Reduzem acidentes e vítimas fatais com bicicletas

Diminuição no número de acidentes foi de 6,82%

EPTC realiza ações educativas para orientar ciclistas, pedestres e motoristas  Foto: Marcela Barbosa/Divulgação

EPTC realiza ações educativas para orientar ciclistas, pedestres e motoristas  Foto: Marcela Barbosa/Divulgação

Mesmo com aumento de bicicletas nas ruas da cidade, Porto Alegre comemora uma redução significativa na acidentalidade com ciclistas. Nos quatro primeiros meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2014, houve redução de 6,82% em acidentes (88 a 82) e menos 7,95% em feridos (88 a 81). Houve também a diminuição de 50% em mortes – duas em 2014 e uma em 2015. Nos últimos cinco anos, o número de acidentes reduziu em 17,82%, de 303 em 2010 contra 249 em 2014. Neste mesmo período, houve um crescimento de 800% na construção de ciclovias em Porto Alegre, passando de 3,3 km, em 2010, para 27 km no primeiro semestre de 2015. Os dados da acidentalidade são da Coordenação de Informações de Trânsito da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

Nos próximos dias serão entregues oficialmente à cidade as ciclovias da avenida Érico Veríssimo, com 550 metros, e da rua Ignês Fagundes, com dois quilômetros, no bairro Restinga. O espaço da  avenida Érico Veríssimo, já utilizado informalmente pelos ciclistas, permite uma ligação entre a Cidade Baixa / Centro e a Ciclovia da avenida Ipiranga, com deslocamento possível até a zona Sul da cidade, somando cerca de 17 km de ciclovias integradas.

Ao todo, já foram disponibilizados 2,8 km de espaços exclusivos para os deslocamentos de ciclistas na avenida Ipiranga, entre a avenida Edvaldo Pereira Paiva e a rua Silva Só. A previsão da Prefeitura, de acordo com a EPTC, é a conclusão de toda a ciclovia até o final deste ano, num total de 9,4 km. Está em fase de  construção um trecho de 1,5 km, entre a  avenida Cristiano Fischer e a rua Félix Contreiras Rodrigues, dando continuidade as obras da ciclovia da avenida Ipiranga. Os trabalhos, já em andamento, com limpeza do piso e colocação de estacas para demarcação, fazem parte de contrapartida de investimentos da empresa  Goldsztein Cyrela na cidade.

O diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari, comenta o esforço de mudança de cultura de valorização das bicicletas na cidade e comemora os avanços conquistados. “Na história de Porto Alegre, agora com 243 anos de existência, pouco havia sido feito em favor das bicicletas, de valorização dos ciclistas, na construção de espaços próprios para deslocamentos e também em garantir os direitos à circulação nas ruas para todos os segmentos, além dos deveres, que abrangem  a totalidade de condutores e pedestres. Criamos o Plano Diretor Cicloviário, com apoio da Câmara de Vereadores; evoluímos muito em pouco tempo, em projetos, em ações de fiscalização, na construção de ciclovias, em atividades de educação para o trânsito. Mas não vamos parar por aí. Temos diversos projetos em andamento e vamos avançar ainda mais nesta área, no decorrer deste ano, sempre com o envolvimento da comunidade”, destacou.

Bike Poa – No esforço da Prefeitura de mudança de cultura em valorização da circulação da bicicleta, o projeto do Bike Poa, criado em Porto Alegre em setembro de 2012, com 40 estações e 400 bikes à disposição da população, já registrou 641 mil viagens, com 146 mil pessoas cadastradas até maio de 2015. A estação da Usina do Gasômetro segue como a mais utilizada, com 30 mil bicicletas retiradas.

Com a política de incentivo à bicicleta na cidade foram instalados 22 paraciclos em locais públicos, sendo quatro na rua Uruguai (Loja Tri); seis na praça Rui Barbosa; quatro na avenida Azenha; dois na avenida Antônio de Carvalho; quatro no Terminal Triângulo; dois na avenida Nilo Wulff.  Mais paraciclos serão instalados nas ruas do bairro Belém Novo, nas sedes das secretarias da prefeitura, nos hospitais municipais, postos de saúde e UPAs. A EPTC já autorizou a instalação de 40 unidades por particulares.

