Nubia Silveira
O procurador José Túlio Barbosa considera uma afronta à sociedade e ao Ministério Público Estadual o anúncio da Goldsztein Administração e Incorporações, publicado nesta quarta-feira (18) nos jornais de Porto Alegre, sobre as seis casas geminadas da Rua Luciano de Abreu, cuja preservação é defendida pela Associação Moinhos Vive e pelo MPE. No anúncio, a empresa faz duas afirmações contestadas pelo procurador: de que as casas não foram projetadas pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn e de que o processo que discute a preservação dos imóveis está encerrado.
Barbosa afirma que no dia 9 de setembro recebeu do arquiteto Cláudio Alberto Frank Aydos a planta das casas, assinada por Theo Wiederspahn, que também assina os prédios da Cervejaria Brahma, do Memorial e do Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Cláudio Alberto é herdeiro da empresa Alberto Duclós Aydos e Cia. Ltda., construtora dos imóveis em discussão. Para o procurador Barbosa, o documento comprova o interesse histórico e cultural das residências.
“O processo ainda não acabou”, afirma o procurador. “Nós vamos recorrer”. Nesta quinta-feira (19), ele se reunirá com o Setor de Recursos, preparando a documentação que será enviada ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O Ministério Público vai requerer que o STJ determine que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul anexe a planta ao processo e o julgue novamente.
Parceria
Barbosa afirma que vem trabalhando em parceria com a prefeitura de Porto Alegre, que também analisa a situação das casas. O Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc) se reunirá segunda-feira (23) para analisar o pedido de proteção feito pela Associação Moinhos Vive.
Luiz Antônio Custódio, coordenador da Memória Cultural, da Secretaria Municipal de Cultura, diz que as residências não poderão ser demolidas enquanto o processo não for finalizado. E enquanto a Justiça não dá a decisão final, a Prefeitura pode reestudar o assunto e definir pela importância cultural dos imóveis. A planta assinada por Wiederspahn, obtida pelo MPE, é um elemento importante para a futura decisão.
Fotos: Flavia Boni Lich
Categorias:Patrimônio Histórico
passei tantas vezes em frente a estas casas neste último final de semana em porto alegre. estou aliviado com a notícia. podiam tomar como exemplo a solução encontrada para o imóvel da esquina da miguel tostes com a mostardeiro, onde o casarão ficou na frente preservado e construiram o prédio atrás. assim está sendo feito também no casarão da dr. vale. no caso das casas da luciana de abreu, a branca, na minha opinião é sem dúvida a mais bonita, mas o conjunto das outras, se restaurado, poderá agregar valor ao empreendimento e devolverá as casas ao bairro, a cidade outra vez. todos sairão ganhando. porque não agregar valor aos projetos? porque não inserir o que é bonito? os terrenos ali são grandes, cabe muito bem o prédio e as casas? ao invés de fazer um jardim na frente, porque não manter as casas? são parte da nossa memória…acho que nós que apoiamos a preservação das casas, ganhamos o dia.
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Se as casas são ou não históricas ou são ou não bonitas é irrelevante.
A discussão deveria ser:
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Quem vai manter a manutenção e gerar vida novamente nessa casas se elas permanecerem?
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Porque nem a Prefeitura, nem o Compahc, nem Associação de Moradores, nem MPE e muito menos o promotor ‘holofote’ vão cuidar e manter as casas, podem ter certeza!
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Se não é pra cuidar do patrimônio como um legado, então a discussão é sem sentido.
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De repente a Goldzstein, que não é ingênua e comprou as casas sabendo do que se tratava, deveria tratar da manutenção — ou então, que encontre um comprador ou passe o bastão.
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a Goldztein está. até o momento, respaldada por decisão judicial para demoliar as casas. ou seja, ela sabia do que se tratava e pode demolir.
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Por que não negociam com a construtora para que algumas delas se mantidas e conservadas sejam consideradas área não construída do condomínio por exemplo? Isso é dinheiro para a construtora, e o prédio pode ser construído atrás ou em volta delas.
Sério gente, esse debate ideologico e maniqueísta aí em cima é perda de tempo.
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Estas casas estavam largadas. Por quê só agora foram se preocupar? Para fazer POLÍTICA?! Ok, deveriam preservar UMA das casas, mas não todas… Ah, e o Sul 21 é a ZH da esquerda…
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Italo, a preocupação é antiga. Ninguém está dizendo que devem revitalizar as casas para já. Só o fato de elas estarem ali do jeito que estão já é importante. Caso surja um projeto de revitalização das mesmas, ótimo.
O que você diz sobre a Confeitaria Rocco? Só porque não fazemos protestos na frente pedindo que ela seja aberta imediatamente ao público, não quer dizer que não nos preocupamos. SE surgir alguém com a ideia estapafúrdia de derrubá-la, certamente a maioria da população de Porto Alegre ficará revoltada.
O Sul21 é a ZH da esquerda, e daí?
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evidente que é um bando de invejoso, que talvez nem tenha passado pela rua nesse ano. são apenas pelo contra, contra tudo.
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É o mesmo caso do Pontal do Estaleiro. Ficou lá 20 anos abandonado e ninguém deu bola. Quando veio uma construtora from hell que só pensa em lucros (que horror uma empresa ousar querer ter lucro aqui!!) e quis construir algo, aí era a orla do Guaíba, os ventos e o ecossistema que seriam afetados pelos espigões (!!!!) de 12 (!!!!) andares.
Se querem as casas, então comprem elas e as recuperem. Se é pra elas ficarem como estão há anos, que façam prédios mesmo.
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Quem deixou as casas abandonadas foi a própria Goldzstein, que as comprou em 2002 e as deixou largadas.
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Que crime destruir uma beleza de arquitetura que não volta nunca mais!
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http://www.facebook.com/flavio.ilha?fref=ts
A nota publicada hoje pela Goldsztein é desastrosa e revela uma postura arrogante da empresa, que diz “respeitar aqueles que manifestaram preocupação” com o destino dos casarões da Luciana de Abreu. Uma ova! Às razões:
1. As seis casas foram construídas para abrigar os mestres-cervejeiros da Cervejaria Continental (depois Brahma) – uma das atividades econômicas mais importantes de Porto Alegre entre os séculos 19 e 20. Cinco delas foram projetadas pelo escritório de Theo Wiedersphan, antes da falência do arquiteto, em 1930. Segundo o memorial descritivo da A.D. Aydos & Cia Ltda (de Alberto Dubois Aydos), que executou a obra para Bernardo Sassen (dono da Cervejaria Becker, que em 1924 se fundiu com a Bopp e a Ritter para dar origem ao consórcio Continental) em 1932, a concepção do projeto ficou a cargo de Theo e o detalhamento técnico coube a Franz Filsinger, que atuou na cidade entre 1925 e 1939. O prédio número 272 é um palacete projetado em 1929 pelo arquiteto austríaco Egon Weindörfer, um dos introdutores da arquitetura moderna em Porto Alegre. Essas informações não foram aceitas pela Justiça e, ao que parece, ignoradas pela empresa, que afirma na sua alegação que “exaustivas” investigações provaram o contrário. Nem precisei ficar cansado para descobrir que isso é mentira.
2. Não é estranho que justamente um conjunto de seis prédios, contíguos um ao outro (números 242, 250, 258, 262, 266 e 272) e que, isolados, não permitiriam a edificação de um prédio de 16 andares, tenham sido desclassificados coletivamente pela prefeitura? Não é estranho. No final dos anos 1980, um casario da Félix da Cunha ameaçava ser colocado abaixo para garantir o alargamento da rua e o aproveitamento do que restasse dos terrenos para empreendimentos imobiliários. O conjunto de oito casas, bem mais simples que os sobrados em questão na Luciana de Abreu, foram projetados pelo arquiteto tcheco Egon Weindorfer e erguidas em 1931 por Fernando de Azevedo Moura. Sozinhas, não representariam nada em termos comerciais. Já quando juntadas, dariam origem a um terreno com 56 metros de frente numa área nobre de Porto Alegre. As casas foram tombadas em 1989 e hoje abrigam empreendimentos comerciais.
