Parklets: Porto Alegre terá espaços de convívio em lugar de estacionamentos

Parklets funcionam como extensões da calçada e já funcionam em cidades gaúchas como Canoas e Caxias do Sul / Divulgaçao / PMPA

O prefeito Nelson Marchezan Júnior assinou na manhã desta quarta-feira dois documentos que regulamentam a implantação de parklets nas ruas de Porto Alegre. Os parklets são espécies de mini parques, que ocupam o local de vagas de estacionamento com locais de convívio. O modelo é adotado em diversas cidades do mundo. No estado, há os exemplos de Canoas e Caxias do Sul.

Vai ser criado um Grupo de Trabalho para avaliar as solicitações que podem ser feitas através do site da Prefeitura. A partir da publicação do decreto, que deve ocorrer nesta quinta-feira, qualquer cidadão pode solicitar uma autorização, dentro dos critérios estabelecidos. Os parklets podem ser instalados em vias com velocidade máxima até 40km/h, devem ocupar área de no máximo duas vagas de estacionamento para automóveis e serão de acesso público.

A Prefeitura desenvolveu um site com as informações gerais: o que é e pra que serve um parklet, um manual para implantação e o passo a passo de como submeter o projeto.

“Os ganhos da cidade são em embelezamento, em humanização e em colocar pessoas na rua, o que melhora não só o ambiente e a socialização, mas também a segurança. Isso é testado em vários lugares do mundo. As cidades que tem pessoas nas ruas são cidades mais seguras, que incentivam o comércio.”

Entre os exemplo apresentados de cidades brasileiras que implementaram este projetos, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belo Horizonte, Fortaleza e Rio Branco. No Rio Grande do Sul, o primeiro exemplo é do Município de Canoas, que começou a criar parklets no centro da cidade em 2014. Em 2016, a cidade de Caxias do Sul inaugurou na área central.

No ano passado, a Câmara Municipal de Porto Alegre rejeitou projeto do vereador Marcelo Sgarbossa (PT) que propunha a criação de parklets na cidade. Na época, a Prefeitura prometia lançar um edital sobre o assunto, que já estaria sendo tratado pela Secretaria Municipal de Urbanismo desde 2013.

Em 2014, estudantes da Faculdade de Arquitetura da UFRGS criaram um destes espaços em frente à faculdade. A iniciativa, que era parte da Semana Acadêmica do curso, durou apenas cinco dias. A estrutura instalada na rua Sarmento leite desapareceu em uma madrugada.

Para o prefeito, é importante que, em um segundo momento, os empresários invistam em parklets não somente em frente aos seus estabelecimentos, mas também nas áreas menos valorizadas da cidade.

O secretário de Parcerias Estratégicas, Bruno Vanuzzi, destacou a integração de várias secretarias, como a de Infraestrutura e Mobilidade (SMIM), Desenvolvimento Econômico (SMDE) e Meio Ambiente e Sustentabilidade (SMAMS), além da EPTC, e o desenvolvimento do projeto em tempo recorde.

Maurício Fernandes, titular da SMAMS, afirmou que a cidade de Porto Alegre é, muitas vezes, “hostil ao pedestre” e privilegia os automóveis. “A cidade não é de passagem, é de convívio”, destacou.

Marchezan aproveitou a ocasião para discursar em defesa das recentes medidas do governo, que incluem o transporte público, a remuneração e as gratificações dos servidores e a possibilidade de parcerias com a iniciativa privada no tratamento de água e esgoto de Porto Alegre. O prefeito pediu que os vereadores perdoem sua “coragem excessiva” ao enviar os projetos durante o recesso parlamentar e garantiu que “não há privatização do DMAE”.

Jornal Já



Categorias:Meio Ambiente, parklets

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11 respostas

  1. E as pessoas continuam se preocupando mais com as vagas de estacionamento. Como sempre, vossa majestade, o carro, se impondo na ordem do dia… As vezes tenho a impressão que pra alguma coisa inovadora ter chance de vingar em Porto Alegre, primeiro teria que se jogar uma bomba devastadora, que varresse de vez a população local, e aí recomeçar tudo de novo. Nunca vi uma cidade desse porte ser tão avessa a mudanças. Não sei onde os porto-alegrenses acham que vão chegar com uma mentalidade dessas…

  2. Gostaria de saber se alguém tem conhecimento de algum lugar onde este sistema funcione a pelo menos uns 2 anos. Para ter uma idéia de sua eficiência e também de modelos diferentes.

  3. Uma medida civilizatória que merece ser aplaudida.

  4. Quando foi proposto pelo vereador do PT foi uma gritaria geral: cade minha vaga? Vai ocupar o lugar de dois carros. Vamos observar as reações dessa vez.

    • kkkkkkkkkkkk verdade, gente cega

    • Pior é que continuam os mesmos comentários!

      Olhem no clicrbs: a cada 10 postagens, 9 era “ai porque vai tirar vaga de carro” “ai porque atrapalha a mobilidade urbana” “ai porque vai fechar o comércio de rua” “ai porque é só pra maconheiro” ‘ai porque pobre vai tomar conta antes”.

      Vai vendo quem são os caranguejos de verdade…

    • Mas essa proposta é completamente diferente.

      Na do Sgarbossa os parklets seriam colocados a força pela prefeitura na frente do seu estabelecimento, sem nenhuma discussão prévia e tirando vagas dos carros que poderiam ir no seu estabelecimento.

      A proposta atual permite que o empresário decida se quer dois carros na frente da sua loja ou um espaço mais agradável, com bancos.

  5. Tomara que as pessoas que forem fazer estas estruturas caprichem né, porque esse exemplo aí, perdão, é feio pra caramba! A meu ver esta cidade precisa de um choque estético, uma mudança de visão, uma nova compreensão de beleza, algo mais orientado para standard europeu, algo mais elaborado, harmônico, agradável aos olhos de verdade, tipo capricho e bom gosto Gramado, e vá lá, é possível e isso é feito até mesmo aqui no nosso Brasil em cidade grande capital poderosa, nem precisa dizer que é logo acima, em Curitiba.

  6. Bem legal, só espero que os moradores de rua não os vejam como uma nova moradia. Assim como os pichadores e vândalos não tenham ideia para algo.

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