Uma “Itaipu de vento” na região sul

Estudo da Eletrobras aponta que região de Lavras do Sul (RS) tem alto potencial de geração de energia eólica

Por Marcos Graciani

energia-eolica-lavrasdosul-350O governador gaúcho Tarso Genro anunciou que a região sul poderá contar com um novo – e potente – parque eólico. A notícia parte de um estudo que a Eletrobras está finalizando na região de Lavras do Sul, cidade que fica no sudoeste do Rio Grande do Sul, na fronteira com o Uruguai, a 320 quilômetros de Porto Alegre. “Ainda que exista certa carga de otimismo na fala do prefeito de Lavras do Sul, a informação que obtivemos na Eletrobras é que o regime de ventos na região é realmente muito bom”, revelou Tarso Genro ao comentar que Alfredo Borges (PP) teria dito que a localidade “teria uma Itaipu de vento” fazendo referência à maior usina hidrelétrica do Brasil, localizada no Paraná. A região de Lavras do Sul teria, segundo o estudo, um regime de ventos muito similar ao do parque eólico de Osório (foto).

Tarso anunciou que o governo do Rio Grande do Sul está procurando se aproximar de empresas portuguesas e espanholas que manifestaram interesse em conhecer a região para formar um cluster. Em 45 dias, garantiu, as empresas deverão realizar uma visita ao Estado. “A crise em Portugal faz com que as empresas tenham dificuldade em expandir negócios naquele território e, naturalmente, poderemos ser esse canal de investimentos”, analisa Genro. Ainda não é possível precisar o volume total de investimentos que a região poderá receber. Isso será possível quando a Eletrobras finalizar o estudo de ventos.

Revista Amanhã



Categorias:Energia, Energia Eólica

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64 respostas

  1. Só um pequeno detalhe que achei na rede, no estudo de impacto ambiental da Central Eólica Guajiru sobre uma ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE no Ceará em que justificam a construção de uma estrada sobre esta área simplesmente porque:
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    “Tendo em vista que o empreendimento é considerado de utilidade pública, visando ao interesse nacional, e de baixo impacto ambiental quando em operação à luz da legislação vigente analisada, é admissível a intervenção em APP para a instalação do Parque Eólico, desde que atendidas às disposições legais referidas e condicionantes do órgão licenciador. ”
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    Ou seja, um empreendimento privado de geração de energia eólica é algo de utilidade pública, e se “compensando” com nada, conforme o próprio estudo mostra, eles usam um APP sem pagar a ocupação do terreno, destruindo um monte de coisas e ganham uma boa grana com isto.
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    Vide http://www.semace.ce.gov.br/wp-content/uploads/2012/06/RIMA_Guajiru_PDF.pdf

