Prefeitura recebe oito propostas para o metrô de Porto Alegre

Prefeitura recebe oito propostas para o metrô de Porto Alegre  Crédito: Luciano Lanes / PMPA

Prefeitura recebe oito propostas para o metrô de Porto Alegre
Crédito: Luciano Lanes / PMPA

Sete empresas (entre as quais um grupo de empresas) e uma pessoa física interessadas em realizar o projeto do metrô de Porto Alegre apresentaram os documentos de qualificação e de intenção da nova Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) nesta segunda-feira, 18. Todos tiveram que entregar a documentação referente à habilitação jurídica, projeto funcional, modelo de negócio e plano de trabalho. O prefeito José Fortunati, o secretário estadual de Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, e o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, acompanharam a sessão pública realizada no escritório do MetrôPoa. 

“O fato de termos sete empresas ou grupos e uma pessoa física interessados mostra o caráter democrático e transparente dessa PMI. E mais ainda: essa pluralidade mostra que acertamos no que diz respeito à concepção que estamos empregando, tanto técnica quanto à modelagem financeira. Ou seja, os parâmetros e critérios estabelecidos estão adequados à realidade da construção do metrô de Porto Alegre e nos possibilitam uma obra mais barata e segura”, afirmou Fortunati. O prefeito lembrou que, na PMI anterior, o projeto apresentado tinha um custo superior a R$ 9 bilhões e foram necessários ajustes para chegar ao novo modelo.

Os interessados que apresentaram propostas foram as empresas ATP Engenharia (São Paulo), CR Almeida S.A. Engenharia (Paraná), ETM Engenharia Ltda. (Rio Grande do Sul), Triunfo Participações e Investimentos (Paraná), Construtora Queiroz Galvão (Rio de Janeiro), Logistel (Portugal), o grupo Invepar/Odebrecht (Rio de Janeiro) e o engenheiro civil Paulo Affonso Soares Pereira (Rio Grande do Sul).

A documentação entregue segue para análise técnica e no dia 29 de novembro será publicada a lista com os habilitados. Depois os participantes terão 90 dias para desenvolver e entregar os projetos completos da PMI. Com base nos projetos será produzido o edital de Parceria Publico Privada (PPP), com publicação prevista para o primeiro semestre de 2014. Será feita apenas uma licitação para a obra e a operação do sistema, com prazo de concessão de 30 anos (5 anos de obras e 25 anos de operação).

O Metrô de Porto Alegre, cuja obra é estimada em R$ 4,8 bilhões, atenderá diariamente 325 mil usuários, ampliando a oferta de transporte coletivo e estimulando a redução do uso do automóvel.

Para o secretário estadual de Planejamento, a parceria entre os governos do Município e do Estado e o esforço para viabilizar a obra mostram que o projeto é uma prioridade. “Estamos dando um passo importante para incorporar Porto Alegre nessa onda de grandes obras de mobilidade e colocar a Capital novamente no grupo de cidades que fazem grandes investimentos em infraestrutura, atendendo à demanda da população. Estado e Município estão fazendo um enorme esforço financeiro para essa resposta aos moradores e aos usuários do transporte coletivo”, disse João Motta.

Proposta de Manifestação de Interesse – A nova PMI estabelece 90 dias para empresas interessadas no projeto apresentarem estudos sobre o desenvolvimento da obra, a infraestrutura e a operação do serviço. Conforme Fortunati, a prefeitura realizará essa etapa antes da licitação para garantir transparência, sustentação técnica, segurança e otimização dos recursos públicos. O documento define as diretrizes mínimas de traçado e infraestrutura do serviço, que poderão ser qualificadas e ampliadas conforme as propostas de viabilidade técnica e financeira apresentadas.

Recursos – No projeto atualizado do metrô, o governo federal destinará R$ 1,770 bilhão a fundo perdido; o investimento da prefeitura totalizará R$ 1,385 bilhão, somando R$ 690 milhões em financiamento para a execução da obra, R$ 195 milhões para as desapropriações e R$ 500 milhões em 25 parcelas de R$ 20 milhões como contraprestação do serviço durante a operação. O governo do Estado fará aporte de R$ 1,080 bilhão em financiamento, e o parceiro privado participará com R$ 1,303 bilhão.

