Bairros do entorno do aeroporto poderão ter construções de prédios mais altos (atualizado)

ATUALIZAÇÃO:

Portaria da Aeronáutica flexibilizou a altura, que antes ficava limitada a 48 metros de altitude em Porto Alegre

Portaria da Aeronáutica flexibilizou a altura, que antes ficava limitara a 48 metros de altitude em Porto Alegre | Foto: André Ávila / CP Memória

Portaria da Aeronáutica flexibilizou a altura, que antes ficava limitara a 48 metros de altitude em Porto Alegre | Foto: André Ávila / CP Memória

Uma portaria do Comando da Aeronáutica permitirá que, a partir de 2017, 22 bairros de Porto Alegre recebam projetos de novos prédios comerciais. O documento flexibilizou a altura de edifícios no entorno do Aeroporto Salgado Filho após análises de segurança.

O embate entre a Aeronáutica e a prefeitura ocorre desde 2005. Em 2011, no entanto, foi proibida a construção de prédios com mais de 48 metros de altitude em terrenos localizados em um raio de 3,5 quilômetros das laterais da pista do aeroporto. Na prática, os prédios eram ainda menores, já que, devido à irregularidade do mapa de Porto Alegre, alguns terrenos estão bastante acima do nível do mar, inviabilizando ainda mais a construção. Em um local com 10 metros de altitude, por exemplo, o limite dos prédios era de 38 metros.

Agora, a expectativa é de que até o fim do ano os trâmites administrativos estejam concluídos. Assim, o município vai poder colocar em prática o Plano Diretor, autorizando construções de até 52 metros, independentemente da altitude. Em projetos especiais, como o do Barra Shopping, por exemplo, a altura pode ser ainda maior.

O secretário de Urbanismo, José Luís Fernandes Cogo, fala que a flexibilização da altura dos prédios deve fomentar a economia local, já que muitos dos bairros onde as construções eram inviabilizadas são áreas consideradas nobres. Nos últimos anos, diversas construções foram barradas, impedindo o crescimento dos bairros. O Mont Serrat, por exemplo, tinha restrição de 87% do espaço.

Bairros liberados:

  • Auxiliadora
  • Bela Vista
  • Boa Vista
  • Chácara das Pedras
  • Cristo Redentor
  • Floresta
  • Higienópolis
  • Jardim Itu Sabará
  • Jardim São Pedro
  • Jardim Floresta
  • Jardim Lindoia
  • Moinhos de Vento
  • Mont Serrat
  • Passo d’Areia
  • Petrópolis
  • Rio Branco
  • Rubem Berta
  • São João
  • São Sebastião
  • Três Figueiras
  • Vila Ipiranga
  • Vila Jardim

Bibiana Dihl / Rádio Guaíba / Correio do Povo

 

_____________________

Matéria postada anteriormente:

Entorno do aeroporto livre

O Comando da Aeronáutica liberou a construção de novos edifícios em mais de 20 bairros no entorno do aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, uma área nobre com boa infraestrutura, pondo fim a uma polêmica de mais de uma década, escreve o Jornal do Comércio.

O secretário municipal de Urbanismo, José Luiz Fernandes Cogo, recebeu o ofício comunicando a atualização do Plano de Zona de Proteção do aeroporto na sexta-feira (09) e comemorou a notícia.

Há cinco anos, em novembro de 2011, uma portaria do V Comar estabeleceu como 48 metros o limite do topo da altitude dos prédios em um raio de 3,5 quilômetros das laterais da pista do Salgado Filho – que está numa área de 4 metros de altitude. Como o entorno fica em uma região mais elevada, na prática, aquela decisão inviabilizou a construção de novos edifícios em parte dos bairros Auxiliadora, Boa Vista, Bela Vista, Higienópolis, Moinhos de Vento, Mont Serrat e Três Figueiras.

Affonso Ritter

 



Categorias:Outros assuntos

17 respostas

  1. Palhaçada deixar as construtoras ficarem construindo aqueles pombais em tudo que é lugar. Para a felicidade delas, agora um pouco mais altos.

