Porto Alegre inicia restrição à circulação de carroças

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Jornal Metro – Porto Alegre – 29/08/2013



Categorias:Carroças e Catadores

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29 respostas

  1. A única coisa que via até agora nos comentários são pessoas completamente intolerantes, que não sabem ouvir a opinião alheia e refletir sobre ela e se acham donos da verdade absoluta. Isso, na minha opinião, é ignorância.

    Em primeiro lugar: Alguém aí sabe quando que um cidadão que junta lixo ganha pelo quilo? Pois é. Eu também não sei exatamente, mas é um valor tão ridículo, que a pessoa mal consegue o básico pra sobreviver. Sendo assim, a pessoa fica condenada à vida inteira viver sofrendo puxando carroça.

    Vendo pessoas defendendo esse tipo de “sub-emprego” (como foi comentado) é o mesmo que defender que essas pessoas nunca possam melhorar de vida.

    Mas a solução para isso nunca será apenas a proibição. Acredito que essas pessoas, por não terem estudo (enfim…), deveriam ser contratadas pela prefeitura para fazer o mesmo trabalho, porém com condições adequadas para isso. Além de, em troca da oportunidade, estudar e procurar melhorar de vida.

    Sendo assim, estes cidadãos teriam a chance de ter uma vida melhor com seu próprio esforço, começariam de “baixo para cima” como qualquer cidadão honesto que busca qualidade de vida.

    Agora fica a pergunta: será que catadores de lixo, carroceiros e moradores de rua querem ter uma vida diferente? Trabalhar e se sustentar? Estudar?
    * Outro dia li em algum lugar que muitos moradores de rua vivem assim porque querem. Chances foram dadas à eles para melhorar, mas… (espero que não generalizem isso).

    Só espero que quem ler isso, não o tome como verdade absoluta, não comece uma discussão inútil que nunca levará à nada. Que fique claro que essa é apenas minha opinião. Mas eu costumo mudar de opinião pois sou aberto a ouvir a opinião alheia, desde que tenha fundamento.

    Obs.: A coisa mais ridícula que eu li hoje foi a comparação entre animais que puxam carroça e tradicionalismo gaúcho. Até porque, todos devem saber que gaúchos amam cavalos e os tratam muito bem. Ainda mais na semana farroupilha. Depois dessa até vou me calar =/

    • Quando a gente escreve, algo direto como é feito aqui, não é possivel reproduzir a expressão facial e gestos que falam mais que palavras, daria para fazer mas seria escrever um livro, para colocar emoções na escrita, mas ficaria uma leitura tão dificil que as pessoas iriam jogar pedra não na ideia mas no texto. Disseste bem: “Agora fica a pergunta: será que catadores….” por isto falei em um programa que a prefeitura não tem, entra ai um novo secretario daqueles vindos talvez (isto é uma opinião pessoal em nenhum momento tem o objetivo de agredir ninguem por mais que possa parecer) de cuba e aprovam uma lei que não tem o objetivo maior que seria o cidadão.

    • Caro Breno.
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      Primeira coisa, não há um preço único para o papel, por exemplo, papel branco não amassado (quando amassa ou rasga ele perde valor, pois quebram as fibras) vale muito mais do que papelão tipo Kraft, o preço deixei de saber a três anos, pois no serviço havia um funcionário que recolhia papel e vendia (foi proibido devido acordos com a prefeitura), logo as minhas cotações são antigas e não me atualizei (a três a quatro anos o papel branco era em torno de R$0,8/kg e o mais baixo era o de jornal R$0,2/kg), não sei se subiu ou desceu, mas era assim, logo o velho aqui que conversa e se interessa pelas pessoas tem uma ordem de grandeza dos preços!
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      Agora o problema principal dos catadores de papel, é que os carrinhos muitas vezes são “alugados” e há proprietários de vários carros que ganham com isto.
      Se considerássemos um preço médio de R$0,30 por quilo e na hipótese de um catador juntar em torno de 150kg por dia útil (segunda a sexta) daria R$900,00 por mês (sem direito a férias 13º), ou seja, dentro da realidade do baixo índice de desemprego, não é lá estas coisas.
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      Entretanto há uma coisa que está fingindo que não se sabe; apesar de Porto Alegre apresentar uma taxa de desemprego das menores da sua história (3,9%) este desemprego é exatamente em pessoas sem qualificação e mais idosos, como os carroceiros e puxadores de carrinhos. Estas pessoas geralmente não têm endereço fixo, escolaridade e documentos. Além do mais não tem a mínima condição para solicitar um emprego.
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      Esta se fazendo uma lei que na realidade é um CRIME, em nome de alguns cavalos que são maltratados (e cada vez mais serão mais maltratados pela falta de valor que está se criando), está se condenando centenas de pessoas a fome, a miséria absoluta e a mendicância. Vi na TV há poucos dias um carroceiro que aparentava uma idade de em torno do 55 anos, dizendo algo extremamente sábio que não vi na boca de gestores municipais e vereadores. Ele dizia que para os mais jovens cursos de treinamento teriam efeito, mas para ele não teria a mínima serventia.
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      Várias pessoas cinicamente dizem por aí que eles devem procurar emprego, agora eu pergunto, quem vai empregar alguém, analfabeto, sem treinamento em nada, sem endereço fixo, sem documentos com uma aparência de puxador de carrinho de papel. Não me venham com balelas, pois todos sabem que estes não terão a mínima chance e se criará antes de tudo um imenso problema social.

  2. Pelo fim da escravidão animal, espero que façam valer a lei!

    • Veiga, de qual animal que estás falando? Tirando o sustento de um animal de duas patas que restará a ele, a escravidão de receber uma bolsa família!
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      Por que para amar os animais tem-se que odiar os homens?

    • Belo, Belo, pelo fim da escravidão animal, e avante a escravidão médica, benvindo os escravos cubanos(medicos), tudo é uma questão paramêtros.

  3. Vamos fazer uma vaquinha e comprar uma passagem de “one way” para o Eliseu viver com os Amish.

  4. Eu gostaria de saber qual a justificativa para proibir as carroças? será que é porque atrapalham o transito…. será que é porque quem anda de carroça é pobre?… e as pessoas não gostam de ver pobre por perto… e as bicicletas que atrapalham e muito o transito e corredores (esportistas) correndo no meio da rua, ha estes não são pobres são cidadão esportistas empresários, os pobres que tiram muitos o sustento da rua estes que se …..por isso que merecemos estes governos que estão por ai….

    • quem sabe é porque eles usam um animal desnutridos ou quase, pra puxar seus reciclados por km e por horas, na real nem precisa dizer porque a gente, por si só já entende..pelo menos a maioria da polulacao consciente.

      • Muito boa as justificativas de maus tratos aos animais, certo concordo, e porque proibir aqueles que puxam sua propria carroçinha, eles prestam um serviço a população de reciclagem de lixo, nos fazem economizar milhões que a prefeitura deixa de pagar para empresas, que exploram os trabalhadores, ha ja sei as empresas vão empregar todos os catadores, vão dar cursos a eles, eles vão tornar-se cidadãos exemplares eles proprios vão se reciclar, puxa que pensamento esdruxulo este meu, pensar que estes cidadãos vão passar mais fome.

        • Depender da miséria alheia para ter reciclagem? Acho que o Brasil já passou dessa fase.

        • O senhor Eliseu deveria primeiro buscar mais conhecimentos, cultura e esclarecimentos para depois se posicionar, assim não estaria dizendo bobagens como esta.

        • Sra. Gilda, primeiro eu gostaria de saber que bobagem escrevi, escreva ai também sua bobagem, segundo as pessoas que estão por ai juntando lixo, não vão parar de juntar o lixo, não existe no Brasil programa nenhum de ajuda a esta gente, alguns por ai acho que se pudessem …. esta gente, o certo foi importar conteiners para recolher o lixo ….. ahahahah

    • Tu gostaria de puxar uma carroça pesada, levando chicotada no lombo, usando sapatos de ferro e tendo que correr no asfalto quente?

    • Vejo muitas pessoas que aparentam ser simples andando de bicicleta para não gastar com transporte público. É só a proibição das carroças pelo bem de todos – cidade mais limpa, trânsito melhor, sem sacrifício dos animais e oportunidade de um trabalho mais digno para os carroceiros – não é um apartheid!

    • Eliseu.
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      Tocaste no ponto, o porquê da proibição. Veja, argumentam acima que é para eliminar o maltrato dos animais! Justo, lá pela década de sessenta a famosa e saudosa Palmira Gobbi, uma verdadeira protetora dos animais, uma vez surrou um carroceiro com o mesmo relho que o mesmo maltratava os animais, porém ela, mulher humilde que amava os animais, sabia que carroceiros com cavalos bem cuidados e sem sofrer castigos, alimentavam famílias e em todas as suas intervenções deixava claro isto.
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      Agora veja, NÃO SÃO SOMENTE AS CARROÇAS QUE SÃO PROIBIDAS, SÃO PROIBIDOS TAMBÉM OS CARRINHOS DOS PAPELEIROS. Alguém esta chicoteando estes? Acho que não.
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      É claro que homens puxando como mulas um carro cheio de papel é uma imagem terrível e demostra a falência de nossa sociedade em eliminar este sub-emprego através de outras medidas que não seja uma mera proibição.
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      Isto causa vergonha a nossa “boa” população, é uma verdadeira “desonra” ter uma cidade em que homens tem que ser mulas para sobreviver, ficamos enrubescidos quando alguém de fora ver esta cena, logo como a solução como o falecido governador Lacerda do Rio de Janeiro foi muitas vezes acusado (desaparecer com mendigos e pedintes), não pode ser feita vamos impedir que eles (os carroceiros e os homens mulas) não sejam mais visíveis para nossos olhos. Uma bela e típica solução higienista (no sentido de criminalização da pobreza) está em marcha: “Limpemos as nossa ruas deste bando de sub-humanos” gritam as mentes de milhares de portalegrenses, as mentes porque ainda há um pouco de vergonha em expressar as opiniões em alto e bom tom. Começamos com os mendigos, os carroceiros e os homens mulas, depois quem será?
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      Há algo que me desconserta em muito neste momento, de um país aparentemente gentil, estamos criando um país realmente hostil. A vergonha de botar para fora os gritos presos nas mentes de intolerância começa a ser perdida. Os animais, devemos proteger, dizem uns, agora quem protegerá os nossos homens mulas?

      • Mestre Rogerio,

        Eduardo Escobar
        há 14 horas
        Carroças com tração animal serão proibidas em Porto Alegre, a partir de domingo. Mas bando de cavalos cagando com gaúchos fantasiados pode?
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        • Bom ai pode porque isto é tradição ahahahaha, desculpem a risada mas o objetivo não é ofensa ao tradicionalismo, e só para mostrar que dependendo da situação pode.

      • Rogerio parabens pela escrita, infelizmente pessoas como tu, e eu não são ouvidas, nos pensamos no cidadão, claro a copa vem ai nos gauchos nos achamos os proprios europeus, como vamos deixar os europeus ver a miséria que muitos gauchos vivem, é uma vergonha ter este bando de gente juntando lixo vivendo do lixo, rapido vamos tomar atitudes bem antecipadas para não chamar a atenção.

        • Eliseu.
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          Estamos muito longe de sermos Europeus, eu diria estamos no mínimo 200 anos atrasados em relação a vários aspectos do comportamento civilizado que uma boa parte (não todos) dos povos daquele continente.
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          O gaúcho se acha Europeu por mera questão de racismo, somos Europeus porque não somos pardos!
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      • http://www.sul21.com.br/jornal/colunas/paulo-muzell/comeca-a-guerra-higienista-em-porto-alegre/

        Data:6/set/2013, 8h33min
        Começa a “Guerra Higienista” em Porto Alegre

        A ideia de proibir a circulação de veículos de tração humana (VTH) e de carroças (VTA) é antiga em Porto Alegre. Algumas tentativas de limitar sua circulação já haviam sido tentadas décadas atrás, felizmente sem sucesso.
        Mas o governo Fo-Fo (Fogaça-Fortunati) finalmente conseguiu. Por vias tortas, é verdade. Em setembro de 2008 foi aprovado projeto de lei do vereador Sebastião Melo criando o Programa de Extinção Gradativa dos Veículos de Tração Humana e Animal em Porto Alegre. Um projeto com vício de origem: criar programas é atribuição exclusiva do poder executivo.
        Fortunati sancionou e entrou em vigor a lei 10.531 Várias foram as justificativas para inicialmente restringir e depois proibir – a partir de 2016 – a circulação de carroças e de carrinhos de tração humana, todas inconsistentes
        A que provavelmente mais ecoou é a alegação de que tornam ainda mais lento o já caótico trânsito da cidade. Ora, tudo mundo sabe que a circulação de veículos automotores é precária e vai piorar porque há saturação do espaço urbano. Temos automóveis demais. São 700 mil e seu número cresce exponencialmente a cada ano que passa. O transporte coletivo vai muito mal: o ônibus fica cada vez mais caro e o serviço pior. Não há controle público que exija cumprimento de tabela e qualidade do serviço. Os investimentos na melhoria do sistema de transporte público patinam: o Bus Rapid Transit, o BRT, começou com cinco anos de atraso e anda a passos de tartaruga, ficou para depois da Copa. O metrô não tem sequer projeto final pronto, é uma quimera. E o poder público municipal não tem coragem para ministrar remédio amargo: restringir a circulação de automóveis – dias para placas pares e dias para placas ímpares, como em São Paulo – e/ou limitar o estacionamento em via pública. Sem falar num controle eficiciente dos locais e horários de carga e descarga. Fica muito mais fácil botar a culpa nas carroças e catadores.
        A segunda a tese é: “acabar com as carroças representa o fim dos maus tratos que vitimam cavalos”. Tese supostamente desejável e humanitária desde que não seja utilizada com o pretexto de proteger os animais para, na prática, prejudicar os humanos. Na sua linha de frente temos a primeira dama Regina Becker, hoje secretária municipal da Defesa dos Direitos Animais (SEDA). Seu marido, o prefeito Fortunati, teve a gentileza e a “generosidade” de criar uma secretaria especialmente para ela.
        Mas o motivo real, concreto é que os catadores e os carroceiros são símbolos de uma pobreza e de um atraso indesejáveis. A tese é: eles são feios, sujos, atrapalham, nos envergonham: por isso, temos que sumir com eles. Como aquela família tradicional, conservadora, que esconde da sociedade suas “vergonhas”: os filhos homossexuais ou deficientes mentais. É o comportamento “higienista”. O próprio calendário da lei que estabeleceu o programa torna isso claro: a partir de 2014, ano da Copa, acelera-se a proibição sendo que a proibição total, originalmente setembro de 2016 foi antecipada em quinze meses, para 1º de junho de 2015. Garante-se, assim, a “higienização total” em 2016, o no ano das Olimpíadas.
        Rápido no proibir, o governo Fo-Fo é extremamente lento no executar. Para regulamentar a lei 10.531 foram necessários dezoito meses, o decreto 16.247 só foi assinado em março de 2010. Mas o programa começou a ser executado, de fato, apenas este ano, em 2013. A Prefeitura só assegurou recursos para execução do que ela denominou “Programa de Inclusão Produtiva de Carroceiros e Catadores” no final de 2012, quando firmou convênio com o BNDES no valor de 18 milhões de reais. Por isso a etapa 1 da proibição, prevista para 1º de março, foi adiada para este 1º de setembro. Mas como explicar que um programa, criado em 2008, com previsão inicial de ser implantado em oito anos, tenha começado de fato só no início de 2013? E que ainda assim se antecipe a data da proibição total originalmente prevista para setembro de 2016 para junho de 2015?
        A conclusão é óbvia: a Prefeitura não fez nem fará sua parte. Sequer conseguiu montar um cadastro completo dos “beneficiários” do programa. Quantos são? Onde moram? Qual sua idade, nível de escolaridade, renda, número de filhos de cada um? Como será resolvido o problema daqueles que não aceitarem ou não conseguirem se reciclar, adaptar-se às novas atividades?
        Matéria veiculada aqui no Sul21 na terça feira passada deixa claro que sequer um cadastramento completo existe. Um dos coordenadores do programa afirma que foram cadastrados mil dos mil e oitocentos catadores da cidade. Ele está afirmando que decorridos cinco anos da lei, pouco mais da metade (55%) de um dos públicos-alvo é conhecido. Convenhamos é muito pouco, é uma verdadeira confissão de incompetência. Já uma liderança dos catadores contesta do dado oficial e afirma que são nove mil catadores em Porto Alegre. Quantos carroceiros existem? Quantos foram reciclados? Segunda feira pela manhã conversei com os carroceiros que realizavam uma manifestação frente ao Paço Municipal. Eles reclamavam da irrisória indenização proposta pela Prefeitura que oferece mil e quinhentos reais pela carroça, cavalos e arreios, E diziam que os 660 reais mensais (valor líquido) oferecidos para o trabalho nas unidades de triagem de resíduos sólidos representavam uma inaceitável redução do que hoje auferem com o seu trabalho.
        Uma prova que o programa não está sendo realizado de maneira adequada e responsável é que o investimento em Unidades de Triagem de Resíduos – o suporte básico do programa – registra considerável e inexplicável atraso. O orçamento de 2013 prevê a aplicação de 2,6 milhões de reais na implantação e ampliação das Unidades de Triagem de Resíduos do DMLU. Consultando o Sistema de Despesa Orçamentária da Prefeitura constatamos que até este início de setembro apenas 422 mil foram contratados, mas não há liquidação nem pagamento o que indica que algum contrato foi assinado mas que nenhuma etapa de obra foi concluída. O programa não sai do papel e os carroceiros e catadores serão jogados na miséria.
        Paulo Muzell é economista.

  5. Amem.

    Ontem em plena castelo branco havia uma carroça largada por la.
    Se o cavalo se assustasse com algo, o acidente seria feio.

    E que agilize a retirada das carroças de outras areas, e que a fiscalização seja forte, por que ando vendo muita carroça em local proibido.

  6. com tantos cursos agora com esse tal de pronatec, acho que é uma grande chance de os carroçeiros almejarem uma vida melhor, e antes que alguém fale sobre as carroças nao proibidas no centro, vale lembrar que os cavalos ” residem ” nessas áreas restritas o que impede que eles se desloquem para região central .

  7. Tava na hora de tirarem esse tipo de subemprego, espero que o pessoal seja qualificado e consiga ter emprego em outra área.

  8. Finalmente! Achei que jamais chegaria esse dia!

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