Ipiranga ganha faixa prioritária para transporte coletivo

 

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Programa de Priorização do Transporte Coletivo inicia pela avenida Ipiranga. Foto: Gilberto Simon – Porto Imagem

A Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), inicia, nos próximos dias, a implantação de uma faixa preferencial na avenida Ipiranga. A medida faz parte do Programa de Priorização do Transporte Coletivo, que identificou os principais gargalos do trânsito da Capital. Nesses locais foram desenvolvidos estudos para melhorar a mobilidade, sendo o primeiro a ser concluído e implementado, o da avenida Ipiranga. A redução prevista no tempo do deslocamento no trecho é de 70%.

A faixa, que tem 900 metros, fica localizada no sentido Centro – bairro, da região da avenida Elias Cirne Lima até a avenida Antônio de Carvalho. No local, que vai receber sinalização azul, será prioritária a circulação de ônibus, da 16h às 20h. O tempo médio para percorrer os 900m, sem a faixa, nos horários de intenso movimento é de 12 minutos. A expectativa é que os ônibus percorram em três minutos o mesmo trecho nesses horários, conforme diagnóstico dos engenheiros de tráfego da EPTC. Diariamente, mais de 23 mil usuários de transporte coletivo usam as seis linhas que circulam na região. “A faixa também deve reduzir em 15% (9 minutos) o tempo médio de viagem de cada linha” explica o gerente de Planejamento de Transporte da EPTC, Flávio Tumelero Júnior.

Programa de Priorização do Transporte Coletivo – As medidas de priorização do transporte coletivo contribuem para a regularidade da operação e mais agilidade nas viagens, o que contribui para a diminuição no tempo do deslocamento dos usuários. Isso atrai novos passageiros, pois melhora a qualidade do serviço. Além disso, com viagens mais rápidas, sem congestionamento, é possível economizar combustível, o que influencia na redução geral do preço da passagem. A EPTC desenvolve um trabalho de diagnóstico dos principais gargalos de transporte que devem ser solucionados para melhorar a circulação dos coletivos. Um dos trechos considerado crítico, e indicado para intervenção, foi a avenida Ipiranga, onde será implementada a faixa prioritária. Outros locais passam por estudos para execução da medida até o primeiro semestre de 2019, como a região da Rodoviária e da avenida Independência.

Legislação – Segundo o Artigo 184 do Código de Transito Brasileiro (CTB), a circulação na faixa ou via de tráfego exclusivo é considerada infração gravíssima, passível de multa de R$ 293,27 e 7 pontos na CNH e previsão de recolhimento do veículo.

Prefeitura de Porto Alegre



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17 respostas

  1. Eu aqui todo empolgado que finalmente iam dar um jeito na Ipiranga, aí leio a matéria e é só um trechinho muquirana lááá no final da Avenida. Que preguiça essa cidade tem de fazer as coisas!

    Criar uma faixa reservada para ônibus é por demais de fácil. É o tipo de coisa que poderia ser implementada em menos de um mês. É só tinta e placa! Aproveita agora o período das férias escolares e entrega esse presente pros alunos da PUC quando eles voltarem às aulas! Eles vão ficar embasbacados com a ideia de chegar de ônibus no horário da aula porque o ônibus não ficou trancado no tradicional congestionamento das 18h.

    Mas claro: faixa reservada na direita não vai adiantar nadica de nada sem fiscalização. Fiscalizar isso com agentes dá um trabalho fenomenal e, até hoje, creio que é o motivo do relativo fracasso das faixas à direita que temos em POA (terceira perimetral trecho sul). Algumas cidades tentaram automatizar isso com câmeras em postes, mas ainda é uma tecnologia meio problemática que pode resultar em muitos falsos positivos.

    Honestamente eu tenho uma ideia bem mais simples: bota um câmera na frente do ônibus gravando continuamente, e sempre que o motorista do ônibus se sentir prejudicado, ele aperta um botão pra salvar um vídeo dos últimos 30 segundos. Assim dá pra mostrar de maneira incontestável quando algum motorista de carro tranca a faixa reservada fora das situações permitidas (conversão, desembarque, entrada em lote lindeiro, etc).

    Essa tecnologia que eu estou sugerindo não é nada de outro mundo, na boa, me dá uns três meses e eu entrego uma prova de conceito sozinho. E olha que eu nem sou muito bom com hardware.

    • Não entendo por que você afirma que o corredor da zona sul é um fracasso. Os ônibus ganham um tempo enorme com o corredor nos horários de pico.

    • Vamos indo comendo pelas beiradas. Começa lá no final da Ipiranga e vem vindo… Ao menos já coíbe o estacionamento e a “paradinha”

    • Po, curti essa idéia do bus grava o trajeto. Adiciona a isso, o envio das imagens em tempo real pro CENTRO INTEGRADO ficaria show.

  2. Fala Gilberto! E sobre próximas etapas sentido ao centrão mesmo, tem notícias? E sobre as podas e corte dos vegetais para nas próximas etapas? Prefa já disse alguma coisa, pois trecho referido na matéria é trecho onde vegetais já foram melhor pensados ou são mais recuados ao ‘espaço’ de distanciamento do ônibus e a circunferência do vegetal. Agradeço desde já.

  3. Acho muito bom esse projeto. Sempre falei por aí que seria bom uma faixa exclusiva de ônibus na Av Ipiranga mas não em toda ela, pois há trechos em que só passam 2 linhas.

