Barreira Ecológica impede chegada de resíduos ao Guaíba

Nova estrutura deve colaborar na despoluição das águas do lago  Foto: Lucinoa Lanes / PMPA

Nova estrutura deve colaborar na despoluição das águas do lago  Foto: Luciano Lanes / PMPA

A estrutura construída próximo à foz do Dilúvio retém todo o lixo flutuante descartado indevidamente no arroio. Instalada no trecho entre as avenidas Edvaldo Pereira Paiva e Beira Rio, a barreira ecológica entrou em operação nesta segunda-feira, 28. Obra pioneira na América Latina, além de reduzir a quantidade de resíduos despejados no Guaíba, deve melhorar a qualidade da água.

A barreira ecológica foi entregue pelo prefeito José Fortunati na tarde desta segunda-feira. A estrutura atravessa o Arroio Dilúvio de um lado a outro, e é composta também por uma gaiola (armadilha), que ao ser içada traz os resíduos para a superfície. O objetivo é evitar que o lixo flutuante chegue ao Guaíba e se deposite nas suas margens, gerando poluição, contaminação e permitindo a proliferação de vetores.

O prefeito destacou a importância da barreira para melhorar a eficiência das rotinas de limpeza do Dilúvio e como coadjuvante no projeto de despoluição do Guaíba. “Cada vez que realizamos uma limpeza aqui no Arroio Dilúvio ficamos impressionados com a quantidade de lixo que é retirada. Pneus, móveis, eletrodomésticos, roupas e uma infinidade de resíduos que nem imaginamos. A barreira vai reter boa parte desse material e vai nos ajudar em outro processo, que é o de melhoria da qualidade da água do Guaíba. Com o Programa Integrado Socioambiental estamos ampliando de 27% para 80% o volume de esgoto tratado em Porto Alegre. Com mais essa obra, vamos garantir que essa água chegue ao Guaíba mais limpa e menos poluída”, afirmou Fortunati.

O diretor-geral do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais (DEP), Tarso Boelter, explicou que o objetivo é ampliar o projeto, caso a experiência se mostre eficaz, implantando barreiras em outros arroios da cidade. O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús, também ressaltou a importância da obra para conscientizar a população sobre o destino correto de cada tipo de resíduo. Também estão envolvidas na iniciativa as secretarias municipais de Meio Ambiente e de Urbanismo.

Participaram da inauguração a primeira-dama e deputada estadual, Regina Becker, o vice-prefeito, Sebastião Melo, o vice-presidente da empresa Safeweb Segurança da Informação Ltda, Luiz Carlos Zancanella Júnior, e o professor de Resíduos Sólidos e Sistema de Água e Esgoto do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Gino Gehling. A empresa e a universidade são parceiras no projeto.

A parceria – Caberá ao DEP fiscalizar a operação do equipamento e sua eficácia, verificar a coleta de entulhos e resíduos capturados pela barreira ecológica. O DMLU deverá retirar os resíduos coletados, sempre que necessário, e fazer o translado dos containêres com os materiais retirados. À Safeweb cabe a implantação do sistema, execução técnica e manutenção do serviço contratado.

Limpezas do Arroio Dilúvio – Somente em 2015 o Departamento de Esgotos Pluviais retirou 71 mil toneladas de material como lodo, areia e entulhos do leito nas ações de dragagem. A dragagem é necessária para facilitar o escoamento das águas das chuvas em direção ao Guaíba, evitando o transbordamento do córrego e alagamentos. O trabalho é feito ao longo dos quase 12 quilômetros de extensão do Dilúvio e consiste na remoção do sedimento acumulado devido à grande quantidade de despejo que os afluentes descarregam no arroio.

Em 2013, 2014 e 2015, foram retiradas 267, 200 e 65 toneladas de resíduos respectivamente, de materiais como pneus, garrafas pets, sofás, sacolas plásticas, chinelos, sapatos, carrinho de bebê, cadeiras de rodas, piscina plástica, fogão, geladeira, carcaça de computador, de televisor, de ventilador e de orelhão, embalagens longa vida, roupas, colchões, isopor, lonas, mamadeira, bicicletas, panelas, canos de PVC, vasos de plantas e até uma banheira de hidromassagem.

Ao ser içada, gaiola traz resíduos flutuantes à superfície  Foto: Luciano Lanes / PMPA

Ao ser içada, gaiola traz resíduos flutuantes à superfície  Foto: Luciano Lanes / PMPA

Sobre a Barreira Ecológica  – O projeto foi idealizado pela empresa Safeweb e implantado em caráter experimental, sem ônus para o município. O investimento foi de R$ 250 mil na obra civil. A estrutura foi instalada no curso d’água com base composta de pórtico, troller, esteira, monovia e contêiner de coleta. Junto com essa estrutura de 20 centímetros de profundidade foi implantado um novo sistema de cobertura com plantas e raízes que ajudam na limpeza da água – as chamadas ilhas flutuantes.

Os trabalhos iniciaram no dia 11 de janeiro e foram finalizados na semana passada. Após a instalação da estrutura, foram implantadas as ilhas flutuantes – um tipo de telhado vegetal que visa fazer o tratamento biológico dos resíduos. A tecnologia aplicada, da empresa Eco Telhados, usa a própria natureza (com plantas e raízes) para fazer a limpeza dos resíduos.

O projeto foi implantado em caráter experimental e terá um acompanhamento de um ano. Neste período, ele será permanentemente avaliado em termos de resolutividade, podendo vir a ser adotado como uma das práticas na recepção e coleta de lixo em arroios. A barreira ecológica deverá operar por um máximo de cinco anos, conforme acordo previsto entre a Prefeitura de Porto Alegre e a empresa Safeweb.

28/03/2016 16:17:13

Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Meio Ambiente

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3 respostas

  1. Se dependesse da prefeitura, essa barreira ainda estaria na fase dos “grupos de estudo” e “comissões de planejamento” discutindo os “desafios da gestão”.

  2. A iniciativa e’ muito bem vinda…..mas bem que poderiam ter feito essa geringonca uns 500m mais pra cima do Diluvio.
    Ali ao lado do Pq.Marinha e proximo a orla ficou com cara de vila.
    Mas tratando-se de POA, vai virar ponto turistico.

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