Sem propostas, Fortunati anuncia mudanças para novo edital do transporte público

Prefeitura tentará atrair participação de pequenas empresas na licitação

Prefeito José Fortunati na Entrega dos envelopes da licitação de ônibus Local: auditório da EPTC Na foto: Dir. Pres. Eptc, Vanderlei Capellari Foto: Cristine Rochol/PMPA

Prefeito José Fortunati na Entrega dos envelopes da licitação de ônibus Local: auditório da EPTC
Na foto: Dir. Pres. Eptc, Vanderlei Capellari Foto: Cristine Rochol/PMPA

O novo edital lançado da prefeitura de Porto Alegre para o transporte público não recebeu proposta de nenhuma empresa nesta segunda-feira. A falta de interessados na concessão não causa surpresas já que na semana passada as 12 empresas permissionárias do atual sistema anunciaram que não iriam apresentar propostas no processo licitatório.

A prefeitura já tinha na manga uma carta para resolver logo o problema caso a segunda tentativa de licitação do transporte público falhasse. Cerca de 30 minutos após a abertura da sessão para entrega de propostas ser declarada deserta, o prefeito José Fortunati anunciou um Plano B. “Nós poderíamos fazer o terceiro, o quarto, o décimo ou o milésimo edital, e a teríamos (a licitação) deserta. Vamos mudar o escopo da licitação”, declarou.

O novo edital, que deve ser lançado nos próximos seis meses, licitará os ônibus da Capital por linhas — não mais por bacias. Isso permitirá que pequenas e médias empresas concorram, não necessitando da formação de consórcios. “Essa formação de consórcios acaba oligopolizando o processo. Vamos abrir para que pequenas empresas possam participar”, explicou o prefeito.

Mesmo com mudança na terceira licitação, Fortunati garantiu que os ônibus da Capital seguirão com tarifa única. O prefeito revelou ainda que as linhas sem interessados serão migradas para a Carris, empresa pública de transporte de Porto Alegre.

Fortunati revelou ainda que, juntamente com o presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, irá visitar pessoalmente empresas de ônibus. “Minha função é buscar novas empresas, seja no interior do Rio Grande do Sul ou âmbito internacional”, afirmou.

Correio do Povo

Mais informações, no site da Prefeitura.



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30 respostas

  1. Aliás, essa nova licitação por linhas (e considerando as linhas atuais) não contempla em NADA o novo modelo do transporte público proposto pela prefeitura, onde haverá diminuição no número de linhas que levarão os passageiros até os terminais regionais (utópicos), de onde partirão os BRTs (outra utopia). Isso me leva a crer que toda aquele blablabla dos Portais da Cidade nunca sairá. Mera promessa de campanha.

    • Essa licitação não engessa completamente a possibilidade de reestruturação de linhas?

      • Pelo que entendi, não, pois fala-se em assumir as linhas existentes atualmente. A não ser que a prefeitura “despeje” as linhas para os interessados, e depois comece a desativar as que não serão contempladas no novo formato. Aí não sei como se faria para não prejudicar a empresa operadora das linhas extintas. Não está nada claro o futuro do modelo a ser adotado, na verdade.

    • Eu honestamente não acredito que esse sistema sairá. Depois de 11 anos falando em portais/BRT o que temos é alguns corredores repavimentados com concreto e meio corredor novo (Pe Cacique). Com paradas novinhas no estilo antigo, tubular.

      Para mim BRT em POA é pista de concreto com ônibus grande e só.

      Se tu for ver como jogada de marking faz sentido, pois já sai no Mobilize, TheCityFix, etc que POA tem “x quilômetros de BRT”, quando na verdade não tem nenhum.

  2. Preparem-se para o caos na cidade. Imaginem, o empresario X pega a linha 173, o empresario Y pega a linha 179, ambas passam algumas vezes no mesmo trajeto, exemplo padre cacique e borges, com isso o empresario Y diz para os motoristas dele “se pegarem tantos passageiros no mes, ganham um bonus no salario, e com isso esta feita a m**** na cidade. Na boa, prefeitura, desista de licitação, e faça um plano com regras a serem cumpridas, tipo uma lei, sei lá. Licitação não vai rolar.

    • E rasga a constituição dai?

    • Por isso é importante que a remuneração seja dada para o sistema como um todo, não para cada linha. Senão a barbeiragem e a ineficiência vão nos aproximar muito mais de Brasília do que de um transporte coletivo decente, de primeiro mundo.
      Querendo ou não, hoje o respeito que os motoristas tem em Porto Alegre é praticamente muito bom relativamente às outras capitais. Não que sejam respeitosos, mas percebam que poderia ser muito pior.
      Acho muito importante que a EPTC tome o cuidado devido com os efeitos colaterais de cada artigo que colocarem na licitação.

  3. Só é triste que os cobradores seguem.

  4. A ideia da licitação por linhas deixando as deficitárias para o governo é o que mais se aproxima do ideal na minha concepção. Deixa o mercado atender o máximo que conseguir, o que não puder ser atendido pelo mercado, o governo assume. Pra mim deveria ser assim com tudo.

  5. Será que é possível contrabalançar todos os custos e receitas de modo com que todas empresas consigam ter um retorno de investimento (de implantação, operação e manutenção) atrativo?
    Será que quem pegar a linha Auxiliadora não vai ser mais beneficiado que quem pegar a Otto? Consequentemente, será que os ônibus Auxiliadora não vão ser mais modernos que os Otto?
    Dado o nívle da engenharia econômica da EPTC, duvido muito que haja compensações justas.

  6. Mais informações. Uma baita novidade é que a bilhetagem vai para o poder público em vez da ATP. Finalmente! http://www.sul21.com.br/jornal/sem-propostas-para-operar-transporte-da-capital-prefeitura-abrira-licitacao-por-linhas-e-grupos/

  7. Sobre a ideia de licitarem as linhas individualmente, até que não achei ruim, não. Mas que façam um edital mais coerente. Concordo em cobrar melhorias das empresas, mas também não dá pra asfixiá-las…

    • é, o problema é que as empresas estão asfixiadas, que os empresários não teriam lucro, que a prefeitura pede demais, que os sindicatos isso, que os cobradores aquilo. O problema nunca é o cartel que quer que tudo continue como está.

      • Não falei que é o problema das empresas atuais (que lucram adoidado e não estão nem aí para os usuários). Falei que deve ser exigido um pouco menos das novas empresas contratadas, cobrando delas contrapartidas em benefício da população, naturalmente.

  8. Quem em sã consciência vai querer pegar linhas como a da Restinga?

    O pior é que não terá interessados e esta linha irá para a Carris, para endividar ainda mais ela.

    Sorte é que será outra licitação deserta.

    • Não sei quanto lucram as empresas da STS, mas na minha percepção pessoal as linhas da Restinga devem ser das mais lucrativas da Zona Sul, pois os ônibus sempre estão lotados. Duvido que alguém não queira pegar essa boquinha.

      • Tu sabe calcular o preço da tarifa?

        Tu sabe que o fator de quilômetro rodado é preponderante, certo? Agora, tu sabe a distância da Restinga ao Centro?

        Ainda acha que é a mais lucrativa?

        Aliás, as linhas da zona sul são as principais responsáveis pelo alto preço da tarifa. Basicamente, nós pagamos para os moradores de lá poderem usufruir destas linhas.

      • exatamente por isso que o sistema de transporte deve ser integrado, com linhas mais baratas / ou com mais demanda subsidiando as linhas mais caras / com menor demanda, o que possibilita uma cidade totalmente conectada. A concorrência livre e sem regulação traria um excesso de ônibus nos grandes eixos e vazio em outras áreas.

      • Calma José, ele só disse que devia ser a mais lucrativa da zona sul, não da cidade toda. O que não deve ser o correto também, a Cohab bobear rende mais.

      • José, como explicou o Felipe X, eu disse que as linhas da Restinga devem ser algumas das mais lucrativas (não a mais lucrativa, visto ter haver outras de igual peso) da Zona Sul especificamente, e duvido que não apareça empresa querendo explorar nem que seja apenas esses trajetos. Se tu tivesse citado como exemplos linha tipo Lami ou Passo da Batalha, eu concordaria contigo.

        E sobre conhecer a distância… Eu só andei de ônibus da Restinga até o Centro todos os dias durante cerca de 10 anos… Realmente, não devo fazer a menor ideia da distância entre os bairros (ironia detected)

    • Basta haver uma taxa sobre toda a passagem, semelhante aos 3% da EPTC, que vai para as linhas deficitárias.

  9. Isso já virou palhaçada. Parece que estão empurrando isso para as próximas eleições a prefeitura de Porto Alegre e não prejudicar as empresas atuais (pelo menos por enquanto). E o povão que se fod***.

    • Olha, até prefiro que empurrem para a próxima. Com essa administração tenho certeza que não vai sair nada de bom.

      • Isso, bom mesmo seria deixar para o competentíssimo PT que não teve tempo suficiente para resolver esse problema quando assumiu a prefeitura em 1989. Vamos deixar para outras gestões que certamente farão tudo o que essa não fez porque não tiveram tempo suficiente para tal, ficaram pouco tempo no poder.

      • Meu ponto é que a administração atual é incompetente, não mencionei o PT. Mas eu sei, não importa o que a administração faz, o que importa é que não é petista, então é gente boa, um cool kid.

    • Eu gostei da nova proposta. Licitação por linha e a Carris assumindo onde não houver interesse. Melhor ainda se a licitação fosse por veículo/rota. Aí o conjunto dos operadores de uma linha poderia se organizar para ter frota reserva ou coisa parecida. Quanto mais fina a granularidade do sistema, melhor:

      • Maior tolerância a falhas (quando um operador sair, é fácil outro assumir esse espaço);
      • Maior o conflito de interesses (menores as chances de estruturarem um cartel);
      • Maior distribuição de renda, mas neste caso o ideal seria que cada empresário só pudesse concorrer a um número restrito de veículos;

      Acho que é por aí. Acho que a nova proposta é a melhor já apresentada.

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