Vinda de refugiados preocupa prefeitura de Porto Alegre

Venezuelanos. Ainda que não seja certo que algum grupo de imigrantes fique em Porto Alegre, abrigados em Esteio e Canoas poderão vir à capital se não tiverem alternativas

canoas

Imóveis que receberão os venezuelanos em Esteio foram vistoriados por autoridades | DJALMA CORRÊA PACHECO/DIVULGAÇÃO

Com a previsão de chegada de 641 refugiados venezuelanos a Esteio e Canoas, na região metropolitana, cresce a preocupação na Prefeitura de Porto Alegre sobre o impacto que a capital pode sofrer. O receio é de que, caso não consigam emprego formal ou apoio suficiente nas cidades vizinhas, os migrantes sejam obrigados a enveredar pela informalidade, juntando-se a senegaleses e haitianos que sobrevivem vendendo produtos nas ruas porto-alegrenses.

A secretária municipal de Desenvolvimento Social e Esporte, Denise Russo, considera que as levas anteriores de estrangeiros foram desorganizadas. “Não gostaríamos de repetir as experiências com senegaleses e haitianos. A informação que temos é que, no governo anterior, o abrigamento foi precário”, afirma.

Denise já pediu ao governo do estado que seja marcada uma reunião com representantes de Esteio e Canoas para conhecer as estratégias dessas prefeituras e compartilhar ideias. “Essa população vai acabar vindo a Porto Alegre.

Quanto mais conseguirmos ajudar e organizar, melhores os resultados”, salientou.

Ainda não está descartado que a capital receba venezuelanos, que poderão chegar a mil somente no Rio Grande do Sul, mas, a princípio, a cidade não conta com imóveis disponíveis para abrigá-los, diferentemente das cidades vizinhas.

Em Canoas, a prefeitura já abriu canais com a população para receber doações e manifestações de interesse em trabalho voluntário para atender os venezuelanos. Também criou a ferramenta on-line Banco de Oportunidades para que empresas informem vagas de trabalho aos refugiados.

O prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal (PP), considera que o processo de interiorização dos estrangeiros é diferente dos anteriores e, por isso, não deverá causar impacto semelhante. “As pessoas já vêm com local para serem acolhidas e com suporte da ONU. Também têm um nível educacional diferente.” Ele conta que empresas já demonstraram interesse em contratá-los. Na semana que vem, Pascoal irá a Roraima para ver a situação na fronteira por onde os venezuelanos entram, conhecer o perfil deles e colher elementos para organizar uma boa recepção aos refugiados.

Andre Mags – Metro Porto Alegre



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22 respostas

  1. “Aqueles que não fazem nada estão sempre dispostos a criticar os que fazem algo”, Oscar Wilde

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  2. Interessante foi nunca ter lido um manifesto, igualmente tão emocionante como esses que estou lendo aqui, para que todo essa atenção: -médicos gratuitos, transporte aéreo; moradia; campanha na Panvel para material de higiene; comida, etc…em benefício de porto alegrenses e suas instituições carentes, que batalham diariamente para ter um minimo de recurso em prol de necessitados. Se bem que são só “nosso povinho”, sem qualificação, sem instrução!!!
    Que vergonha!!!

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    • Olha…
      Não sei quanto aos outros, mas tenho a tendência de me manifestar sempre a favor da qualidade de vida de qualquer pessoa que seja, independente de estigmas e fronteiras.
      Basta ler meus comentários em geral e, como exemplo que me vêm a cabeça, posso citar aqueles que fiz sobre vendedores de rua e sobre os moradores do viaduto Otávio Rocha.
      O fato é que nunca vai faltar algum gaiato que nunca fez nada por ninguém vir reclamar e botar a culpa nos outros ou generalizar. Isso não há como evitar, pois é sempre mais cômodo estar do lado de quem critica de sua cadeira do que tomar uma atitude e arregaçar as mangas.
      Lembro de quando eu participava de uma ONG de auxílio a animais de rua e e minha companheira trabalhava na AFASO. Em nossas feiras e atividades em prol dos animais, sempre aparecia alguém (SEMPRE) para dizer que desperdiçávamos nossa energia e tempo (voluntários) com bichos, quando milhares de crianças passavam fome na rua e eu, sempre esperançoso na condição humana, oferecia a oportunidade de estas pessoas, críticas, participarem/auxiliarem a AFASO em sua atividade de amparo para com as crianças em baixa renda.
      Sabe quantos apareceram em 2 anos ?
      Nenhum.

