O Hyperloop, futuro do transporte público, pode funcionar de verdade. Mas sairá do papel?

POR – MARIO AGUILAR 19 AGO, 2013 – 12:15 

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Há alguns dias, o empreendedor e bilionário Elon Musk apresentou o conceito do Hyperloop: através de tubos de aço, pods de alumínio levariam pessoas a até 1.200 km/h. Ele seria movido a energia solar e custaria menos que um trem de alta velocidade. Bem, por mais que você esteja apaixonado por esta ideia de transporte público, seu instinto talvez diga que isso nunca vai rolar.

A boa notícia é que, de acordo com especialistas que entrevistamos, a tecnologia é realmente viável. A má notícia? Isso pode não ser o bastante. O plano de Musk é futurista, belo e bem-feito. Só que ele pode ser mais ambicioso do que o problema que tenta resolver.

Uma verdade inegável sobre o Hyperloop é que ele chama a atenção. Ele promete viagens extremamente rápidas entre San Francisco e Los Angeles, e a um custo bem menor que a proposta de trem rápido para conectar estas cidades. Fora o ótimo nome, é claro. Quero andar nisso agora!

Além disso, se alguém consegue fazer o Hyperloop, é Elon Musk. Nossas preocupações tecnológicas às vezes são tão pequenas, mas esse cara pensa grande. Ao contrário de sonhadores sem poder que lançam ideias malucas por aí, Musk tem o prestígio para ser levado a sério, e o dinheiro para garantir que as pessoas ouçam suas ideias.

Então comecemos com a parte animadora: a parte na qual o Hyperloop realmente faz sentido.

É melhor do que já existe

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Para entender o Hyperloop, é importante entender por que ele existe. Esta é a resposta a uma pergunta simples: há como melhorar o sistema de transporte por terra? Por enquanto, o melhor que temos são ferrovias. Nos EUA, os trens conectam diversas cidades pelo país, mas não são muito bons. No Brasil, a situação é ainda pior: temos pouquíssimos quilômetros de trens entre cidades, e propostas de um trem-bala são caras demais.

Nos EUA, os trens são caros e não são melhores do que as alternativas. Enquanto isso, os trens Acela de “alta velocidade” são muito mais caros do que o trem comum (que por vezes é mais caro que uma passagem de avião), e em uma viagem de Washington DC para Nova York, você economiza só meia hora de viagem.

“Para o transporte de alta velocidade realmente pegar, ele precisa ser melhor do que o ônibus”, diz Andrea Marpillero-Colomina, parceiro do programa de Políticas Públicas e Desenvolvimento Urbano na universidade The New School. “O ônibus é péssimo.” Algumas pessoas gostam do trem entre Nova York e Washington DC, mas há um motivo pelo qual tantas empresas de ônibus cobrem a mesma rota – e com sucesso: ônibus não são bons, mas o trem não é bom o bastante para justificar o alto custo da passagem.

Qual a solução? Há uma proposta de trem de alta velocidade na Califórnia, mas ele não usa a tecnologia de levitação magnética (maglev) que está sendo implementada em países como Japão e Alemanha – e que permite aos trens voar baixo a mais de 450 km/h. Além disso, o projeto custará US$ 70 bilhões, que é muito dinheiro para se gastar em uma tecnologia antiga.

No Brasil, o trem-bala que deve ligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas pode não usar a tecnologia maglev: o edital deixa a opção tecnológica em aberto, e das empresas que concorrem na licitação, apenas a Transrapid (parceria entre Siemens e ThyssenKrupp) fornece a tecnologia. O custo estimado do trem-bala é de R$ 35 bilhões. Por sua vez, o trem Maglev Cobra, desenvolvido na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é voltado inicialmente para o transporte público urbano, em vez de conectar municípios em alta velocidade.

Com o novo trem da Califórnia, uma viagem de San Francisco a Los Angeles levaria 2 horas e 38 minutos, a uma velocidade média de 260 km/h, o que é rápido comparado ao que existe nos EUA, mas que não impressiona em nível global. No Hyperloop, a mesma viagem seria feita em 35 minutos. E, como Musk assinala, o trem nem é mais eficiente em termos energéticos, quando você considera o gasto de energia por passageiro.

Musk vê o plano como um enorme desperdício de dinheiro, e então propõe o Hyperloop: 1.200 km/h, US$ 6 bilhões, e neutro em energia. Shin-pei Tsay, Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da startup TransitCenter, resume a proposta de Musk: “É uma solução extrema para uma situação inaceitável”. Parece o futuro que merecemos – e, no papel, é um futuro que podemos ter.

