Acordo permite que construtora derrube três casarões no Moinhos de Vento

Empreiteira vai restaurar e conservar os outros três imóveis da rua Luciana de Abreu

Empreiteira vai restaurar e conservar os outros três imóveis da rua Luciana de Abreu  Crédito: Paulo Nunes

Empreiteira vai restaurar e conservar os outros três imóveis da rua Luciana de Abreu Crédito: Paulo Nunes

O Ministério Público e a construtora Goldsztein firmaram, na tarde desta quarta-feira, um acordo relativo ao impasse sobre seis casarões construídos na década de 1930 na rua Luciana de Abreu, no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre. A empreiteira, que tinha intenção de demolir os imóveis para construir no local um conjunto residencial, vai poder derrubar três deles e se compromete a restaurar e conservar os outros três. Apesar de não oficialmente, o mobiliário é considerado patrimônio histórico de Porto Alegre, o que mantém o caso sob disputa judicial há cerca de dez anos.

Para poder demolir os outros três casarões, a Goldzstein também vai aplicar R$ 2 milhões para permitir a conclusão da obra de restauração da Casa Menino Jesus de Praga, que atende 42 crianças com paralisia. O Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico da Capital intermediou o acordo, que deve agora ser registrado em cartório.

As casas são um projeto do arquiteto alemão Theo Wiederspahn em parceria com Alberto Aydos. Frantz Filsinger detalhou tecnicamente o projeto. As residências foram construídas nos anos 1930. No fim de setembro, um protesto reuniu cerca de 500 pessoas em frente aos casarões pedindo a preservação do patrimônio.

Correio do Povo



Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Patrimônio Histórico

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6 respostas

  1. Não é exatamente minha opinião, mas achei interessante esse artigo:

    “Muita coisa aconteceu na última década em Porto Alegre. Se nos detivermos nas boas, que sempre parecem menos numerosas que as ruins, certamente acabaremos falando do renascimento do Moinhos de Vento como um bairro de múltiplos usos, cheio de cafés, restaurantes e lojas de rua, onde as pessoas se deslocam de um ponto a outro a pé porque há muito o que ser visto e é agradável caminhar por ali. Quando eu era criança, o único atrativo que havia na Padre Chagas era uma padaria, fornecedora oficial de pão de cachorro-quente para meus aniversários, assim como daquelas chupetas vermelhas puro açúcar, há muito desaparecidas dos caixas dos mercadinhos.

    Dizem que o porto-alegrense – e o brasileiro em geral – não dá valor para o patrimônio histórico, o que não o impede de ir a Buenos Aires, Paris, San Francisco e se maravilhar com a beleza das ruas. Pode chamar de sentimentalismo, mas nós não pegamos um avião para ver prédios envidraçados. Não fazemos turismo em Austin, Texas. Para falar a verdade, a maioria de nós tem um conceito muito parecido do que é belo e aconchegante em termos urbanísticos, e eu posso dar um exemplo sem precisar sair do Moinhos de Vento: vocês já repararam na quantidade de gente posando para fotos na praça do Dmae? Noivos, grávidas, meninas de 15 anos. Eu gostaria de saber se essas pessoas aceitariam um prédio da Goldzstein como pano de fundo.

    Quando classificamos o Moinhos de Vento como um bairro “charmoso”, o que a publicidade, inclusive a do ramo imobiliário, parece fazer o tempo todo, nós estamos falando justamente dessas construções antigas. Usar o argumento de que o bairro é agradável e pitoresco, e, ao mesmo tempo, contribuir para a descaracterização irreversível desse lugar, vai muito além da contradição: é maldade e demonstra um profundo desrespeito com a memória da cidade”

    (transcrevi o que achei mais interessante, mas quem quiser ver na íntegra, está aqui: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2013/09/carol-bensimon-as-casas-da-luciana-4268506.html )

  2. Obviamente o que importa é TODO o conjunto das casas. Não entendo porque a construtora não desiste de vez disso. Ela está um desgaste imenso e prejudicando a cidade e a sua imagem.

    • Não entende?Sério? Um baita terreno no Moinhos de Vento…pense nisso.

      • Tu tem razão: o motivo é o baita terreno.
        Mas bem que eles poderiam aproveitar as casas e fazer o prédio mais para trás.

        • Mas talvez o nanismo dos prédios portoagrenses faça necessitar ocupar uma grande área, mesmo…

          Outro dia passei lá na área do antigo Eucaliptos (M. Deus) e fiquei revoltado com o que vi: a área imensa foi quase toda ocupada por prédiculos minúsculos. Não só ocuparam todo o terreno, como os p´reoprios morados sofrerão com a falrta de privacidade em suas janelas, pois os prédios são um de frente pro outro, cara a cara. Bah, em outra cidade, aquele terrenão teria só três torres mais altas, e o terreno inteiro preservado. O que poderia até ser preenchido com verde. Aquilo virou uma COHAB DE LUXO, cheio de predículos cara a cara com o outro. E ocuparam quase todo o terreno. Isso nossos ecologistas e nossos provincianos com fobia de prédios não enchergam. Que cidade atrasada, esta.

  3. é como a história do bebê dividido no meio. Acham que vão agradar todo mundo, mas obviamente um lado perdeu completamente. Afinal, o importante ali não era o conjunto, né não?

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