Tenho normalmente enorme dificuldade para concordar com as opiniões da editora de Política do jornal Zero Hora, mas desta vez a jornalista Rosane Oliveira está coberta de razão ao fustigar de modo devastador a situação de degradação da zona mais central de Porto Alegre. Não é possível imaginar como é que o prefeito José Fortunati convive com lixo acumulado até na quadra da esquina democrática, calçadas esburacadas e desalinhadas, piso irregular e imundo da rua da Praia, sujeira por todos os poros, lixeiras desbotadas e imundas, falta de iluminação, pontos de ônibus desleixados, praças mal cuidadas e região despoliciada. Afinal de contas, o prefeito mora na Praça da Matriz. O caso não pode ser apenas de preguiça, mas parece mais de incompetência atávica.
Leia a nota de Rosane:
Com lixo pelas ruas, obras inacabadas, calçadas deterioradas, paredes e muros repletos de pichações e mendigos dormindo nas praças. É assim, sem maquiagem, que os turistas que vierem assistir aos jogos da Copa encontrarão Porto Alegre. Não há tempo nem dinheiro para deixar a cidade com a cara de quem está pronta para receber visitas. E não se consegue mudar do dia para a noite os hábitos de uma população acostumada a jogar lixo no chão ou nos arroios, apesar de estar em vigor a lei que pune os infratores com multa.
O vice-prefeito Sebastião Melo foi muito sincero, ontem, numa entrevista ao Gaúcha Atualidade. Disse o que a prefeitura está fazendo, mas não tentou tapar o sol com a peneira ao falar dos problemas. Reconheceu que Porto Alegre tem mais de mil adultos vivendo nas ruas e que não há como obrigar essas pessoas a irem para os abrigos.
– Não vamos esconder os mendigos durante a Copa – garantiu Melo.
Uma das áreas mais movimentadas da Capital, a Rua da Praia, será vista pelos visitantes do jeito que está, com o calçadão cheio de remendos. A Associação de Bancos doou para a prefeitura um projeto de revitalização, como compensação pelos estragos provocados pelo peso dos carros-fortes que circulam pelo Centro, mas o governo não tem os R$ 5 milhões necessários para executar a obra.
Não é apenas o reparo do calçadão que precisa ser feito, mas também a substituição de cabos e redes subterrâneas.
Apesar dos problemas estruturais e dos circunstanciais, Melo acredita que os turistas não irão se decepcionar. O vice-prefeito diz que a cidade está preparada para receber os visitantes e destaca a hospitalidade dos porto-alegrenses como um dos pontos positivos da Capital.
CLIQUE AQUI para ler outra queixa de Rosane, intitulada “Senti vergonha da minha cidade”, no mesmo tom.
Jornalista Políbio Braga, com matéria da Rosane de Oliveira, ZH
Categorias:Abandono, Arquitetura | Urbanismo, Pichação
BALAUSTRADA
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Vocês já viram o estado da balautrada da praça Dom Feliciano, na face que dá frente para a avenida Annes Dias, e a Santa Casa de Misericórdia? Simplesmente, o muro histórico e arquitetonicamente valioso um belo dia desabou, e em seu lugar colocaram um pedaço de ferro, um corrimão (que já está torto, e mesmo que não estivesse, é horroroso!), um remendo que liquida com o valor turístico do local.
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Pessoal, estamos registrando recordes históricos de visitas no Blog nos últimos 2 dias …. mais de 30 mil visitas cada dia !!!!
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Parabéns! Interessante que está acontecendo recordes de visitas, entretanto houve períodos com muito mais comentários. Parece que as coisas não são muito relacionadas.
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Olha que interessante, o buraco tem a forma do mapa do Brasil
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Moro no Centro mas admito que vou raramente no quadrante Mercado-Rodoviária-Mauá-Salgado por pena de mim mesmo, porque sei que fico arrasado e depressivo sempre que passo por lá. E até o início dessa administração da prefeitura eu dizia que o Centro estava em sua melhor fase em muitos anos (a retirada dos camelôs ainda era recente, vários prédios históricos estavam restaurados, o mercado e seus cafés começaram a ser frequentados por classes mais altas, o comércio subiu de nível, a mídia noticiava o ressurgimento do Centro como protagonista na cidade e, principalmente, tínhamos uma enorme quantidade de projetos de revitalização – o cais, o esqueleto, a rua da Praia, podem olhar nos arquivos do blog, todos tinham projetos de revitalização). Depois vieram as obras da Copa (nenhuma visando o turismo – apenas obras viárias absolutamente discutíveis), os protestos (a pichação estava diminuindo, com os protestos voltou com tudo, idem o vandalismo), as pouquíssimas obras decepcionantes (reforma do Glênio Peres, Praça da Alfândega, absurdo da Andrade Neves que não gosto nem de lembrar…), incêndio do Mercado, a demora-quase-desistência de obras como a do esqueleto, o cais engatinhando, a Copa com 0% de melhoria no turismo etc. Enfim, aos poucos parece que foram desistindo do Centro. As únicas coisas que destaco como positivas nos últimos anos são a pintura de edifícios (só falta o mercado!!!!) e a diminuição das sujeiras nas ruas.
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O centro ja foi muito pior, na decada de 80 era um lixo. A Voluntarios era um camelodromo, os terminais de onibus caiam literalmente aos pedaços, o Mercado Publico era horrivel, ate linguiça com rato vendiam naquela imundicie. Tem muito que melhorar, mas o Centro, assim como toda cidade deu uma boa revigorada nos ultimos 20 anos.
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Pô, a parte residencial do Centro continua muito charmosa. Gostaria muito de morar perto da Igreja das Dores.
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Mesmo assim os portoalegrenses se acham superiores ao resto do Brasil.
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o que falta?
MANUTENÇÃO
FISCALIZAÇÃO
PUNIÇÃO
e tudo entra nos eixos direitinho….
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Não digo que as coisas estejam boas para o centro, mas pelos comentarios parece até que ja foi melhor.
Quer dizer, ja foi sim melhor, mas isso deve fazer no minimo uns 40 anos, por que desde que me conheço por gente (não sou muito velho, mas 25 anos ja é algo) o centro melhorou muito.
Mas concordo que falta pegar pesado, fiscalizar, multar, manter e criar regras com uma boa fiscalização, mas é muito provavel que vai ter xororo por isso, e Porto Alegre com algum prefeito com orgulho das bolas que tem pra encarar esse povo chorão? Faz no minimo uns 30 ou 40 anos que não tem.
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aquela história de Viva o Centro já era desde o segundo mandato do Fogaça. Uma pena.
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Os caros amigos que me perdõem, mas é incompetência MESMO. Vejamos: Quantas x vc vem ao Centro e porquê? Bem pra vc não faz diferença, mas pra nós que moramos, trabalhamos e vivemos no Centro, SIM. Conviver 365 dias com esta IMUNDÍCIE é dose, basta olhar para o Prédio da Prefeitura, o novo, olha só pra ele e vc verá porque Porto Alegre é essa COISA. Prefeito e Vice vivem só de promessas, basta olhar pro MERCADO e outros monumentos públicos que se tem a noção de cuidados. BA L E L A.
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A preocupação da prefeitura não é para que se visite o centro ou se conviva no centro.
A preocupação da prefeitura é encontrar formas para que se possa sair do centro o mais rápido possível. Isso fica claro através das obras como o viadutos na frente da rodoviária, alargamento da Voluntários ou autoestrada na frente do Gasômetro.
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É que o centro é pra turista ver, não pro porto alegrense que paga impostos, que vai trabalhar, e que precisa ficar preso no transito na hora de voltar pra casa.
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E isso se faz deixando o centro podre e ajudando todo mundo, inclusive o turista, sair rápido do centro?
Veja que o viaduto na frente da rodoviária só serve para sair do centro, não para chegar.
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Estou formulando uma nova teoria… a de que é possível medir o grau de desenvolvimento dos povos pela qualidade das calçadas.
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Eu tinha uma parecida, mas com base nos meio fios. Já notaram como a maioria dos nossos cordões de rua são finos, tortos, quebradiços, mal polidos, mal posicionados…
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Em muitos lugares isso acontece porque carros e caminhões sobrem as calçadas.
Parece radicalismo, mas em muitos lugares as calçadas precisam ser protegidas dos carros. Veja abaixo
http://m.zerohora.com.br/286/porto-alegre/4488407/obstaculos-impedem-transito-de-veiculos-e-dificultam-circulacao-de-pedestres-no-bairro-auxiliadora
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Eu tenho uma outra que leva em consideração a quantidade de gruas nas cidades.
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Enrique Peñalosa costuma falar isso. Em 2012 ele veio a Poa e comentou algo parecido.
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[OFF} “Moradores e empresários se unem para revigorar o bairro Floresta”
http://zh.clicrbs.com.br/rs/porto-alegre/noticia/2014/05/moradores-e-empresarios-se-unem-para-revigorar-o-bairro-floresta-4506076.html
Se fosse esperar pela prefeitura….
Cada dia mais eu me convenço que o governo é algo praticamente dispensável.
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Acho que a prefeitura vai autuar os moradores e empresários por melhorar o bairro sem autorização.
A prefeitura fez isso com os decalques de ônibus e as placas que orientam os pedestres.
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Isso é irritação gratuita causada pelo Poder Público… o que ele deve fazer não faz, e quando alguém mais faz na boa vontade, AÍ SIM o Capellari da vida tem tempo e pessoal para agir… e então o Poder Público vai lá e desfaz algo de bom e construtivo… mas iniciativa para melhorar, nada…
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Sobre o governo ser dispensável, lembrei desse Família da Pesada https://www.youtube.com/watch?v=hIoyCNvTZD4
O final é a melhor parte (a partir dos 03:50).
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É mais do que preguiça. A prefeitura não tem capacidade de proibir o tráfego de veículos pesados (os carros-forte modernos são mais pesados que os antigos), notaram que tem uma “trilha” de lajes rachadas?
Pois é, o resultado é esse. Para variar, incapacidade de dar manutenção e de fiscalizar.
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O problema não são os moradores de rua. Em Roma ou Florença há centenas deles, mas as cidades continuam bonitas porque a arquitetura, as calçadas e o mobiliário urbano estão bem conservados. A prefeitura não sabe cobrar de quem deve e no final a conta vem para a população que pouco tem a ver com o estado degradante do centro.
Por exemplo, o calçadão da Andradas é bombardeado diariamente com carros-fortes pesados. A cada ano, a nossa “querida” Feira do Livro (para mim nem precisava existir, pois só vende livro do mainstream encontrado em qualquer Saraiva da vida) degrada um pouco da recém-reformada praça da Alfândega. Aquelas “estruturas temporárias” ficam enterradas no solo e bagunçam o pavimento de pedras portuguesas.
Também inexplicável é o estado do viaduto Otávio Rocha. Ano passado, reformaram parte do ladrilho, na esquina da Jerônimo com a Borges. Foram uns quatro metro quadrados, apenas naquela parte onde tem um vendedor de cachorro-quente. Será que foi ele quem patrocinou essa grande restauração?
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Mas quem falou em morador de rua? Não entendi…
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Na nota da Rosane de Oliveira…
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