O grupo gaúcho Stemac confirmou nesta sexta-feira que tirará sua fábrica do RS, levando-a para Goiás, onde a planta industrial já está em fase final de obras, com inauguração prevista para abril. Os investimentos goianos irão a R$ 170 milhões. Como atende todo o País, a produção ficará mais perto dos consumidores.
No RS, a Stemac manterá seu novo complexo logístico, que irá para Nova Santa Rita. Neste projeto, serão investidos R$ 70 milhões. Na fábrica atual, sairá um complexo administrativo. O grupo gaúcho também projeta erguer quatro torres residenciais, uma comercial e um centro de compras, tudo isto em Porto Alegre.
Informações do Políbio Braga
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Localização atual:
Vale a pena ler de novo:
- 12/07/2011 – Área da Stemac em Porto Alegre ganhará polo multiuso
- 18/05/2011 – Porto Alegre perde mais uma indústria
Categorias:Desindustrialização de Porto Alegre, Economia da cidade, Economia Estadual
Às vezes fico pensando no rumo que Porto Alegre está tomando. Penso que em uma cidade onde o setor de serviços é a base econômica, o índice de emprego seja mais estável ( pela menor suscetibilidade à crises financeiras, falências de grandes complexos fabris, e N outros fatores) e a distancia social entre as camadas sociais seja menor.
Por outro lado, todos sabem que os empregos industriais tem remuneração normalmente superior que os serviços e o impacto na economia local é normalmente positivo. Outro fator preocupante nesse aspecto é a diminuição da captação de imposto industrial, que já é sabido muito maior do que os outros, o que mingua a potencial de investimentos da cidade. Ou seja: menor captação de impostos, menor capacidade de investimentos em estrutura da cidade.
Em um cenário muito pessimista e dadas as devidas proporções na comparação, vejo Porto Alegre se aproximando perigosamente de uma tendência seguida por cidades industriais do passado, como por exemplo Detroit. Sei que pode parecer um exemplo exagerado, mas traço esse paralelo para ilustrar que uma grande cidade não consegue se manter sem que haja um equilíbrio entre os setores. Utilizando o extremo exemplo, Detroit não consegue mais pagar pela estrutura que possui e flerta constantemente com a opção de pedir falência para o governo americano ( http://www.freep.com/article/20140116/NEWS01/301160104/detroit-bankruptcy-swaps-ruling ).
Porto Alegre já não possui capital para investir nem na contrapartida do metrô, por exemplo, e pagará durante muitos anos as obras do pisa ( http://www2.portoalegre.rs.gov.br/pisa/default.php?p_secao=3 ) , o que impossibilita o caixa da cidade de fazer novos investimentos. Quase tudo na capital gaúcha tem de ser executado pelo governo federal e depende quase sempre de fatores políticos. E pra piorar esse cenário, diariamente temos notícias de grandes empresas que se vão, e boatos de outras que estão prestes a ir. O governo estadual está falido, na UTI.
Enfim, espero estar errado, mas vejo um futuro preocupante pra a cidade.
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A questão é que a maioria dos serviços orbitam em torno da indústria. Serviços de consultoria, instalação, manutenção, representação, transporte, direito, publicidade… estão fortemente ligados às indústrias. Mesmo “serviços” como medicina estão relacionados às indústrias na forma de saúde do trabalhador, planos de saúde empresariais, indústria de insumos e equipamentos médicos. A educação também nem se fala… Não é a toa que as universidades estão criando incubadoras empresariais, das quais a grande maioria são indústrias fornecedoras para outras indústrias.
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Tem duas coisas aí, industria vs serviços.
Se ao menos o RS fosse atrativo para ‘serviços’, ao menos nao sentiríamos tanto a perda.
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Por favor vamos ler direito. A noticia diz que a STEMAC vai sair do RS. Na verdade ela vai pra fábrica nova porque é mais centralizada e muito maior. O texto é bem provocativo, mas na verdade no mesmo diz:” Na fábrica atual, sairá um complexo administrativo. O grupo gaúcho também projeta erguer quatro torres residenciais, uma comercial e um centro de compras, tudo isto em Porto Alegre.”
Aquela região de Porto Alegre esta exprimida, não tem espaço pra aumentar ou ter grandes fábricas. Se a STEMAC fizer o centro administrativo, qualifica a região, e continua empregando.
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Na verdade ela iria construir, conforme notícia que já postei em 2011, a sua nova fábrica em Nova Santa Rita. Tinha até imagem da nova fábrica. Ai desistiu e vai ficar só o complexo logístico em Nova Santa Rita. Ela praticamente desistiu do RS. Pois o RS não tem política de manter os empreendimentos aqui. O que mais tem valor agregado é a fábrica… complexo logístico é secundário… é como vice-campeão…
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PRIORITY
A/C Prof Girafális e Dona Florinda .
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Ganhasse 500 milhões com a copa gerando empregos temporários pouco especializados e gastando milhões em estádios ou infraestrutura supérflua e perde-se investimento de 170 milhões que geraria emprego de profissionais altamente qualificado por décadas.
Alguém tem dúvida que estamos importando mão de obra desqualificada para construção civil e expulsando mao de obra qualificada para outros estados?
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Pelo contrário, acho que Porto Alegre está atraindo mais mão-de-obra qualificada, ao mesmo tempo em que perde essas fabriquetas e a mão-de-obra pouco qualificada. A tendência é que essas fábricas de dentro da cidade se mudem para outros lugares com maior espaço físico e mais baratos à medida que aquela região se valorize. Não acho que isso seja ruim, pelo contrário.
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Fabriquetas???? Tu sabe o que é a Stemac?
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Atraindo mão de obra qualificada para trabalhar aonde? Em shopping?
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