  2. Simon, tuas preocupações são reais e existentes, só com uma pequena observação, são conhecidas há mais de trinta anos e quando o projeto é bem feito elas podem ser minimizadas ou simplesmente eliminadas, vou citá-las uma a uma e dizer o que é possível fazer.
    Antes disto vou simplesmente chamar a atenção que já há 50 ou 40 anos elas eram conhecidas e em bons projetos eram levadas em conta.
    A primeira delas, e talvez a que é menos discutida da literatura internacional é o caso da perda de produção de alimentos. Esta alegação é um falso problema, principalmente porque reservatórios de usinas hidrelétricas são feitos por imposição da própria obra geralmente em vales fechados e terreno de alta declividade. Estes terrenos por possuírem alta declividade são por lei impedidos de se fazer agricultura, pois provocam mais erosão do que qualquer coisa, entretanto eles são geralmente ocupados por pequenos posseiros que fazem uma agricultura de subsistência baseada na queimada. Eles ocupam determinada área desmatam-na e queimam-na para que possam fazer suas roças, este tipo de agricultura retiram toda a mata primária e depois de esgotada a terra eles passam para outras áreas.
    O problema citado não é um problema técnico, é um problema social e econômico. As empresas que construíam hidrelétricas na época dos governos militares, simplesmente pelos posseiros não terem a propriedade definida os expulsavam e não indenizavam em nada, foi à época em que gerou os Movimentos dos Atingidos pelas Barragens. Atualmente a prática se modificou, e todos os que ocupam tradicionalmente determinada área tem esta substituída por uma área propícia a agricultura com casa e infraestrutura.
    Quanto ao caso da Piracema também se emprega escadas para peixes, onde os maiores pulam sobre pequenos saltos e os menores passam por uma rede de orifícios, convenientemente dimensionados para que os mesmos passem.
    Quanto a florestas serem inundadas e provocarem os problemas citados, os exemplos que temos é exatamente do período militar acima citado, Tucuruí e Balbina. No primeiro caso, por motivos técnicos que não caberia aqui descrevê-los, não houve o fenômeno da eutrofização, e por mais incrível que pareça uma má técnica está resultando no aproveitamento das árvores que ficaram abaixo da água que estão sendo cortadas e transportadas com alto aproveitamento e baixíssimo consumo de energia.
    Agora vamos a um caso verdadeiramente enigmático que é o caso da Usina de Balbina, esta ocorreu uma eutrofização completa, causando um verdadeiro desastre ambiental, porém este desastre ambiental deu origem a um projeto da Eletronorte de compensação que compensou em mil vezes parte o mal causado durante séculos ao povo Waimiri-atroari. Este povo era um povo guerreiro que lutava contra a invasão do branco desde o século XVIII, de mais de 5000 índios em 374 em 1988, sendo que o último grande massacre foi produzido pelo exército brasileiro durante a construção da BR-174. Pois bem, a Eletronorte como compensação ambiental promoveu o mais exitoso programa de preservação do mais importante que temos no meio ambiente, a cultura e a vida de todo um povo. Em 10 de julho de 2013 já haviam 1633 índios com uma taxa de crescimento populacional acima de 4,8% ao ano uma das mais altas do mundo (dobram a população a cada 15 anos). Estes índios não são assistidos pela Funai mas sim pela Eletronorte, e como pode se ver os “técnicos desalmados” conseguiram levar adiante a única ação completamente exitosa que outros órgãos ou igrejas nunca conseguiram fazer. Hoje eles possuem mais 1000 pessoas estudando em várias escolas, adultos adolescentes e crianças, se seguir neste ritmo talvez em pouco tempo seja uma comunidades no norte do país com maior índice de alfabetização (bilíngue).
    Quanto o rio diminuir o nível da água a jusante, isto nos projetos atuais não ocorre mais, há uma pequena redução nas cheias, porém o que se chamava “vazão ecológica” é estudada e garantida para que não ocorra problemas no rio. Barragens que provocam problemas de salinização são as de irrigação em climas secos (não de geração de energia) pois aí a evapo-transpiração é notável e diminui a vazão média dos rios.
    Quanto a problemas geológicos, há verdadeiras lendas urbanas, pois as pequenas acomodações de terreno que acontecem no Brasil, são tão pequenas que nem são notadas pelas pessoas, somente se nota em sismógrafos com intensidades abaixo do limiar de percepção humana.
    Agora, quanto à alteração climática, há uma verdadeira histeria, houve um técnico que mediu de forma precária a geração de CO2 numa barragem, e translada este valor, completamente refutado em trabalhos científicos, para outras situações a partir de um balanço de geração de CO2 completamente errado.
    Poderia seguir adiante, mas eu ficaria ainda mais chato do que sou, mas acho que sei uma das origens de todo este problema, os Engenheiros não tem o hábito de explicar o que fazem, ou passar a conversa nos clientes como em outras profissões, logo são tão discriminados como os Índios e talvez por isto que no caso de Balbina que se deram tão bem com os Waimiri-atroari.

  3. Uma Itaipu de ventos, ótimo! Todavia não sei se no Rio Grande do Sul, ou melhor para o Rio Grande do Sul. Gente, se não há instalação de indústrias no estado(fato ok!) esta energia simplesmente irá para o Sudeste que sempre dominou e mais do que nunca está bombando. É para pensar, até porque há um projeto em que uma usina eólica no RS irá gerar energia diretamente para uma montadora em Sumaré – SP!!!! Piada absurda! Com um governo como este o estado gaúcho cada vez mais e mais é capacho. O engraçado é que em solo gaúcho o PT local não admite a instalação de grandes empresas, mas não se opõe que isto se faça a qualquer custo em outas unidades da federação, muitas inclusive do próprio PT que estão se esbaldando! Tem até aquele ministro que trabalha exclusivamente para retirar projetos destinados ao RS e remanejá-los para os outros estadões que podem tudo, até mesmo os do Nordeste e a pequenina e poderosa até já humilhando a gauchada, Santinha Catarina. E o povo continua cego, então dá-lhe canga!

  4. Finalmente acharam alguma serventia para o nosso Minuano… Cabe notar que o ar frio tem uma densidade maior do que o ar quente, tornando o vento frio aqui do sul um pouquinho melhor do que o ar quente do nordeste.

