Aeroporto Salgado Filho é leiloado por R$ 290 milhões

Consórcio Fraport AG Frankfurt Airport venceu concorrência por terminal de Porto Alegre

Aeroporto Salgado Filho é leiloado por R$ 290 milhões | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, foi leiloado no final da manhã desta quinta-feira ao consórcio Fraport AG Frankfurt Airport por R$ 290 milhões em Brasília. A concessão valerá por 25 anos. Outros três terminais, localizados em Salvador, Florianópolis e Fortaleza, também foram negociados para a iniciativa privada.

O montante oferecido para compra do Salgado Filho foi 852% maior que os cerca de R$ 31 milhões iniciais. Para ficar com terminal de Fortaleza, a Fraport ofereceu R$ 425 milhões, o que corresponde a um ágio de 18% em relação ao montante mínimo inicial previsto, de cerca de 360 milhões.

O governo conseguiu arrecadar com a licitação um valor global de R$ 1,459 bilhão com o leilão, considerando apenas o valor inicial de outorga, a ser pago nas assinaturas dos contratos de concessão. Isso corresponde a um ágio de 93,7% em relação ao montante mínimo inicial previsto de R$ 753,5 milhões.

Considerando o valor total da outorga que os futuros concessionários deverão pagar ao longo dos até 30 anos de contrato, o montante fixo de outorga é de R$ 3,7 bilhões. Isso sem contar os montantes variáveis de outorga, que serão pagos no futuro em porcentual da receita gerada.

A francesa Vinci Airports ficou com Salvador, ao oferecer R$ 660,943 milhões, o que corresponde a um ágio de 113% ante o valor mínimo de R$ 310 milhões. A operadora foi a única a apresentar proposta pelo terminal, mas chegou a tentar abrir mão do aeroporto, preferindo disputar Fortaleza. Ao final, perdeu as disputas pelo terminal cearense e também pelo aeroporto de Florianópolis.

Por fim, a Zurich ficou com o terminal de Florianópolis, com um lance de R$ 83,333 milhões, o que corresponde a um ágio de 58% ante um valor mínimo de R$ 52,75 milhões.

Grupo alemão com presença na Europa e na Ásia

Fundada em 1924, a Fraport é uma empresa responsável por operar o terminal de Frankfurt, na Alemanha. Além desse aeroporto, a companhia opera em outros locais do mundo. O presidente é Stefan Schulte e a empresa conta com cerca de 20 mil funcionários e uma receita anual de 2,56 bilhões de euros.

A Fraport atualmente detém seis aeroportos na Europa, três na Ásia e um na América do Sul. Com a compra dos terminais de Porto Alegre e Fortaleza, a companhia irá administrar 12 aeroportos.

Correio do Povo e AE

___________________

Operadora alemã pagou R$ 290,512 milhões para administrar o aeroporto pelos próximos 25 anos

Fraport ofereceu ágio de 844,7% no Salgado Filho | Foto: Nelson Antoine / Agif / Folhapress

O potencial de negócios de Porto Alegre foi o que motivou a operadora alemã Fraport a oferecer um ágio de 844,7% sobre o valor de outorga inicial mínimo pelo terminal gaúcho, ou R$ 290,512 milhões. O aeroporto foi um dos mais disputados do leilão de quatro aeroportos realizado nesta quinta-feira, recebendo um total de oito lances, ou seis propostas em viva-voz, e foi o que registrou o mais alto ágio, embora seja necessário considerar que também se tratava do terminal com menor valor inicial, de apenas R$ 31 milhões.

Em entrevista à imprensa, a vice-presidente executiva sênior da Fraport, Aletta von Massenbach, explicou que o forte interesse está relacionado ao potencial da região de Porto Alegre como “centro de negócios”. Segundo ela, a análise econômica sobre as especificidades deste mercado fez com que a companhia se interessasse pela concessão.