  2. Permita-me discordar. De uma maneira empírica, a situação de Congonhas e do Salgado Filho são completamente diferentes. Congonhas fica situado em um platô, em uma cota bem mais alta que os arredores. Já o Salgado Filho encontra-se em uma baixada, em uma região com várias elevações. Embora a aproximação de Congonhas possa ser bastante aterradora para quem não está acostumado, todos os obstáculos estão catalogados e dentro das limitações pertinentes. Se interessar os links a seguir apresentam o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromo de Congonhas:

    Clique para acessar o portaria.pdf

    http://servicos.decea.gov.br/aga/?i=planos&view=b3b1ff8a-edf7-4650-813190a2278c53e6&pln=PBZPA
    http://servicos.decea.gov.br/aga/?i=planos&view=b3b1ff8a-edf7-4650-813190a2278c53e6&pln=PZPPNA

  3. Quando eu vejo essas coisas absurdas de limite de altura do entorno do SF eu me lembro do London City Airport em Londres, o qual está perto e em linha reta a prédios com mais de 300 metros de altura. Até nas fotos do Google dá pra ver os prédios ao fundo.

    • Já quando falam da pista única, a gente lembra do Gatwick, um dos maiores de Londres, também de apenas uma pista.

    • Já falei sobre isso aqui, mas não custa lembrar, o City tem operação restrita, apenas aeronaves e tripulações homologadas podem operar lá, portanto não pode ser usado em comparação com o Salgado Filho.
      “Only multi-engine, fixed-wing aircraft with special aircraft and aircrew certification to fly 5.5° approaches are allowed to conduct operations at London City Airport.”
      fonte: Certification requirements for London City Airport, https://www.gov.im/lib/docs/ded/aircraftRegistry/rp18certificationrequirementsfor1.pdf
      Quanto ao fato citado na reportagem, parece que a regra mudou para pior e agora mudou de novo para acomodar a construção civil. Na verdade a regra sempre foi a mesma: na falta de um Plano Específico de Proteção de Aeródromo, valem as regras genéricas previstas na Portara 957/GC3. Como agora foi confeccionado o Plano Específico de Porto Alegre ele passa a prevalecer. Cabe lembrar que o Plano Específico mantém as condições de segurança, porem adaptado às condiçcões peculiares de cada aeródromo.

  4. E aí depois vão dizer que ficou perigoso e não tem jeito, tem que construir o aeroporto em quintos-dos-infernos. A especulação imobiliária ganhou, essencialmente.

    • Não. A limitação ia muito além das divisas com o aeroporto, ia muito além de uma medida técnica de segurança. Pra ter noção, a trincheira da anita teve problemas com esse limite de altura porque o terreno por si só já era mais alto que o limite da altura (o terreno está a mais de 48 metros acima do nível do mar). Enfim, uma palhaçada, que já tava inoperante por liminar da justiça. Basicamente, essa limitação que também criava especulação imobiliária, além de alimentar o sentimento genocida dos xiitas da cidade que simplesmente não querem a presença de seres humanos nela. Tranca a construção civil da cidade, ninguém mais pode construir, onde pode os preços se tornam especuladíssimos pela demanda. Aliás, é o que ocorre com POA, RJ, e de forma geral as cidades pouco planejadas. Curitiba que possui pouquíssimas áreas irregulares (ou seja, mais terrenos passíveis de construção para serem devorados pela especulação imobiliária), os imóveis são mais baratos. É o governo quem cria a bolha de especulação. E tu sabe disso.

      • Sugerir que faria sentido usar a divisa do terreno do aeroporto como critério para as restrições de altura é ignorar completamente o tipo de riscos que um procedimento de aterrissagem envolve. Uma aterrissagem segura é totalmente contingente à segurança dos procedimentos de arremetida. Se liberássemos a altura logo após a divisa do terreno, seria impossível pousar lá com segurança. Em resumo, o aeroporto precisa sim impor restrições ao seu entorno além do seu terreno, sob o risco de se tornar inviável e se ver substituído por um aeroporto no quinto dos infernos, digo, portão – que é o plano dos amiguinhos das empreiteiras, todo mundo sabe.

        E eu não me vejo como alguém que queira impedir que mais pessoas morem na cidade. Pelo contrário, eu acho que Porto Alegre precisa de mais densidade, eu acredito que poderíamos tranquilamente ter 2 milhões de pessoas; mas pra isso acontecer, tem que ser com segurança (incluso a aeroportuária), tem que ser sustentável, tem que ter infraestrutura. Eu nunca vou concordar com uma massificação de densidade que não esteja acompanhada, por exemplo, de um eixo de transporte coletivo de média/alta capacidade (BRT/tram/metrô). Esse afã de densificar os bairros em volta do Iguatemi, nesse sentido, é completamente irracional, pois não passa por nada que se pareça com melhoria dessa infraestrutura. Temos bairros muito mais aptos à densificação na cidade – tem o São Geraldo, e o Floresta (ambos caminho do metrô), Santana (servido por Ipiranga, Bento e Princ. Isabel) – enfim, vários bairros, mas aí não é chique, aí não dá pra vender como “junto ao Iguatemi/parcão/outro-monumento-a-decadência”.

