Ciclovias avançam, mas ainda estão longe de fazer da bicicleta alternativa de transporte

Jaqueline Silveira

Uma das mais novas ciclovias é a da Erico Veríssimo, entre a Avenida Ipiranga até a Praça Garibaldi, na Cidade Baixa|Foto: Guilherme Santos/Sul21

Uma das mais novas ciclovias é a da Erico Veríssimo, entre a Avenida Ipiranga até a Praça Garibaldi, na Cidade Baixa|Foto: Guilherme Santos/Sul21

Com o trânsito frequentemente engarrafado na Capital, cresce o número de pessoas que optam pela bicicleta para se locomover pela cidade e chegar mais rápido a compromissos. O uso desse veículo também aumentou com a construção de ciclovias em Porto Alegre. Hoje, há 27 quilômetros de espaços exclusivos para os ciclistas, contudo, as faixas ainda estão longe de serem suficientes para a utilização da bike como meio de transporte. Pelo menos essa é a avaliação da Associação  pela Mobilidade Urbana em Bicicleta – Mobicidade. Na última terça-feira (19), a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) anunciou que, em breve, serão entregues aos adeptos da bicicleta mais dois trechos de ciclovias: 550 metros na Avenida Erico Veríssimo e mais dois quilômetros na Rua Ignês Fagundes, no bairro Restinga. “A quantidade ainda é muito pequena pensando a bicicleta como transporte”, reforça o coordenador da Mobicidade, Cadu Carvalho.

O Sul21 percorreu algumas das principais ciclovias da Capital e constatou que, apesar dos avanços, há ainda muito o que melhorar nos espaços exclusivos para a circulação das bikes. A opinião também é compartilhada pelos ciclistas. O professor Dirceu Ângelo Frittoli comemora o fato de a Capital contar com mais ciclovias, entretanto lamenta os trechos curtos, como o da Avenida Erico Verissimo, que se estende da Avenida Ipiranga à Praça Garibaldi. “Hoje, fui para o lado da Azenha e não tem ciclovia. Quanto mais, melhor, mas já aumentou bastante”, afirmou o professor, enquanto cruzava a nova ciclovia da Erico.

A ciclovia da Avenida Ipiranga é elogiada por ciclistas, porém alertam que a tinta vermelha deixa a pista escorregadia em dias de chuva |Foto: Guilherme Santos/Sul21

A ciclovia da Avenida Ipiranga é elogiada por ciclistas, porém alertam que a tinta vermelha deixa a pista escorregadia em dias de chuva |Foto: Guilherme Santos/Sul21

Uma das ciclovias mais utilizadas é a da Avenida Ipiranga, localizada entre a Avenida Beira-Rio e a Rua Silva Só, e é elogiada por ciclistas. “É excelente, uma pena que não terminaram. As ciclovias estão melhorando, só que o ritmo é lento”, observa o fotógrafo freelancer  Eduardo Aigner, ao pedalar pela Ipiranga. A prefeitura retomou a obra na avenida e promete até o final deste ano concluir a ciclovia em toda a sua extensão, somando 9,4 quilômetros. Hoje, a Ipiranga tem 2,8 quilômetros.

Trechos curtos

Adepto da bicicleta para se locomover por Porto Alegre e trabalhar, o ator e bailarino Robson Lima Duarte avalia as ciclovias como “mais ou menos”. “No geral, são precárias, pequenas, a maioria delas é muito curta. Parecem mais um protótipo”, justifica ele, que usava uma das bicicletas do projeto Bike Poa. Apesar de apontar problemas nas ciclovias, ele afirmou que nos últimos cinco anos “houve um avanço e tanto”. Por usar com frequência as bicicletas do Bike Poa, Duarte percebeu que, cada vez é maior a procura pelas magrelas, o que tem dificultado encontrá-las nas estações do centro da cidade. “É sinal que as pessoas estão usando bastante”, constata o bailarino.

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Categorias:Bicicleta, Ciclofaixas, ciclovias

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7 respostas

  1. A tinta segundo o código de transito só é obrigatória em cruzamentos

  2. A ciclovia da Érico para mim é a melhor de POA no estilo de construção. Sem tinta de sabão (finalmente) não é ampla mas tem espaço adequado para os dois sentido e ali é bom de pedalar.

    Estou curioso sobre o trecho sendo refeito na IPiranga, passando pelo Marinha. Piso de concreto é algo que pode ficar muito bom.

    Sobre os problemas, seguem os conhecidos, principalmente a falta de conexão entre os trechos e os pontos de risco. No caso da Ipiranga andaram anunciando aquela “extensão” depois da PUC, totalmente lamentável, e a tantas outras seguem desconectadas como a da Chuí.

  3. Essas tintas são bizarras.
    Tanto nas ciclovias como nas ruas, já quase cai de moto por escorregar numa das faixas de uma avenida de Porto Alegre.
    Tive que investir num bom pneu pra reduzir isso, mas ainda acontece em dias de chuva.

  4. Acho que são poucos os ciclistas que elogiam a da Ipirganga. Provavelmente os que não passaram no trecho na frente da Delegacia, onde tu quase bate num poste e depois com a cabeça numa árvore, se não for atropelado por outro ciclista na contramão.

    A da Érico ficou muito boa mesmo, na sombra, tranquila e sem a tinta sabão, perfeita pro padrão brasileiro. Pena que é curta.

    • uma pena é que quase nao vale a pena usar ela, voce ingressa nela, anda uma quadra e é “jogado” na faixa da esquerda da érico

      • Acho que não tá terminada ainda, vão botar uma sinaleira ali. Aliás, fico me perguntando qual o gasto anual da prefeitura em manutenção de sinaleiras na cidade. Estes tempos vi um artigo americano que falava em quase 1000 dólares por ano por semáforo.

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