  5. Rogério, certa vez vc havia dito que não tinha encontrado nada que mostrasse que em períodos sem chuva há mais ventos. Não encontrei dados sobre isso, mas essa conclusão é baseada em um raciocínio bem simples.

    O vento existe devido às diferenças de temperatura na crosta terrestre. Se não há diferença de temperatura não há ventos. Além a diferença de temperatura entre a noite e o dia quando o céu está encoberto é bem menor do que com céu limpo. Quem já acampou sabe que noites de céu limpo são noites muito mais frias que noites de céu encoberto… Essa diferença de temperatura também explica os fortes ventos no Saara que em algumas épocas chegam a jogar areia sobre a Europa.

    Por fim, as implicações lógicas ficam: Céu limpo –> Diferença de temperatura –> Ventos.

    • Caro Pablo.
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      Se fosse um aluno de meteorologia já levava um ZERO, explico porque.
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      Quais os locais do mundo que tem maiores precipitações, nos locais regidos pelos Monções (vide:http://pt.wikipedia.org/wiki/Mon%C3%A7%C3%A3o) lá está claro a origem das monções:
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      “O efeito de monção é causado pelo aparecimento sazonal de grandes diferenças térmicas entre os mares e as regiões continentais adjacentes nas zonas próximas dos bordos externos da célula de Hadley.”
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      Leia o artigo.

      • Há dois problemas na tua argumentação.
        1. Nós estamos falando de ventos completamente diferentes. O vento utilizando para energia eólica é o vento constante com baixo índice de turbulência. “Ventos de chuva” são ventos fortes, mas não servem para gerar energia. Mesmo os ventos de monções não serviriam para geração eólica pois ninguém construiria turbinas para ligá-las dois meses por ano.

        2. Acho que você está afirmando que “chuva causa vento”, mas a minha argumentação é que dias limpos geram vento. Por isso tua argumentação não refuta a minha. Por sinal, abra o link que você postou e perceba a amplitude térmica no período de chuva e no período sem chuva.

        • Caro Pablo, começando pelo pelo item dois: Qualquer região onde há diferença significativa entre a temperatura do oceano e da terra, há a geração de correntes de ar mais úmidas entre o oceano e a terra e geralmente ocorre chuvas forte, lembre que as cidades no litoral nordestino tem índices de pluviosidade de 1500mm/ano ou maior, com meses com 300 a 400mm/mês em média (não estou falando de meses excepcionais).
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          Quanto a velocidade de corte das turbinas, nos dias atuais é de 25m/s (90km/h), chamo a atenção que pela Escala de Beaufort, ventos sustentados de 62km/h até 87km/h em qualquer lugar do mundo já é considerado uma Tempestade Tropical (as rajadas são 30% a 40% superiores a estes), logo é possível gerar energia com condições de início de tempestade tropical!). Há diferenças entre a altura, e por consequência pela influência da superfície, mas isto é uma história mais longa (variações da Camada limite atmosférica)!
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          Quanto diferença de “turbulência” entre tipos de vento não há esta distinção, é uma simplificação que se faz quanto a descrição da camada limite, se quiseres ler uma descrição errada da turbulência atmosférica confundindo conceitos de turbulência com correntes secundárias geradas por obstáculos leia http://www.energiasrenovaveis.com/DetalheConceitos.asp?ID_conteudo=58&ID_area=3&ID_sub_area=6 , lá terás uma descrição como não deve ser feita!

        • Chuva na praia não gera energia elétrica!

        • Pablo.
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          Quando há elevação do terreno há o que se chama precipitação orográfica, fazendo com que chova mais na região em que o relevo sobe do que junto a praia, vide:
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          Processos de Intensificação Orográfica da Precipitação na Serra do Mar em São Paulo.
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        • E qual o tamanho do reservatório necessário para rios que são alimentados principalmente por esse regime de chuvas? É por isso que praticamente não temos hidroelétricas junto ao litoral. Talvez a única seja Itapebi…

          Quem é que gastaria em instalações de hidroelétricas junto ao litoral que funciona só quando chove?

        • E o complexo Henry Borden, conheces? A onde ele fica?

        • Sim, conheço Henry Borden. É um dos troços mais feios que já vi. Me lembro quando eu tinha uns 10 anos de ter passado com os meus pais por Cubatão e visto aquele “rasgo” na montanha.

