Monumento ao Expedicionário completa 60 anos

Obra presta homenagem aos pracinhas no Parque Farroupilha

Obra presta homenagem aos pracinhas no Parque Farroupilha | Foto: Ricardo Giusti

Imponente na arborizada geografia do parque Farroupilha, em Porto Alegre, o Monumento ao Expedicionário chegou aos seus 60 anos. Foi inaugurado em 16 de junho de 1957. Na história, o jornal Correio do Povo é o protagonista fundamental por ter idealizado e lançado campanha de mobilização estadual para a obra artística em homenagem aos heróis brasileiros da II Guerra Mundial.

Projetado pelo arquiteto e escultor pelotense Antônio Caringi — venceu disputa em concurso público — o monumento fez do Rio Grande do Sul Estado pioneiro no Brasil nessa homenagem. A edificação, feita em granito e bronze, é ícone do reconhecimento público dos gaúchos aos soldados brasileiros (pracinhas) sobreviventes e mortos no conflito mundial, junto às forças aliadas lideradas pelos EUA, URSS e Reino Unido contra o nazifascismo na Europa.

Quando a guerra chegou ao fim, em maio de 1945, o Correio do Povo deu início a uma forte campanha de mobilização da sociedade para a construção do tributo arquitetônico. A adesão popular foi total, reuniu ao mesmo tempo apoio e convergência entre povo e governo.

No dia 25 daquele mês e ano, manchete do jornal anunciava: “Lançada, ontem, pelo Correio do Povo em brilhante assembleia popular a campanha Pró-Monumento ao Expedicionário”. A notícia dizia: “O governo e o povo do Rio Grande do Sul, representados na memorável assembleia de ontem à noite hipotecaram seu irrestrito apoio moral e material à iniciativa do ‘Correio do Povo’ fazendo sua esta campanha de exaltação à FEB cujo clímax será a construção…” .

Autoridades políticas, militares, religiosas, diplomáticas e sindicais foram àquela assembleia, ocorrida às 20h30min na sede da Prefeitura de Porto Alegre. Em 8 de maio de 1946, um ano após a rendição da Alemanha, foi a vez do ato da pedra fundamental do monumento, no local do parque Farroupilha onde está a obra, em frente à avenida José Bonifácio.

“Em meio de aplausos o dr. Breno Caldas, diretor do ‘Correio do Povo’ colocou então a urna no interior da pedra fundamental do futuro Monumento, correndo sobre a mesma, a laje simbólica”, noticiou em página inteira a edição do dia 10 de maio de 1946 do Correio do Povo. O diretor Breno Caldas, junto a Alcides Gonzaga, Salathiel Soares de Barros e Alexandre Martins da Rosa, integrava a comissão executiva Pró-Monumento.

Artistas como Vasco Prado, André Arjonas, Fernando Corona e Lélio Coluccini também inscreveram projetos ao concurso. Mas a comissão julgadora, integrada por representantes da pela Sociedade de Engenharia, Instituto Belas Artes – IBA-RS, e professores, elegeu o “Altar da Pátria” com seu arco triunfal de duas portas.

Então, às 10h do dia 16 de junho de 1957, o Monumento ao Expedicionário foi entregue. No palanque, o governador Ildo Meneghetti, o prefeito Leonel Brizola e o general gaúcho, comandante da FEB, Mascarenhas de Moraes. Houve desfiles e voos de aviões da FAB. Os pracinhas morreram em combate, na Itália e marinheiros foram vítimas de torpedos de um submarino alemão na costa do Brasil.

Placas em bronze perpetuam as datas

Três placas de bronze dispostas no Monumento ao Expedicionário resumem simbolicamente a justificativa da homenagem. O ato de lançamento da pedra fundamental da obra, liderado pelo jornal Correio do Povo, mostrou o quanto era crucial ao futuro da humanidade derrotar o nazifascismo em expansão na Europa. Naquele contexto do tempo, os pracinhas da FEB eram verdadeiros heróis nacionais.

“A data de 8 de maio, primeiro aniversário da efeméride das Democracias, inscreve-se entre os instantes decisivos da História, recordando para a posteridade o dia em que as Nações Unidas, paladinas da Justiça e da Liberdade triunfaram esmagadoramente sobre o nazifascismo, pondo termo ao conflito militar em território europeu”, começava texto de notícia principal da contracapa do Correio do Povo de 10 de maio de 1946.

Uma das placas relaciona os nomes, as patentes militares e as cidades de 18 pracinhas gaúchos da FEB mortos na II Guerra Mundial. Eles eram das cidades de Porto Alegre, Alegrete, Canguçu, Carazinho, Cruz Alta, Marcelino Ramos, distrito de Pindorama (denominado depois de Panambi), Santa Maria, Santa Rosa, Tupanciretã e Uruguaiana.

Outra placa é do Ministério da Marinha, Delegacia da Capitania dos Portos do RS — Porto Alegre. A chapa lista nomes e patentes militares de cincos marinheiros mortos no Cruzador Bahia e outro que morreu na Corveta Vital de Oliveira.

Ambas embarcações foram atingidas por torpedos disparados de submarino alemão na costa do Brasil. A terceira placa relaciona as Operações de Destacamento da FEB, incluindo as batalhas mais importantes na Itália: Monte Castello em 29 de novembro de 1944, 12 de dezembro do mesmo ano e a conquista em 21 de fevereiro de 1945. A outra batalha foi a de Montese, em 14 de abril de 1945.

Correio do Povo



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2 respostas

  1. E um monumento bem bonito e imponente apesar de nao ter um tamanho colossal.

    É triste, uma pena que os vendedores de cachorro quente, churros e churrasquinho tenham autorizaçao para ficar tao perto do arco, as vezes voce quer tirar uma foto la em um domingo e o que ocorre é que você acaba com roupas defumadas.

  2. E então os “revolucionários” vão lá pra pixar o monumento pra depois sair chamando de nazista facista quem os impediu
    É rir pra não chorar.

    De qualquer maneira, acho esse monumento muito bonito e imponente, pena que a redenção não ganha maiores cuidados.

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