Em nota, Fiergs critica aprovação do reajuste do ICMS. Para presidente da entidade, Estado terá cenário mais crítico com a medida

Minutos após a aprovação do aumento da alíquota do ICMS, a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) emitiu uma nota criticando o tarifaço do governo do Estado. A entidade apresentou uma pesquisa na qual, conforme os dados, 91% da população se dizia contra o reajuste.

“Lamentamos que os arranjos políticos e a manobra do retorno de secretários de Estado às funções parlamentares deram a margem necessária ao governo do Estado. O Rio Grande do Sul, que já sofre os prejuízos da situação da economia nacional, agora terá o cenário estadual mais crítico”, afirmou o presidente da entidade, Heitor José Müller.

Müller alertou para as consequências do aumento e disse acreditar que haverá um êxodo de empresas do Estado. “O que o governo fará com a receita a mais de impostos? Esta é a questão. Se gastar tudo mês a mês, não terá recursos para os investimentos necessários. Então vamos travar a economia gaúcha, com desemprego, prejuízos sociais, e a redução da competitividade das empresas. O Rio Grande do Sul será um dos Estados mais caros para produzir e viver.”

O aumento de ICMS no Rio Grande do Sul ocorreu após uma longa sessão na Assembleia Legislativa. A matéria foi defendida pelo governo e foi aprovada por apenas um voto de diferença. (Via Correio do Povo)

Felipe Vieira

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A VOTAÇÃO:

Saiba como cada deputado votou no projeto de aumento do ICMS

Reajuste de alíquotas foi aprovado por 27 votos a favor e 26 contra

Veja como cada deputado votou no projeto de aumento do ICMS | Foto: Mauro Schaefer

Veja como cada deputado votou no projeto de aumento do ICMS | Foto: Mauro Schaefer

A votação que decretou o aumento de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Rio Grande do Sul terminou na madrugada desta quarta-feira. Os deputados gaúchos aprovaram o projeto do governo do Estado por 27 votos a favor e 26 contrários.

De acordo com Executivo, o projeto tem como finalidade buscar soluções para as dificuldades financeiras que afetam o Estado. O governo considera que outras fontes de financiamento do déficit, como por exemplo os saques no Caixa Único ou o uso depósitos judiciais, estão esgotadas.

Pelo projeto aprovado, o reajuste de 17% para 18% na alíquota geral do ICMS, que incide sobre todos os produtos comercializados no Estado, e de 25% para 30%, para combustíveis, energia elétrica e telecomunicações, possibilitará o ingresso de mais R$ 2 bilhões por ano nos cofres estaduais, a partir de 2016. Para votar com o governo, a bancada do PDT apresentou uma emenda, aprovada, limitando a vigência do reajuste por três anos.

Conheça o voto de cada parlamentar:

PT
Adão Villaverde (Não)
Altemir Tortelli (Não)
Edegar Pretto (Não)
Jeferson Fernandes (Não)
Luiz Fernando Mainardi (Não)
Miriam Marroni (Não)
Nelsinho Metalúrgico (Não)
Stela Farias (Não)
Tarcisio Zimmerman (Não)
Valdeci Oliveira (Não)
Zé Nunes (Não)

PMDB
Alexandre Postal (Sim)
Álvaro Boessio (Sim)
Gabriel Souza (Sim)
Gilberto Capoani (Sim)
Ibsen Pinheiro (Sim)
Tiago Simon (Sim)
Vilmar Zanchin (Sim)

PP
Adolfo Brito (Não)
Ernani Polo (Sim)
Frederico Antunes (Não)
João Fischer (Sim)
Pedro Westphalen (Sim)
Sérgio Turra (Não)
Silvana Covatti (Não)

PDT
Ciro Simoni (Sim)
Dr. Basegio (Sim)
Eduardo Loureiro (Sim)
Enio Bacci (Sim)
Gilmar Sossella (Sim)
Juliana Brizola (Sim)
Marlon Santos (Sim)
Regina Becker Fortunati (Sim)

PTB
Aloísio Classmann (Não)
Luís Augusto Lara (Não)
Marcelo Moraes (Não)
Maurício Dziedricki (Não)
Ronaldo Santini (Não)

PSDB
Adilson Troca (Sim)
Jorge Pozzobom (Não)
Pedro Pereira (Sim)
Zilá Breitenbach (Sim)

PSB
Catarina Paladini (Sim)
Elton Weber (Sim)
Liziane Bayer (Sim)

PPS
Any Ortiz (Não)

PC do B
Juliano Roso (Não)
Junior Piaia (Não)

PV
João Reinelli (Sim)

PSD
Mário Jardel (Sim)

PR
Missionário Volnei (Sim)

PSOL
Pedro Ruas (Não)

PPL
Bombeiro Bianchini (Não)

Correio do Povo



Categorias:Economia Estadual

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10 respostas

  1. Gostaria que o Sartori e a base do governo estadual tivessem realmente encarado que o estado faliu e que nada além do essencial poderia ser mantido, mas nos primeiros dias de administração já haviam sido criados centenas de milhões em despesas com aumento de deputados, do judiciário, etc. Houve um corte anual de despezas de um bilhão de reais, mas claramente não é suficiente num estado que não consegue manter a sua função básica, a segurança pública. Dito isso, 91% da população gaúcha diz reprovar o aumento do ICMS, mas não me parece ser o que as ações das opinião pública refletem. Evidentemente, o aumento de impostos devia estar desde sempre nos planos dessa equipe de governo, mas, ainda assim, quaisquer tentativas de cortes de gastos foram recebidas com o que aparentava ser uma oposição feroz do que aparentava ser também a maior parte da população. Houve comoção quando quiseram extinguir a fundação zoobotânica (incluindo a aparição, no RBS notícias, da filmagem de de uma menina de dez anos discursando na assembleia sobre a importância do meio ambiente). Meses depois, o CPERS protesta ao mesmo tempo contra o fim da previdência complementar para FUTUROS professores e contra o aumento do ICMS.

    Não dá para ter tudo. O que é possível fazer legalmente é esse tipo de coisa: cortar gastos ou aumentar impostos. Claro que TVE, Zoobotânica, IRGA individualmente são parcelas minusculas do orçamento. Somadas também dão pouca coisa. Mas é isso ou aumentar impostos. Parte enorme do orçamento atual do estado foi empenhado por governadores da ditadura (em quem ninguém votou) e hoje é gasto em juros de dívida ou previdência.

    Não que isso vá ocorrer, mas alguém sabe se haveria a possibilidade legal de cortar salários do judiciário, parar de pagar aposentadorias de ex-governadores e ex-deputados, parar de reajustar aposentadorias de ex-funcionários estaduais, etc? Eu suponho que não (por mais imoral que tudo isso seja), então só sobram a saída de corte de gastos ou aumento de impostos.

    O estado gaúcho praticamente só existe para alimentar a si mesmo e ninguém vai ajudá-lo a superar isso. É revoltante, é humilhante, mas não há muito o que fazer além do básico para tentar, pelo menos, manter o essencial (por exemplo, pagar a polícia). A população vai ter de se dar conta que não dá para se comover com qualquer corte de gasto que se vê pela frente quando o essencial é sofrível (mesmo os impostos sendo altos). É triste.

  2. Mais impostos nunca é bom, votei no Sartori, sei que a crise vem do passado (e não to falando do Tarso), inclusive tive meu salário atrasado nesse ultimo mês.
    Não sou cc nem concursado, mas sei que a situação ta bem grave, não me importo de pagar esses impostos para tentar resolver o rombo das contas do estado.

    O problema é outros que estão faz mais de 10 anos no poder, pegaram o país com a economia indo muito bem, e agora querem aumentar os impostos para resolver o problema que eles mesmos criaram.

    • Sartori foi genial quando ele aumentou os impostos antes de tentar diminuir o estado. Se ele tentasse fazer o contrário, não teria apoio nenhum. Então os funcionários públicos apoiaram o aumento de impostos, pois estavam com o seu salário em jogo. No outro dia após o aumento do ICMS o Sartori já anunciou que vai enxugar a folha.

      Há muita coisa inútil no estado… Corag ou zoológico já deveriam ter sindo privatizados a muitos anos. Que poha é o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA)? Isso me lembra Cuba com o seu Ministério do Açúcar! O estado deve se preocupar com o básico que é educação, saúde e segurança. Para esses sim não dá para falhar.

      • Tu acha mesmo que ele vai diminuir o estado? Aposto que ele não vai levar nem adiante alguma proposta pra extinguir alguma das 22 estatais/fundações gaúchas (espero estar errado). As políticas de austeridade do Sartori até agora foi pra basicamente pra manter a máquina pública saudável, pagar os aumentos de salários dos servidores que foram aprovados pelo governo anterior e assim por diante. Ele vai cortar na carne dos gaúchos, não do leviatã bombachudo. E os gaúchos são servis, escravos do estado. A única que tentou nortear o governo com responsabilidade fiscal foi a Yeda e hoje ela não se elege nem pra síndica de condomínio e só pelo fato de eu invocar ela aqui, vou ter 10 “dislike”. Porque os gaúchos não gostam disso. Gostam de almoço, transporte, saúde, educação, tudo grátis – 22 estatais não foram criadas do dia pra noite. Sartori anunciou que mesmo com aumento de imposto o estado vai ter déficit. E não, ninguém vai mexer na máquina pública pq se fizer a Zero Hora vai gerar terrorismo, como sempre faz. Se a mentalidade não mudar, o futuro do estado é ele todo se transformar na metade sul, não se iludam. Mesmo se não tivesse o fator Brasília prejudicando o estado, o RS continuaria se afundando por si só. A única solução é maior liberdade, deixar quem quer produzir e investir que faça isso, cortar burocracia, privatizar, desregulamentar, fazer as pessoas que saem investir brasil afora invistam aqui e atrair mais pessoas dispostas a construir o rio grande e não destruir ele. Mas os gaúchos (pelo menos no cenário político) não quer isso, querem viver do passado que foi palco de pessoas grandes que construíram esse estado, querem viver sobre a memória e os escombros. Esse problema não é exclusivo daqui, a banânia é tomada por colonialismo e estatismo desde que foi “descoberta”. Mas aqui é definitivamente pior. Quem quer mudar alguma coisa, leia Bastiat, Ayn Rand, Mises, Hayek, Friedman, acompanhem o canal de ideias radicais no youtube, Uma hora as ideias liberais alcançam a política, não por apreço ideológico, mas sim por necessidade, já que é a única saída pro buraco que a gente tá e continua cavando.

  3. Com todo o respeito Pablo este video é pura besteira como muita coisa que se aprende nas universidades de economia. Em primeiro lugar ninguem em sã consciencia gostaria de pagar imposto para nada.Somos obrigados a pagar impostos para manter o Leviatã,Thomas Hobbes,que nos provera de segurança contra nós mesmos.Este Leviatã é o Estado na sua forma mais ampla ele que provera as forças de seguridade,a infraestrutura,estradas,portos,aeroportos e outros onde o investidor privado não o fizer,o sistema de educação a saude a assistencia social o sistema judicial,prisional etc. .Sem a organização do Estado seria impraticavel viver ou seria a lei do mais forte. Acontece que dentro aparelho do Estado alguns mais articulados obtem o melhor pagamento por seus serviços do que outros, conseguem privilégios em lei que as torna legal e estão se lixando para os outros.Os governos são eleitos e prometem o que não podem cumprir, O Estado do Rio Grande do Sul sofre a falta de administração seria Há decadas,os impostos nos produtos em geral são altissimos,mas são recolhidos na sua integra aos cofres publicos,mesmo sendo um estado perdulário,claro que não existem compensações tributárias um verdadeiro labirinto que dá margem a sonegação e a interpretaçoes na justiça.Os Estados Unidos e a politica economica aplicada a partir da era Reagan para manter o privilégio das fortunas de determinados norte-americanos não são um bom exemplo. Não sou fã do atual e nem do governo passado,mas a impressão que me dá é que não existe muita alternativa neste momento,deve-se prestar atenção que estes deputados contra´rios ao aumento de impostos foram os mesmos que ajudaram a aumentar o custo do Estado dando um aumento de salário generoso que beneficiou principalmente quem mais recebe na segurança publica do Estado,algo irreal para a realidade que possuimos.Um trabalhador do setor privado dando um duro danado por dia , tendo que enfrentar a falta de segurança, saude,transporte publico caotico,aluguel e outras despesas,tendo que sustentar benesses que muitos servidores dos tres poderes possuem.O maior problema do Estado é a folha de pagamento e vai lá ver quem é que tá no topo e o que dá de volta para o povo pelos seus serviços.Teoria economica é como teoria politica muitas vezes é papo furado.

    • Cara, acho que você defende o aumento de impostos do Sartori ou é defensor do governo dele e acabou saindo do tema do vídeo. O vídeo trata de macroeconomia e não da microeconomia da administração estatal.

      A carga tributária é tão alta e o retorno é tão pequeno que não vale muito a pena trabalhar, já passou do ponto da corcova. Eu conheço várias pessoas que fecharam suas microempresas porque não aguentaram a carga de impostos, ou seja, trabalha-se para o governo e não se tem nada em troca, então, porque trabalhar?

      A realidade do estado é ainda mais séria do que o mostrado no vídeo, uma vez que há concorrência direta com outros estados. Se antes as empresas fechavam ou mudavam de estado, com o aumento de impostos vai ser pior ainda.

  4. Isso aqui explica muito:

    • Mas é inocência acreditar que a esquerda se preocupa com alguma coisa rs Cara, destruir é o objetivo da esquerda, não se iluda. O discurso deles é uma metralhadora de ódio infinito. Se engana quem pensa que querem fazer o bem. Já falei, são abutres que querem viver das carcaças e cadáveres deixado pelos grandes homens e mulheres do passado, enquanto atacam qualquer tipo de desenvolvimento com todas as forças. Leiam A Revolta de Atlas, assistam o canal “ideias radicais” no youtube, acessem a biblioteca do instituto Mises, tem obras ótimas e gratuitas de 80 páginas que ensinam muito.

      • Dito isso, mesmo a direita brasileira e gaúcha é estatista. Chega de estatismo, o RS e o Brasil só vão ter algum futuro quando houver uma revolução contra esse estatismo colonial que vem desde que banânia nasceu. E é uma revolução na mentalidade, a gente vive em muita burocracia, gente que tem orgulho em prejudicar os outros e combater o “lucro”, gente que enxerga os pobres quase como patrimônio histórico-cultural do país e fica combatendo as desigualdades sem se preocupar em gerar riqueza. A gente precisa de verdadeiro liberalismo, existem vários exemplos mundo afora, NÃO SOMOS VIRA-LATAS, é só importar esses modelos de liberdade que em 20 anos esse país e nosso estado mudam de cara.

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