        • Só em Cubatão para terem aprovado aquilo daquele jeito… Mas confesso que eu posso ter ficado apavorado porque minha mãe havia me contado que Cubatão era campeã em fetos anencéfalos. Todos diziam que era por causa da poluição…

        • Te larguei, Pablo, quem tá um feto anencéfalo é tu neste momento, agora não tendo nada mais para dizer, falas uma estupidez desta: “A Usina é feia”. Pois saiba que este sistema fez o seu projetista ficar famoso em todo o mundo, tenho num simpósio da ASME (lá na época em que se amarrava cachorro com linguiça) um enorme trabalho dele descrevendo o sistema, e ele foi muito elogiado.
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          Vou desligar o e-mail porque tenho que trabalhar, vê se estuda um pouco mais!

        • Hahahaha! Largou a toalha é? Uma montanha de mata atlântica rasgada por tubos não é feia? E o impacto ambiental disso?

  6. Investimento em energia limpa e renovável é sempre bem-vindo!

    • A energia de parques eólicos escondem custos que não são mostrados nas implantações dos mesmos. Geralmente se computa somente os geradores, todas as pesadas redes de distribuição que se necessita para estes parques, devido a geração difusa e intermitente não é calculada.
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      Por outro lado no processo de autorização de um parque eólico é completamente diferente que de energia hidrelétrica, pois enquanto no primeiro só é necessário dados de vento de 2 anos, nas gerações hidrelétricas são exigidos 30 anos de dados.
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      Isto se faz a partir de premissas que estão se mostrando completamente erradas que com dois anos de observação de vento se reproduz uma série histórica para o resto do tempo do aproveitamento. Os dados de geração do ONS estão mostrando que isto é completamente falso.

      • Estes custos diminuem quando se olha pro benefício que vai trazer pro ambiente e pra toda a humanidade.

        • Gilberto.
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          ENERGIA HIDRELÉTRICA É CONSIDERADA ENERGIA LIMPA EM TODO O MUNDO. Só tem uma pequena diferença, quando se implanta uma hidrelétrica ela é como um bom vinho, vale para toda a vida. No nosso estado temos usinas hidrelétrica que estão gerando energia há mais de 50 anos com um custo mínimo e com o estado atual de conservação vão gerar mais um 50 anos.
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          O problema é que estas usinas não aparecem, elas não incomodam ninguém, por exemplo, alguém já ouviu falar na UHE Toca, pois esta integra o Sistema Salto da CEEE e gera energia a 80 anos, hoje em dia ela é considerada uma PCH (pequena central hidrelétrica), porém se contarmos os oitenta anos de geração estes vão corresponder a no mínimo 3 geradores eólicos que tem vida útil muito mais limitado.
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          Para quem não conhece sugiro que procure nas imagens do Google, UHE Toca que verão a verdadeira geração de energia sem impacto ambiental, vejam também em http://www.panoramio.com/photo/28700603.

          • Rogério, existem inúmeras desvantagens na instalação de usinas hidroelétricas: elas inundam áreas extensas de produção de alimentos e florestas; alteram fortemente o ambiente e com isso prejudicam muitas espécies de seres vivos, exemplo: interferem na migração e reprodução de peixes; alteram o funcionamento dos rios; alteram a paisagem das margens pela indução de atividades humanas ligadas a presença dos reservatórios; geram resíduos nas atividades de manutenção de seus equipamentos; boa parte das florestas inundadas se decompõe, podendo acidificar a água e colocar em risco as próprias turbinas; o represamento do rio diminui o nível da água abaixo da represa; desabriga pessoas e animais; provoca a salinização da água (no semi-árido); a inundação danifica sítios arqueológicos; indisponibiliza terras férteis; provoca pequenos tremores de terra, devido ao peso da água e às acomodações do terreno; interferência na piracema; provoca alterações climáticas que irão comprometer a fauna e flora que não se adaptarão a essas mudanças.

            Ah, considero um exemplo de Usina não viável a de Belo Monte, pois ela funcionará num sistema de sazonalidade na produção. Em alguns meses produzirá super pouca energia. E provavelmente nunca produzirá 100% da sua capacidade (os outros problemas que falam dela normalmente não considero problemas sérios).

            Mas com tudo isso que levanto aí em cima, não sou contra as hidroelétricas. Muitas das desvantagens são “ultrapassáveis”.

            Apenas to colocando isso para vermos que quando somos contra alguma coisa (por algum motivo ou outro não vindo ao caso agora), sempre conseguimos levantar inúmeras desvantagens e problemas. Todas as formas de produção de energia possuem desvantagens. Isso é certo. Mas há formas de minimizar e até quem sabe anular essas desvantagens em se fazendo um bom projeto, por pessoas responsáveis para com os custos de produção e para com o ambiente.

        • Simon, vou colocar a resposta mais abaixo.

      • Turbinas eólicas se transporte em caminhão, mas represas não.