Educação – As ações da EPTC fazem parte do programa Conviver Para Viver Melhor, que têm o objetivo de, na mobilidade urbana, qualificar a relação entre todos os usuários das vias. A Coordenação de Educação para Mobilidade da EPTC (Cem), preocupada com o público ciclista, exerce várias atividades para esses condutores, assim como desperta a atenção dos demais segmentos do trânsito, principalmente os mooristas de veículos automotores, em suas palestras, para a importância da utilização deste modal e suas peculiaridades.

Por meio desta coordenação, empresas de transporte coletivo recebem palestras sobre a convivência necessária entre ciclistas e condutores de ônibus, assessorando o desenvolvimento de cursos práticos e teóricos, onde o motorista profissional se coloca no lugar do ciclista, percebendo a fragilidade deste modal. A Ciupoa (Centro de Inteligência Urbana), com o projeto BiciEscola, auxilia a população que demonstra interesse em utilizar a bicicleta como meio de transporte, com aulas práticas e, em parceria a Cem, ministra aulas teóricas com orientações de segurança. Através de seu Curso de Multiplicadores de Educação para o Trânsito, a Cem ministra o Módulo Mobilidade Urbana, onde é dado o direcionamento ao público específico. Mais de mil lideranças já participaram destes treinamentos.

Abordagens – Nas ações de abordagens nas ruas, destaca-se sempre ao ciclista a necessidade de atenção no trânsito, de circulação com uma bicicleta em boas condições de uso, respeitando a sinalização e a importância de equipamentos de segurança como o uso de capacete, óculos, luvas, etc. As atividades, que incluem também a distribuição de material orientando e informando, para uma circulação com menos riscos de conflitos, acontecem em diferentes pontos, como nas proximidades das estações do Bike Poa.

Prefeitura de Porto Alegre



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5 respostas

  1. Apesar do meu irmão, e um colega terem se acidentado nesses últimos dias (a culpa não foi deles), andando de moto e carro pelas ruas, vejo uma mudança bem grande na educação dos motoristas.
    Antes o que se via era carro e ônibus tirando fininho de ciclistas, agora o que mais vejo, são os mesmos diminuindo a velocidade, dando ceta, e passando com uma boa distancia por eles.

    Claro que não são todos, mas nos últimos 2 anos, vi uma diferença significativa nessa brincadeira.

  2. Óbvio que a EPTC vai dizer que foi por causa deles. Pedalo a três anos quase todos dias e nunca fui abordado por um “educador” como esse da foto. Mas enfim, boas notícias.

    Querem saber o que acho que é o maior responsável pela diminuição? O simples fato de ter mais ciclistas na rua. Estudos comprovam que quanto mais ciclistas na rua o risco individual de sofrer acidentes diminui. Impressiona que o risco absoluto diminiu também, mas imagino que foi simplesmente pelos motoristas estarem estar se acostumando com o fato que agora há bicis na rua. Eu mesmo já notei uma diminuição no nível de agressividade de muitos.

    Agora, como qualquer com cargo político o Cappelari vai puxar a brasa para ele.

  3. Claro, diminuiu por causa das eficientes ações de educação da eptc, dos incríveis 110 metros de ciclovias inaugurados em 4 anos, e dos lindos 4 paraciclos na Uruguai. Parece até propaganda da Coreia do Norte.

  4. Na minha opinião isso e a queda em 5% no numeor de homicidios nao representam nada.
    5% sao numeros muito pequenos para serem relevantes, é uma coincidencia a mais uma a menos e um numero vira 5%.

    É claro que o melhor é que sempre diminuam esses numeros mas essa merreca nao me serve

    • Se levar em conta que, muito provavelmente o numero de ciclistas tenha aumentado nesse mesmo período, a relação ciclistas acimentes diminui mais do que os 5%.
      Seria interessante que se tivesse uma estimativa do numero médio de ciclistas, e que se fosse divulgado esses dados de acidente em uma relação de x acidentes para cada mil ciclistas, ou outra proporção parecida, assim como fazem com alguns tipos de crimes. A vantagem dessa forma de apresentar os dados, é que mesmo com uma variação no tamanho da amostra, é simples comparar a evolução desses números.

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