A Fraport também conquistou o terminal de Fortaleza, após apresentar um lance de R$ 425 milhões, o que corresponde a um ágio de 18%. O aeroporto também foi alvo de uma disputa, neste caso com a francesa Vinci, mas após quatro lances em viva-voz se estabeleceu o vencedor. Sobre o aeroporto nordestino, Aletta salientou que a transformação do terminal não se dará tanto com novas construções, mas com a melhoria dos serviços. “O mais importante é o que oferecer, o que podemos fazer para atrair o interesse das companhias aéreas”, disse.

Tanto no caso de Fortaleza como do de Porto Alegre, ela salientou que a operadora conta com o crescimento das operações da companhia aéreas nos terminais, mas minimizou a importância de atração de empresas estrangeiras. “Se são internacionais ou não, não interessa, não faz diferença, isso é uma questão de que tipo de destinações vão servir e o mercado de aviação é muito bom, então achamos que temos um número de players suficiente e com os quais podemos desenvolver”, comentou.

Após disputar os dois primeiros leilões de aeroportos realizados pelo governo federal, em parceria com a EcoRodovias, e não sair bem sucedida das disputas, desta vez a Fraport se apresentou sozinha e conquistou os dois aeroportos para os quais apresentou propostas. Ela abriu mão de disputar Florianópolis e Salvador.

Questionada sobre a falta de interesse por este último, a executiva disse que a Fraport gastou muito tempo estudando o terminal baiano. “Queríamos muito achar soluções para este terminal, mas não encontramos. Provavelmente não éramos o certo para Salvador”, disse.

Demanda crescente

Ela também minimizou a crítica de alguns investidores interessados nos aeroportos brasileiros, mas que não seguiram adiante na disputa, de que os parâmetros estabelecidos para os terminais, particularmente no que diz respeito à demanda, estavam defasados. De fato, o governo apresentou o desempenho do mercado até 2015, e não considerou a queda na demanda por transporte aéreo no País que se verificou a partir do final daquele ano.

“No fim do dia, aeroporto é um projeto de longo termo, é um projeto de infraestrutura e acreditamos que a economia brasileira vai se recuperar, acreditamos no País e por isso estamos aqui”, afirmou. “Estamos convencidos de que em breve veremos crescimento novamente.”

Correio do Povo

___________________

Fraport diz que irá trabalhar para modernizar o Salgado Filho

Consórcio alemão administrará o aeroporto internacional pelos próximos 25 anos

Consórcio alemão administrará o aeroporto internacional pelos próximos 25 anos | Foto: Samuel Maciel / CP Memória

Após o anúncio da compra da concessão para administrar os aeroportos do Salgado Filho e de Fortaleza, o diretor executivo do consórcio Fraport AG Frankfurt Airport, Stefan Schulte, disse, em nota oficial, que a empresa está com grande expectativa para começar a trabalhar. Schulte destacou que a empresa possui uma larga experiência no setor e que estão comprometidos em desenvolver ainda mais os dois aeroportos – Salgado Filho e de Fortaleza em benefício do Brasil. Ele ressaltou que a Fraport irá implementar novos processos e oferecer serviços diferenciados.

O Salgado Filho foi leiloado no final da manhã desta quinta-feira ao consórcio alemão por R$ 290 milhões em Brasília. O montante oferecido para compra do Salgado Filho foi 852% maior que os cerca de R$ 31 milhões iniciais. A nota da Fraport informa ainda que o Aeroporto Internacional Salgado Filho de Porto Alegre transportou 7,6 milhões de passageiros em 2016, tornando-se o 9º maior aeroporto do Brasil em tráfego de passageiros.

Correio do Povo

 

Clique no link abaixo para saber sobre os outros aeroportos que foram leiloados hoje no Brasil:

Estrangeiros levam 4 aeroportos em leilão com oferta de R$ 3,7 bilhões

 

No jornal Zero Hora, clique nos links para ler:

Obras começam por ampliação da pista, diz novo controlador do Salgado Filho

INFOGRÁFICO: o que pode mudar no aeroporto Salgado Filho

Por que o Salgado Filho, que era “patinho feio”, virou cisne



Categorias:Aeroporto Internacional Salgado Filho, Outros assuntos

Tags:, , ,

19 respostas

  1. O governo só está emprestando os nossos aeroportos à iniciativa privada. Eles iram pegar dinheiro do BNDES, SIM. O monopólio vai continuar, pois eu não posso construir um aeroporto comercial. Com certeza vai melhorar.