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  3. E os refugiados nascidos no Brasil para onde irão, farão o que com eles???

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  4. Independente se é certo errado, justo ou não, esse pessoal vem. São famílias, compostas de pessoas, e como todo cristão desejo sucesso e no que eu puder ajudar, contem comigo.

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    • Quando tiver um tempinho, visite as instituições municipais, nossos pobres e necessitados e diga em que parte da palavra voce localizou o direcionamento tipo:”negue os seus em prol dos outros” e peça desculpas a eles por precisarem ficar doentes, sem casa para morar, etc….Muito bonito seu gesto. Bota humanitário nisso!!!

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  5. Demagogia. Em que pese a necessidade de refugiados em questão, possuímos uma população expressiva em nosso Estado que não possui moradia; tem dificuldades gravíssimas de sustentação alimentar; não tem assistência médica, ficando na dependência de corredores de hospitais, quando lá conseguem acesso. O que estamos presenciando: translado aéreo; liberação de moradia; mutirão médico; projeção de cursos e eventuais oportunidades de emprego; nossa, até então, rede de farmácia solidária Panvel arrecadando produtos para esses ilustres carentes(?), contra um número muito expressivo de instituições/organizações locais aqui e da grande Porto Alegre em batalhas diárias para suprir suas necessidades!!! Tive uma ideia=>: Poderíamos organizar os pobres e entregues a sorte aqui de nossa cidade, moradores de viadutos, riacho Ipiranga, favelas, etc… e coloca-los em ônibus para atravessar a fronteira para a Venezuela e após meia hora voltaríamos com todos, caminhando e entraríamos no paraíso chamado Brasil !!!

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    • E ainda tem gente que acha que não é assim? Digo porque: porque vcs não precisam, possuem recursos para sua manutenção;alimentação e plano de saúde; casa própria!!!

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  6. Os primeiros a abandonar a Venezuela são os mais capacitados, os que sabem que vão prosperar em outros países. A nata da sociedade venezuelana, aqueles com mais dinheiro, conhecimento e falando diversos idiomas já foram para os EUA e Europa. Estão vindo para o Brasil os de classe média, em geral bons profissionais com graduação ou nível técnico. Estão sobrando na Venezuela somente a parte mais desgraçada do povo. Os jovens que vem para cá trazem uns 20 anos de investimento de seus pais ou estado para trabalhar e viver aqui. Acaba sendo muito vantajoso para os nós brasileiros.

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    • E a tua gente, que poderá perder emprego para os seus “novos bons profissionais”???” Acaba sendo muito vantajoso para nós brasileiros”=>Nós quem cara pálida??? não conseguimos atender nosso povo por falta de recursos e você tem a capacidade de achar “vantajoso” dar a oportunidades para outros que não os nossos??? Parabéns!!!

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      • Quero dar emprego para quem trabalha bem, não para quem é brasileiro, branco, negro, mulher, homem… Trabalhou bem, sou cliente. Não trabalhou bem, tchau! Também não quero que alguém me contrate porque sou brasileiro ou gaúcho. Quero que me contratem por causa da minha competência. Não quero caridade de ninguém para trabalhar.

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  7. O que me preocupa é a falta de organização pra trazer o pessoal pra cá. Como foi dito na matéria, já vimos isso antes.
    De qualquer forma, espero que dê tudo certo, que sejam bem vindos e muito bem tratados.
    Ninguém merece passar fome, ainda mais por causa de uma maldita ditadura.