    Espero que esses trechos preferenciais de transporte coletivo sejam expandidos tanto na Ipiranga quanto no restante da cidade

  4. Um dia irão descobrir que essas faixas prioritárias, à direita das avenidas, são muito melhores do que os corredores de ônibus: tanto para os usuários de ônibus, que não precisam cruzar uma avenida para pegar os ônibus, como para os demais motoristas e passageiros — que terão menos interrupções de trânsito cada vez que uma sinaleira fecha para que as pessoas cheguem nos canteiros centrais.
    Corredores de ônibus, além de feios e custosos, são pouco produtivos.

    • Os corredores centrais têm muito mais capacidade total que uma faixa reservada. Na faixa reservada à direita, por mais que não haja carros circulando, ainda sim vamos ter carros convertendo, entrando em lote lindeiro, desembarcando passageiro, etc. No corredor nada disso acontece, e a única fonte de ineficiência acaba sendo o congestionamento entre os próprios ônibus. Como já discutimos aqui no blog muitas vezes, esse problema pode ser atacado através da reorganização das linhas, eliminando a pavorosa sobreposição e as redundâncias do sistema.

      Sobre o “usuário não precisar cruzar para pegar o ônibus”. Desculpe-me, mas isso é um equívoco: numa via de faixa reservada o usuário (na média) ainda sim vai ter que atravessar a rua. Isto porque (na média), as pessoas chegam por um sentido e voltam pelo outro. Ou seja, se eu pego um ônibus de manhã em direção ao Sul e meu destino está a direita, eu desço sem cruzar; mas quando tenho de voltar à noite, vou pegar um ônibus em direção ao Norte, o que me obriga a cruzar a rua.

      Por mim, todos os corredores da cidade deveriam ser convertidos para o modelo da Av. Sertório: embarque em plataforma central, com portas no lado esquerdo do ônibus. Esse modelo permite estações muito mais compactas, embarque super ágil, facilita a segurança/vigilância e ainda permite adotar pagamento-em-estação no futuro. Pra vocês terem noção, uma parada de ônibus no corredor da Bento chega a ter 180m e três faixas de segurança. Uma parada normal da Sertório não tem nem 80m e tem um faixa só.

      No caso específico da Ipiranga: a faixa reservada à direita em toda a extensão é uma solução razoável para o momento devido ao caráter único dessa avenida. No entanto, deveria ser estudada uma maneira de minimizar os conflitos com carros que estão convertendo. Uma possibilidade que eu vejo é mexer nas geometrias dos cruzamentos com as avenidas onde o carro poderia dobrar, criando uma área de espera onde os carros podem deixar o ônibus passar sem estorvar o trânsito que segue reto. Outro ponto seria minimizar ao máximo a confluência com ruas menores, restringindo o acesso das ruas pequenas à Ipiranga. Já a questão do embarque e desembarque poderia ser otimizada incentivando os lotes lindeiros a demarcarem áreas sobre a calçada (dentro do lote se possível), facilitando assim a vida de todos.

      • De fato, o corredor da Padre Cacique, provavelmente o corredor mais recente da cidade, trouxe uma economia de tempo incrível para quem se desloca por ali devido à redução de paradas. Além disso, o piso de concreto torna a viagem mais agradável do que a sucessão de solavancos da faixa mais à direita. Por outro lado, o corredor da zona sul, que utiliza apenas a faixa da direita nos horários de pico, permite que o comércio da avenida continue usufruindo de vagas de estacionamento (lembrando que é a ausência de estacionamento que torna a Farrapos uma avenida tão desvalorizada). Então cada solução tem que ser pensada para as características da região.

        • Não tinha pensado nessa questão do estacionamento pra explicar porque a Farrapos é tão desvalorizada. Pensei que tivesse a ver com a falta de manutenção dos prédios e a desvalorização do quarto distrito.

          E, salvo engano, dá pra estacionar nas ruas paralelas (ou transversais, sei lá). Ou melhor, não dá por falta de segurança mesmo. Digo isso porque na Assis Brasil só dá pra estacionar nas ruas que tem perto e é bem menos inseguro do que naquelas ruas perto da Farrapos.

          Enfim, Farrapos precisa de uma boa ajeitada.

      • Acho que as paradas não precisam ter a distância absurda que tem na Sertório uma da outra e não ter uma em frente ao Bourbon, mas concordo que deveria ser padrão e acho que é muito mal utilizado. Eu prefiro acreditar que as linhas da RMPA, especialmente Gravataí e Cachoeirinha não tem muita demanda pro centro para justificar a não utilização. Fora a questão da ausência de linhas aos domingos, pois aquele 715 e nada é a mesma coisa. Tinham que colocar uma linha exclusiva aos domingos que fosse em toda a extensão da avenida (da Baltazar até a Farrapos) e ter terminal bairro no Triângulo, possibilitando uma integração.

  5. Deveria ser implantada em todo o trecho da Ipiranga.

  6. Esse Programa de Priorização de Transporte Coletivo, deve atuar também na conservação dos ônibus, pois é uma vergonha os ônibus da carris, tudo caindo aos pedaços, ar condicionado desligado em dias quentes, isso relatado pelos próprios motoristas e cobradores, sem contar os bancos quase caindo, ahh antes que falem alguma coisa, eu cito a carris pois ela é a que tem situação pior. o transporte de poa em todos quesitos ta muito parado no tempo. já passou da hora de mudar isso.

  7. Esse pessoal do planejamento quer chamar de “Programa de Priorização do Transporte Coletivo” o uso de um trecho de 900 metros que foi escolhido depois de cerca de 3 anos de estudos pela EPTC???

  8. A foto mostra a PUC, mas a faixa só pega menos de 1km lá nos arredores da Antonio de Carvalho.

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