        Aliás, curioso usar Curitiba como contraponto. Curitiba é justamente a cidade com o plano diretor mais racional desse país, pois justamente limita a densidade de acordo com a distância dos eixos viários estruturais. Lá prédio grande é só nas quadras do trinário; por aqui permitimos mastodontes várias quadras pra dentro das avenidas, e depois nos perguntamos porque há tanto trânsito.

      • Tu te incomoda com não ser chique construir prédios nesses bairros? Te dói que só é chique construir no moinhos e não no são geraldo ou floresta? Fique tranquilo, que em breve também serão cobiçados, aliás, o santana já é. Por essa hipótese inclusive que o poder público tá mexendo os pauzinhos pra destruir ainda mais o quarto distrino (já viu o projeto de “revitalização” da cristóvão? tu vais amar, vão transformá-la na farrapos). Me referi a curitiba pelo plano de malhas rodoviárias e transporte que eles tem de forma a não excluir ponto algum da cidade, regularizando o tecido urbano e dando aos seus cidadãos uma rede de acesso conectada um lugar ao outro. Sem falar que lá o poder público opera pra deixar a cidade mais bonita, o que em POA é impossível pq gera especulação e empreiteras, e sabe-se lá deus os interesses dos grandes capitalistas por trás disso. POA não quer se planejar em infraestrutura pra crescer e também não admite crescer porque carece de infra, de tal forma que congelar a construção urbana da cidade parece, de uma forma doentia, racional. Tuas próprias palavras são floreios pra dizer isso, mas duma forma polida, o que importa não é a falta de infra, mas o ódio de que o moinhos é vendido com selo especulação de vida. Pois é simples, cria outro bairro maravilhoso na zona sul (espaço não falta) e pronto, rompe com essa especulação. Epa, mas não tem infra. Ora, se cria. Epa, mas não dá pra criar pra não gerar especulação. O que me leva a crer: de fato tu quer ver a cidade com 2 milhões de hab, mas obviamente 2 milhões de hab que tu julgue inferiores e mais pobre que tu, já imaginou uma leva de 500 mil hab vivendo em bairros à lá moinhos salpicados por toda a zona sul? A visão do teu inferno, aposto. O que não é exclusivo a ti, diga-se de passagem. É uma infeliz tradição da cidade.

      • Enfim, apesar do meu pessimismo e de pensar que de fato o poder público em POA há no mínimo 20 anos se resume a gabinetes que ficam discutindo como que vão enfeiurar ainda mais a cidade podando perversamente os plátanos e os jacarandás, substituindo as belas palmeiras da oswaldo aranha e joão pessoa por palmeiras medonhas que são o jerivá que estão cubanizando o que antes a cidade plantava de árvores bonitas, e como cubanizar ainda mais o quarto distrito já que realizaram o feitio no centro com aquele muro pavoroso e o mesmo na voluntário; apesar de tudo isso; que acham que plano diretor serve unicamente pra impor trocentas mil regulações e estrangular a cidade, ao invés de guiar o seu desenvolvimento; torço pra que a nova gestão mude de fato a maneira com que se enxerga POA sem o terrorismo ideológico e consiga reverter essa mentalidade que nem de longe representa a maioria da população que a habita. Por uma gestão que pare de achar que só pq é público e popular tem que ser feio jerivá style e que um grupelho de aeroporto não possa lecionar sobre a vida de 1,5 milhões de pessoas.

        • Muito bom !!! Teus comentários são sempre muito questionadores. Num bom sentido. Indispensável para o Blog!! Concordo plenamente contigo.
          Mas vou corrigir ali onde tem 1,5 milhões. Se é 1 milhão, é 1,5 milhão. Milhões é só a partir de 2 milhões.
          Abração!

    • E encher os bolos de dinheiro dos políticos seus parceiros empreiteiros.

  5. Tinha motivo técnico pra esse bloqueio? Se era arbitrário concordo que seja derrubado, porém tb não queremos que o SF vire congonhas. Alguém saberia informar?

    • tinha o motivo segurança nunca é demais

    • Libera a construção;
      Pessoas irão morar próximo;
      Pessoas irão se incomodar com o barulho;
      Aprova-se a construção de um novo aeroporto na PQP;
      Políticos e empreiteiras ganham um monte de $ e o população q se f., pois o que a população quer é segurança, educação e transporte de qualidade.

Faça seu comentário aqui: