Nove meses após a Copa, obras seguem inacabadas em Porto Alegre

Prefeito José Fortunati prefere não confirmar o fim de todas as obras dentro do seu mandato

Questões judiciais envolvendo desapropriações, impasses com as empresas contratadas, imprevistos não contemplados pelos projetos técnicos são as justificativas mais recorrentes para explicar os atrasos | Foto: Mauro Schaefer

Questões judiciais envolvendo desapropriações, impasses com as empresas contratadas, imprevistos não contemplados pelos projetos técnicos são as justificativas mais recorrentes para explicar os atrasos | Foto: Mauro Schaefer

Se, para alguns, a Copa do Mundo deixou impactos positivos, para outros o legado ainda cheira a poeira, tem cor de concreto e caminhos cheios de sinalizadores de obstáculos. Das obras anunciadas, em Porto Alegre, a maior parte ainda está em andamento, passados nove meses do fim da competição. Apesar de um cronograma da Secretaria Municipal da Gestão prever a conclusão dos trabalhos entre 2015 e 2016, o prefeito José Fortunati prefere não confirmar o fim de todas as obras dentro do seu mandato.

Segundo a Gestão, juntas, as obras somam mais de R$ 520 milhões, excluindo as já executadas (complexo da rodoviária e corredores das avenidas Padre Cacique e Edvaldo Pereira Paiva). A mais recente estrutura liberada parcialmente para o trânsito foi o viaduto São Jorge (Terceira Perimetral), no cruzamento com a avenida Bento Gonçalves. Ele tem seis faixas de tráfego e custou R$ 79,4 milhões. Ainda para este semestre é aguardada a abertura das alças laterais e da estação de ônibus nesse local.

Também devem ficar prontas, em 2015, as passagens subterrâneas da Cristóvão Colombo e da Anita Garibaldi (Terceira Perimetral), apesar de essas duas obras estarem ainda enfrentando, respectivamente, ação na Justiça e impasses com a empresa contratada para o serviço. Para maio, está prometida a conclusão da pavimentação dos BRTs Protásio Alves e Bento Gonçalves e, para dezembro, do BRT João Pessoa.

Para o prefeito Fortunati, em entrevista na Federasul em março, os entraves que prejudicam o andamento das construções são normais para uma “cidade real”. Ele enfatizou que a maior parte das obras não tinha ligação direta com a Copa do Mundo, mas que o momento foi usado para obter os empréstimos. “Porto Alegre foi a cidade que melhor aproveitou a Copa para buscar recursos. Temos 14 grandes obras, todas em função da Copa. Só que realizar obras desse porte, numa cidade viva, é sempre muito difícil”, disse.

Questões judiciais envolvendo desapropriações, impasses com as empresas contratadas, imprevistos não contemplados pelos projetos técnicos são as justificativas mais recorrentes para explicar os atrasos.

O secretário da Gestão, Urbano Schmitt, explica que é um “processo natural” as pendências serem resolvidas com as obras em andamento. “Se a gente tentasse resolver todos os problemas antes, os trabalhos não começariam nunca. À medida que a obra ocorre, vai se ampliando o espaço. A duplicação da avenida Tronco, por exemplo, é uma obra mais social do que propriamente de engenharia, porque envolve a realocação de centenas de famílias”, afirma o secretário.

Cíntia Marchi – Correio do Povo

Resumo das obras e previsões :

5 obras com promessa de entrega ainda este ano:
– Passagens subterrãneas na Cristóvão Colombo e Anita Garibaldi
– Pavimentação dos BRTs das avenidas Protásio Alves, João Pessoa e Bento Gonçalves

5 obras com promessa de entrega no ano que vem:
– Duplicação da avenidaTronco
– Trincheiras das avenidas Plinio Brasil Milano e Ceará
– Dois trechos do corredor da avenida Voluntários
– Prolongamento da Severo Dullius.



Categorias:Obras da Copa 2014

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13 respostas

  1. Com um secretário de obras do nível do Mauro Zacher só poderia dar em balela, suspeitas de superfaturamento e incompetência.

  2. As obras é para Copa de 2055.kkkk

  3. Era melhor ter investido esse dinheiro todo em transporte coletivo. Viaduto da Bento inaugurado há pouco e seguem os congestionamentos na região.

  4. No frigir dos ovos a copa deu mais prejuizo do que receita para Porto Alegre,no que tange a desapropiações e remoçoes a burocracia é imensa e demorada.Não sou fá do prefeito mas tenho impressão que com a equipe que tem, mais a natural lentidão e corpo mole naturais do poder publico se terminar estas obras no seu mandato esta fazendo muito.

  5. O Fortunati não conseguiu retirar as vilas Nazaré e Dick em seis anos, agora usa a falta de ampliação do Salgado Filho para esconder as tantas obras inacabadas na cidade, a Vila Nazaré que impede a implicação é só mais má delas…

    • A Vila DIQUE (e não dick) foi removida quase na sua totalidade permitindo o início imediato das obras. As casas da Vila Nazareth não estão em área da futura ampliação podendo começar as obras também de forma imediata se for por ela. Da mesma forma, já foram removidos os moradores da Vila Floresta, As obras podem começar amanhã, Quem comenta o contrário não entende de nada e provavelmente é inimigo político do prefeito, ou seja, ta nem aí pro Salgado Filho e pras suas obras de ampliação da pista e sim, somente contra o prefeito.

      • Ou respondendo curto: a obra não sai por que a infraero (governo federal) não quer.

      • Todos os entes públicos têm suas parcelas de culpa nessa história. O prefeito, quando propagandeou as obras com aquele peito emplumado, salto 13 e penas de pavão; a Prefeitura, quando demorou anos pra remover metade das vilas; a União (InfraZero e Ministério dos Transportes), que provavelmente, nunca quiseram ampliação da pista. A aeronáutica, que também começou a criar empecilhos técnicos. Agora o prefeito tira o fi-o-fó da reta, alegando que houve uma disputa de beleza entre os Poderes…só que na época pré-obras, ele ocupava os holofotes alardeando aos quatro ventos a capacidade superior da PMPA para atrair obras, mais do que as demais sedes da Copa. Agora restou-lhe sair à francesa…com o rabo no meio das pernas. Baixou a crista e enfiou as penas no __.

      • Construtoraaaaaaaas

      • Gilberto falou tudo.

        O Fortunati fez muita merda, mas na questão do aeroporto, fecho com ele 100%.

        Sobre o comentário da “sumidade” Oscar sobre os anos levados para desocupação das vilas: normal a demora, pois se trata de algo complexo, envolvendo aquisições de terrenos para realocar as famílias, não dá pra simplesmente demolir as casas e mandar o povo ir dormir na rua. O que importa é que, no fim das contas, está praticamente pronta esta parte.

  6. Foi sintomática a declaração do prefeito, não garantindo a conclusão das obras no seu mandato. Eu não duvido que algumas delas fiquem prontas após a Copa……a Copa de 2018. É Porto Alegre mais uma vez caindo na real. Antes é tudo festa, bravata, peito estufado e regozijo, mas a nossa natureza chinfrim sempre acaba revelando-se, mais cedo ou mais tarde.

  7. É bonito falar em valores como “520 milhões” e obras para melhorar o trânsito sem mencionar a escala do endividamento. Sem falar que a infra vai estar saturada muuuuito antes de reduzir a dívida.

  8. “cidade real” hahahahha

    Mas enfim, ele nunca disse para qual copa no Brasil que ia ficar pronto.

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