Metrô seria uma aventura, diz Marchezan

metro-poaO cancelamento de recursos federais para bancar a primeira fase do metrô de Porto Alegre deve adiar por um bom tempo qualquer movimento local para tocar o projeto.

O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) reagiu aliviado à suspensão, que já havia ocorrido com parte das verbas no fim de dezembro de 2016 e ampliada no começo de 2017. “Fico feliz de não ter entrado nesta aventura. Entramos em algumas nas obras da Copa”, citou Marchezan.

O tucano lembrou que nem no período sem crise havia sido feito o investimento, indicando que em um momento de crise seria muito mais difícil.

O prefeito convocou a imprensa nesta quinta-feira (09) para apresentar a situação das contas e receitas em janeiro. O Ministério das Cidades publicou portaria suspendendo repasses de R$ 1,77 bilhão e mais um valor semelhante foi cancelado. “O dinheiro de fato nunca existiu na conta. Era projeto que não conseguimos executar”, completou o prefeito.

O tucano sugeriu que a implantação do meio de transporte foi prometido há quatro, oito e 12 anos. Os períodos marcam as disputas eleitorais na cidade. Os cortes também atingiram alguns corredores de ônibus. Marchezan admitiu que ainda não tem as soluções alternativas.

Affonso Ritter



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16 respostas

  1. meus dois centavos:

    1) Eu acho que era o Rogério Maestri que dizia que o que estava atrasando esse projeto do metrô era a falta de um projeto executivo. A coisa toda estava orçada num fantasioso projeto básico que nunca foi esmiuçado, e ninguém estava se dando o trabalho de aprofundar o estudo. Provavelmente os detentores da chave do cofre foram (bem) assessorados por seus técnicos a não liberar um projeto como estava, pois havia o risco de as hipóteses do projeto básico estarem erradas, e o custo disparar.

    Nesse sentido, abortar o projeto é a decisão correta, e eu até quase comemoro, haja visto que eu era contra o projeto na forma como ele estava sendo delineado. Procurem aí nos comentários antigos.

    2) Me choca muito um prefeito sentir-se aliviado por perder uma verba. Mas okay, pode ser argumentado que seria irresponsável, que o dinheiro seria melhor investido em outras áreas, mas em nenhum momento o Marchezan aponta um plano alternativo. A impressão que dá é que ele não tem nenhum plano pra mobilidade urbana – só planos pra viadutos e afins.

    O que eu espero de um prefeito em Porto Alegre é que, ao se deparar com a situação atual da mobilidade, preparem-se dois planos: um plano de curto prazo, baseado em BRT “simples”, que possa desafogar o sistema e conter a disparada da tarifa; um plano de longo prazo, com um ritmo de investimento realista e constante, onde se possa construir uma rede moderna de maneira incremental e, principalmente, sem a dependência de recursos federais.

    Recurso federal tem que ser tratado como uma coisa não garantida, uma dádiva por assim dizer, pois estamos carecas de saber que ao primeiro desalinhamento político a coisa vai por água abaixo. Uma alternativa que deveria ser estudada é seguir o modelo de outros países como os EUA ou Suíça, onde, através de referendos, o povo decide pelo aumento de um alíquota em algum imposto local, com destinação exclusiva a um determinado projeto. O condado de Los Angeles, por exemplo, aprovou recentemente um aumento de 0,5% no Sales Tax (tipo nosso ICMS) por um período de quarenta anos, sendo toda a arrecadação revertida para projetos relacionados a mobilidade, que incluindo linhas de metrô, trem, bonde, ônibus e etc. A alteração tributária deve gerar uma receita de mais de 800 milhões de dólares por ano, o que permite planejar e implementar vários projetos em paralelo.