  2. Acho que foi a melhor notícia dos últimos tempos. Só vejo coisas positivas, algo que serve também para melhorar a auto-estima do gaúcho. Olhando de longe estranhamos o quanto há desesperança e falta de noção do potencial gigante do estado gaúcho. E taí, um fato que demonstra que o RS pode seguir crescendo e muito!

  3. Antigamente o brasileiro não podia ouvir falar em privatização que era contra, agora temos uma ‘onda’ privatista’ eu apoio as privatizações mais deste de quando sejam bem feitas.

    Nem vou me alongar muito, mas deixo a seguinte questão para refletirem: Se a privatização resolve por si só todos os problemas, poderiam me responde por que o Aeroporto Afonso Pena de Curitiba administrado pela Infraero é considerado o melhor aeroporto do pais ?

    • Deve ser resultado de alguma pesquisa defasada. Além do aeroporto de Curitiba ser acanhado, a pista é curta demais. GRU e BSB ficaram fantásticos após a privatização, não tem pra mais ninguém.

      • Não meu querido a pesquisa não é defasada, ela é realizada a cada 3 meses e Curitiba até hoje não perdeu a liderança, e detalhe quem avalia os aeroportos são os próprios passageiros.

  4. “Planejamento” ao contrario, a infraero fica com 49% das ações dos aeropoertos concedidos, deve por contrato acompanhar com 49% do valor dos investimentos e recebera 49% dos lucros, se houver.

    A questao é que a infraero é uma ESTATAL e nao pode desligar funcionários, exeto por crimes contra a adm publica, ou demissoes voluntárias.

    Ou seja, a infraero arca com as custas de seu pessoal que atendia todo o aeroporto + 49% dos custos do restante administrado pela iniciativa privada.

    O pior é que se demitir funcionário sem motivo ou justa causa, o (ex) funcionário tem garantido uma causa ganha e alguns bonus na justiça.

  5. Tomara que administrem bem, a infraero era uma das poucas empresas publicas que nao se falava mal, fora (fora a falta de investimentos que nao eram feitos por falta de aporte do governo).

    Espero que nao fique igual 4 dos seis aeroportos concedidos no ultimo leilão, que agora estao amargurando prejuízos e solicitando dinheiro ao governo.

  6. Eu li que apesar das concessões dos aeroportos a maquina estatal da infraero continua pesada e dando prejuizo ao governo,é bem possivel que parte da grana arrecadada servira so para tapar buraco da estatal. . A minha duvida é o seguinte quente definira ou define as taxas aeroportuarias o governo ou a concessionaria.

  7. O quanto nosso governo é lento, desinformado e desinteressado com seu patrimônio. Uma empresa alemã, cujo objetivo é ter lucro, compra uma aeroporto chamado de patinho feio pelos gaúchos. Ela, a empresa, conseguiu ver algo como lucrativo onde nós só víamos problemas. Será que eles são burros, e nós espertos?

    • Se eles fossem burros não administrariam 10 aeroportos ao redor do mundo e pegariam mais 2 agora. Então a pouca inteligência sobra para a segunda opção…

    • Não adianta nada você ter a melhor propriedade do mundo e não ter capital para investir e torná-la rentável. O Salgado Filho realmente tem muito potencial de lucro, mas esse lucro só vai começar a virar realidade depois que forem investidos bilhões em melhorias. No momento o aeroporto é deficitário.

      O nosso governo tem bilhões na gaveta sobrando para fazer esse tipo de investimento? Se tivesse, aí sim sua observação faria sentido.

      • Na verdade tem alguns bilhões do Fundo de Aviação Civil (taxas de embarque e etc) que bloqueados pelo governo já faz alguns anos.

  8. Não entendi: FOR o lance mínimo era 1.4 bi , mas Fraport levou por 420 mi com 18% de agio? Como assim?

Faça seu comentário aqui: