Atleta é enganada por taxista e perde prova no Mundial Master, em Porto Alegre

Camaronesa se decepciona com serviço em Porto Alegre e tenta abreviar viagem

Camaronesa se decepciona com serviço em Porto Alegre e tenta abreviar viagem   Crédito: Mauro Schafer

Camaronesa se decepciona com serviço em Porto Alegre e tenta abreviar viagem
Crédito: Mauro Schafer

Rose Vianey Kakanou não anda com cara de muitos amigos. Embora com alguma vergonha, temos que admitir, ela tem muitos motivos para tanto. Na semana passada, cruzou os quase 7,5 mil quilômetros que separam Camarões e Brasil para a disputa do Mundial Master de Atletismo. Estava inscrita para a prova do lançamento de dardo, na última sexta-feira, na categoria 45 anos — ela tem 47. Só que vai voltar para casa sem sequer ter participado da competição.

No dia da final, pegou um táxi nas redondezas do Cete, no bairro Menino Deus, e informou como destino a Sogipa. O taxista alegou não conhecer o clube e ficou dando voltas pela cidade. Ansiosa, Rose pedia pressa, mas sem lograr sucesso. Ao final de mais de uma hora dentro do veículo, ainda viu o motorista cobrar “bem mais de R$ 100” por uma corrida que, mesmo se estivesse em bandeira 2 — o que não era o caso — não daria nem R$ 30. “Reclamei e disse que não tinha como pagar tudo isso. Como ele viu que eu estava muito braba, me disse que ia fazer um desconto e cobrou R$ 85”, revela a camaronesa. Só que o (outro) problema é que a demora no táxi foi tanta que quando chegou à Sogipa, a prova já havia começado.

Para piorar a situação, Rose ainda tinha, teoricamente, uma chance de disputar a medalha no lançamento de dardo. Precisava apenas contar com a anuência das demais adversárias. “A responsável pela organização me disse que a prova já havia começado e que para eu participar, ela precisava da autorização de todas as demais atletas. Só que elas não concordaram. Fiquei de fora”, diz, sem esconder a revolta pela falta de espírito esportivo.

Abatida, a camaronesa pensou em abreviar a estada em Porto Alegre. Com passagem de volta marcada para domingo, última dia de competição, tentou antecipar a viagem, mas viu-se diante de mais problemas. O telefone celular que adquiriu na semana passada na Capital também não funcionou, o que tornou mais complicada a tarefa de entrar em contato com a companhia aérea ou quem quer que fosse para resolver a situação. Como não pôde competir, Rose torce agora para que possa receber ao menos o reembolso do valor da inscrição no Mundial e diminuir os gastos para a vinda, que ficaram acima de R$ 8 mil.

Correio do Povo

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Atualizado às 11:00, 25/10/2013

Táxis de Porto Alegre poderão ser rastreados com GPS pela EPTC

Objetivo é identificar cobranças irregulares após denúncias durante Mundial Master de Atletismo

Considerado um dos principais testes de Porto Alegre para a Copa do Mundo de 2014, o Mundial Master de Atletismo vem apresentando alguns resultados decepcionantes na Capital. A polêmica envolvendo corridas de táxis realizadas por valores exorbitantes e que, inclusive, fez uma atleta camaronesa perder a prova do lançamento de dardo, na última sexta-feira, é uma das denúncias de irregularidades.

Diante disso, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) planeja lançar um edital para implantar o serviço de rastreamento de táxis por meio de um aparelho GPS. “Até o dia 15 de novembro vamos lançar o edital do rastreamento da frota de táxis de Porto Alegre. Todos serão monitorados via GPS. E esses casos, de uma corrida que foi R$ 300 e o atleta perdeu a prova, serão monitorados. Por enquanto, isso ainda não é possível, mas nós estamos preparando todo um material para a Copa do Mundo”, reforçou o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, em entrevista à Rádio Guaíba nesta sexta-feira.

O caso da atleta camaronesa não é isolado – outros já foram vítimas da suposta extorsão durante os dias da competição. “Temos a informação de que no começo das provas, um cidadão africano pegou um táxi na Sogipa pra ir até o CETE (Centro Estadual de Treinamento Esportivo, que fica no bairro Menino Deus) e o taxista cobrou dele R$ 200. Imediatamente nós determinamos que a fiscalização da EPTC abordasse todos os táxis ao longo de seus itinerários para verificar se o taxímetro estava ligado”, informou Cappellari.

Na avaliação de Cappellari, há pouca informação e orientação aos estrangeiros. “É importante o estrangeiro ser orientado pelo hotel onde ele está hospedado. A gente soube também de um caso de um grupo de japoneses que iria para um shopping da cidade e que também houve abuso de cobrança e esses três japoneses também não anotaram nenhum dado que a gente pudesse identificar”, acrescentou.

