Negociação para o metrô avançou muito, diz Fortunati

Encontro em Brasília discutiu cenários de financiamento

Metro_São_PauloO prefeito José Fortunati deixou a reunião em Brasília sobre a nova rodada de negociações da modelagem financeira do Metrô de Porto Alegre bastante confiante. Segundo ele, as tratativas avançaram muito durante o encontro desta quinta-feira no ministério do Planejamento. “Saio muito confiante que até o dia 15 de outubro a presidente (Dilma Rousseff) deve anunciar o metrô”, afirmou em entrevista para a Rádio Guaíba.

O prefeito lembrou que são necessários R$ 2,3 bilhões para dar sequência ao processo de licitação. De acordo com Fortunati, foram analisados vários cenários sobre qual percentual deve ser entregue ao governo estadual e à prefeitura a fundo perdido e quanto será por financiamento.

“Temos um limite”, destacou Fortunati ao lembrar que várias obras em andamento já estão sendo pagas. Ao site da prefeitura, o chefe do Executivo municipal já havia alertado para a margem pequena de financiamento. “Nas negociações que mantemos com o governo federal, já ficou claro que os R$ 2,3 bilhões não virão a fundo perdido. O que ponderamos, e falei rapidamente com a presidente Dilma sobre isso, é que o município e o Estado têm margem pequena para financiamentos”, afirmou.

Depois de mais de 4 horas de negociações sobre o metrô tenho a convicção de que avançamos sobre o assunto.

— José Fortunati (@josefortunati) September 19, 2013

Correio do Povo



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14 respostas

  1. Muito pertinente à observação de Guilherme M – “Até poucos meses, notícia do metrô aqui no blog rendia pelo menos uns 100 comentários em pouco tempo, e agora eles dificilmente chegam aos 20”.

    Talvez seja porque os blogueiros que participavam com tanto entusiasmo em colaborar para implantação de um sistema viável na Zona Norte, alguns com bastante conhecimento sobre o assunto, tenham se dado conta de que não participando da gestão municipal e não compactuando com os interesses da Invepar/Odebrecht/Trensurb não teriam expectativa de suas opiniões serem pelo menos avaliadas por quem de direito.

    Afinal, qual grupo empresarial, sério e descomprometido com a solução imposta, iria participar de uma PPP que, minimamente, não garante:

    • Projetos – viáveis e atualizados, fundamentados com informações e indicadores significativos (atualizados e com fontes fidedignas), inclusive com testes no solo, não apenas com modelos computacionais, para avaliar se o custo estimado da obra é, de fato, próximo do real;
    • Mitigação de riscos – a valores aceitáveis, evitando não a ocorrência do fator gerador do risco, mas sua consequência;
    • Segurança jurídica – com marco regulatório claro e bem definido, com normas, leis e diretrizes para regular o funcionamento do sistema a ser implantado pelos agentes privados que irão prestar este serviço de utilidade pública;
    • Remuneração – com taxa de retorno compatível com o risco assumido e garantias de pagamento que permitam ao investidor em dia com suas obrigações receber sua remuneração de forma pontual e segura;

  2. Até poucos meses, notícia do metrô aqui no blog rendia pelo menos uns 100 comentários em pouco tempo, e agora eles dificilmente chegam aos 20. Isso já é um reflexo de que a população está de saco cheio e incrédula quanto ao metrô, pelo menos essa linha nessa gestão.

    Já dá pra mudar o nome de Porto Alegre para São Tomé. Infelizmente nós só acreditaremos em metrô depois que ele estiver operando. Pois mesmo que comecem as escavações ainda haverá um longo e tortuoso caminho, vide à linha 4 do metrô de SP, que comemora 10 anos em obras, a linha 1 de Salvador (que já tem até trens inclusive) e a 2 de Belo Horizonte, que estão em obras mas nunca ficam prontas, e a própria linha 1 da Trensurb, que levou quase 30 anos para cumprir a proposta original: Ligar Porto Alegre à Novo Hamburgo.

