
Mais de 20 bairros das regiões Eixo Baltazar, Leste, Nordeste, Noroeste e Norte serão atingidos Foto: Ocimar Pereira/PMPA
Iniciada em setembro do ano passado, a restrição de circulação de carroças e carrinhos em Porto Alegre entrará em uma nova etapa a partir da próxima terça-feira, 1º de abril. Na data, será implantada a restrição na chamada zona 2, que abrange as regiões administrativas Eixo Baltazar, Leste, Nordeste, Noroeste e Norte (veja os bairros abaixo). Em contrapartida à proibição de circulação desses veículos nas regiões, a prefeitura está incrementando as ações do Todos Somos Porto Alegre – Programa de Inclusão Produtiva na Reciclagem na área da zona 2. A restrição está prevista na Lei 3.581/08, que determina a retirada dos veículos de tração animal e de tração humana do trânsito da cidade até junho de 2015.
O Todos Somos Porto Alegre é desenvolvido com o objetivo de possibilitar inserção profissional a condutores de carroças e carrinhos. Hoje, mais de 1,7 mil carroceiros e carrinheiros estão cadastrados no programa, que oferece cursos de formação profissional e encaminhamento para vagas de trabalho. Ao se inscrever nos cursos, os trabalhadores têm a possibilidade de receber bolsa de estudo no valor de um salário mínimo – R$ 724,00 por mês –, cesta básica mensal e vale-transporte. A carga horária da qualificação é de quatro horas diárias, com duração média de três meses.
Também está previsto o pagamento de indenização para carroça e carrinho entregues ao programa. Para carroças, a indenização é de R$ 1,5 mil. Para carrinhos, R$ 200,00. O programa prevê ainda reformas e construção de seis unidades de triagem.
O Todos Somos Porto Alegre é liderado pela Prefeitura de Porto Alegre, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Braskem, Bunge e Celulose Riograndense. A Lei nº 3.581/08, de autoria do então vereador Sebastião Melo, começou a ser aplicada no dia 1º de setembro de 2013, nas regiões Centro-Sul, Cristal, Cruzeiro, Glória, Lomba do Pinheiro, Partenon e Sul.
Veja os bairros da zona 2:
- Região Noroeste: Boa Vista, Cristo Redentor, Higienópolis, Jardim Itu, Jardim Lindóia, Jardim São Pedro, Passo D’Areia, Santa Maria Goretti, São João, São Sebastião, Vila Floresta e Vila Ipiranga
- Região Leste: Bom Jesus, Chácara das Pedras, Jardim Carvalho, Jardim do Salso, Jardim Sabará, Morro Santana, Três Figueiras e Vila Jardim
- Região Norte: Sarandi
- Região Nordeste: Mário Quintana
- Região Eixo Baltazar: Passo das Pedras e Rubem Berta
Categorias:Carroças e Catadores
Bom para os animais, para o transito, para a cidade, e acredito que para os carroceiros também.
Só acho que 3 meses não é suficiente para qualificar alguém nem para garçom de boteco de gambá
Olha, 3 meses é sim tempo suficiente para qualificar um garçom. Ou tu acha que boteco da treinamento pra garçom de 2 anos? O nível de proficiência de boa parte dos trabalhadores desenhasse é compatível com 3 meses de treinamento. Na duvida, é só olhar a duração dos cursos da senac.
Nisso tu supões que a maioria dos carroceiros atende aos pré-requisitos para acompanhar o curso, como alfabetização, conhecimentos gerais, etc. Na definição clássica, o analfabeto funcional possui mais de 15 anos e até 4 anos de escolaridade.
Depois foram propostas outras métricas, considerando o contexto em que a pessoa se insere. Por exemplo, uma pessoa que se comunica e escreve com gírias pode não ser considerada plenamente alfabetizada em ambientes mais formais, mas pode ser considerada plenamente alfabetizada se é capaz de interpretar e produzir textos em sua comunidade.
Essas pessoas que trabalham em carroças e carrinhos de tração humana coletando lixo seco não lidam com o público, então o padrão de linguagem deles pode estar muito atrelado à sua comunidade, embora possam ser considerados alfabetizados. Os textos técnicos provavelmente estarão escritos na norma culta. Por isso, acho que esse treinamento deveria ser mais amplo, transmitindo noções da norma culta, de matemática e informática. Uns 2 anos de bolsa de estudos para dar um up real na carreira dessa população eu creio que represente um custo muito baixo para a sociedade.
Não basta dar-lhes um curso qualquer, é preciso torná-los competitivos para que não retornem à informalidade.