    Tendo uma “torneira” de receita constante assim, é bem mais fácil planejar, pois podemos saber exatamente quantos quilômetros dá pra construir, podemos escolher quais áreas atender primeiro, podemos saber quantos anos vai levar pra começar o projeto nas outras áreas e, potencialmente, adaptar os projetos às novas realidades urbanas. O problema é que aqui fazemos o exato contrário do que fazemos aqui: ficamos esperando que joguem uma piscina de dinheiro em cima da gente, e por isso temos que fazer um mega-projeto bem desengonçado para conseguir usar o dinheiro.

    Enfim, toda essa conversa sempre vai chegar na necessidade dos municípios e estados precisarem de mais autonomia financeira, tributária e administrativa. Enquanto ficarmos dependendo de financiamentos mágicos vindos do céu, vamos continuar fazendo projetos ruins e vamos continuar dependendo de politicagem.

    Isso vai demorar pra acontecer, então nesse meio-tempo temos que achar de onde tirar dinheiro; Porto Alegre arrecadou R$ 1.6 bi em 2014, equivalente à ± R$ 1143 por habitante. Se, digamos, botássemos mais R$ 100 milhões por ano (± R$ 71 por habitante), daria pra fazer um projeto incremental que entrega meio quilômetro de metrô, o que com certeza seria pouco; mas daria pra fazer dois quilômetros de bonde ou aeromóvel ou, ainda, uns 6 quilômetros de corredor BRT nível Curitiba, opções muitíssimo mais interessantes. Como podemos fazer R$ 71 por habitante por ano funcionar?

    • não de ideia de criar imposto para financiar algo,aqui no Brasil é roubada não se lembra da Cpmf que foi criada para financiar a saude,puro engodo,Não dá pára comparar Brasil com Suiça ou EUA onde a legislação é diferente e funciona. Não se lembra do aumento de iCMS na luz telefone e outras cravadas gigantescas em outros setores que faz que as coisas aqui em Porto Alegre encareçam. E tome imposto e nada reverte em algo legal,abre os olhos olha os terminais que o PT fez em Porto ALegre o do mercado é uma latrina o do Triangulo um elefante branco,as paradas da sertório foram detonadas o Camelodromo feito em outra gestão é outra latrina os corredores da Farrapos e Assis Brasil,os que eu uso,são uma latrina,ou seja tudo feito com dinheiro de impostos,à exceção do camelodromo,que foi pro ralo e você fala em criar mais um imposto,aumentar imposto.

  2. Aventura é não encontrar uma solução alternativa e sentir o trânsito piorar a cada dia, sendo que para construir um metrô desse tamanho demoraria quase 5 anos – com muita sorte. Imaginem o trânsito parado, ônibus lotados durante esse meio tempo (com obras seria piorar, mas pra evoluir precisamos fazer sacrifícios). A melhor coisa é deixar a iniciativa privada fazer propostas e a prefeitura resolver pensando no futuro da cidade e depois “assinar em baixo” sem medo de ser feliz.

  3. Realmente uma pena que nossos governantes vejam essa obra como “aventura”. Realmente, nossa situação financeira hoje não é nenhum pouco favorável para grandes obras, mas essa é uma obra que já está 22 anos atrasada, ela precisa sair do Papel, porto alegre precisa sim não apenas dessa, mas de várias linhas de metrô. Assim que essa começar a ser construída, já precisam começar a planejar novas, assim como linhas de VLT e aeromóvel, transporte sobre trilhos é o mais eficiente que existe atualmente e Poa está completamente parada no tempo nesse queisto, enquanto as nossas empresas de ônibus agradecem.

  4. Vamos pensar da seguinte forma,o que é mais razoavel de construir e manter um metrô ou um trem como o Trensurb. Que eu saiba a tarifa do Trensurb é em parte subsidiada e olha hoje a quilometragem e a densidade de ocupação.Os trens praticamente andam sempre cheios. Vejamos o que seria o metro de Porto Alegre,uma obra cara e com baixa densidade de ocupação,seria subsidiada a tarifa ou não.A maior parte das linhas urbanas da zona norte de Porto Alegre andam ociosas a maior parte do tempo é só na hora do pico e algunsdias da semana que enche onibus. Hoje me desloquei da minha casa pelas 10h o onibus estava relativamente vazio e voltei as 11h com outro onibus vazio com 12 passageiros e pelo visto 4 eram idosos isentos.. Metro é uma coisa legal moderna mais cara ainda mais com o trajeto desenhado,Se alguem realmente quisesse aliviar o problema criaria terminais nas divisas dos municipios com transbordo e transbordo das linhas urbanas a partir do triangulo até o centro.Acontece que os caras que projetaram aquele terminal do triangulo erraram o desenho e o sistema,pensaram num desenho arquitetonico e não em algo pratico e funcional. O metro nunca passou de propaganda eleitoral, algo como botar o filho no mundo nos bota agora criar.

    • Só pra lembrar: o Trensurb só foi construído na superfície porque já havia a linha de trem.
      A próxima linha tem que ser subterrânea ou aérea porque não tem espaço na superfície.

    • Se fossem usar essa sua linha de raciocíneo em 1980, não teriam retificado a linha da RFFSA para a construção da linha da atual linha da Trensurb. Afinal, os ônibus que saiam de Novo Hamburgo para Porto Alegre só estavam lotados nos horários de pico, durante a tarde e a manhã poucos usavam… E hoje o local que hoje tem trilhos provavelmente acabariam virando mais faixas para a BR 116.

      O Metrô na Zona norte é uma obra necessária sim. Diversos estudos alegam que uma cidade que atinge 800 mil habitantes já precisa começar a construir linhas de metrô, Poa tem 1,4 milhão de habitantes, e a Zona Norte é onde concentra a maior população portoalegrense, com ainda pessoal que vem de Cachoeirinha, Gravataí e Alvorada. Essa é uma obra que deveria ter começado em 95, quando a Trensurb começou os estudos e o governo federal estava disposto a dar aporte financeiro, embora o então prefeito Raul Pont negou o metrô alegando que o nosso sistema de ônibus já era “muito bom” e que Porto Alegre nunca teria demanda para metrô.

  5. Metrô em Porto Alegre… Taí uma coisa que infelizmente acho que não vou viver o suficiente para ver acontecer.

  6. Puts, mas tbm enrolaram e enrolaram quando tinham a verba federal disponível. Empresários de ônibus comemoram.

  7. Dentro deste contexto em que o governo federal não dá atenção às demandas de mobilidade de Porto Alegre e não investe neste novo modal, sim, acredito que neste momento a posição do Marchezan é coerente, todavia… Acho que ele deve readequar o projeto com grandes especialistas, estrangeiros de preferência e cobrar do governo federal um metrô e dos bons para a capital gaúcha! Engraçado observar é que além das poderosas Sampa e Rio, Rio que ganhou vários kms de linhas novas via Olimpíadas que todos nós brasileiros bancamos para eles, vejamos ue, Salvador ganhou seu metrô e avança com mais linhas, enquanto nossas metrópoles do SUL, CURITIBA e PORTO ALEGRE é que ficam relegadas, sem direito a uma melhor mobilidade, sendo que definitivamente no caso da capital gaúcha o metrô é crucial e inquestionável para dar condições melhores de deslocamento em favor da para a população, não é capricho é necessidade!

    • Salvador tem quase o dobro da população de Porto Alegre. Eu acho que com 3,5 bilhões daria pra ter pensado em uma rede de tramways por exemplo. Porto Alegre (exceto alguns pontos do centro e zona norte) não tem densidade que justifique metro. Continuamos com enormes vazios urbanos enquanto construímos moradias pra ricos e pobres nos cafundós da zona sul.

    • Motivo para que os estados do sul proclamassem sua independência nunca faltam, muito pelo contrário. Temos a disposição um Grupo investidor chinez com o qual podemos negociar e implantar o nosso aeromóvel. A oportunidade esta presente. Podemos rever essa situação que facilitaria em muito o trânsito local.

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