O embelezamento de Porto Alegre – parte 2

Gostei muito do assunto levantado pelo Gilberto no post sobre o embelezamento da cidade, e acho que mereceu uma segunda parte. A cidade está mesmo desleixada, mal cuidada, e não há nenhum plano consistente e planejado de padronização de nada, nem zelo pela qualidade e detalhes, nem nenhuma preocupação com flores. Ah, as flores! Como fazem falta!

Detalhes: olhem o cuidado com o plantio da árvore e o esmero do calçamento. Será assim na revitalização da Rua José Montaury? (clique nas fotos para ampliar)

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As estremosas cairam de moda e não as plantamos mais. Uma lástima, já que elas embelezam como nenhuma outra, não quebram calçadas e a cada estação elas dão um show. Na primeira foto, Dallas, no verão. Na segunda foto, uma rua de Porto Alegre, no outono. Na terceira foto, resedás na Andrade Neves. Que espetáculo desta singela árvorezinha!

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Essa pracinha foi construida por uma construtora na Loureiro da Silva (primeira foto). Na segunda foto, como ela embelezaria a cidade se tivesse flores.

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Fileira de espirradeiras (mesma espécie, mesma cor) numa avenida de Santigao do Chile. A espirradeira é um arbusto que fica coberto de flores no verão e não requer nenhum cuidado. Porque não usá-la aqui?

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A iliminação cênica é uma coisa que embeleza pacas uma cidade à noite. 98% dos grandes edifícios arquitonicamente significantes de Porto Alegre não tem iluminação cênica. Porque? Abaixo, nosso mercado à noite. Na segunda foto o mercado de São Paulo à noite. 7824162882_2fabcb41f1_z

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A Redenção não tem um único canteiro de flores. Nada. Nothing. Nichts. Porque? Poderia ser cercado por uma cerca viva baixinha, ou um espelho dagua, se for por medo de depredação. Abaixo, um parque canadense.

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Por incrível que pareça, este cartão postal abaixo é do centro de Porto Alegre. Uma bela vista da General Câmera.

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Novamente no centro, a Otávio Rocha com seus canteiros de flores sem flores. Abaixo, como poderia ser. Seria tão fácil embelezá-la!

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A Borges merecia ser embelezada. Principalmente no cruzamento com a Andradas. Esse reestilizamento não custaria muito caro e faria toda a diferença. borges-copy-2

Na esquina democrática,  o piso poderia ficar assim: (foto de Portugal)

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Para terminar, praça em Bilbao, Espanha. Acho que esta foto retrata todo o significado do que seja “embelezar” uma cidade!

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Categorias:Arquitetura | Urbanismo

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27 respostas

  1. Porto Alegre poderia ter um viveiro de plantas sazonais com tem na Serra…além de reposição de árvores nativas, palmeiras ….tem que começar, depois campanhas de conscientização….

  2. Esses canteiros nao durariam 1 semana em POA. As flores todas seriam roubadas e, as que nao o fossem, morreriam de falta ou excesso de agua, porque a prefeitura e’ que nao cuidaria. Roubar esta’ no DNA do brasileiro; quem nao rouba e’ porque tem o gene recessivo da ladroagem.

    • Discordo, Curitiba mostra que isso não é verdade. O caso de Porto Alegre é que ficou anos e anos numa administração socialista que acha que flor e essas coisas é coisa de burguês. Uma mentalidade guasca, tosca, basicona se entranhou na cabeça dos portoalegrenses e precisaria uma administração progressista para desfazer essa mentalidade. Mas tem que ter um começo. Como comentei acima, com o tempo o povo se acostuma com a beleza e não vai pensar em arrancar flores nem nada.

      • E tem outra… o gasto com conservação deve ser permanente, deveriam ter pintores, pedreiros, jardineiros e estoque de material permanentes para obras de conservação e manutenção. O problema é aqui aqui em PoA qualquer coisa desse tipo demanda uma licitação demorada e custosa que ocorre a cada duas dezenas de anos.