Segundo o representante da EPTC, está difícil identificar os motoristas que inflacionam o preço das corridas de táxi pela falta de informações. “Mas que fique claro: se a gente identificar um absurdo desses, nós vamos abrir um processo de cassação da permissão. Não interessa se ele é auxiliar ou se é o próprio permissionário”, disse Cappellari. “Não vamos admitir que haja distorção de essa forma na prestação de serviço de táxi na nossa cidade”, destacou.

Cappellari ressaltou a importância de anotar dados como o prefixo do táxi, na tentativa de identificar o veículo do motorista. “Acho que houve falhas no processo da orientação. Já fizemos contato com o sindicato da rede de hotéis de Porto Alegre pra que os próprios estabelecimentos fornecessem informações sobre o funcionamento do serviço na cidade, a importância de anotar o prefixo”, relatou.

Táxi em Porto Alegre

A frota total de táxi em Porto Alegre é de 3.922 veículos – média de um carro para cada 365 habitantes – e existem aproximadamente 10,5 mil motoristas cadastrados na EPTC.

Confira horário das bandeiras e taxas adicionais:

taxisCorreio do Povo



Categorias:Criminalidade, Eventos, Mundial de Atletismo Master

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48 respostas

  1. Eu que sou do interior do RGS sou testemunha da desonestidade de muito taxistas, quando descobrem que a pessoa não conhece a cidade eles deitam e rolam em cima do fregues, com rarissimas exeções. Aliás não é só em POA, em cidades do interior isto acontece também.

  2. SOU TAXISTA A 15 ANOS E POSSO TE DIZER COM PROPRIEDADE QUE O UNICO CULPADO DISSO TUDO E´A EPTC PREFEITURA DE PORTO ALEGRE E O SR CAPELARI,QUE NAO QUALIFICA OS MOTORISTAS E NEM O TRABALHO.QUEM AUTORIZA LADRAO A TRABALHAR NAO PODE DEPOIS SE ISENTAR DA CULPA.

  3. Eu já sabia. Uma cidade que não tem o mínimo interesse em turismo só se pode esperar estes acontecimentos. Atletas de todo o mundo perambolando pela cidade sem orientação sem transporte. Atletas chegando atrasados nas provas por serem enganados por taxistas.
    Atletas querendo visitar o Mercado Público no domingo e este fechado. Atletas sendo assaltados no centro de Porto Alegre. Locais de provas atléticas sem estrutura para tal.
    Turismo ? Que turismo VERGONHISMO

  4. Depois ‘loko’ vem dizer que nós do RS somos um povo diferente do ‘Brazil’.
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    Parabéns a EPTC e a Prefeitura por não fornecer um transporte coletivo diferenciado para os locais onde os participantes iriam competir ou pelo menos fizessem uma divulgação decente aos esportistas e ou turistas sobre quais linhas pegar para cada local onde houvessem competição.
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    Olha que a Prefeitura teve a pachorra de dizer que esse evento de Master seria considerado pela mesma como uma preparação para Copa.
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    #Copa2014Piada

  5. Certa vez fui ao Rio de Janeiro saindo de ônibus de São Paulo. Peguei um taxi na Rodoviária do Rio e pedi que me levasse até a av. Barata Ribeiro, esta corrida custou mais que a passagem de ônibus São Paulo – Rio de Janeiro. Taxista é assim, podendo se aproveita do passageiro e cobra o que bem entender…é a velha Lei de Gerson….tirar vantagem em tudo….
    Agora me digam: Como mudar esta mentalidade?

  6. Infelizmente, nosso profissionais não estão preparados para receber turista! Semana passada cheguei de uma viagem a Maceió e, quando entrei no taxi, o taxista me disse que cobrava R$ 5,00 por mala, falei a ele que era o único lugar que conhecia que cobrava taxa de bagagem. Ele foi de uma grosseria comigo que realmente vi o quanto estamos despreparados para receber turistas. Isso aconteceu com taxista do aeroporto! Sendo que em outras cidades que já visitei, o turista é tratado com o maior respeito! LAMENTAVEL ISSO
    Naira

  7. sinto vergonha, temos o dever de receber bem qualquer pessoa que nao seja nativo dessa cidade seja turista ou nao, por que a primeira impressao ea que fica… definitivamente lamentavel….

  8. O evento tem transporte próprio e todos os atletas ao chegarem em Porto Alegre e se apresentaram no credenciamento, receberam todas as rotas (06 rotas que passam nos estádios em todos os hotéis) diárias com aproximadamente 20 ônibus exclusivos. O evento ainda conta com o apoio de VANS. O uso dos taxis por parte de atletas, pode se dar por vários motivos, ter se atrasado para pegar os ônibus do evento, por praticidade de estar em algum lugar que não esteja na rota dos hotéis..enfim..pode ter acontecido por N motivos, mas o evento tinha sim a estrutura exigida pela entidade internacional do atletismo e aprovada pela mesma. Todos os relatos com relação ao abuso dos taxistas, foram feitos pela organização as autoridades policiais, que trabalham em sintonia dentro do centro de operações no Cete. Mas é muito chato isso, temos que trabalhar para melhorar, sempre tem um grupinho mal intencionado que queima o filme. Porto Alegre tem condições sim de ser sede destes grandes eventos, para isto, tem que se profissionalizar, se espelhar em exemplos de cidades que criaram políticas esportivas sérias e com sucesso e seguir trabalhando, o caminho, apesar de alguns erros e despreparos, foi traçado! abraços.

    • Alexandre, obrigado pelo esclarecimento. Mas como parece que vc tem propriedade do que fala como se fosse um organizador do evento, pode se identificar para os leitores por favor? Obrigado.

    • O problema nem sempre são os organizadores, ate por que, acredito eu, nem tudo depende das organizações do evento.

      O problema, na minha opinião, é o que a prefeitura deveria oferecer não só para os atletas,mas tambem para o publico em geral (de Porto Alegre ou de fora), e a própria população de Porto Alegre, que no caso, seria o taxista fdp.

    • Olha Alexandre, hoje eu “salvei” 2 grupos dentro do Mercado Público – um da Austrália e um da Rep. Tcheca – que estavam fazendo mímica pra comprar coisas nas bancas.

      Ofereci ajuda* e eles foram tri receptivos e ainda ficaram aliviadíssimos que apareceu uma pessoa que falava inglês (!!!)
      Conversa vai conversa vem e perguntei do evento pra ter uma febre eles DETONARAM: TUDO eles reclamaram, não passou nada e numa educação fora do comum apesar de toda a falta de estrutura que eles me relataram.

      Falaram de organização das provas, (falta de)informações pra tudo, do transporte e, principalmente, tradutores. Eles chegaram a pensar que ninguém aprendia inglês aqui pra tu ter ideia e me perguntaram se eu era de fora e conhecia aqui já que eu tinha fluência!!!
      O grupo dos australianos estava pagando mais de 800 reais a diária do Sheraton porque indicaram que era o ÚNICO hotel em POA e que os outros eram só pra ”hookers”.

      * uma das recomendações para os estrangeiros, e isso os 2 grupos me disseram, era de que se chegasse uma pessoa oferecendo ajuda era pra JAMAIS aceitar.

      Enfim… morri de vergonha. E com essas dos taxistas, nem comento.

  9. Taxista nao vale o peso em merda.

  10. Concordo que, durante esses eventos, deveria haver vans ou microonibus com itinerarios proprios entre o local do evento e áreas especificas, que concentram a maioria dos hotéis.
    Os hoteis precisam se preparar mais tb. Se vão receber hospedes para grandes eventos, precisam solicitar junto a prefeitura ou por conta própria, vans ou ônibus. É inclusive uma maneira de atrair mais hóspedes.

    Agora, apesar de me irritar profundamente com o ocorrido, tenho que concordar que isso não é um mal de Porto Alegre. Em várias capitais do país e em no exterior, já passei por esses enroladores. Por isso, sempre me preparo, dando um direcionamento pro taxista, pra ele saber que, embora forasteiro, conheço o trajeto e os custos. Em Praga o cara tava pronto pra me dar o godô e eu mostrei um mapa impresso pra ele com o trajeto que eu queria fazer a caneta. Ficou mudo e emburrado. Mas gastei menos de 10 dólares num trajeto que ele me enfiaria a faca nuns 50… Em Berlim tb, enrolation do aeroporto pro hotel, mas tb consegui ser menos enrolado do que ele gostaria.

    Existe inclusive um programa na TV a cabo que mostra as cidades onde os turistas precisam se cuidar e os golpes mais comuns. Esse, do taxi, é comum em todas as cidades. No ultimo episódio que vi, o taxista de Las Vegas enrolou ele com uma volta enorme… (e também em Londres, Paris, NY…) E no Brasil, em Salvador e Rio tentaram em engambelar. Em Salvador, o motorista conseguiu.
    Enfim.. acho que o que Poa devia fazer é sair na frente e criar um sistema a prova de motoristas enroladores. Porque vão querer enrolar sempre…

  11. Eu conheço a cidade de Porto Alegre onde vivi por muitos anos, conheço as autoridades e também a mecânica da cidade, Porto Alegre não vai decepcionar o público e nem os turistas em relação ao taxista infrator, eu tiraria a placa do taxi.

  12. Outro caso foi que um taxista cobrou bandeira 4 para 4 freiras irem do aeroporto até a puc no meio da tarde. O taxista disse para elas que para 1 pessoa era bandeira 1, para duas bandeira 2… como elas estavam em 4 ele cobrou bandeira 4.

  13. Multipliquem por 100 a quantidade de relatos desse tipo quando estivermos na Copa do Mundo.

    EPTC tem que botar esse mesmo aviso da imagem em versão traduzida para o inglês.

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