3. Os tais estudos técnicos alegados pela empresa foram elaborados por um arquiteto e uma historiadora de Santa Maria (portanto, sem relação cultural com Porto Alegre), contrariando pareceres favoráveis de preservação emitidos pelo Iphan (arquiteto Carlos F. de Moura Delphin) e pelo Iphae (arquiteta Maria B. Kother, professor e arquiteto Günther Weimer, professora Briane E. P.Bica, professora Raquel R. Lima, professora Ana R. S. Cé, arquiteto Maturino S.S. da Luz, arquiteta Ediolanda Liedke, arquiteto urbanista Osório Queiroz Jr., arquiteto Renato Mathias, arquiteto Roberto L. Sawitzki, arquiteta Alice S. Cardoso). Técnicos do Ephac (municipal) também deram parecer favorável, mas esse laudo não foi acolhido pelo Conselho do órgão.
4. Se a Goldsztein quiser construir seu espigão no local, já tem ordem judicial para tanto. Se quiser ignorar as razões que a constrangem a fazê-lo, que ignore-as. Mas não venha MENTIR para os cidadãos de Porto Alegre. Não somos idiotas!!!
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com as limitações de altura que vigem em Porto Alegre é quase uma insanidade se falar em espigão por aqui.
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Nossa, essas casas são super charmosas! Como alguém disse num outro post, reformadas e transformadas em escritórios, pequenas empresas e cafés ficariam lindas.
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ficariam lindas e não conseguiriam pagar sequer o IPTU da região. para pagar a reforma de uma casa dessas vendendo café precisariam de mais ou menos uns cem anos. se o Poder Público quer limitar o direito de propriedade assume a responsabilidade de indenizar . haja dinheiro público para cobrir esse rombo (e não venham com mimimi, porque a legislação prevê indenização e não tem escapatória)
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As casas, durante este processo, tiveram manutenção zero, estão muito destruídas, se continuar a discussão mais um tempo o seu destino vai ser a demolição, é um risco. Vão ter que receber muito investimento para evitar que isso aconteça.
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lembrando que “charme” não obriga a manutenção de casa alguma de pé.
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Vou comprar um desses aqui:
http://www.implosionworld.com/imptoy.htm
Alguém mais quer?
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Se são casas de interesse histórico: 1º – deveria ter uma lei regulamentando isso, sobre a preservação, por exemplo, da fachada, etc. 2º – se for de uso comum, então o poder público deveria comprar esses imóveis e destiná-los aos devidos fins sociais e culturais. No caso, não tem nem um nem outro, só tem o chororô de quem não quer um investimento imobiliário. Se é histórico: regularize. Porque nesse caso a construtora tem o ordenamento jurídico ao lado dela.
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Por acaso não tem um nem outro por causa disso:
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/09/construtoras-sao-fonte-de-55-das-doacoes-partidos-em-2012.html
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esse nao é o caso, aqui é lobby.
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Nunca tivemos a tradição de cuidar do patrimônio histórico ou de planejar coisa alguma. Até mesmo o “centro histórico” de POA é na verdade um centro eclético, com vários edifícios das décadas de 50, 60, 70… Veja bem que na década de 50 e 60 já havia “cidade” construída ali que deu lugar a muito coisa que hoje temos por “histórica” Enfim, é fácil culpar só as imobiliárias quando tá arraigada há décadas a falta de planejamento, conservação e inclusive a aversão à “gentrificação”. As imobiliárias doam a partidos político?. Os ruralista também doam. Os evangélicos também doam. Os ParTidos que estão no poder também doam num jogo de troca política pra outros partidos com o intuito de ter os seus projetos e interesses aprovados e assim por diante. O governo federal em caráter emergencial despeja dinheiro público em várias obras, firma várias alianças. Pelo menos com as imobiliárias é dinheiro privado.
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Concordo com tudo, mas em relação à primeira parte do texto, não vejo esse “centro eclético” como algo negativo. Veja o que é, por exemplo, o Piccadilly circus em Londres ou o Bullring em Birmingham.
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Errado, Henrique. Quando as imobiliárias financiam maciçamente as campanhas, o dinheiro público é sequestrado pelo privado. Nesse caso, é dinheiro nosso escoando para interesses que não são nossos. O centro histórico tem toda essa heterogeneidade porque a história não tem tempo para respirar.
Quando alguma construção suspira um arremedo de história, logo vai abaixo porque os herdeiros não têm mais de onde sugar e encontram na dilapidação da memória arquitetônica e afetiva da cidade um meio de viverem mais um pouco surfando no passado remoto de glórias.
Essa história, vivida por quem teve a oportunidade de entrar nessas casas, seja porque trabalhava nelas como doméstica, carteiro, encanador, ou porque participava do núcleo familiar, ou mesmo as contemplava da rua, é intangível. Não há como rastrear a importância dessas casas no imaginário coletivo. Não é só o rico que desfruta desse patrimônio, pois a construção e manutenção delas por décadas envolveu o braço de pessoas que moravam muito pior. O carteiro que nelas deixou cartas por anos conviveu com seu ar de imponência e tem o direito de lembrar do seu passado.
Essas casas com mais de meio século são a fotografia de uma época, são a prova cabal de que aquele tempo existiu. É de uma visão muito estreita, simplista, reducionista e toda cafonice ista possível, achar que elas são só escombros descartáveis. Desculpem-me herdeiros e interesseiros, mas as coisas não são tão objetivas quanto parecem.
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“O carteiro que nelas deixou cartas por anos conviveu com seu ar de imponência e tem o direito de lembrar do seu passado.”
ah bom, então não pode derrubar por causa do carteiro que passa lá anos antes, da cozinheira???? huahauhauahaua
pra fazer rir esse adorador do atraso, o semiógrafo, é muito eficiente!
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Os argumentos do Fernando Duarte são mais rasos q nem um pires (que nem diria o Felipe X) hehehe
Desculpe pela falácia meu caro, mas fui obrigado a comentar!
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bom é o argumento baseado no carteiro.
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Exato. Estamos com vários “prédios históricos” caindo aos pedaços. Ninguém faz nada por eles, só sabem “tombar”. Uma medida tosca, só no papel.
Exemplo? A fachada do cinema Orpheu, na esquina da Benjamin Constant com a Cristóvão Colombo. É uma carcaça irrecuperável, que hoje só sobrou a frente, que na época que ainda funcionava como cinema (fim dos anos 80) já tinha sido totalmente deturpada (cimentaram e descaracterizaram ela toda). Agora ela é tombada e ninguém pode mexer. Vai ficar lá retumbante para as gerações futuras.
Isso de prédio histórico tem que ter critério. Uma vez ouvi de um historiador que POA é uma cidade do século XVIII sem nenhum prédio do século XVIII. Deixaram derrubar prédios icônicos como a antiga matriz e o palácio do governo, em estilo colonial português. Agora querem salvar qualquer casa ou fachada podre sem valor arquitetônico e/ou histórico só pq é velho.
POA, a cidade do 8 ou 80!
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e todos devem adorar a Austrália e suas cidades modernas e funcionais. pra nós, mato, bichos para preservar a “espontaneidade” de Poa.
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lembrando que o prédio onde está o bar Ocidente é tombado!!! se aquilo ali é tombado…
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A rua Voluntários da Pátria é, possivelmente, um local que guarda alguns dos imóveis mais antigos da cidade que ainda estão em pé. A sua histórica desvalorização perante o interesse imobiliário contribuiu para uma razoável conservação. Ainda acho que ainda vão abrir os olhos para a Voluntários, e espero que sejam os comerciantes em vez do SINDUSCON.
Outro exemplo parecido, mas em Recife: o centro histórico deles (Recife Antigo) é maravilhoso em termos de conservação. Hoje em dia é um grande feirão popular – se é que um dia deixou de ser. A questão é que havendo um pouco mais de grana para investir, Recife Antigo pode se qualificar, com um apelo turístico muito maior (embora eu acredite que os europeus babam olhando aquilo).
Algumas fotos do Recife antigo “feirão” e uma foto de uma praça/largo que está sendo revitalizada.
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Olha…se o STJ não considerar essa planta como documento novo já era pro MP, uma vez que o STJ não analisa mérito de ações. Fora que, de regra, recurso especial, este que é interposto junto ao STJ não possui o chamado efeito suspensivo, logo, poderia, em tese, a empresa dar continuidade ao projeto. Legalmente falando, ela não estaria fazendo nada de irregular.
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com razão, mas eles nao gastariam dinheiro em algo arriscado.
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Engrossou o caldo. Cada fez fica mais nítida a intenção predatória dessas construtoras aliada aos políticos que recebem suas doações.
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intenção predatória = vanguarda do atraso. eles têm intenção de lucro e, até o momento, segundo a justiça, de forma lícita. nada a reclamar, e tu pode ficar no chororô aí.
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A mesma justiça que absolve os mensaleiros… “aos amigos os favores da lei, aos inimigos os rigores da lei”
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ai ai…
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não houve absolvição, desinformado. mas essa é outra discussão.
façamos assim, então: em vez de a Justiça decidir, deixamos o “Pablo” dar seu parecer.
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Exato Fernando, deixe o Pablo junto com todos os porto-alegrenses decidirem e não uma máfia formada por meia dúzia de famílias.
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Que lucrem em outro lugar, ninguém obrigou eles a tentar este empreendimento que já se sabia seria polêmico. E a tentativa de impedir a obra também é completamente lícita.
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@Fernando Duarte, vá construir o seu progresso na periferia. Transforme um campo qualquer em conjuntos de edifícios, mas não acabe com a cidade cuja história não tem tempo para respirar. Quando algum esboço de memória cultural começa a ser construído, botam tudo abaixo.
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Isso aí Semiógrafo! No meu pátio não! Deixa o meu Moinhos de Vento em paz e as minhas árvores da Anita Garibaldi. Esses malditos, que vão desmatar a zona rural que eu nunca vou mesmo!
#ironia=off
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Isso aí csgasparetto, botem tudo abaixo, todas as arvores e todos os casarões históricos. Construam uma cidade genérica, sem patrimônio histôrico e cultural, tapada de concreto e asfalto, onde o sol não entre em nenhuma janela. O lucro é mais importante que tudo.
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@cgasparetto, o Moinhos não é meu pátio. Moro no centro em um prédio que já tem seus cinquenta anos e provavelmente rasgou uma página de história ao derrubar uma casa da Porto Alegre velha.
Na cidade, está cheio de campo aberto que já perdeu seu caráter natural, ecológico. É na verdade um ecossistema pobre onde proliferam-se carrapatos e, na melhor das hipóteses, morcego hematófagos; sofreu intervenção humana e, se possui algum valor, é para a meia dúzia de bois e vacas que vive ali. É óbvio que todo empreendimento urbano produz algo no imaginário coletivo, além do impacto ambiental.
A questão é que muitos proprietários de sítios não conseguem lotear suas terras e acabam não tendo outra opção senão ficar ali em seu regime de agricultura familiar. Muitos vendem as propriedades por valores irrisórios às grandes construtoras, que conseguem mudar o plano diretor a seu favor.
Ainda assim, acho que em termos de custo x benefício, é melhor construir em áreas rurais onde a natureza já foi degradada, onde um projeto imobiliário pode até melhorar o papel ecológico e sustentável da terra, com o plantio de árvores onde só existe capim, por exemplo.
Por isso, @cgasparetto, o seu argumento é vazio, parte da premissa errada (de que eu estaria argumentando por morar no Moinhos), enfim, nem sei por que escrevi tanto. O seu argumento foi derrubado no primeiro parágrafo.
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prevalecendo as idéias “preservacionistas” do simografo, Porto Alegre, com a mesma população de hoje, seria maior que Pequim, e ninguém conseguiria sair de um lugar e chegar noutro.
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O Pablo pegou bem: construtoras são predadores do meio-ambiente (sim pq a beleza da história faz parte do meio-ambiente) e os políticos que recebem grana delas. Só uma pergunta: pq as árvores de casarões antigos são derrubadas rapidamente? as pessoas só olham para as árvores derrubadas das ruas, mas e as de terrenos privados? quem libera rapidamente a destruição? resposta: os mesmos que liberam as derrubadas das casas antigas e históricas para as construtoras.
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preserva essa branca maior e o resto bota a baixo, casas feias. nao é porque é “antigo” que é bom. e pouco importa se foi esse arquiteto aí o projetista, não vejo nada peculiar nessas casas que não se veja nas casas do Glória e etc.
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Parece ser um boa solução.
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Não que não se deva preservar as casas da Glória, do Teresópolis, a Confeitaria Rocco, etc. Se não derrubou a casa por mais de cinquenta anos, é porque algum valor histórico aquilo tem. No caso desses casarões do Moinhos, são cerca de 80 anos.
Torço para que logo a Vila dos Comerciários seja tombada, pois logo após a duplicação da Tronco/Cruzeiro e a derrubada do Olímpico, será o alvo predileto das grandes construtoras, que se esmerarão em acabar com uma memória afetiva que se construiu ao longo de quase setenta anos.
Vão construir na periferia! “Ah, mas a margem de lucro é baixa.”
Quer lucro fácil, vai para a China.
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“Se não derrubou a casa por mais de cinquenta anos, é porque algum valor histórico aquilo tem.”
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH!!! Tive que rir dessa. Espigão da Praça XV tem valor histórico então. Tá lá há mais de 50 anos.
Engraçado que as casas ficaram lá podres por anos, mas ninguém se coçou pra restaurá-las. Cheias de lixo na frente, com tapumes nas janelas e portas pra não serem invadidas. Agora que alguém as comprou e ia derrubar, se sentiram incomodados. É a galerinha anti-espigão que não quer sombra na sua mansão, nem janelas de prédio olhando suas piscinas.
“Quer lucro fácil, vai para a China.”
Quer cidade pacata vai morar na serra.
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cgasparetto, as coisas não são assim se tu não te importas com a sombra na tua casa vai morar do lado de um espígão.
Por essas e por outras é que Porto Alegre se transformou no que é hoje, uma cidade suja, sem atrativos e sem o amor de sua população que não se importa nem com a sua história….
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Como a Juliana falou, tu não deve se importar em ter um prédio de 20 andares do lado da tua casa, onde JÁ ERA a tua privacidade dentro do teu próprio pátio né?
Tu deve amar a paisagem de SP. Estive lá essa semana (de novo) e aquilo não é nada agradável…..
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Semiógrafo, gostei da tua lembrança, Vila dos Comerciários, um empreendimento de Getulio Vargas baseada em um modelo Francês, morei na Vila dos Comerciários e hoje eu e meus amigos que lá moramos desde a infância nos encontramos e relembramos nossa vida naquele pequeno paraíso entre morros.
Vila dos Comerciários, em breve um livro à respeito de suas memórias será lançado. Com certeza vamos batalhar para que seja tombada….já que contra aquela invasão maldita promovida por um vereador (que já morreu) não conseguimos impedir….
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Adorei seu argumento, Juliana! Reforçando, queria lembrar que turisticamente uma cidade é visitada pelo seu valor histórico. Se não for pela história, por que visitar as cidades europeias? Se continuar com este pensamento de ficar sem sombra ou com sombra, só restará a Ponte de Pedra que está lá no mesmo lugar, mantendo a história da fundação de Porto Alegre…
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“Esse arquiteto aí” é simplesmente o maior arquiteto que já trabalhou em Porto Alegre, pelo menos foi ele que deu à praça da alfândega a cara que tem hoje. Álém do MARGS, do memorial do RS e da secretaria da fazenda e do Majestic, projetou o edifíco Ely (prédio da Tumelero que foi ENGOLIDO pelo horror da elevada da conceição) e a Cervejaria Bopp (shopping Total).
Qualquer coisa que ele tenha feito é de imenso valor histórico-arquitetônico, e deve ser feito todo esforço para preservar. A duplicação da Voluntários também teve seu traçado alterado recentemente pra preservar alguns armazéns que ele projetou naquela rua.
Sou também a favor do progresso, desde que conciliado com o patrimônio, Fernando, e acredito que tua opinião foi um pouco precipitada por seres leigo em arquitetura. Não é porque é “antigo” que é bom, é bom porque é do Theo!
Se quiseres saber mais sobre ele:
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e-lazer/noticia/2012/07/arquiteto-theo-wiederspahn-foi-responsavel-por-parte-da-arquitetura-mais-significativa-da-capital-3821307.html
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ah bom se é do Theo é bom então! ah para, legitimidade por pedigree, não!
seguindo o teu entendimento, até uma casinha de cachorro projetada por esse cidadão teria que ser mantida.
Menos, menos…
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Menos, bemmmm menos, Fernando Duarte…
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Nossa, tem gente que não antes de escrever
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Fernando, isso já foi proposto pela Goldsztein mas negado pelo MP e Moinhos Vive…
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