Projeto freia novas ciclovias em Porto Alegre

Jornal Metro – Porto Alegre, 10/07/2017



Categorias:Bicicleta, ciclovias

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65 respostas

  1. Queria só colocar uma observação para pensarmos.
    Em Buenos Aires, de alguns anos para cá, o uso da bicicleta tem sido bastante incentivado por parte da administração da cidade. Muitas áreas de estacionamento foram retiradas e em seu lugar foram criadas ciclofaixas, com demarcação horizontal e vertical muito bem projetadas.
    Como em Porto Alegre, mas em uma proporção muito maior, foram instalados pela cidade pontos de empréstimo gratuito de bicicletas.
    A cidade é plana e organizada, possui muitos parques e vias arborizadas e um pavimento de ótima qualidade – muito convidativa a pedalar. Antes de roubarem minha bicicleta eu sempre ia até a universidade pedalando tranquilamente (9,7 km que fazia em 35/40 minutos, metade do tempo caso eu fosse em ônibus). Praticamente cruzava a cidade em ciclofaixa, na total segurança e sendo satisfatoriamente respeitado por pedestres e veículos.
    Para mim e para muitos, situação perfeita!
    Mas, algumas observações me chamaram atenção.
    1) O número de usuários a utilizar uma ciclofaixa é estranhamente ainda pequeno (mesmo depois de anos do início do planejamento), se começarmos a pensar no potencial de todo o sistema e no investimento feito para efetivá-lo. Também, comparando com o número de pessoas afetadas (sinaleiras exclusivas criadas para cruzamento de pedestres e carros, vagas eliminadas, áreas de calçada diminuídas, etc.) me parece que é uma estrutura que parece não condizer com a quantidade de pessoas beneficiadas (isso pensando, sem achismo e de maneira bem imparcial). Sobre tudo, no inverno e, principalmente dias chuvosos, esta estrutura parece bem subutilizada.
    2) Me chama a atenção de como quase que exclusivamente uma única parcela bem definida da população aproveita toda esta grande infraestrutura – pessoas entre 18 e 30 anos e, aparentemente, de boa saúde (numa cidade com uma porcentagem grande de idosos). Se pensarmos de maneira superficial, parece a princípio que se trata de um sistema “excludente”, para poucos jovens com boa saúde.
    Fato que temos que pensar um pouco mais a fundo estas situações para que não se repitam aqui e, com o tempo, a mudança cultural seja pelo melhor aproveitamento possível destas ciclofaixas pela maior parcela possível da população. Claro que o automóvel tem sua importância, assim como o veículo de tração animal também já teve em sua época, mas os tempos mudam e devemos pensar em maneiras mais equilibradas, sustentáveis e inclusivas de utilizar o espaço urbano.
    Este é o progresso, gostemos ou não – o incentivo ao uso da bicicleta e do transporte público de passageiros é o caminho para tentarmos resolver (em parte) nossos problemas diários de trânsito. Para tanto é importante que tenhamos a mente aberta para situações que, por alguma vez, não sejam as mais benéficas para nosso umbiguinho, mas que de uma maneira macro possam melhorar o conjunto de nossa cidade.
    Temos que ter a mente aberta para saber que as novas gerações terão outra perspectiva – outra mentalidade – e, provavelmente, sua cultura com relação aos meios de transporte possa ser melhor moldada do que a nossa.
    Não vamos resolver todos os problemas da cidade criando ciclofaixas, os automóveis ainda (infelizmente) são indispensáveis e tudo mais… Mas, para mudarmos este quadro esgotado, há que começar por algum ponto.
    Acho que faltou um pouco de sensibilidade, neste quesito, ao nosso vereador.

    • Josiel, vc é muito educado e trouse ótimas contribuições ao debate.

      Boenos Aires eu não conheso mas vi na internet que tem boa rede de metro. Nessa cidade não cauza tanto mau tirar estacionamentos e colocar ciclovias porque a maior parte dos problemas de mobilidade estão “resolvidos”.

      O progeto do vereador e a postagem do Roberto é justamente sobre essa hoposiçao ciclovia x pista para auto. O que e alguns poucos tem colocado aqui é que é uma estrutura que tem um serto custo mas atende a pouquíssima gente.

      Quem tem grandes distancias a vencer, quem tem horário, quem não pode chegar todo soado ao emprego/estudo (com aquela marca de súor no bumbun), quem tem problema de saúde ou uma idade muito baixa ou muito alta não usa ciclovia, mas usa carro (seu ou carona), usa oníbus. É trocar 1% por toda a população.

      Imagina tirar uma pista engarrafando o transito, para atender meia dúzia de bicicletas em dia de sol hameno (porque se chover ou fazer sol de rachar, adeus).

      Essa situação argentina mostra que nem temos as mesmas condições nem podemos cometer os mesmos erros. Macri é um presidente sério e progressista, está colocando de novo a argentina no mapa dos grandes negócios, não tenho dúvidas de que vai corrigir esse erro.

      O vereador não é contra ciclovia. ele é contra tirar pista de carros para fazer ciclovia para evitar o desastre de Boenos Aires. Ele está tendo muita censibilidade com o dinheiro público e isso é hadmirável em um pais como o nosso.

      Uma ultíma hobservação porque cicloativista adora entortar a discução pegando as hentrelinhas: se vc gastava metade do tempo na bicicleta para ir a escola do que gastava no oníbus, é sinal de que as linhas estavam muito mau planejadas. Ou então tinha metro direto e vc não queria usar (por ser mais caro ou por não gostar ou ter medo).

  2. Que bacana que um assunto como este surta tantos comentários.
    E li muitos, por sinal, bem argumentados.
    Tem gente inteligente e articulada escrevendo neste blog.

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