Marchezan propõe fim dos cobradores de ônibus e da segunda passagem grátis

Foto: Ricardo Giusti

Foto: Ricardo Giusti

Mais duas novidades pretende implantar o prefeito de Porto Alegre. Agora ele intenciona acabar com o pagamento das passagens em dinheiro nos ônibus municipais, portanto o fim dos cobradores, mas também quer acabar com segunda passagem grátis. Sem prazo de execução, Nelson Marchezan Junior disse que as demissões geradas com a dispensa dos cobradores do ônibus, serão minimizadas com o uso deles em outras funções. Ideia já rechaçada pelo Sindicato dos Rodoviários da Capital.

O objetivo é reduzir os custos das empresas de ônibus, melhorando suas margens de lucros. Isto inclui a Carris, a maior de todas, que pertence ao governo municipal.

Ele pensa na compra de créditos nos coletivos e a identificação facial dos usuários. As grandes ideias foram apresentadas ontem num encontro com empresários.

Informações: Políbio Braga



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22 respostas

  1. O fato eh,o estado quer saber para onde vc vai,quer ter um controle maior sobre vc.A solucao eh economizar e pelo menos comprar um carro,assim vc tem mais liberdade de ir e vir.

  2. Acabar com o pagamento em dinheiro? Para quê? Obrigar todo mundo a fazer um cartão?

    Os cobradores poderiam virar fiscais dos cumprimentos dos horários dos ônibus, pois os prestadores de serviço de manutenção do sistema SOMA possuem notas pendentes com a prefeitura desde maio de 2015 e não é feita manutenção alguma nas estações desde novembro do ano passado por falta de pagamento. Mais de 70% delas estão fora de operação, e no mínimo umas 20 de 52 pontos vão precisar de reparos urgentes.

  3. O bom seria o transporte público gratuito, mas…é complexo e tem uns gatos no meio.

  4. Acho uma boa acabar com os cobradores. Realocam-se eles para vender passagens nas estações e como fiscais do sistema. Os ônibus das linhas de BRT não necessitam de roletas e as linhas alimentadoras podem contar com roletas paralelas, uma para as passagens que precisam de validação dos motoristas, como os isento, benefcios e pagas em dinheiro, e outra para VT e PA, assim agilizaria o sistema como um todo.

  5. Para o meu deslocamento, tenho a opção de pegar dois ônibus vazios, chegar em MENOS tempo ao menos ao destino ou pegar somente um ônibus lotado e que demora mais tempo. Se acabar a segunda passagem grátis eu deixo de andar de ônibus.

    Sem falar que as propostas de substituição de cobrador são ridículas. Passou da hora de eliminar as catracas dentro dos ônibus que passam em corredores. Seria tão difícil assim implantar os sistemas tronco-alimentador com pagamento antecipado do BRT em um ano?

  6. O mais importante seriam os cartões de isenção serem biométricos.

    Muita gente usa cartão de idosos, deficiente, estudantes e de funcionários das empresas de ônibus emprestado, elevando os custos de passagem para quem não é isento.

    Em cidades da região metropolitana já existe esse sistema

    • Thierry, eu sei que se discutiu a implementação desse sistema de biometria facial há um tempo atrás para a RMPA, mas não vi nenhuma notícia sobre a implementação do sistema de fato. Tens uma fonte atual a respeito disso?

      Honestamente, eu sou muito cético a sistemas baseados em biometria, pelo simples fato de usar a tecnologia diariamente e sentir que ela simplesmente não chegou ao nível de confiança necessário. Mesmo considerando a tecnologia mais “simples” que é a impressão digital, na minha experiência, eu geralmente observo falso negativo na ordem de 10% a 20%. Num sistema que precisa processar centenas de milhares de passageiros todos os dias, isso vai introduzir muitos problemas.

      Claro, com certeza é necessário controlar fraudes, mas em vez de introduzir um mecanismo extremamente complicado, com manutenção e ajustes caríssimos, baseados em software proprietário que ninguém entende muito bem como funciona, proponho que seja feito primeiro o mais simples, o básico, como é feito muito afora: fiscalização inopinada por amostragem. É muito simples:

      1) fiscal entra no ônibus, se identifica com uniforme e crachá
      2) todo mundo que estiver na área pra trás da roleta tem que apresentar o meio que utilizou como pagamento.
      3a) Se foi passageiro normal, apresenta o cartão.
      3b) Se foi em dinheiro (se dinheiro ainda for permitido), apresenta o recibo dado pelo motorista.
      3c) Se foi estudante/isento, conferimos a foto, e havendo dúvida, apresenta-se documento.
      4) quem estiver irregular é expulso do veículo (ou conduzido pela polícia se presente) e têm o cartão apreendido imediatamente

      Quem for flagrado cometendo fraude pode ter o cartão suspenso imediatamente, e eventualmente multado. Talvez multar seja difícil considerando a nhaca que é o sistema legal brasileiro, mas a suspensão do cartão vira um bom deterrente, na medida que alguém que fraude o sistema de isenção diariamente subitamente se veria “expulso” dele, uma vez que poderíamos exigir o pagamento da multa para confeccionar um novo cartão.

      Esse tipo de sistema “proof-of-payment” é utilizado ao redor do mundo e funciona. Mesmo com a suposta malandragem brasileira, é possível implementar se mantivermos a roleta como barreira física. Talvez a roleta devesse vir mais pra frente, mais pra perto do motorista, até porque se continuarmos permitindo pagamento em dinheiro, ele vai precisar ter uma visão melhor do passageiro passando pela roleta. Uma outra melhoria paralela poderia ser instalação de duas roletas paralelas, permitindo agilizar o embarque em paradas mais cheias.

      • Quem sabe suspender o cartão, e para liberar, apenas pagando essa multa?
        Se não pagar, fica sem o cartão de estudante/idoso.

        Parte dos cobradores poderiam virar fiscais, só nessa brincadeira já evitaria problemas com sindicatos.

      • Guilherme,

        A minha dúvida é quantos cobradores-que-viraram-fiscais precisaríamos. Minha intuição diria que algo como 10% ou 15% bastaria, pois do contrário teríamos muita fiscalização e gastaríamos muito nos salários.

        O meu medo é que essa porcentagem não seja suficiente na hora de negociar com o sindicato, pois naturalmente os 85%-90% que forem demitidos não vão gostar muito do plano. Um plano mais razoável talvez envolva pagar um pacote demissional mais generoso para os que não virarem fiscais, e talvez escalonar a decisão de quem vai e quem fica de acordo com a idade – dando preferência aos mais velhos, que já sofrem com menor empregabilidade (convenhamos, alguém com 40~50 anos que só trabalhou como cobrador não vai ter muita chance no mercado de trabalho hoje). Uma outra possibilidade é adicionar algum convênio com cursos profissionalizantes que deem mais opções aos que forem demitidos (especialmente os mais jovens).

        Enfim, essa poda é vantajosa pro sistema, mas ela tem um custo, é inevitável pagar esse custo, e a falta de vontade (de ambos lados) de enfrentar isso politicamente já é um custo em si. Cada dia de salário que a gente paga pra um indivíduo não fazer nada produtivo é um dia de salário que a gente podia ter pago capacitando esse indivíduo para algo mais produtivo.

      • Boa ideia. De tempo em tempo um fiscal passa conferindo o log dos cartões utilizados com a identificação dos passageiros. Quando não bater, cancela o cartão.

        Por exemplo: O sujeito está portando o cartão com benefício série 12345, ele foi utilizado nesse ônibus e não é o beneficiário. Cancela o cartão e vai ter q pagar multa para o beneficiário ser beneficiário novamente.

        O sujeito é malandrão, passou o cartão com benefício série 12345, mas apresentou o cartão em benefício, série 98765 ao fiscal. O cartão série 98765 não consta no log dá roleta, vai ter q pagar multa. Tá sem dinheiro ou crédito no cartão? Desce do ônibus e assina um termo circunstanciado, perdendo tempo.

        É sindicato vai chiar sempre. Mesmo que se aloque todos os cobradores para fiscais e pagando o dobro, o sindicato dos cobradores perderá dinheiro, pois os fiscais irão se sindicalizar em outro sindicato.

  7. Eu sou a favor de tirar o cobrador. Inclusive acho que já deveria ter sido feito lá na origem da bilhetagem eletrônica, em 2006. Foi um erro tremendo não fazer; podíamos inclusive ter pago um pacote de demissão bem polpudo pros cobradores, mas a miopia imperante preferiu pagar pessoas pra ficarem sentadas fazendo nada o dia inteiro.

    Agora, tirar a segunda passagem gratuita, DE JEITO NENHUM. Isso seria um retrocesso gigantesco. Todo sistema de transporte decente mundo afora tem integração tarifária, e a tecnologia necessária pra isso já está implementada e comprovadíssima.

  8. O cara pega dois ônibus porque não tem ônibus que atravesse a cidade, como existe em Curitiba. Lá os ônibus vão de norte a sul, leste a oeste e tem os interbairros ligando todas as regiões. Portanto, o usuário utiliza dois ônibus por necessidade, não pra passeio. Nosso modelo de transporte público é de cidade pequena.

  9. Contanto que removam os cobradores, faz o que quiser!

  10. Essa de “identificação facial dos usuários” é uma idiotice. Conheço Alemanha, Suécia, Dinamarca, Finlândia… e nenhum deles usam identificação facial dos usuários para andar de ônibus.

    Além disso, nem o cartão TRI funciona direito. Demora para ler e metade das vezes tem que tirar o cartão e tentar de novo. Imagina uma câmera balançando dentro do ônibus, com a iluminação mudando toda hora, dependendo de um banco de imagens e internet para acessar esse banco de imagens.

    Condicionar a retirada dos cobradores a uma tecnologia cara e complicada é justamente para não fazer.

    O Fortunati fez a mesma coisa quando rechaçou os decalques com horário de ônibus e disse que teria monitor LCD conectado com GPS indicando a chegada do ônibus.

    • sem contar o grande numero de falhas que esses sistemas apresentam, quem está sendo procurado vai entrar de boné capus e oculos, e não terá nem o cobrador para impedir que passe.

  11. Até o Polibio percebeu o caô que é esse guri se fazendo de Sartori

  12. Acabar com os cobradores faz sentido. Mas a segunda passagem não é grátis. O cidadão precisa ir de A até B. Se existe ônibus ligando as duas, ele vai com um só. Se não existe ele faz uma integração para atender sua necessidade. Ninguém pega dois ônibus pra passear. As pessoas pegam dois pois não existe linha que atenda o trajeto. Na minha opinião deveria ser instituídos passes. O passe unitário vale por 1h ou 40 minutos após a primeira validação. Se você precisar pegar um ônibus para ir até o destino, tudo bem, se precisar pegar 3, tudo bem também. O passe mensal, daria acesso ao sistema durante o mês inteiro, seria pessoal e intransferível. E seria usado majoritariamente por quem hoje usa VT. Dessa forma, o sistema teria assinantes e se saberia ao certo qual o valor disponível para custeá-lo naquele mês. Até a demanda pode ser estimada dessa forma, em função do número de passes mensais adquiridos.

    • Concordo!
      Os cobradores tem que ser realocados para outras funcoes, no entanto.

      • Se forem realocar os cobradores eu concordo plenamente. Isso evita até as corrupções geradas pelos próprios. O lance da segunda passagem grátis ser retirada, eu concordo também. Mas ai a passagem tem que cair pela metade. O que é justificado removendo os cobradores.

    • Exatamente! Além disso, a mudança grátis* permite que a pessoa possa pegar o primeiro ônibus que venha e desça nossos corredores, onde os ônibus circulam sem engarrafamento.

      Não faz sentido, por exemplo, ter uma centena de linhas que para na frente da rodoviária, gerando uma imensa fila de ônibus, enquanto a pessoa pode pegar um alimentador até um corredor de ônibus e pegar um ônibus que segue pelo corredor até a rodoviária. Isso desafoga os corredores, desafoga o centro da quantidade de ônibus e não penaliza apessoa porque não existe uma única linha que liga sua origem a seu destino.

      a mudança de ônibus não é grátis. A pessoa comprou um tempo de deslocamento e não impota quantas vezes ela passa pela roleta.

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