    • Concordo com quase tudo que vc escreveu, exceto em relação aos 30 anos do Trensurb. O Trensurb segue a ideia que se deve fazer um pouco e testar um pouco e assim ele nasceu e vem crescendo. Já temos uma conexão muito legal com o aeroporto e planos para continuar o trem além de NH. Se o metrô de PoA seguisse a mesma lógica quando iniciou-se as conversas ele já estaria no terminal triângulo.

      O problema é que a ideia desse governo municipal é fazer uma super-obra para ganhar votos e não fazer um pouco, mas o suficiente para continuar depois. Se hoje em dia não há dinheiro para criar uma linha até a Fiergs que se faça apenas um projeto bem feito, com prospecções de solo e desapropriações necessárias.

      As vezes tenho impressão que tentar dar o passo maior que a perna é proposital para não caminhar (ou não avançar, usando o termo que ele gosta tanto)

    • Exato Pablo! Vamos lembrar que o Trensurb, quando surgiu, ia só até Sapucaia, e mesmo assis ele já era útil (diria essencial)! Projeto incremental é a essência de como fazer grandes sistemas de mobilidade urbana. Projeto incremental é ir aos poucos, estação por estação, e colocar em produção enquanto a obra continua. O projeto de Porto Alegre NÃO é incremental. O projeto de Porto Alegre quer uma primeira fase de 14Km, uma segunda fase de mais 13Km e uma terceira de mais 13Km – tudo isso prum traçado que não faz nenhum sentido pra cidade. Nunca vai conseguir dinheiro pra nenhuma dessas fases de uma vez só. É por isso que ele nunca vai sair.

      Se o projeto fosse reorientado, poderíamos ter as seguintes fases:

      1) Constrói um túnel partindo da atual Estação São Pedro até onde vai ser a Estação Cairú. Escavação open-top. Constrói um terminal intermodal na Cairú. Todos os ônibus da Assis Brasil botam os passageiros num trem. Esse trem vai até o Mercado. Neste ponto, temos duas linhas (Trensurb e Centro-Cairu)

      2) Agora que a Farrapos tem muito menos movimento (pois os ônibus do corredor foram substituídos pelo trem), constrói o túnel sob a Farrapos começando lá no Centro, indo até a Cairú. Escavação open-top. Talvez escavação NATM no centro. Tráfego de carros poderia ser desviado pra Voluntários.

      3) Constrói um túnel ligando a Estação Farrapos do Trensurb até a Cairú. Escavação open-top. Nesse ponto, já poderia se começar a transformação do trecho Norte da Farrapos em parque linear, só com tráfico local (lento), sendo o fluxo principal desviado para vias paralelas (Pernambuco e Franklin Roosevelt). Seria necessário expandir o pátio de manobras da Trensurb, mas sabemos que tem um espaço razoável pra isso.

      4) Destrói o Trensurb entre o Mercado e Estação Farrapos. Constrói uma esplanada em cima da Mauá, escondendo o trânsito e revitalizando o setor, com acesso mais humano aos novos empreendimentos do Cais. No trecho da Castelo Branco, pode ser deixado um canteiro maior mesmo, talvez adicionando alguns acessos que desceriam/subiriam neste espaço. Naquela curva do trensurb sob o complexo da ponte, poderíamos ter uma via que dá acesso da Castelo Branco até a Av. dos Estados.

      5) Constrói o túnel no Centro, ligando o Gasômetro até o Mercado sob a Av. Sete de Setembro. Escavação open-top. Gasômetro vira estação terminal. Talvez uma barca de alta-capacidade conectando para Guaíba. Possibilidade de reativar o aeromóvel bem benefício do Centro Administrativo.

      6) Constrói um ramal do Trensurb, partindo da Estação Anchieta e indo até a Fiergs, junto à Freeway. Trecho em superfície. Constrói um terminal intermodal na Fiergs. Todos os ônibus de Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Sarandi e Rubem Berta deixariam os passageiros nesse terminal. Junto a esse ramal já pode ir sendo liberado (i.e. terraplanado, etc) mais espaço pra pátio de manobras. Neste ponto, teríamos três linhas (Trensurb, Centro-Cairu, Centro-Fiergs), e teríamos bem menos ônibus trafegando na Assis Brasil, viabilizando a próxima fase.

      7) Constrói o túnel sob a Assis Brasil até o Triângulo. Escavação open-top. O tráfego da Assis Brasil ficaria restrito a acessos locais e ônibus. Fluxo de veículos desviado para a Sertório. Possivelmente fazer isso com mãos inversíveis de acordo com a hora do dia. Constrói terminal intermodal no Triângulo. Neste ponto, teríamos três linhas (Trensurb, Centro-Fiergs, Centro-Triângulo).

      8) Constrói o trecho Triângulo Fiergs. Via elevada. Quando pronto, poderia se eliminar aquela linha que vinha junto a free-way – ou mantê-la apenas para o horário de pico.

      Pronto, zona norte conectada. Não levaria mais do que 8 ou 10 anos pra ficar tudo isso aí pronto, já poderia ser útil em dois anos ou menos, e na real, já poderia começar agora, porque a prefeitura certamente tem dinheiro pras fases 1 e 2. E, mais importante, não exigiria NENHUMA escavação usando Shield. Com isso, mas empresas de engenharia podem se oferecer pra tocar o projeto, e os custos ficam menores.

      Depois (ou mesmo paralelamente) poderíamos seguir com as outras etapas de menor custo.

      9) Usa aquele trecho “abandonado” entre a Estação São Pedro e Cairú pra ser a semente da linha da perimetral. Essa linha seria de superfície, no estilo de um VLT só que um pouco mais “gordinho” (i.e. bitola larga) e poderia ser construída muito rápido. Essa linha iria até o Cristal (atual pátio da STS viraria um terminal intermodal), mas poderia ser construída em fases.

      10) Inicia o aeromóvel sobre a Ipiranga, partindo lá do Gasômetro. Construção rápida e com poucos impactos.

      11) Inicia VLT na Borges/Praia de Belas, partindo do Mercado e indo até o Barra Shopping. Estica depois até o terminal do VLT da Terceira Perimetral.

      Pronto, agora a cidade tem três radiais com cobertura de transporte coletivo de média ou alta capacidade, além de uma perimetral já coberta. Tudo com projetos incrementais e viáveis.

      • Excelente a sugestão dada pelo fmobus, e parece que ele para fazer este comentário queimou mais fosfato que os responsáveis pelo projeto do metrô, Além de viabilizar o metrô em si, ainda contempla VLT e aeromóvel, e mesmo assim provavelmente deve dar um custo bem inferior.
        Fica a questão: será que ainda existe alguma chance de fragmentar a obra e assim torná-la viável com os recursos disponíveis? Não deveria ser essa mesma a discussão agora? Mesmo que milagrosamente se consigam junto ao governo federal os recursos para esta fase, e para as fases posteriores? vai ser tudo ou nada novamente? Ou vão por os pés no chão e tocar com esses projetos incrementais descritos acima, muito mais viáveis?

      • Quem negativou pode argumentar, por favor ?

  3. Se a prefeitura do “Fortuna” tivesse evitado os desvios de verba e superfaturamento do “BRT Porto Alegrense” não precisava estar mendigando mais $.
    .
    Fala sério, quem botou essa porta para ser prefeito de POA ?

  4. “Aham, sei!?” por Vizinho de São Tomé…

  5. Esse prefeito é uma taipa, fala sério. Esperava mais preparo e menos amadorismo do mesmo.

  6. Não tem como avançar! Avançou onde? Tudo que estava certo só regride em termos de planejamento e recursos.

  7. Até dia 15 de outubro a Dilma anuncia o metrô? Ela e o próprio Fortunati já anunciaram o metrô pelo menos 2 vezes. Esse cara é uma piada.

  8. OFF :

    Em SP , não pode “integração público-privada” na Arena do Palmeiras

    http://www.blogdodemian.com.br/2013/09/em-sao-paulo-nao-pode-integracao.html

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