Velocidade máxima adiante

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O que mais empolga sobre os planos de Musk é que, apesar de parecer bem futurista no todo, não há nada de especialmente novo em suas partes. Conceitualmente, ele se inspira em mais de um século de pesquisas sobre trens pneumáticos, e sobre transporte a milhares de quilômetros por hora. Na verdade, seu objetivo de 1.200 km/h é relativamente baixo, se comparado aos limites teóricos de transporte via tubos.

As tecnologias-chave da proposta, no entanto, são bastante simples:

  • um tubo de baixa pressão, pelo qual se movem os pods;
  • motores de indução linear, para mover os pods;
  • um potente compressor de ar, que transfere o ar pressurizado da frente para a traseira dos pods;
  • painéis solares, que darão a maior parte da energia consumida no Hyperloop;
  • e uma grande estrutura elevada, construída sobre pilares, que sustenta os tubos e os pods.

De acordo com Scott Marshall, engenheiro do Laboratório Nacional de Campo Magnético na Flórida (que projeta e constrói alguns dos maiores ímãs do mundo para institutos de pesquisa), “tudo parece fisicamente possível” de um ponto de vista técnico. Estas são tecnologias já implementadas e comprovadas; Musk só precisa reuni-las de uma forma única e, francamente, engenhosa.

Outra preocupação é com o tamanho: o Hyperloop pode funcionar em papel, ou mesmo como um protótipo, mas como você vai implementá-lo ao longo de centenas de quilômetros em áreas povoadas? A desapropriação de terrenos custa caro, e como apontam os críticos, Elon Musk não levou isso em consideração no custo do projeto. Parece algo preocupante… mas não deveria.

“Eu fui ao CERN… Estes são projetos grandes, de alto conceito e inéditos que foram concluídos”, explicou Marshall, em entrevista por telefone. E como exemplo, não temos só o enorme acelerador de partículas: há o programa Mars Rover, as missões Apollo, a ARPANET, e inúmeros outros exemplos de metas ambiciosas, anteriormente impensáveis ​​que foram concebidas e executadas.

Na verdade, você nem precisa olhar para o espaço sideral ou o bóson de Higgs. Um projeto desse tipo e magnitude já está acontecendo: o Japão está prestes a criar a próxima geração de seu sistema de trem-bala em massa, capaz de velocidades superiores a 450 km/h. Mas como? “Os trens são o programa espacial do Japão”, diz Marshall. O Hyperloop poderia ser um complemento ao programa espacial americano.

Nem tudo é perfeito, claro: alguns especialistas já apontam que os compressores de ar do Hyperloop geram mais calor do que Musk diz.

No entanto, é importante lembrar que o documento técnico de Musk é um projeto Alpha. Ele não disse que tudo vai funcionar exatamente do jeito que ele previu. Ele está dizendo: “Eu acho que podemos enviar pessoas em alta velocidade, através de tubos, de San Francisco a Los Angeles, e eis como isso pode funcionar – discutam”. As tecnologias e os planos, à medida que são desenvolvidos, mudam ao longo do caminho; mas com recursos suficientes, o Hyperloop poderia muito bem sair do papel.

Mas isso considera só a tecnologia.

O dinheiro não vai tão longe

Uma parte subestimada do Hyperloop é que, além de ser viável, ele tem um custo acessível, como Musk insiste. Ele está supondo que a única grande vantagem de sua tecnologia é economizar dinheiro e energia. É por isso que ele usa rolamentos pneumáticos em vez de levitação magnética, e por isso que ele posiciona seu orçamento de US$ 6 bilhões como um contraponto ao projeto ferroviário de alta velocidade na Califórnia, que custará US$ 70 bilhões.

O raciocínio de Musk faz sentido até certo ponto: os EUA vivem uma época de austeridade, e grandes gastos públicos não são uma boa estratégia política. Só que apostas em uma tecnologia ainda nova, e possíveis estouros de orçamento, também não são. E o Hyperloop apresenta esses riscos.

Se o Hyperloop não acontecer, não será por causa do preço proposto, e sim porque será muito difícil convencer as pessoas e o governo de que esta é uma ideia boa o bastante.

Pelo menos, é por isso que Marshall está cético. “Esses projetos exigem um grande comprometimento do setor público”, explicou ele, com um exemplo de seu próprio histórico recente. Na década passada, houve uma proposta séria para construir uma linha de trem maglev de 520 km na Flórida, ligando Tampa a Miami. O plano recebeu US$ 2,4 bilhões de financiamento federal, mas morreu uma morte política quando o governador Rick Scott recusou o dinheiro. Não era apenas um problema de provar às pessoas que seria um bom transporte público: o plano simplesmente não tinha o apoio da opinião pública para virar realidade.

E mesmo se você tiver uma boa vontade política, isso não vai necessariamente acabar com a burocracia. Dave King, professor de Planejamento Urbano da Universidade de Columbia, me disse estar surpreso que a proposta de Musk não menciona uma estrutura regulatória para o projeto, que o Hyperloop quase certamente vai exigir.

