Polêmica. Texto derruba proibição para que o parque receba intervenções e, segundo seus autores, possibilita melhorias no local

Área verde passa por reformas | CRISTINE ROCHOL/PMPA
Um projeto de lei que começou a tramitar na Câmara Municipal, e já teve a sua constitucionalidade aprovada, retira a proibição de novas construções no Parque da Redenção, determinada por uma lei de 1960. A matéria dificilmente será apreciada em plenário ainda este ano, mas já promete gerar polêmica.
De acordo com o texto, de autoria dos vereadores Felipe Camozzato (Novo) e Mendes Ribeiro (MDB), atualmente o parque tem infraestrutura precária, a vegetação está sem cuidados, há pouca oferta de sanitários e insegurança e “a lei que se pretende revogar perpetua esse cenário”.
A proposta somente elimina a proibição de novas construções, sem dar mais detalhes sobre o que poderia ou não ser erguido na Redenção, que é tombada. Questionado sobre isso, Camozzato explica que não é necessário sequer uma regulamentação da medida. “Não necessitaria de regulamentação porque já precisa de análise da Smams [Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade]. É devaneio pensar que se possa fazer algum empreendimento ali”, afirma, salientando que o vereador mais desconfiado pode fazer uma emenda ao projeto. Intervenções no local também passam pela Epahc (Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural).
Camozzato confia que o projeto beneficiaria a área verde. “Vejo como fundamental para melhorar as condições do parque tirar essa amarra para que, à luz das concessões, o parceiro privado possa oferecer um benefício ao cidadão.” As sugestões do vereador para melhorias na Redenção passam por maior quantidade de banheiros, novo calçamento, vestiário para quem pratica esportes no local e uma pista de corrida.
Lei do Mobiliário
O vereador Adeli Sell (PT) critica o projeto. Para ele, a Lei do Mobiliário Urbano já define o que pode e o que não pode ser construído na cidade. “Na Redenção, vale o mesmo que vale para as praças”, sentencia.
A Redenção está em obras, mas os trabalhos não farão alterações profundas no parque, e sim reformas em 11 pontos, como os recantos Alpino, Europeu e da Ilha, a Fonte Luminosa e o piso do entorno do Monumento ao Expedicionário. O investimento, de R$ 3,8 milhões, é bancado pela construtora Cyrela Goldsztein, em contrapartida a um empreendimento da empresa.
Conselheiro afirma que usuários não foram ouvidos
Coordenador do Conselho de Usuários do Parque Farroupilha, Roberto Ivan Jakubaszko aponta que a prefeitura não consultou a comunidade sobre as obras em andamento na Redenção. Ele questiona o aporte de R$ 3,8 milhões para “arrumar pracinha e pintar banco”. “Isso se faz com R$ 150 mil”, critica. Jakubaszko sugere que o valor poderia ser aplicado para resolver um dos maiores problemas do parque, a insegurança. “Poderia melhorar o cercamento eletrônico, tem 26 câmeras e três estão estragadas.” A Smams informa que as obras são para “melhorias identificadas como necessárias” e foram definidas “a partir da escuta a estes anseios e de análises técnicas”.
Metro Jornal Porto Alegre, 01/11/2019
Categorias:Concessão de Parques, Outros assuntos, Parques da Cidade
Certamente essa é a primeira exigência de algum grupo interessado na concessão da Redenção que deve estar senso tramada pelos porões da prefeitura. Depois vai vir aquele velho discurso que é “necessário uma contrapartida ao investidor” ou dar “viabilidade econômica ao negocio” e aí vai surgir o Redention Residence, um novo conceito (sempre é um.novo conceito), sem estacionamento com lavanderia coletiva, apartamentos de 10 metros quadrados, tudo isso no coracao da Redenção. Salvem isso que eu postei e esperem pra ver se nao vai ser bem isso. Nao dou 5 anos para aparecer uma palhaçada dessas.
CurtirCurtido por 1 pessoa
profético
CurtirCurtir
Pois é, fiquei com essa duvida, seria liberar geral, ou apenas banheiros, reformas do café, obras pequenas no geral?
Se for isso, acho válido.
CurtirCurtir
infelizmente o parque esta ultrapassado, mais de 70% da area da redenção é inabitável devido insegurança. Deveria haver menos burocracia para eventos ali, os vários chafarizes e monumentos escondidos em meio ao mato poderiam abrigar espaço para realização de eventos, festas de rua foodtruck etc. Sem problema de poluição sonora, sem trancar rua.
CurtirCurtir
Dale Camozzatto! Baita projeto, apesar que não passar pela soçagem parasital da Câmara.
CurtirCurtir
Construir em área de parque ? Se forem pequenos equipamentos ou estruturas, como um café por exemplo, to dentro. Mas será que isso não vai abrir precedente pra coisas maiores, retirando da população uma substancial área de parque ? Convém ver o que vai ser aprovado antes de aplaudir… PARQUE É PARQUE! Sabia que a Redenção era muito maior há décadas atrás, e que foram sendo retiradas fatias até ser o que é hoje ?
CurtirCurtir
O título da matéria não condiz com o que pretendem os vereadores citados e muito menos com qualquer possibilidade imaginável. O título leva o desinformado a crer que aprovando esta lei, a qualquer momento se possa construir qualquer coisa no parque . – “Redenção poderá ter construções liberadas”.
Claro, liberou geral!!! Agora vamos colocar um shopping center ali…. Inclusive a farmácia São João já me ligou…. claro….
De fato, liberando ou não construções, o parque é, além de área verde pública, tombado/listado pelo
Ephac, que é o órgão municipal equivalente ao Ephan/Ephae…. Não vejo a menor possibilidade de se permitir qualquer construção ali que venha descaracterizar a função de parque e sua área, aprovando esta lei ou não. Não delirem;…
Temos que deixar de lado as amarras e, por que não, os idealismos fora de contexto. principalmente os formadores de opinião e a mídia em geral. O parque precisa sim de construções – precisa de banheiros, de pavimentação, módulo policial, revitalização do espaço do café do lago, etc. E é isto que se tenta desimpedir por lei (mesmo estes equipamentos, em sua idealização, precisam de consulta ao Ephac e Meio Ambiiente, aprovando ou não esta Lei).
Sabem quantas pessoas passam pelo parque/brique num final de semana? Sabem quantos banheiros o parque têm?
Por outro lado, há de se ouvir a comunidade local no que tange a qualidade e usabilidade desta área. São importantes novos investimentos e também são importantes os caminhos que destravem e estes investimentos.
No mais, a vida é dinâmica e os costumes mudam – quando antigamente havia lógica em manter um mini-zoo num parque urbano, hoje já não é condizente este tipo de situação – as áreas públicas devem se adaptar a isso. Nada deve ser engessado a ponto de se tornar inviável em termos de uso e/ou manutenção – pensar nisto é pensar de maneira sustentável também.
A praça da Alfândega, por exemplo, faz pouco tempo recebeu uma intervenção onde foram construídos espaços comerciais. Deu vida ao lugar e se tornou um ponto de encontro da população que nem costumava parar pela praça (principalmente naquele canto à noite).
CurtirCurtir