        • Para cada turbina eólica é necessária uma via de acesso que possam transportar os equipamentos delas, logo um município inteiro de turbinas eólicas viraria quase um peneira, onde os fios seriam os acessos para os geradores.

        • Pablo.
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          Ledo engano, uma usina hidrelétrica é feita com material da região, areia, cascalho e argila (dependendo do tipo de barragem) enquanto as pás de uma turbina eólica tem que vir la não sei de onde.

        • Sim, é necessário via de acesso, por isso que a construção de vias de acesso entram no estudo de impacto ambiental. Quanto aos cabos, eles são enterrados reduzindo-se ainda mais o impacto… Nunca vi essa peneira em parques eólicos. Há muitos fios nas sub-estações e nisso não muda nada em relação às hidroelétricas.

          Uma pá das grandes não chega a 100kg!!! Tranquilo transportar… Quanto mais leve, maior a eficiência, pois a turbina responde mais rápido às variações de vento.

        • Pablo. Estás falando de parques eólicos relativamente pequenos, Se eles forem maiores em cada grupo de turbinas deverá ser feito uma estação elevação de tensão. Geradores convencionais geram em 640V, o que é uma tensão baixa para linhas de transmissão, ou se gasta uma fortuna em cabos com PERDAS ENORMES DE ENERGIA, ou se eleva a tensão para transmitir. Além disto não esqueça que devido a variação no vento a turbina não consegue uma geração síncrona perfeita, logo ele deve passar por uma conversão para CC e depois de novo para CA.
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          Hoje em dia os fabricantes estão controlando melhor os parâmetros para injeção direta de CA na rede, porém para que se faça injeção direta se perde eficiência no sistema e além disto cria uma carga reativa alta (ou uma ou outra situação).
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          Agora, dizer que o estudo de impacto ambiental de uma rede de acessos chegando em cada aerogerador vá tornar este problema desprezível (esta implícito na tua frase), imagine num parque com 1000 aerogeradores, distanciados entre si em 1,5km cada um quantos quilômetros de via de acesso deverão ser criadas, no mínimo 1500km. Tomando uma largura bem estrita de 3 metros significa 4,5km² de área ocupada só pelos acessos, isto é muitas vezes mais do que uma área de um espelho de água de uma usina de mesmo porte!
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          Se fantasia muito com a geração eólica, pois há muita $$$$$ por aí, inclusive GRANDE PARTE DA ACADEMIA ganha rios de dinheiro em pesquisas para isto.

        • Rogério, fazendeiros norte-americanos ganham de 3 a 5k dólares para permitir instalação de turbinas sobre colheitas e rebanhos, sendo que o fazendeiro não gasta nada com isso. Os acessos às turbinas sobre plantações ou rebanhos é maior que a existência de rebanhos ou plantações! Ninguém vai abrir uma estrada no meio do mato para instalar uma turbina. Por outro lado, aqui no Brasil, há várias clareiras para passagem de imensos cabos de alta-tensão de grandes usinas no centro e oeste até nossas grandes cidades e parques industriais no leste.

        • de 3 a 5k para cada turbina.

    • Concordo Bagual! Só por ser alternativa e limpa, vale a pena investir! A humanidade agradece.

      • Gilberto, se tem duas formas de produzir energia limpa e sustentável, uma que custa 100 e outra que custa 200, vamos investir na que custa 200?
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        O irracional está aí, na Europa não fazem mais investimentos em energia hídrica simplesmente porque NÃO TEM MAIS ÁGUA!

        • Difícil acreditar que há energia de fonte hídrica sobrando no RS. O que falar do Salto de Yucumã? O que explicaria a grande quantidade de PCHs se são mais caras e menos eficientes?

        • Pablo.
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          Vamos fazer uma comparação correta, não se pode comparar a amortização de 20 a 30 anos de uma obra que dura de 20 a 25 anos (geradores eólicos) com obras que duram 50 a 100 anos (geração hidrelétrica). Um projeto de geração eólica nos dias de hoje não duram mais de 20 anos, pretendem os técnicos da área levar para 30 a 35 anos. Por outro lado, na geração hidrelétrica pode-se aproveitar inclusive as máquinas (caso da UHE da Toca) por períodos acima de 50 anos, podendo no fim deste período simplesmente ser re-turbinadas, com um custo muito baixo em relação ao preço da obra (menos de 20%).
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          O caso da concentração da geração em PCHs é simplesmente por injunções políticas, poderíamos ter uma energia elétrica bem mais barata daqui a dez ou vinte anos, porém pagaremos caro pelos surtos de ecopatia de grande parte da população.