Carros, viagens aéreas e trens são tediosamente regulamentados. E isso é uma coisa boa, pois os torna mais seguros, e quem os construir será obrigado a garantir que são seguros. O Concorde não voou por mais de um ano após seu infame acidente em 2000. Mais recentemente, a implementação em massa do Boeing 787 Dreamliner foi sucessivamente adiada, porque ele fica pegando fogo. E todos estes incidentes aconteceram apesar de intensas regulamentações feitas especificamente para evitá-los.

Agora imagine criar uma estrutura regulatória inteiramente nova para uma tecnologia também nova. Qual órgão regulador ficaria responsável pelo Hyperloop? Tudo, da concepção dos tubos aos pods, precisa ser exaustivamente testado – não apenas pelos criadores, mas também pelo governo. E isso vai exigir um nível de vontade política – e dinheiro dos contribuintes – que só um apoio público maciço ou uma forte liderança poderia gerar. Só com sua personalidade e sua carteira, Musk não consegue fazer isso.

Na verdade, é exatamente por isso que o trem-bala da Califórnia ainda pode parecer preferível, mesmo com a ideia do Hyperloop. Os trens são conservadores. Eles não são muito rápidos, usam uma tecnologia com a qual estamos familiarizados, param com frequência suficiente para deixar todos satisfeitos. Algo conhecido sempre tem um apelo mais fácil.

Viagem sem causa?

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Afinal, o Hyperloop é mesmo algo de que as pessoas precisam, ou algo que elas querem? Para que as pessoas apoiem o transporte de alta velocidade, ele precisa ser mais barato, mais rápido e mais confortável em relação ao que existe antes. É por isso que o transporte de alta velocidade funciona na Europa, e é a única chance de sucesso que o Hyperloop pode ter nos EUA.

Atualmente, dirigir de San Francisco a Los Angeles não é barato: são US$ 50, dependendo dos preços da gasolina e do consumo de combustível do carro. Se Musk conseguir que a passagem do Hyperloop custe US$ 105, como ele diz, seria um preço competitivo, mas não esmagador: uma hora de voo de SF para LA custa em torno de US$ 200. De acordo com King, o Hyperloop pode ser a solução para um problema que ninguém tem: “Não está muito claro se economizar tempo seria algo tão importante. Não é tão difícil ir de San Francisco para Los Angeles”.

Na verdade, dando uma olhada nos números, você começa a se perguntar se o dinheiro não seria melhor gasto em transporte regional. O número de passageiros por dia no California High Speed Rail é estimado em 260.000 pessoas. Isso é bem pouco, se comparado ao BART: este sistema público de transporte rápido cobre cidades próximas a San Francisco, e move 380.000 pessoas por dia. O Hyperloop, por sua vez, serviria apenas uma fração disso, porque ele não inclui todas as paradas intermediárias – vai direto de SF para LA.

E mesmo se o Hyperloop poupar tempo e dinheiro suficientes para torná-lo uma opção viável, que tipo de viagem seria? A tecnologia da Musk pode ser boa, e segundo ele, a alta velocidade não induziria ao vômito. Mas ele não abordou questões como, por exemplo, o conforto, espaço para as pernas, ou como e onde alguém poderá urinar.

Em sua encarnação atual, o Hyperloop parece friamente eficiente, como se Musk enlatasse você e atirasse em um túnel sem janelas. Ao imaginar o futuro que você deseja, geralmente há uma vista, não é mesmo? A velocidade é bacana, mas como King aponta, ninguém vai entrar em algo onde parece que você está passando por um tubo como uma bala de revólver. “Você só quer sentir a velocidade em um conversível.”

O plano de Musk precisa ser bastante discutido e cuidadosamente considerado. Será emocionante ver como projetos posteriores levam a ideia ainda mais para a frente, refinando e aperfeiçoando uma ideia já boa. A ambição tecnológica e a coragem por trás do Hyperloop são incontestáveis. Mas a ambição, know-how e financiamento não significam nada se você não tiver o tipo certo de apoio. E por enquanto, é difícil imaginar como Musk iria recebê-lo.

Imagem de capa por Michael Hession via Getty Images e Tesla Motors

GIZMODO



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14 respostas

  1. E temos o aeromóvel supersônico!

  2. E por aqui, a presidentA insistindo no absurdo que é 0 trem-bala São Paulo (Campinas?) – Rio, 60 bi por baixo, enquanto o verdadeiro problema de mobilidade nacional é intra-urbano…

    • O trem bala é caro, mas pense bem, será que é caro mesmo?

      60bi conectando as duas maiores cidades do país. Conectando uma economia maior que a Argentina inteira. Acho caro 10bi para o metrô de PoA que tem um traçado facilmente questionável.

