairro Partenon vem se articulando para propor ao governo uma série de possibilidades para a utilização da área de cerca de dez hectares – equivalente a 100 mil metros quadrados. No último sábado (11), as lideranças comunitárias da região se reuniram para discutir o tema.

A iniciativa partiu da Associação Comunitária do Campo da Tuca e novos encontros serão realizados com moradores. O presidente da entidade, Antonio Matos, que vive na região há 54 anos, explica que a população local não tem acesso a equipamentos públicos de lazer e cultura, como bibliotecas, quadras esportivas, pistas de skate, parques e praças. “Os pais e avós precisam caminhar por mais de uma hora para levar seus filhos a uma praça”, lamenta.

Ainda que as discussões estejam começando, a comunidade vem sinalizando que gostaria que a área do Presídio Central fosse destinada à estruturação desses equipamentos públicos. Os moradores acreditam que o terreno tem capacidade para receber um complexo esportivo com quadras de vôlei e futebol, uma praça e um complexo cultural. “Essa área pode resolver algumas demandas históricas da região, como campos esportivos e centros de assistência social. Além disso, gostaríamos que ali fosse criado um espaço de memória e afirmação dos direitos humanos, já que o presídio abriga hoje mais de quatro mil pessoas e muitos morreram e sofreram lá”, comenta Matos.

Com cerca de 30 mil habitantes, a vila do Campo da Tuca é povoada principalmente por trabalhadores e jovens – daí a necessidade de estruturação de praças e campos esportivos. “Talvez mais de 25% dos moradores sejam adolescentes. É justamente uma idade em que ficam na rua, em que gostam de jogar bola e andar de skate no final de semana, mas não possuem esse espaço”, observa o presidente da associação.

O líder comunitário ressalta que a intenção dos moradores é elaborar um documento com propostas e buscar uma reunião com o governador para debater o tema. Eles ainda não sabem o que o Palácio Piratini pretende fazer com a área, mas temem que ela possa ser destinada à construção de condomínios residenciais de luxo ou de algum centro comercial. “Em 1995, quando o governador Antonio Brito queria vender o presídio, se falava nessas alternativas para a área. Não seria justo construir um condomínio. Nós não temos nenhuma infraestrutura de lazer e de cultura aqui e o condomínio fechado, com muros, teria direito a coisas que os moradores que estão na região há mais de 50 anos nunca tiveram”, compara.

No dia 8 de junho, a comunidade fará uma nova reunião no auditório da Associação Comunitária do Campo da Tuca para debater o tema.

Continuem lendo a matéria, no Sul 21, clicando aqui.



Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Restaurações | Reformas, Reurbanização

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37 respostas

  1. Sinônimo de dor, só o verde de um parque para amenizar!

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  2. Também acho que a rua que destaquei na imagem deveria ser adaptada para ser um escape da 3ªP. http://i.imgur.com/abV1dvT.png

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