        • Rogério, acho que vc não está sendo honesto com os teus argumentos. O que impede de se “returbinar” aerogeradores ou de se usar a mesma torre ou ou fundação para colocar turbinas? Há inclusive um vasto mercado de aerogeradores usados com retorno de investimento de pouco mais de 3 anos.

        • Mandei uma resposta completa, porém está aguardando moderação.

        • Você continua sendo desonesto. Você compara uma represa + turbinas com aerogeradores. Claro que uma estrutura de concreto terra e pedra dura mais que equipamentos eletroeletrônicos, mas você desconsidera que PCH tem o mesmo gerador e o mesmo conversor e que hidroelétricas também, entretanto maiores.

        • Pablo, não! PCHs não precisam de conversores, elas trabalham com rotação síncrona a rede. Qualquer turbina, pequena ou grande, tem um regulador de rotação, que é somente uma válvula que regula a rotação da mesma para que ela trabalhe com rotação constante.
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          Agora vamos ao custo. Uma PCH ou qualquer usina hidrelétrica o custo do equipamento eletromecânico é uma parcela pequena em relação a todo o empreendimento, já no caso de uma eólica o custo do equipamento eletromecânico é a maior parte. Talvez seja aí que não está entendendo.
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          Procurando alguns valores achei

          PCH Rondonópolis
          Investimento………………………………………..Percentual do Total
          Obra Civil………………………………………………………..50%
          Turbina e Gerador……………………………………………20%
          Equipamentos elétricos e linha de transmissão…….15%
          Equipamentos hidromecânicos…………………………..10%
          Outros gastos…………………………………………………..5%
          Total………………………………………………………………100%

          Já o custo dos geradores eólicos correspondem 67% a 80% em grandes instalações e 47% a 71% em pequenas, ou seja exatamente ao contrário de uma central hidrelétrica.(Revista Brasileira de Energia Vol 9 n1)

        • Se uma PCH não usa conversor e usa a rede para a sincronização, elas sempre serão responsáveis por uma parcela ínfima da produção de energia, pois dependem de grandes usinas para a sincronização.

        • NÃO. Todo o sistema deve ser sincronizado, utiliza-se a rede para dar a fase no início da geração. Já viste se colocar em carga um sistema de geração? Depois de sincronizado a válvula de regulagem mantém a turbina em rotação síncrona, ela vai abrindo e fechando conforme a carga aumenta ou diminui.
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          Manter as turbinas na mesma rotação através da rede cria forças reativas.
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          Vide http://www.cerpch.unifei.edu.br/regulador-de-velocidade.html
          .
          Mais detalhes vou cobrar pela aula, principalmente para um aluno teimoso.

        • Ou leia aqui:
          .
          http://voith.com/br/produtos-e-servicos/energia-hidreletrica/automacao/regulador-de-turbina-3090.html
          .
          A próxima pergunta mando o número da minha conta no banco!
          🙂 🙂 )0 🙂 🙂

        • Rogério, há dois problemas com o teu argumento. Primeiro, não é pq em PCH gasta-se mais em obras de engenharia civil que se gasta menos.

          Segundo que essa história que PCH se sincroniza com a rede e é só um regulador ir jogando carga é balela. Você está falando do problema básico de microgrid, que vc mesmo disse que não tinha conhecimento sobre isso.

          Aqui tem algo do que eu falo

          http://ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails.jsp?tp=&arnumber=5944600&queryText%3Dmicrogrid

          http://ieeexplore.ieee.org/xpl/articleDetails.jsp?tp=&arnumber=5958612&queryText%3Dmicrogrid

          Você está sugerindo que vários pequenos geradores serão ligados em uma rede sem risco de instabilidade e com garantia de qualidade de energia… Isso é um grande equívoco teu.

        • Pablito.
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          PCH não é microgeração, PCH deve ter um REGULADOR DE VELOCIDADE. Vou copiar um trecho que copiei de outro autor:
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          O sistema de regulação em unidades de PCH tem por objetivo inicial permitir a tomada de velocidade até a rotação nominal de projeto e posterior sincronização da unidade com a rede elétrica. A seguir, o regulador comanda a tomada de carga até o valor estipulado pelo operador, permanecendo no monitoramento desse valor e certificando que a unidade está sincronizada coma rede. Em caso de ligação com rede elétrica de grande porte, a unidade geradora acompanha a freqüência da rede, e o regulador passa a ter a função de controlar a potência ativa fornecida pela máquina.
          .
          Uma PCH vai até 30MW e parece que vão aumentar. E 30MW não é uma maquininha de fundo de quintal. Os teus amados geradores tem no máximo 7,5MW, ou seja, uma PCH é equivalente a no mínimo 6 destes ventiladores metidos a besta, ou seja, juntando 3 ou 4 PCHs dá um fazenda eólica das grandes.

