Negociações entre a montadora e o Executivo gaúcho estão ocorrendo reservadamente há aproximadamente dois anos

Planos envolvem o lançamento de novo modelo de automóvel da GM fabricado no Estado | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória
O governo José Ivo Sartori irá anunciar nos próximos dias investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão da General Motors (GM) no Rio Grande do Sul. A data de confirmação da transação, que envolve a ampliação da planta em Gravataí, depende apenas de acertos dos últimos detalhes e de sincronia de agendas do governador e de executivos da empresa. Os planos envolvem o lançamento de novo modelo de automóvel da GM fabricado no Estado.
Na última quarta-feira, o Executivo garantiu a aprovação, pelo plenário da Assembleia, de projeto que chegou à Casa há 30 dias, prevendo a concessão de créditos presumidos a investimentos de setores automotivos ou de implementos rodoviários previstos pelo Fundopem e pelo Integrar. O Inovar/RS visa estimular o setor de máquinas e implementos em geral, mas tem como foco prioritário atender às chamadas empresas sistemistas que atuarão na expansão da planta da GM na Região Metropolitana.
Com a nova legislação, também serão contempladas ferramentais da empresa beneficiária que sejam utilizados em estabelecimento industrial fornecedor de peças, partes ou componentes de fornecedores que atuem no Estado e com produção local. O Inovar RS será sancionado pelo governador na próxima semana, o que representará cumprimento de etapa essencial para o anúncio da transação.
As negociações entre a GM e o Executivo gaúcho estão ocorrendo reservadamente há aproximadamente dois anos com condução de Sartori e de Fábio Branco, desde quando ainda estava no comando da secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia. Atualmente, Branco é o titular da Casa Civil, mas continua envolvido no processo. A pasta da Fazenda também integra o núcleo responsável pela viabilidade do negócio, considerado economicamente estratégico para o Rio Grande do Sul.
Governo antecipa créditos há dois anos
Há dois anos, com autorização da Assembleia, o governo gaúcho vem antecipando créditos fiscais — com percentual de deságio — concedidos à General Motors e que seriam pagos ao longo de 20 anos, como forma de minimizar os problemas de caixa. Em 2016, foram antecipados cerca de R$ 300 milhões. A mesma transação, com valor similar, foi realizada em 2015. Segundo estimativas do Executivo, caso a iniciativa tenha de ser novamente colocada em prática neste ano, a General Motors ficaria com as contas de benefícios concedidos pelo Estado em 1996 praticamente quitadas.
Correio do Povo – Taline Oppitz
Categorias:Economia Estadual, Economia Nacional
No meu ver a GM esta investindo para exportação, pois o mercado interno não crescerá.
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Se se confirmar, será uma ótima notícia.
Só para lembrar que nem tudo são flores, esta semana a fábrica da Hiunday Elevadores, no distrito industrial de São Leopoldo, encerrou definitivamente as atividades, demitindo os últimos trabalhadores das linhas de montagem.
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Nunca vi um elevador deles. Por sinal esse mercado aqui é dominado por ThyssenKrupp e Atlas Schindler. Desconfio que avaliaram mal o mercado e se deram mal.
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Oi Joana,
Realmente creio que não verás aqui elevador deles por que não começaram a instalar equipamentos no Rio Grande do Sul (pelo que sei, posso estar errado).
Com relação a avaliar mal o mercado, não sei se é o caso. Eles se instalaram em 2012, após várias análises e “namoros” com várias cidades do sul do Brasil. Lembre que entre 2010 e 2011 a situação político-econômica era totalmente diferente da atual (eu lembro bem… saudade daqueles tempos em que eu podia escolher trabalho…).
Com relação a qualidade do produto, nem vou entrar no mérito, pois eles são fornecedores de elevadores para alguns dos edifícios mais modernos e altos do mundo.
De fato, o setor da construção civil no Brasil ha alguns anos passa por uma crise terrível e, obviamente o elevador (que é geralmente o equipamento mais caro de um edifício) começa a ser repensado (em termos de diminuir a altura do prédio para ser dispensável ou, o que que é mais comum, buscar alternativas de menor custo no mercado, onde entram empresas menos tradicionais, como a Altivus de Caxias do Sul, que ganhou espaço nos últimos anos).
Nem nos piores cenários alguém imaginava que iria estourar tanta maracutaia política, que a crise iria pegar valendo no mercado da construção, que a CEF iria começar a complicar com o MCMV, que a presidente seria deposta, e todo o mais que já sabemos iria ocorrer…
Em realidade, acredito que eles foram surpreendidos por um cenário econômico que não era previsto em nenhum prognóstico e o nicho onde iriam se infiltrar foi criticamente afetado por este cenário.
Mas posso estar quadradamente enganado…
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Realmente tem que ter avaliado mal o mercado, não havia como acreditar que a economia continuaria a crescer com crédito fajuto, fomentando crescimento de consumo sem bases solidas, com os pré-sal e MCMV da vida.
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