“Sou obrigado por lei a rediscutir o valor da tarifa”, diz Fortunati

Prefeito aguarda relatório do TCE e decisão sobre índice de reajuste aos rodoviários para recalcular a tarifa

A tarifa dos ônibus da Capital será rediscutida em breve Crédito: Tarsila Pereira

A tarifa dos ônibus da Capital será rediscutida em breve
Crédito: Tarsila Pereira

A tarifa dos ônibus da Capital será rediscutida em breve. A informação é do prefeito José Fortunati. Segundo ele, tão logo

os empresários do transporte coletivo decidam o percentual que darão de aumento aos rodoviários e de posse do relatório final do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que analisa o valor da passagem, Fortunati diz que será obrigado a recalcular a passagem. ” Eu sou obrigado pela Lei 8.023, de 24/7/1997, que dispõe sobre o reajuste da tarifa do sistema de transporte coletivo por ônibus de Porto Alegre, a recalcular o valor da passagem. É uma imposição legal”, declarou.

Ele relembrou que a discussão do preço da tarifa está sob análise do TCE desde dezembro de 2013. O relatório saíra no próximo dia 12 de fevereiro. O prefeito explicou que o cálculo para determinar o preço da passagem é feito com base na Lei 8.023 — a planilha do transporte coletivo — que avalia diversos itens, como carroceira, pneus, conservação da frota, e salários dos rodoviários, este item, segundo Fortunati corresponde a 45% do valor da tarifa.

Ele aproveitou para se defender das críticas de que teria dito que a greve é uma “parceria” entre rodoviários e empresários.

“O que eu disse, até como ex-sindicalista é de que trata-se de uma greve estranha, não temos piquetes nas garagens. Sabemos que historicamente estas greves sempre foram acirradas.

Prejuízos com a greve

Fortunati disse ainda que frota zero afeta afeta diretamente o direito de ir e vir do cidadão, pois trata-se de uma atividade essencial à população. E por isso, está na torcida para que as duas partes (empresários e rodoviários) possam se entender o mais rápido possível. Explicou que a Prefeitura fez tudo o que pode ao seu alcance para melhorar as condições de mobilidade tão logo a greve foi deflagrada – permitindo lotações transportarem passageiros em pé, carona solidária e entrando na Justiça do Trabalho solicitando a ampliação da frota, em horários de pico, de 30% para 70%, o que não foi acatado pelos rodoviários e que com esse pedido da Justiça acabaram optando por frota zero.

Rodoviários mantém greve

Após uma manhã inteira de paralisação e muitos transtornos à população, os rodoviários decidiram pela manutenção da greve geral até a tarde desta quinta-feira, quando está agendada uma nova rodada de negociação com as empresas. A decisão foi anunciada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Coletivo Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (STETPOA), Júlio Gamaliel, ao lado do diretor da Força Sindical, Claudio Correa. “Quem decide é a maioria dos trabalhadores. A decisão atual é de manter a greve geral”, enfatizou.

Ele também descartou a possibilidade de liberação das catracas, opção que chegou a ser cogitada. Gamaliel demonstrou preocupação uma vez que a medida poderia resultar em problemas aos trabalhadores, como demissões. Em relação à multa estipulada pela Justiça, caso os rodoviários não ampliassem a frota nos horários de pico para 70%, o presidente ressaltou que o Sindicato irá recorrer. O valor determinado foi de R$ 50 mil por dia. “A nossa preocupação no momento é com os trabalhadores e os direitos que querem nos tirar. O nosso dissídio coletivo vence na sexta-feira. Caso não haja acordo até lá, vamos à Justiça, o que prejudicará os trabalhadores”, enfatizou.

Mesmo com a sinalização de apoio do prefeito, Gamaliel não poupou críticas às declarações feitas por Fortunati obre uma possível aliança entre trabalhadores e empresas. “De certo ele (prefeito) fazia isso no sindicato dele”, disparou o representante dos rodoviários.

O diretor da Força Sindical também criticou a decisão da Prefeitura de liberar a viagem das lotações acima da capacidade ideal. “É uma irresponsabilidade. Os passageiros não têm segurança para viajar nestas condições. Isso é contra a lei”, destacou Correa.

Correio do Povo



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9 respostas

  1. Porto ALegre só tem um plano de transporte, ônibus e o pior em linhas mal pensadas e mal distribuidas. A linhazinha do metro ou melhor falando amostra gratis é natimorta os BrT não tem definição certa de como vão funcionar. Um dos grandes problemas da capital gaucha é copiar as coisas de maneira errada ou pela metade,vide os corredores de onibus farrapos e Assis Brasil Tem tudo para trancar e nao funcionar,várias linhas superpostas locais e intermunicipais mais a bilhetagem eletronica tri que volta e meia falha ou muitos não sabem usar .Cobrador de onibus é gasto desnecessário é só educar o povo e é um custo a menos.Buenos Aires nunca teve cobrador e nem roleta é o propriomotorista que cobra ,ate Montevideo esta acabando com a figura do cobrador para diminuir custos sem falar em Paises da Europa ou dos Eua onde nao há cobrador. Qualquer atividade economica tem custo e quem paga é o consumidor final.Sem falar da péssima qualidade dos onibus.

    • Tem custo, mas atualmente é uma caixa-preta. Se uma empresa de ônibus fosse de capital aberto, nenhum louco compraria suas ações porque não se sabe ao certo o lucro que dão. Além disso, é muito fácil diminuir o lucro pagando salários generosos para altos membros da administração. Sabe, né, salário não é lucro e não entra na conta. Então, se um CC da Carris ou o filho de um dono de companhia ganha 30 mil, não é lucro. O lucro no final é um resquício de todas essas manobras fiscais.

      Na Europa não tem cobrador, mas tem fiscais que entram nos ônibus para ver quem é que validou o seu tíquete. Se não validou, é multa. É engraçado ver quando entra um fiscal no ônibus, pois uma galera corre para a maquininha para validar o seu tíquete. Daria para transformar os nossos cobradores em fiscais, não contratando mais ninguém e deixando o pessoal se aposentar até que a tecnologia supere a necessidade de ter qualquer tipo de fiscal.

      Outro problema é que temos muitas linhas fazendo os mesmos trajetos. Precisamos de terminais de conexão entre as diversas linhas. O problema é como dividir a fatia de cada empresa, mas isso tem como fazer com licitações por lotes. As empresas que oferecerem mais, obtêm as conexões mais lucrativas, e assim por diante. O que falta mesmo é uma licitação bem feita que não se baseie em nada do modelo atual.

  2. Desde 2009 existe a lei do Plano Cicloviário de POA que estabelece a aplicação de 20% das multas em ciclovias e/ou educação relativa a bicicleta.

    Mesmo tb sendo obrigado a cumprir, não cumpre. Até hoje a lei está valendo, nunca houve uma liminar ou algo parecido que diga que não precise gastar os $. Pior, a prefeitura entrou na justiça e está perdendo (é constitucional pq recurso de multa não é orçamento).

    Já falei pessoalmente até com o vice-prefeito, e os caras simplesmente não estão dando bola pra não cumprir a lei.

    Final do ano passado, e Cappellari falou com todas as letras que colocou seu cargo a disposição do prefeito caso a prefeitura continue não seguindo a lei (não quer ser processado por improbidade administrativa).

    E o prefeito o que faz ? Está tentando anular a lei com outro projeto de lei vetando o artigo.

    Cada dia cai a mascara dos corruptos.

    Como o próprio Cesar Bustato falou: “Existem leis e leis”. Se cumpre somente as leis que o “chefe” manda. No caso dos ônibus obviamente que a chefia não é o prefeito.

  3. O diretor da Força Sindical também criticou a decisão da Prefeitura de liberar a viagem das lotações acima da capacidade ideal. “É uma irresponsabilidade. Os passageiros não têm segurança para viajar nestas condições. Isso é contra a lei.”

    É o fim da picada…

    • Só é perigoso viajar de pé nas lotacoes , no ônibus é seguro… Ãhan

    • Quem diria… na no Cód. de Defesa do Consumidor (Lei 8078/90, art.14, par. 1º) consta que um serviço é defeituoso quando não fornece a segurança esperada, realmente. Mas somente se comprovada a insegurança, o dano. O diretor da Força Sindical está sendo um demagogo nessas afirmações, pois tirou da cartola que os passageiros estão sem segurança. A prefeitura, que eu saiba, liberou passageiros de pé dentro de um limite seguro. Se mais estão entrando, a culpa provavelmente é do motorista da lotação (ou da matemática defeituosa do mesmo).

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