        Aliás, seria bom até para os políticos, já que adoram criar um cabidezinho de empregos. Taí um departamento interessante: departamento municipal de manutenção do patrimônio público – DEMAPP 😛

      • Sou morador de Curitiba e concordo. Mas Curitiba não é toda assim tão bem cuidada. Por exemplo: A linha verde, poderia ser uma das avenidas mais belas da cidade. A idéia foi boa, mas o desrespeito da população é comprovada com a quantidade de lixo que está no meio daquelas flores e grama plantadas lá (e a prefeitura só manda cortar a grama quando ela está bem grande já).
        Na minha opinião, a única rua realmente bonita de Curitiba é a XV. A rua das flores. É a mais bem cuidada da cidade. Não é a toa que é cartão postal da cidade. Mas é so adentrar em ruas paralelas e ver que curitiba é tão suja e desleixada (quando digo isso é por causa da educação do povo) quanto qualquer outra cidade brasileira.

  3. Belas ideias, mas sou obrigado a concordar com alguns comentaristas. Todo o problema são os outros, principalmente vagabundos, marginais, moradores de rua, pichadores, vândalos e caterva. Nunca POA esteve tão feia como está agora e não é culpa de uma administração só, isso vem há anos, basta olhar o centro! Vamos ver nos próximos meses!

  4. Primeiro problema, seria impossivel remover aqueles mendigos das calcadas para poder dar uma desinfetada com power wash e amonia ou algum outro tipo de desinfetante industrial para remover o cheiro de urina, fezes e sabese la oque mais, que esta empregnado a decadas. Segundo, demoraria anos para ser feito (nao prq e’ algo complexo, mas…e’ POA) os lojistas nao iriam aceitar obras e confusao enfrente a suas lojas por muito tempo. terceiro os vandalos, e’ moda em POA ser vandalo, e algo impensavel punilos, entao….no primeiro instante que poderem, irao destruir!! nao ha maneira de impedir, a nao ser PUNINDO com severidade, mas dai ninguem pode tocar nos pobrezinhos dos vandalos que por sua vez voltam imediatamente a destruir e roubar . Ciclo vicioso, para resolver tem que ter pulco forte coisa que ninguem ai tem entao….nada sera feito.

    • Vão te julgar sobre a parte dos mendigos, não importa o quão certo tu esteja.

      • Faltou ser sugerido um alojamento para os mendigos. Espaço no centro não falta. Se fizeram cadastramento de ambulantes para um camelódromo, por que não um cadastramento para moradores de rua?

        Há muita coisa que pode ser feita de forma sustentável em termos sociais e em termos de limites. Não adianta só impor limites sem uma contrapartida social.

        Por exemplo, se o problema da “poluição visual e olfativa” causada pelos moradores de rua fosse tratado com seriedade, poderia ser proposta uma moradia que tivesse melhores condições sanitárias do que dormir na rua, ao mesmo tempo que não impusesse tantos limites (por exemplo, hora para dormir e para acordar). Os limites devem ser impostos em conjunto com melhorias nas condições de vida. Tem que ser um ganha-ganha (para usar a terminologia capitalista dos negócios).

        • É possível que seja mais barato sustentar um alojamento do que pagar médicos para tratar doenças causadas pela falta de higiene nas ruas.

        • Ja tentaram, mas não pode se drogar, eles não aceitam.

          E esses drogados que são o problema, não os mendigos com uma certa noção.

        • Guilherme, aí você já criou uma imposição – não usar drogas – como uma restrição ao sucesso de uma empreitada dessas. Você não vai acabar com as drogas deixando os usuários nas ruas. Por outro lado, alojando-os, ainda que possam consumir drogas em seus dormitórios, teríamos o tal do ganha-ganha: ambos, os “civilizados” e os “marginalizados” teriam chances de chegar a um acordo, não acha?

          Para melhorarmos a cidade, sem um esforço sobrenatural, pagando cães de guarda, construindo muralhas ou qualquer outra medida opressiva para sufocar as nossas mazelas sociais, o ideal seria a negociação. Não basta um administrador público ou legislador aparecer com o papo:

          “Eu quero o mendigo longe daqui, de preferência em outra cidade – ou quem sabe internado numa clínica para sempre – mas tirem-no daqui”

          Isso não funciona, nunca funcionou. Uma hora o morador de rua pode ser o seu filho, uma hora esse mendigo pode se sentir tão oprimido que vai, inconscientemente, se vingar do sistema tirando a sua vida ou o agredindo. Não sou sociólogo, mas não é preciso ser um gênio para prever esse cenário.

          Nós já pagamos para o morador de rua ficar na rua. Pagamos na forma de prejuízos ao turismo; à segurança pública, quando preferimos pagar um policial ou um aparelho opressor em que o oprimido vai cobrar a conta de alguém que não tem nada a ver com a história; já pagamos com limpeza urbana; já pagamos com o custo social para manter o marginalizado em sua posição estigmatizada.

          Usando o princípio da conservação de energia, tenho certeza de que podemos canalizar nossos esforços para que todos ganhem. Mas para isso, precisamos nos libertar de algumas restrições morais que no fundo não beneficiam ninguém, são um moralismo barato, como a intolerância quanto ao uso de drogas, quanto aos horários para dormir e acordar, quanto a uma disciplina que sequer nós seguimos, mas gostamos de impor aos outros. Gastaríamos a mesma energia, o mesmo dinheiro, mas os ganhos sociais seriam muito maiores.

  5. Bom, o Fortunatti ja disse que vai ter fazer cortes nas despesas da prefeitura(acho que os CCs estao fora dessa) entao esperem concreto de baixa qualidade, pedras gres e pintura a cal……melhorou , vai melhorar??

  6. Acho que a população não ta pronta pra isso.
    hahaha

    Não no centro.

    Se até arvore roubaram semana passada, imagina isso?
    E acho que muitos ja devem ter escutado historias de pessoas roubando flores em praças ou prédios, né?

    Pior que nem precisa de tudo isso pra ficar bonito, as vezes só uma grama ja mudaria muita coisa.

    E se for dificil de manter a grama, tem aquela grade que mostra em uma das fotos, que eu acho muito bonito.

    No canteiro da Cristovão que plantaram varias plantas, mas ficou apenas em algumas partes, e não tem um gramado, tem um concreto todo errado e algumas plantas.
    As plantas ate que estão bonitas e bem cuidadas…

    • Exato, por isso acho que ao invés de investir em flor, primeiro deve-se investir em educação. Não seremos um país de primeiro mundo se não tivermos pessoas educadas, que preservam os espaços.

      • Na educação fundamental ( município) existe a aprovação automatica , no ensino médio(estado) existe a reprovação. Resultado: crianças que não sabem o que é reprovacao, inclusive de seu comportamento e atitudes e alto índice de desistência no ensino médio.

        Fora isso, vá tentar conseguir qualquer coisa com aquele bando de mal amada na SMED para ver o buraco que estamos.

    • O carro usado no roubo dessa árvore é de um servidor da SMAM. Saiu no ClicRBS agora.

    • Guilherme, acho que se não introduzirmos flores, as pessoas NUNCA vão se acostumar com elas. Cercamo-nas no início, e depois, com o tempo, o povo se acostuma e nem vai pensar em mecher nelas.

  7. Sobre a pracinha da Loureiro da Silva, as flores em torno do gramado, além de embelezar, tem a função de ser algo visualmente chamativo entre a grama e a calçada, de modo a evitar que pessoas distraídas pelo seu smartphone ou algo assim pise no canto do gramado, que ao longo dos anos com as pisadas de todo o dia vai morrendo, socando a terra e já não nasce mais nada.

    Em muitos casos, ao invés de colocar bretes ou alambrados, pode-se optar por flores ou até plantas mais “agressivas” com espinhos, como a Coroa de Cristo, por exemplo. Se pode usar plantas e coisas bonitas para manter o comportamento de algumas pessoas na linha sem agredir visualmente todas as demais.

  8. Sobre a primeira foto, da árvore na calçada, o que vemos é apenas a ponta do iceberg do capricho.

    Aquela grade em torno da árvore tem a função de facilitar a entrada de água e nutrientes para a mesma. Junto a borda dessa área da grade é feito, normalmente, uma caixa de concreto para que as raízes não se espalhem sob a superfície quebrando o calçamento. Fora isso a terra é cuidadosamente preparada para que a árvore se mantenha saudável sem que as raízes tenham que se espalhar buscando solos mais férteis para o seu desenvolvimento.

  9. Não temos dinheiro para comprar flores.

    Ass:Pref. Fortunati.

    • Não é bom dar ideia. Sabe como é… qualquer boa medida pode virar escoadouro para corrupção. Flores devem dar dispensa de licitação, aí podem fragmentar as compras em vários lotes, todos sem licitação e aí já viu… vai ser a farra das flores 😛

    • As pessoas não usam as flores.

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