      • Pablo, há algum tempo já procurei referências sobre a durabilidade de sistemas de geração, achei em referências internacionais 20 a 25 anos, como queria dar uma resposta rápida a tua pergunta fui ao FAQ do CRESESB
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        http://www.cresesb.cepel.br/content.php?catid%5B%5D=1&catid%5B%5D=5
        .
        referência nacional sobre o assunto, dê uma olhadinha lá e verás que não estou sendo honesto, pois lá eles na pergunta 31 tem a seguinte resposta a durabilidade de geradores eólicos:
        .
        “De uma forma geral, os sistemas eólicos são bastante duráveis e precisam de pouca manutenção. A vida útil de aerogeradores é estimada em 15 anos. Os dispositivos eletrônicos (inversor, controlador de carga) têm vida útil superior a 10 anos….”

        Realmente estou sendo desonesto, dobrei o tempo de durabilidade que eles dizem!
        .
        Se quiseres dados de fabricante olhe em
        .

        Clique para acessar o BASF%20Masterflow9300%20(Portugues)%20-%20Final.pdf

        .
        Durabilidade para eles é 20 anos!

        • Trocar controlador a cada 10 anos? Quero ver vc encontrar algum profissional no mercado para dar manutenção em controladores de 20 anos. Além do mais, trocar um conversor ou controlador é parte da manutenção. Essas são coisas que servem em uma bolsa. Difícil é trocar o redutor ou a bomba hidráulica.

          Além disso controladores são os mesmos que tem em PCHs. Você que me disse que a automação era o grande diferencial! Me lembro bem.

      • Gilberto, se achas uma gracinha a discussão, ponha este slide-show da construção dos acessos e das linhas de transmissão de um parque eólico. É free.
        https://picasaweb.google.com/101554457531034815464/RollinsConstructionNov72010#slideshow/5537766785287212322
        Nota: Isto é nos USA, agora imagina como será no Brasil!

  7. Essa região tem poucas empresas e a agricultura não é muito lucrativa. O interessante é que essas turbinas não prejudicam a pecuária e alteram muito pouco a agricultura. Me parece um investimento importante para a região.

  8. Isto esta parecendo que o naninco mental do Tarso esteja ganhando alguns por fora nestas negociatas . Estao quebrados procurando por otarios para descarregar suas empresas de tecnologia bizantina. E encontraram o maior otario do Brasil o governador que nao que crescimento e desenvolvimento economico algum no RS. E vez de trazer os Sul Africanos para transformar carvao em gasolina e diesel, nao… eles querem cataventos. O que a doenca ideologica nao faz!!!!!

    • Quem sofre de “doença ideológica” é quem prefere energia de combustíveis fósseis a energia renovável.

      • Caro Bagual.
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        Primeiro não estou falando de energia de combustível fóssil. pois o potencial hídrico está longe de ser esgotado no nosso estado, diria até que há aproximadamente 40% para ser aproveitado.
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        Segundo, se fosse na Europa, se chamaria energia limpa, aqui não é?
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        Doença ideológica é achar que energia eólica é a solução de tudo, países europeus que estão passando de 20% da geração de energia para energia eólica estão com grandes problemas na distribuição, pois as redes devem ser totalmente superdimensionadas, e tudo de renovável que se ganha nos geradores eólicos se perde na quantidade de linhas de transmissão, de conversores de corrente e subestações, todas estas com grande consumo de energia para produzir os metais.

      • Hoje em dia não da pra ta apostando em energia de combustíveis fósseis. Totalmente contra as previsões de falta destes. Concordo contigo.
        O que to vendo é que tem um lobby de pessoas contra as energias alternativas e renováveis. E tem gente que cai. Sempre vai ser benéfico pra humanidade implantar, melhorar estes métodos de gerar energia. Mas as pessoas só pensam no lucro. Lucro é primordial, sim, mas a humanidade não vai sobreviver daqui algumas décadas comendo dinheiro…

      • Nesse ano nossas termoelétricas trabalharam quase que direto. Termoelétricas deveriam ser backup para períodos de seca, pois o recurso não é renovável.

        Antes usar o carvão em aciarias que utilizam a energia térmica direto.

  9. Agora o nosso baixinho viajou, bem se vê que o mesmo é advogado e não sabe fazer contas. Uma Itaipú de turbinas eólicas no município de Lavras do Sul, é de uma estupidez impar, vamos mostrar porque.
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    Se fosse colocado em Lavras do Sul o gerador eólico de maior capacidade que existe até os dias de hoje, um gerador eólico de altura total de 198 metros, com pás de 126m de diâmetro e potencia instalada de 7,5MW cada um.
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    Estes equipamentos gerariam cada um no máximo 2,25MW (supondo um fator de potência de 0,30, ou seja, um valor relativamente alto para um parque monstro como previsto pelo senhor governador) e ainda supondo que se coloque um do lado do outro com uma distância recomendada de 15 vezes o diâmetro das pás (valor muito próximo). Teríamos para cada gerador uma área ocupada de 3,5721km².
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    Agora como a potência gerada por Itaipú em 2012 foi de 98,2 Milhões de MWh, o que por hora nos daria 11210MWh, necessitaríamos de 4982 turbinas. Multiplicando o número de turbinas necessárias para gerar o equivalente a Itaipú, simplesmente uma área de 17796km².
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    Sendo a área do município de Lavras do Sul 2600km², precisaríamos de 8 municípios como de Lavras do Sul para ser equivalente a um Itaipú, isto contando que as turbinas fossem colocadas também no meio das cidades, dentro dos rios e açudes, uma do lado da outra.
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    Agora só para dar uma ideia da viagem do nosso baixinho. A maior fazenda eólica do mundo, está na Califórnia (Alta Wind Energy Center) e ela terá uma potencia instalada depois de ampliada de 1320MW, ou seja, uma Itaipú equivale a 28 vezes a maior instalação de energia eólica do mundo, que terá um custo com alguns subsídios de US$1,8 bilhões de dólares, logo uma Itaipú eólica custaria com custos brasileiros acrecidos e 50% aos norte-americanos, nada mais nada menos de R$170 bilhões.
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    Está bem, que um governador advogado não saiba fazer contas, mas poderia ao menos ter algum assessor que não lhe deixasse dizer burrices tamanhas como disse.

    • Quem disse essa de Itaipu foi esse tal de Alfredo Borges. Tarso apenas comentou dizendo que o regime de ventos é muito bom. Foi isso que eu li.

    • Calma Rogério. Seria uma “Itaipu” com bastantes aspas…… a referência foi apenas em ter um parque eólico com boa potência instalada, nada mais.

      • eu acho q a Itauipu de ventos deve pegar o potencial de toda regiao sul… mas o dr adevogado fica em polvorosa pra anunciar as coisas, ja q n consegue negociar nd de concreto

    • coloca em flores da cunha!

    • …“teria uma Itaipu de vento”. Acho que alguém não entendeu o significado das aspas.

      • Gabriel.
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        Quem não entendeu o significado do entre aspas foste tu, pois quando se fala não se põe aspas na fala. No caso o repórter que elaborou o texto colocou o entre aspas para dizer que era uma citação literal.
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        Vou colocar texto que encontrei “Aspectos de Gramática” do Professor Radamés Manosso uma explicação sobre o uso de aspas:
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        Indicação de foco
        Colocamos entre aspas o texto citado, aquele que reproduz fielmente o que outro disse. Por exemplo:
        Em oposição aos integralistas, o Barão de Itararé dizia: “Adeus, Pátria e família.”
        O lema do governo JK era: “Cinqüenta anos em cinco.”

    • De fato a “teria uma Itaipu de vento” é usada para evidenciar a importância da obra. De fato existe uma Itaipu de vento na região. Se serão implantadas turbinas suficientes e se haverão turbinas no meio das cidades ou de açudes para isso já é outra coisa…

      É mesma coisa que dizer que no planeta terra há petróleo para 100 anos. Talvez tenha, mas gastaria-se tanta energia para retirar de certos lugares e de explorar pequenos depósitos que não vale a pena.

  10. Portugal, Espanha e RS, o trio falido se une.
    Se ao menos tivéssemos a estrutura dos outros dois…

  11. Tarso?

    Vish, zicou, vai pra Lua.

    haha

    Ainda assim, espero que de certo e saia.

  12. na falta de fatos o governo ja anuncia até intençoes futuras…

    como se n bastasse ter adiantado receita, criado dívida e retirado dinheiro do caixa única, deixando a dívida pros governos futuros, agora ja adianta até empreendimentos q serao negociados no futuro (pq os do passado como a fábrica da GM, da CPMC e da Navisttar, ele ja inaugurou 40 vezes)

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