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Traçado – O Metrô de Porto Alegre está baseado em um modelo de integração com o sistema BRT (transporte rápido de ônibus) e com o Trensurb. Para garantir a viabilidade técnica e financeira da obra, o projeto foi atualizado, otimizando o traçado e definindo estações enxutas e funcionais.

A extensão total do Metrô deve ser de 11,7 quilômetros. O traçado inclui o trecho de 10,3 quilômetros da Linha 1, da Esquina Democrática (Centro Histórico) até o Terminal Triângulo (zona Norte), onde existe a demanda concentrada de transporte coletivo, e o trecho de conexão de 1,4 quilômetro até o Complexo de Manutenção. Esse espaço será instalado em área da Rede Ferroviária, localizada no bairro Humaitá, próximo à Estação Aeroporto do Trensurb. Dando sequência ao sistema, até a Fiergs, haverá corredores exclusivos de ônibus para conexão com a Região Metropolitana.

Com tecnologia baseada em um Metrô de alimentação elétrica, o projeto prevê no mínimo 10 estações (Triângulo, Cristo Redentor, Obirici, São João, Dom Pedro II, Cairú, São Pedro, Florida, Conceição, Rua da Praia).

Método construtivo – Para evitar transtornos na mobilidade urbana durante as obras, a escavação do túnel será pelo método shield (tatuzão), com escavação profunda mecanizada.

Características do Projeto

* Integração – Integração com os diferentes meios de transporte e sistema BRT, conectados na rede metropolitana.
* Mobilidade urbana – Ligação do Centro à Zona Norte, com 10,3 km de traçado e com 10 estações no trajeto.
* Projeto estruturante – Urbanização de toda a área envolvida ao longo do trajeto do Metrô, com ciclovias, passeios, arborização e paisagismo.
* Acesso a todos – Mesma tarifa do ônibus de Porto Alegre, integrada à utilização das linhas urbanas e metropolitanas e ao Trensurb, garantindo atuais isenções.
* Conforto – Bilhetagem eletrônica, climatização nos trens e estações, acomodações confortáveis, portas automáticas, informação e infraestrutura de atendimento ao usuário.

Características técnicas

* Número de trens: 18 + 3 composições
* Total de veículos: 72 + 12 carros
* Velocidade média: 35 km/h
* Intervalo entre viagens (hora pico): 2,5 minutos
* Velocidade máxima: 80 km/h
* Demanda prevista (dia): 325.000 passageiros/dia
* Demanda potencial (hora pico): 22.000 passageiros/h/sentido
* Capacidade máxima hora pico): 43.200 passageiros/h/sentido

Critérios de seleção

* Disponibilidade – Maior disponibilidade do serviço: horário de operação e frequência.
* Eficiência – Considerando o menor tempo de viagem e as etapas do processo de deslocamento: informação, acesso ao sistema, pagamento, espera na plataforma, deslocamento, transbordo e o desembarque.
* Acessibilidade – Plena acessibilidade ao sistema: deslocamento, acesso às estações e aos serviços internos, incluindo bilhetagem, embarque, desembarque e interligação com outros modais.
* Conforto – Melhor infraestrutura de assentos, ruído, iluminação, climatização, vibração, facilidades ergonômicas, sanitários e oferta de comércio e serviços.
* Segurança – Planos de emergência, ações preventivas, dispositivos e equipamentos com o objetivo de minimizar os riscos de acidentes.
* Atendimento – Ações, estrutura física e equipamentos para interface e informação ao usuário.
* Informação – Recursos de informação dinâmica e estática, visual e sonora, nos veículos, nas estações, nos acessos, no entorno e à distância.

Atualizado às 23:17 – 18/11/2013

Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Metro Linha 2

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25 respostas

  1. Estações enxutas e funcionais

    Será que vão se nivelar por isso aqui?
    https://portoimagem.files.wordpress.com/2013/11/imagem113761.jpg?w=600&h=400

    Já to com medo

  2. A Linha 1 ja tem uma estação como o nome São Pedro, porque a Linha 2 terá que ter o mesmo nome? Por simples falta de criatividade? Poderia ser o nome do bairro. “São Geraldo”

    • É bom que mudem o nome da estação São Pedro da linha 2, isso pode dar bastante confusão para quem não está habituado à cidade.