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    • “Ninguém merece passar fome, ainda mais por causa de uma maldita ditadura” ou ainda, ninguém merece passar fome e necessidade de moradia e assistência médica, por que um bando de demagogos apoiam fornecer isso gratuitamente para outros povos, que não aqueles do seu próprio País. .
      Que gesto bonito o seu. Quando passar ali na Ipiranga e ver alguém dormindo no meio de caixas improvisadas, joga ele de uma vez pra dentro do riacho. Ai você vai ficar mais tranquilo.

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      • Se nosso povinho perder o emprego para os venezuelanos, que pecam o emprego, ou se esforcem para trabalhar de forma mais eficiente. Não quero ficar sustentando gente ineficiente, preguiçosa ou incapaz.

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  8. Sejam bem vindos e oxalá sejam bem tratados para disseminarem a hospitalidade de nosso povo.
    Convivi muito tempo com venezuelanos expatriados que tinham dificuldades em entrar em contato com seus familiares que ficaram na Venezuela (voltar, nem pensar).
    Não me arisco a descrever o que lá acontece pois só quem viveu sabe, mas me sensibilizo muito. Tenho a convicção de que, recebendo oportunidades, não são pessoas que vem para agravar nossa condição social e sim para somar à economia gaúcha.
    Importante terem acompanhamento para adaptação às nossas culturas e burocracias. Idioma também é um pouco difícil pois o espanhol deles é bastante diferente daquele que estamos acostumados a ouvir aqui nas fronteiras do Conesul.
    Povo trabalhador e honesto vítima de ideologias de castas dominantes e ditatoriais.

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  9. Que bom que estão vindo. Faz parte da diplomacia internacional receber essas pessoas. Portugal e Miami estão sempre tendo que lidar com os brasileiros

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  10. Entendo que a nossa economia nao esta no melhor momento, mas a Venezuela esta caotica: faltam alimentos e servicos basicos.

    PS: antes de criticar, reflita sobre os seus antecedentes (sejam Portugueses, Italianos, Alemaes, Poloneses, Angolanos, etc).

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    • Exato! Acho que os únicos que podem reclamar sobre os imigrantes são índios, porque o resto tem um pézinho em outros continentes.

      Hoje peguei um Uber que levou um casal de venezuelanos que iriam para Argentina e eles deram uma nota de 100 bolivares de lembrança pra ele, pesquisei e vale 0.0017 reais.

      Os imigrantes haitianos e senegaleses que tinha instrução conseguiram vagas, em especial em caxias. Esses que a gente vê pela rua estão por ali pelos mesmos motivos dos brasileiros que optam por esse tipo de trabalho (não gostar de cumprir regras, salários baixos, pouca instrução, etc).

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      • E trabalho escravo né amigo. A gente finge que não sabe que essas pessoas são exploradas por contrabandistas internacionais.

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        • Infelizmente é isso mesmo. Na Argentina já se investiga especificamente este tema como tráfico de pessoas, pois chegando em seus destinos são ameaçados para não estreitarem contato com os residentes locais, mantendo-se sempre passíveis de manipulação e exploração pelo grupo que os trouxe e, geralmente, retem seus documentos e posses.
          Em Caxias, com um belo trabalho de políticas públicas, alguns conseguiram se inserir no mercado de trabalho local e são bem vistos pelos empregadores pois têm compromisso em suas tarefas. É bem verdade que em empregos de menos remuneração (como construção civil), mas acho que é um começo promissor (ainda mais nesta situação econômica que vivemos atualmente).

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  11. Imigrantes sao bem vindos no Rio Grande do Sul!
    Gostaria de ver um programa para ajudar essas pessoas a contribuirem com a economia no entanto. Algo como oferecer cursos profissionalizantes nos SESC e SENAI para que possam montar suas proprias empresas ou entrar em empresas existentes.

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