Bancário respondeu por 11 tentativas de homicídio ao atropelar grupo de ciclistas em 2011
O bancário Ricardo Neis, acusado de atropelar 17 ciclistas em 2011, no bairro Cidade Baixa, foi considerado culpado pelos jurados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul na noite desta quinta-feira. O juiz Maurício Ramires condenou o motorista a 12 anos e 9 meses de prisão em regime fechado. Ele poderá recorrer da sentença em liberdade.
O segundo dia de julgamento do bancário Ricardo José Neis foi marcado por um acontecimento inusitado na manhã desta quinta-feira na 1ª Vara do Júri no Foro Central da Capital. A sessão em que o réu prestava depoimento foi interrompida 30 minutos após o seu início, pois uma jurada admitiu ao juiz Maurício Ramires ter cochilado durante a fala de Neis. O magistrado determinou que o bancário contasse tudo novamente. O réu sustentou que existe uma série de mentiras, que distorceram os fatos do acidente. Neis responde por 11 tentativas de homicídio e cinco lesões corporais.
Após o depoimento do réu, ocorreram os debates entre acusação e defesa. Houve réplica e tréplica. Pelo Ministério Público atuaram os promotores de Justiça Eugênio Amorim e Lúcia Helena Callegari. Carregado de livros, que chamou de “munição”, Amorim chegou confiante ao Foro. Ele observou que os ciclistas foram “colhidos pelo carro do réu por trás, de modo violento”. Disse que o primeiro dia de julgamento foi “importante para fazer justiça”, citando como exemplo o vídeo do momento do atropelamento. “Este júri é histórico, pois julgamos o que pensamos a respeito da conduta humana”, comentou Amorim.
A defesa coube ao advogado Manoel Pedro Castanheira. No início da manhã, antes do começo da sessão, ele destacou que estava preparado para “responder à altura” as acusações contra seu cliente. Em sua defesa, Castanheira pediu aos jurados que não condenassem Neis a uma pena tá grave, como os 25 anos pedidos pelo MP. O advogado ressaltou que o bancário “sentia medo por ele e pelo filho no momento do atropelamento”. “Eu acredito na inocência dele (Neis)”.
O atropelamento ocorreu em 25 de fevereiro de 2011. Um grupo de ciclistas do movimento Massa Crítica foi atropelado pelo Golf conduzido por Neis, no bairro Cidade Baixa.
MP e defesa de Ricardo Neis vão recorrer de sentença
O bancário atropelou 17 ciclistas em 2011 no bairro Cidade Baixa
A defesa do bancário Ricardo Neis, condenado na última quinta-feira a 12 anos e nove meses de prisão pelos jurados do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul por atropelar 17 ciclistas em fevereiro de 2011, em Porto Alegre, promete recorrer da decisão. Foi o que afirmou nesta sexta-feira o advogado do condenado, Manoel Castanheira. A sentença também desagradou o Ministério Público Estadual, que da mesma forma promete tentar alterá-la na justiça. O MP pedia 25 anos de condenação.
A defesa do bancário reiterou o respeito pelo conselho de sentença que proferiu a condenação, mas adiantou que na próxima semana já deve apresentar a apelação para tentar reverter o tempo de pena.
“O que se viu no julgamento abrange, além de algumas questões que podem ser envolvidas em recurso com relação à aplicação da pena. Portanto, do número, período, de pena que ele foi condenado, como também existem algumas nulidades. E essas também vão ser abrangidas em um recurso de apelação que deve ser apresentado já no início da (próxima) semana ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul”, afirmou Castanheira.
Dos quase 13 anos de prisão, 2/5 da pena serão prestados em regime fechado, por 11 tentativas de homicídio e cinco crimes de lesão corporal. O júri popular, que começou na manhã de quarta-feira, durou cerca de 23 horas e se encerrou ontem à noite, conduzido pelo juiz Mauricio Ramires, da 1ª Vara da Capital. Neis vai poder recorrer em liberdade, mas segue mantida a suspensão do direito de dirigir. O prazo é de cinco dias para que a defesa encaminhe contestação.
O fato, que ganhou repercussão mundial, ocorreu em 25 de fevereiro de 2011, perto das 19h. Ciclistas do movimento ‘Massa Crítica’, que costuma pedalar pelas ruas de Porto Alegre divulgando a bicicleta como meio de transporte, foram atingidos pelo automóvel Golf que Ricardo Neis conduzia. Ele ficou irritado por ter a passagem bloqueada e avançou com o carro para cima dos manifestantes.
Vitória Famer / Rádio Guaíba / Correio do Povo, 25/11/2016
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Na boa? eu acho esse cara mais util a sociedade nas ruas do que em uma cadeia. Ele é bancário, tem salario, paga impostos. E pelo jeito tem a mascada, cobra uma multa do cara, GENEROSA multa e pronto. CADEIA, é CUSTO, lá ele vai apodrecer com gente que mata, rouba, estupra e etc… e olhando pro acidente… ele tava com o filho, dentro de um carro, rodeado por ciclistas batendo no carro, COM CERTEZA, TOMOU ATITUDE ERRADA. Mas quando se está com um filho, quão certo ou quão errado é? E agora? o filho vai ficar com um pai na cadeia? O estado vai ter que pagar os R$ 900 e pouco por mês que dizem que é o que custa um preso? Porque não aplicar multa? Cadeia deveria ser pra quem mata, não pra trabalhador. Trabalhador que faz merda é punido com multa proporcional ao patrimônio, não apodrecendo na cadeia gerando custo pro estado. (é a MINHA opinião)
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Não existe isso que tu está propondo. Fez, paga. Não interessa que seja engenheiro, advogado, médico, deputado…
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Que não existe é obvio, cada um imagina um modelo ideal de sociedade, esse é parte do meu. Alterar uma Lei é complicado, imagina varias
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se esse cara faz isso no transito rodeado de pessoas e podendo ser linchado, imagina o que não faz em casa quando ninguém ve kkkkk
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Atropelamento em massa com 11 acusações formais de homicídio e apenas 12 anos. Um ano por tentativa de assassinato, que só não se consumaram por sorte? É pouquíssimo.
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