Mercado Público quer presente de aniversário

Segurança. Próximo de celebrar 150 anos de história, prédio passa por reformas que buscam sua proteção e valorização

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Em um térreo com corredores mais livres, novos extintores já podem ser vistos | JOÃO MATTOS/ESPECIAL

Ao completar um século e meio, o Mercado Público de Porto Alegre não receberá de presente somente um segundo andar revitalizado. Esse é, ao menos, o sonho da Ascomepc (Associação do Comércio do Mercado Público Central). A construção de uma nova subestação de energia elétrica encabeça uma série de revitalizações pretendidas pelos permissionários até os festejos em outubro. Tudo, porém, tem um preço.

A primeira parte do presente está encaminhada. Por conta do Plano de Prevenção Contra Incêndios, obras foram realizadas no prédio e tiveram o custo de R$ 1,5 milhão, arcado pelos próprios comerciantes. Com a inauguração das novas escadas, a desobstrução de corredores e a instalação de placas de sinalização e extintores de incêndio, restam detalhes para a solicitação do alvará provisório. O documento permitirá a reutilização do segundo andar, hoje desativado.

Para o alvará definitivo, contudo, o caminho ainda é longo – as melhorias na parte elétrica necessitam de cuidado e, claro, de dinheiro. Além de para-raios e fiação de qualidade, a instalação da nova subestação de energia elétrica é prioridade, já que permitiria uma maior segurança contra o risco de incêndios como o que causou a destruição do segundo andar, em 2013.

A segunda secretária da Ascomepc, Adriana Kauer, celebra a reforma e sua importância. “A emoção é bastante grande. O Mercado faz 150 anos e queremos dar esse presente para todos: para a população, para a cidade e para nós, que trabalhamos lá”, comenta.

A tendência é que, a partir da semana que vem, mais detalhes estejam definidos sobre as novas melhorias. O que já se sabe é que não sairá barato.

Uma história de altos e baixos

Em 1869, erguia-se um futuro patrimônio de Porto Alegre. Com açougues, bares e até hotéis, o Mercado Público se tornou, rapidamente, o maior e principal ponto de abastecimento da cidade.

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No dia 6 de julho de 2013, o fogo destruiu parte do andar superior do Mercado Público. (Foto: Lucas Uebel/ O Sul)

O local nunca escapou de ter sua existência ameaçada. Nos anos 1970, uma demolição foi cogitada pela prefeitura, mas mobilizações permitiram que a construção seguisse em pé. Além disso, quatro incêndios já atingiram o local. O mais recente foi em 2013, quando o telhado e o segundo piso foram extremamente afetados.

Seis anos depois, os comerciantes ainda buscam recuperar os clientes e os valores dos tempos anteriores ao fogo. As lojas do segundo piso, por exemplo, foram deslocadas para a parte de baixo e, hoje, operam em 30% de sua capacidade. O aniversário é o 150°, mas os desejos são os mesmos de sempre: que o patrimônio da cidade, cada vez mais, seja frequentado e preservado.

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Mercado possuia, originalmente, apenas um andar. Foto do final do século XIX. Foto colorizada por computador.

Jornal Metro POA – 08/03/2019

Publicado sob autorização

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Mercado Público de Porto Alegre. Fotos: Gilberto Simon



Categorias:Outros assuntos, Patrimônio Histórico, Prédios

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14 respostas

  1. O mercado público de Pelotas é incrivelmente parecido com o de Porto Alegre quando este só tinha um andar. Por falar nisso, o mercado de pelotas é bem mais agradável de frequentar que o de POA mesmo ainda mantendo os açougues e peixarias.

  2. O mercado melhoraria muito se o lixo dele fosse refrigerado. Ali na esquina da Borges com a Júlio fica o lixão do mercado, no verão quando faz 45 graus aquele lixo fica perfumando quadras inteiras da cidade. O problema não é o cheiro do peixe, é o cheiro da putrefação, do chorume.

  3. O Mercado Público de Santiago do Chile tem um cheiro mil vezes pior do que o Mercado de POA, os mariscos e demais bichos do mar tem um cheiro pior do que os peixes. O La Boqueria em Barcelona tem cheiro de peixe, água de peixe nos corredores e algumas lojas bem “pega turistas”, talvez aqui em POA seja mais para a população mesmo. Na entrado do La Boqueria tem muitas banquinhas vendendo coisas para turistas como balas de comas em formatos estranhos, saladas de frutas e frutas picadas, croquetas… Na parte do fundo que estavam as peixarias e demais lojas e lanchonetes. O Mercado Público de BH também é antigo e mal cuidado, mas não perde seu charme.
    O Mercado da Ribeira em Lisboa foi “privatizado ou concedido” para TimeOut e a parte de alimentação sofreu uma gourmetização com os principais estabelecimentos da cidade em versão pocket com os principais pratos numa praça de alimentação com mesas coletivas (o que não funcionaria em POA, pq nem no café dos mercado os meus conterrâneos bairristas gostam de dividir a mesa), já na parte normal do Mercado da Ribeira temos as lojas tradicionais que abastecem a cidade.
    Por fim, acho que os grandes problemas do Mercado são os do centro, falta de segurança, limpeza, excesso de mendigos e usuários de drogas (e a falta de politicas públicas com essas pessoas) e a falta de educação do povo, pq vejo o DMLU limpando a mesma área umas três vezes ao dia e logo depois está imundo.

  4. Acho que o upgrade maior do Mercado (do ponto de vista estético) seria a extinção do terminal de ônibus ao lado. De limpeza ele tá ruim mesmo,mas olhando outros mercados públicos por aí é o melhor organizado,mercado de Montevideo é um ranho só o espaço das lojas,o Jean Talon em Montreal praticamente é feira a céu aberto,o daqui a disposição das lojas acho muito boa,gosto muito do Mercado Público. E que venham novos 150 anos de vida!

  5. Estive em janeiro no Mercado Público de Porto Alegre, mas como visitante/turista, definitivamente não me encanta. Aquele forro da cobertura hiper imundo, nenhuma elaboração paisagística no interior que tem uma baixa luminosidade deprê durante o dia, do lado de fora a catinga e resíduos de peixaria escorrendo além dessas calçadinhas mal feitas com paradas de ônibus design arcaico mais pobreza impossível, e quanto às bancas em si mais do mesmo apenas. Acho que é um espaço importante demais, um símbolo máximo da cidade, um patrimônio arquitetônico-histórico super relevante, mas… com certeza necessita, merece, uma gestão mais avançada. A meu ver é só dar uma esticadinha em Curitiba para constatar o que o mercado deles que não tem de verdade grande tradição como o de POA oferece. Lá se encontra muita variedade, diversidade mundial de produtos, muita coisa interessante, bem mais descolado e UP to Date, um lugar que chama o visitante, o comprador. Também o Mercado del Patio de Rosário – AR, serve a meu ver para uma boa inspiração e demonstra como se pode dar vida a um lugar com ares históricos tornando-o contemporâneo e super atrativo, o que o Mercado Público de Porto Alegre poderia bem ser se estrategicamente gerido fosse.

    • Esse não é uma mercado fake como o de Curitiba, então, sim, você vai ver povão, catinga e cheiro de peixe. Aliás, se tu fores ver, Curitiba tem outros “atrativos” puramente fakes, como o Jardim Botânico. O prédio aquele que sai nos cartões postais da cidade é um plágio descarado do Key Gardens, de Londres.

  6. Em agosto completar-se-ão 7 anos que o Mercado pegou fogo. Sete longos anos e até agora o segundo piso não foi liberado. Como considerar Porto Alegre uma cidade, em vez de uma taba do alto Xingu? Esta cidade é uma vergonha para a humanidade. Uma pena, pois eu frequento o Mercado seguidamente e há muitas especiarias que só se encontra lá. Outra obscenidade é a sujeira (imundície) do Mercado. Coisa de cidadezinha bem chulé. Estive há duas semanas nos mercados públicos La Boqueria e San Miguel. O primeiro em Barcelona, o segundo em Madrid. É de ficar constrangido com a brutal diferença com a conservação.

    • Ora, é só esperar a super EFICIENTE gestão pública dar jeito nisso. Tá tranquilo.

      • A “eficiência” da gestão privada em nada supera a “eficiência” da gestão pública. A iniciativa privada nacional é tão lixo quanto o setor público. Afinal somos o Brasil; de todas as gestões. Esse negócio de privatiza que resolve, só existe na cabeça de alguns adolescentes.

    • Também conheço o mercado público de Barcelona, e é tão fake quanto o de Curitiba, feitos para turistas. O mercado de Porto Alegre se destina à população em geral, portanto não deve virar um mercado gourmet.

      • O La Boqueria não tem nada de mercado fake. É um mercado público nos moldes de um… mercado público. Não é um mercado gourmetizado ou para turista ver. La Rambla pode até ser algo direcionado ao turista, mas o mercado la Boqueria, em hipótese alguma. É um mercado para o povo. Agora, se você acha que mercados ao estilo de Curitiba são tipo Nutella, então eu prefiro um Nutella mesmo, pois um mercado raíz (podre) como o de Poa não chega aos pés da civilidade que é o de Curitiba.

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