Empresas de ônibus protocolam pedido de reajuste da tarifa sem revelar o percentual

Setor técnico da EPTC deve levar 10 dias para fazer cálculo do aumento

Crédito: Mauro Shaefer / CP

Crédito: Mauro Shaefer / CP

A Associação dos Transportadores da Capital (ATP) e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Seopa) protocolaram na tarde desta sexta-feira, na Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o pedido de reajuste da tarifa de ônibus da Capital, sem fixar o percentual de aumento. Conforme determina a lei, a solicitação pode ser feita quando ocorre a atualização da convenção coletiva de trabalho dos rodoviários, fato oficializado hoje através de acórdão publicado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT4).

No pedido de reajuste, o Seopa justifica que alguns itens de grande impacto no custo das empresas tiveram acréscimo. O óleo diesel teve um aumento de 13,25% no último ano. O custo com remuneração de mão de obra também cresceu, pois o salário dos rodoviários foi reajustado, neste ano, em 7,5%, assim como o vale-refeição, que sofreu um acréscimo de 18,75%. A entidade destaca ainda que a maior responsável pela necessidade de alteração da tarifa é a constante queda do Índice de Passageiros Pagantes por Quilômetro (IPK) que, no último ano, reduziu 2,76%.

O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, garante que o valor de aumento sugerido pelas empresas não é levado em conta pelo setor técnico do órgão, que produz as planilhas com base nos reajustes dos insumos e envia o material para o Conselho de Transporte Urbano do município (Comtu). Devido à decisão recente do Tribunal de Contas do Estado, o Comtu vai ter, pela primeira vez, uma semana para se debruçar sobre os números. Até o ano passado, o grupo tinha 24h para aprovar ou rejeitar os dados.

Já o setor técnico da EPTC, que deve começar a produzir na segunda-feira as planilhas que definem o reajuste da tarifa, espera fazer os cálculos em cerca de 10 dias, conforme informação de Cappellari. Com isso, a expectativa é de que o reajuste só se defina na metade de março.

Correio do Povo



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20 respostas

  1. Gostaria de saber se o custo com folha de pagamento na área administrativa entra no custo administrativo ou nos gastos com pessoal.

  2. Em várias cidades, algumas até do RS, este ano não haverá aumento da passagem do transporte público. Pq aqui vai aumentar?

    • Tu quer um congelamento de preços por decreto, fazendo com que o preço da passagem não tenha nenhuma relação com a realidade?

      É infantil simplesmente querer que a passagem não suba. O que se pode querer é que os custos sejam revistos ou que melhorias de processos que gerem economias sejam feitas. O TCU já auditou os custos e já deu seu parecer final, então acho que não há nada mais a externalizar juridicamente.

  3. Como diminuir o IPK e aumentar a passagem fazendo zigue-zague:
    Entre no site http://www.poatransporte.com.br/ e olhe o itinerário das seguintes linhas:

    – 178 PRAIA DE BELAS
    – T9 PUC
    – 855 PROTASIO/CAIRU (Linha extremamente longa, para rodar bastante)
    – 4763 PETROPOLIS / PUC (UNIBUS)
    – 349 SÃO CAETANO
    – 2631 ORFANOTROFIO/JARDIM MEDIANEIRA
    – 187 PADRE REUS
    – 703 VILA FARRAPOS
    – 6201 IGUATEMI / ELIZABETH
    – 2861 BELEM VELHO/CRISTAL/UFRGS

    São só alguns exemplos de como deixar o IPK pequeno, aumentando a passagem.

    • O IPK está caindo por uma conjunção de fatores onde o ziguezague das linhas é apenas um componente.

      No atual sistema, com uma integração fraca (apenas o tri), se deixarem as linhas mais diretas vão ter que colocar mais ônibus no sistema. Isto vai encarecer muito a passagem. Logo está ao contrário do que vão fazer.

      As linhas fazem ziguezague para coletar o máximo de passageiros num bairro antes de seguir adiante. Esse é o modo menos confortável mas a curto prazo mais econômico e simples de operar o sistema.

      Da minha parte, acho o ziguezague absurdo e ele por si é motivo para ônibus não me servir. Mas eu estou disposto a pagar mais por um sistema coerente e confortável.

      A grande maioria quer simplesmente pagar menos, então prepare-se para mais ziguezague (onde havia duas linhas de ocupação média vão mudar para uma linha de ocupação alta, por exemplo).

      • Isso era quando se pagava cada vez que se passava pela roleta. Hoje em dia não se paga a segunda passagem. Nada em impede de haver linhas curtas alimentadoras e backbones rápidos. Isso reduz a distância percorrida reduzindo a sobreposição e aumenta o conforto simplesmente porque consegue-se deslocar mais rápido e com mais opções.

    • Pablo, tewm q botar o IPK por lina para teu raciocínio ser válido. Mas a Camorra e o Carrolari não liberam tais números .

  4. Composição da tarifa:
    Diesel e lubrificantes: 17,71%
    Pessoal operacional: 34,50%
    Pessoal de manutenção: 3,93%
    Pessoal administrativo: 4,53%
    Tributos: 5,00% (Isso caiu, não caiu?!?!)

    Fonte: EPTC, 2013

  5. Interessante que o IPK caiu… Será que é porque as obras estão atrasadas fazendo com que os ônibus precisem rodar mais fazendo desvios? Por favor, otimizem essas rotas de uma vez por todas! Só assim a passagem vai cair!

    • O IPK vem caindo ano a ano constantemente nos últimos 10 anos.

    • Quanto ao preço da tarifa, nossa tarifa atual é agora de 1,25 dólar. Comparado com outros países a tarifa não está alta. Considerando o custo Brasil, onde coisas podem até custar muito mais caro que no exterior, eu diria até que ela está abaixo do esperado. A explicação ao meu ver para a tarifa estar abaixo do esperado é o baixo nível de conforto.

      Na cidade em que eu morei na Alemanha, que era bem menor em área que Porto Alegre obviamente, onde notavasse que os bondes estavam pagos (isto é baixo investimento), e onde as linhas eram interligadas e sem ziguezague, o ticket simples custava 2 euros (ou 6 reais) e o ticket mensal custava 145 euros (435 reais). Estes valores apenas para uso na área 1 que não incluía a periferia da cidade (algo como um raio de 8km do centro).

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