  3. As sete empresas credenciadas para a elaboração do projeto definitivo do metrô foram a Logistel (Portugal), ATP Engenharia (São Paulo), ETM (Rio Grande do Sul), Triunfo Engenharia (Paraná), CR Almeida (Paraná), Invepar-Odebrecht (Rio de Janeiro), Queiroz Galvão (Rio de Janeiro), além do engenheiro Paulo Affonso Soares Pereira.

    Fonte: http://gaucha.clicrbs.com.br/rs/noticia-aberta/ao-todo-sete-empresas-e-uma-pessoa-fisica-manifestam-interesse-em-elaborar-o-projeto-definitivo-do-metro-de-porto-alegre-45780.html

  4. A pluralidade das propostas apresentadas mostra apenas interesse empresarial nos valores financeiros previstos. Afinal, onde se conseguir um contrato para construir um metrô de apenas 11 km por cerca de R$ 4,8 bilhões?

    Obra mais segura e barata? Mesmo que o terreno após a FIERGS fosse um aterro sanitário que nem a área junto a Trensurb (cujos prédios estão sempre cedendo devido às condições do solo), o custo estimado do túnel (deve ficar cerca de 300 milhões de reais) para levar o metrô até a área de manutenção prevista certamente será bem maior que a adoção de modernas técnicas de engenharia atualmente existentes para construções em áreas como as próximas a FIERGS. Se estas técnicas fossem realmente necessárias.

    Mas, como parece que a engenharia gaúcha e brasileira não deve ser qualificada para tal, a decisão política mais uma vez supera a decisão técnica-financeira. Ou vamos esquecer que num futuro próximo haverá o “pacotão” Metrô+Trensurb e um terminal junto à FIERGS complicaria este acordo?

    Expansão para atender Alvorada, Cachoeirinha e Gravataí de que maneira, se o projeto não prevê atingir o final da Assis Brasil nem o final da Baltazar? Ônibus até o terminal Triângulo? Isto vai melhorar a situação atual dos usuários da região?

    Parece que o projeto do metrô foi convenientemente resumido a discussões de métodos construtivos e supressão de traçado, levando a população esquecer o mais importante: como estará sendo aplicado seu dinheiro.

    Onde fica o orgulho de ser gaúcho quando se é obrigado a engolir condições duvidosas determinadas pelo Governo Federal? Perdemos a bravura de pelear?

    • Bravura de que? O RS deve 40 bilhões pro governo federal. E só deve por que nos anos 80 resolvemos torrar dinheiro e deixar o legado da desgraça da dívida interminavel para as gerações seguintes pagarem. E pagaremos até 2035.

      Esse buraco todo é culpa nossa, por temos eleito os governos que nos meteram nele.

      • Em não aceitar um edital para o metrô imposto pelo governo federal com concepção extremamente onerosa. Isto está bem óbvio de ser entendido. Agora, quanto a dívida do RS, anos 80, dinheiro torrado, etc. não tem nada a ver com meu comentário. Você fez vinculações completamente desconexas.

    • Realmente tu falou uma coisa que me deixou intrigado: “pacotão” Metrô+Trensurb.

      Tinha outro comentarista aqui do Forum que já havia comentado que estavam querendo meter o Trensurb na jogada, privatizando o mesmo e deixando tudo em uma empresa só.

      É, esse pessoal é ligeiro hein!

      • Você tem razão, Alex. Este assunto é do conhecimento de muitas pessoas. Só para te dar mais informações sobre o comentário:

        Em abril/2013 os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Metroviários e Conexas do Estado do Rio Grande do Sul – Sindimetrô/ RS denunciaram ao Ministério Público a desenvoltura com que age dentro da Trensurb o seu ex-presidente, Marco Arildo, que está a serviço do grupo Invepar (Odebrecht), que também tem como sócios alguns dos mais ricos Fundos de Pensão do País, todos controlados pelo governo Dilma e pelo PT.

        Este grupo quer fazer um negócio único – metrô de superfície do Trensurb e metrô. Seria o negócio do século no RS. Se conseguir o que quer, o grupo meterá a mão num negócio de R$ 5 bilhões .

        “Toda essa ação começa pelo sucateamento da empresa como um todo (o que já está acontecendo), aumento da passagem, arrocho salarial e demissões dos funcionários de carreira, aumento nos cargos e salários de CC’s e FG’s (Partidarismo). “

        “Isto teria como resultado a própria desvalorização da estatal no caso de absorção pela PPP. O metrô POA é um projeto tocado pela prefeitura de Porto Alegre, mas o Trensurb é empresa estatal federal. Caso os dois projetos sejam unificados, seria preciso costurar um bom acordo entre os governos municipal e federal”.

        Será que os dirigentes do Sindimetro são médiuns, que previram o valor do negócio, o acordo entre Município, Estado e União e a participação do grupo referido nesta última entrega de propostas? Só não sei como ficou a denúncia ao Ministério Público.

        • Última coisa que quero é ver é a Invepar/Odebrecht tomando conta do sistema metroviário porto-alegrense, vide o P É S S I M O serviço que fazem no MetrôRio (alterar a plataforma de uma estação de lugar por causa de 3 prédios residenciais, construir uma “linha 4” como mera extensão da linha 1, ignorando o projeto da linha 1 circular, e da linha 4 até o centro do Rio, não fosse a pressão popular, ficaria por isso mesmo) e na SuperVia (sucateamento da frota, limpeza e manutenção inexistentes e panes diárias, plataformas sem cobertura,que chegam à 1m de largura em certos casos, e que sequer estão na mesma altura do trem, dependendo, o chão do trem bate no joelho de quem está na plataforma).

          Fora o belo negócio que fizeram ao comprar trens chineses, sendo que os que foram entregues ao metro rio tinham gabarito estrutural errado (precisaram reduzir o tamanho das plataformas) e os da SuperVia conseguiram a proeza de chegar enferrujados no Brasil, mesmo sendo de aço inox.

  5. Também gostaria de saber quem é essa pessoa física.

    • Certamente apenas representante de uma empresa que não quer aparecer ou de um consorcio que ainda não tem empresa resistrada.

  6. A zona sul precisa de lotações logo. Restinga-Centro só sai em 2014, assim como a linha Belém Novo. Lamentável, considerando que é algo que só requer a realização de uma licitação bem feita, com investimento público zero.

    • Porto Alegre é o atraso total. Recebo noticias urbanisticas e economicas do nordeste e há anos estão dando saltos de desevolvimento. Ficamos parados no tempo.

  7. Engraçado. Diminuíram só 4,5km do traçado e o valor caiu pela metade? Sendo que o trecho que tiraram era o menos problemático em termos de construção, pois é um ponto onde a Assis Brasil já é bem larga, sem corredor de ônibus e com menos densidade de população e prédios. Podia até ser elevado ou cut-and-cover naquele trecho. No mínimo curioso.

    • Carlos, inclusive já estava previsto ser em via elevada neste trecho. Não seria subterrâneo.
      Engraçado mesmo!

    • Justo o trecho que era mais barato. Tudo bem que um estacionamento em área alagadiça pudesse ser caro, mas uma via elevada no canteiro central de uma larga avenida seria tão caro assim? Espero que a PMI vencedora seja “boazinha” (esperança demais até), e inclua esse trecho e a “fase 2 – A”, afinal, foi dito que dariam preferencia às empresas que já apresentação planos de construir a fase 2.

    • Meu sonho seria ver uma estação na FIERGS parecida com essa do link (projeto da HypeStudio, mesma do Beira-Rio). Espero que esse dia chegue, mesmo que demore um pouco.

    • Claro que não diminuiram só 4.5 km. Diminuiram várias outras coisas como estações subterrâneas com 3 andares e paradas de onibus internas. O patio de manobas na região da fiergs não era só uma questão de preparar um terreno alagadiço, mas de construir um dique em volta para que não alagasse como o Sarandi em agosto. Não sejam ingênuos de acharem que sabem o suficiente, não é tão simples.

      • O alagamento foi provocado pelo rompimento de um dique. Não por causas naturais. E áreas existem nos dois lados da Assis Brasil. Será que as empresas que estão construindo naqueles locais são tão ingênuas a ponto de não terem avaliado as condições dos terrenos?

  8. Os custos da obra diminuíram consideravelmente, sendo que agora o metrô vai apenas até o Triângulo.

    Quanto à pessoa física ter apresentado uma proposta, muito estranho mesmo.

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