  3. Esse aqui também é um projeto inovador de transporte, apesar de ter mais de 50 anos.

  4. Adriel, Elon Musk é mais um dos famosos inventores de coisas inventadas que os norte-americanos veneram. Geralmente é alguém com ótimo tino comercial e com capacidade de juntar coisas que estão por aí e vender a ideia que isto é o máximo.
    .
    Os carros Tesla são na verdade carros movidos a subsídios não a eletricidade, de subsídios diretos os Tesla, dependendo do estado norte americano recebe US$7.500,00 do governo federal e mais US$2.500,00 (Califórnia) a US$4.000,00 (Ilinóis). ( vide http://www.forbes.com/sites/patrickmichaels/2013/05/27/if-tesla-would-stop-selling-cars-wed-all-save-some-money/) Mas se fosse só isto o Tesla não tinha saído do chão. O problema é que o sucesso dos Teslas estão nos créditos de carbono que eles recebem do resto da indústria automobilística. Como? Veremos.
    .
    O estado da Califórnia criou uma lei que todos os carros que emitem CO2 tem que comprar uma certa quantidade de créditos de carbono de empresas que fabricam carros de emissão zero (que na realidade não são de emissão zero), logo a companhia Tesla que recebe por carro vendido US$35.000,00 (vide http://articles.latimes.com/2013/may/05/business/la-fi-electric-cars-20130506), ou seja, somando tudo cada carro dá aproximadamente US$45.000,00 por carro Tesla vendido.
    .
    Agora qual é o sucesso dos carros Tesla, simples enquanto os outros fabricantes internacionais procuram produzir carros elétricos baratos e competitivos (e não conseguem) Elon Musk nem está aí para isto. Com todo estes subsídios os carros Tesla são vendidos acima de U$80.000,00. Tem desempenho, tem maior autonomia do que os outros mas é um Gadgets.
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    Bjorn Lomborg, o chamado ambientalista cético, escreve um artigo no Wall Street Journal (veja em: http://online.wsj.com/article/SB10001424127887324128504578346913994914472.html) que mostra a emissão de CO2 dos carros elétricos (na produção de baterias) em contraposição a dos carros comuns. Ele mostra que um carro elétrico, abastecido por energia elétrica gerada em usinas não verdes, até 50.000 milhas não faz economia nenhuma, logo é uma verdadeira fraude os Teslas.
    .
    Porém o sucesso do Tesla está na venda destes Gadgets para ricaços norte-americanos que tem dinheiro para comprar um carro de aproximadamente US$100.000,00 financiado pelo contribuinte norte-americano que compra o seu poluidor carrinho.
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    • Isso se refere somente ao Tesla ou entra nessa análise o vovô EV1?

      • Pablo, o que quis dizer é que Elon Musk simplesmente mediatiza invenções já existentes e consegue com isto benesses dos governos.
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        Poderíamos comparar ao Eike Batista, só que pelo menos Musk inventou alguma coisa, o paypal.

    • Se tu está criticando esta onda verde politicamente correta que deu origem aos subsídios desta indústria, eu me junto a ti no grito.
      Mas a Tesla não tem culpa pois os subsídios também estão disponíveis a qualquer outra empresa que queira investir em veículos “verdes”, incluindo as americanas GM e Ford.

      O fato dele ter tirado vantagem deste hype verde só o qualifica ainda mais como empresário.

  5. Isso aí vai estar pronto e funcionando e ainda não teremos nem metrô nem BRT.

  6. Se alguém tem capacidade para tirar este projeto do papel é o Elon Musk. Este cara, para quem não conhece, fundou o Paypal (pagamentos eletrônicos), a Tesla Motors (1a a fabricar carros elétricos comercialmente), a SpaceX (fabrica foguetes para a Nasa) e a SolarCity (tecnologia de energia solar para residências). Obteve sucesso com 4 empresas em áreas totalmente novas e inexploradas.

    • Quanto ao problema de não poder urinar, acho que dá para aguentar 35 minutos de viagem de SF a LA sem ir no banheiro. Eu levo mais do que isto até a UFRGS de Carris.

    • Adriel, sucesso em todas as empresas? Só no ano passado a Tesla terminou de pagar seu empréstimo do governo norte-americano e só deu lucro num ano em toda a sua existência. Mas como os norte-americanos gostam da figura do self-made-man, adoram o sujeito, mas lucro mesmo ele obteve somente com o Paypal.

      • E daí? A Amazon, a melhor loja do mundo em atendimento ao consumidor e oferta de produtos, só deu lucro depois de mais de uma década de existência. Há áreas em que é necessário décadas para obter retorno (ex. rodovias, usinas elétricas, ferrovias,…) nada demais.

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