Prefeitura divulga resultado do chamamento público para adoção do Muro da Mauá

A prefeitura divulgou nesta sexta-feira, 18, o resultado do chamamento público para a adoção de 750 metros do Muro da Mauá, trecho entre a Secretaria Estadual da Fazenda e a cerca divisória na curva da avenida Mauá, antes da Usina do Gasômetro. A proposta apresentada pelo consórcio composto pelas empresas Sinergy e HMidia cumpriu todos os requisitos avaliados pela Comissão Julgadora e foi considerado o projeto vencedor por unanimidade. (fotos)

Projeto do consórcio Sinergy/HMidia para o Muro da Mauá. Todas fotos: Sinergy/Hmidia

A partir da publicação do resultado no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa), abre-se o prazo de dez dias para contestações. Transcorrido o prazo, caso não haja manifestações, o termo de adoção será assinado pelo período de dois anos.

“Ficamos bastante impressionados com a qualidade dos materiais que recebemos. Todos demonstraram um grande engajamento com esse projeto do município de embelezar a cidade. Para a tomada de decisão, avaliamos a criatividade, inovação, sustentabilidade e a capacidade de execução dos projetos”, afirma a secretária de Parcerias, Ana Pellini.

A adoção do Muro da Mauá é mais uma ação que integra o projeto de recuperação do Centro Histórico coordenado pela Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos (SMPAE). Para o secretário Cezar Schirmer, trata-se de um espaço que merece uma atenção diferenciada, em virtude dos investimentos que foram feitos na Orla do Guaíba e de empreendimentos como o Embarcadero. “É essencial que pensemos a região de forma sistêmica. O embelezamento do muro será integrado aos esforços já realizados, promovendo coesão estética e recuperando um perímetro hoje degradado”, avalia.

O projeto escolhido prevê uma divisão do muro em sessões, valorizando os 250 anos de Porto Alegre e mostrando grandes personalidades, música, escritores, esporte, entre outros. Além disso, haverá cascata de água, espaços para interatividade com QR codes espalhados pelas sessões, trazendo informações sobre cada imagem mostrada e um jardim vertical. O projeto prevê ainda abrigos de ônibus mais modernos e iluminação cênica. “Queremos dar movimento ao muro, fazer com que ele interaja com as pessoas”, salienta o diretor geral da Sinergy, uma das empresas que compõe o Consórcio, Eduardo Ferreira.

“A dedicação pela cidade e a vontade de ajudar melhorando esse espaço tão rico que é o Muro da Mauá ficaram muito claras nas apresentações. Ganharemos mais um espaço para enaltecer elementos importantes da nossa cultura”, enfatiza o secretário da Cultura, Gunter Axt.


Contrapartida – Como contrapartida ao adotante, parte da área adotada (15%) poderá ser utilizada para identificação da marca do parceiro. Também será permitido o uso da frase “Uma empresa parceira de Porto Alegre” no local. O parceiro adotante poderá, inclusive, utilizar em suas peças publicitárias a frase acompanhada do brasão oficial do Munícipio.

Proposta valoriza os 250 anos da cidade e grandes personalidades como o poeta Mario Quintana Foto: Sinergy/Hmidia

A comissão – A comissão julgadora que avaliou os projetos é composta pelos secretários de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer; de Parcerias, Ana Pellini; de Cultura, Gunter Axt; e pelos técnicos da Secretaria de Serviços Urbanos, Hélio de Almeida Oliveira; da Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade, Rovana Reale Bortolini; e do Gabinete de Comunicação, Rafael Ocãna Vieira.

Além do consórcio composto pela Sinergy Novas Mídias/ HD Mídia, apresentaram propostas para o Muro da Mauá o grupo Leonid Streliaev/Imagine Soluções Criativas e a empresa TIS Marketing.

Sinergy – A empresa atua há 21 anos no mercado e é líder na região sul do Brasil em mídia OOH. Atualmente está presente nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná com mais de 3 mil faces próprias, além de exportar mídia para todo o país e Américas com parceiros estratégicos.

Hmídia – Com operação desde abril de 2002, a H Mídia especializou-se em locação de espaços publicitários em mídia OOH (Out Of Home). Nos últimos anos, incorporou em seu portfólio uma gama de soluções em mídia exterior estática e digital, buscando atender às necessidades de comunicação do mercado nos ambientes urbanos e de circulação de pessoas, de clientes, da “gente das marcas”. Hoje, as mais de 500 faces em mídia estática, digital, indoor e outdoor, constituem um amplo portfólio de alternativas em comunicação nos mais diversos ambientes com criatividade, inovação e compromisso de satisfação e conexão.

Mais fotos:

Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Muro da Mauá, Projeto de Revitalização do Cais Mauá, Revitalização do centro

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8 respostas

  1. Impressionante.
    Por mais que se argumente e se apresente estudos de instituições e profissionais reconhecidos a respeito da importância vital que o muro tem para a cidade, se algum dia a água do Guaiba se elevar (como já se elevou mais de uma vez e certamente vai se elevar novamente) , ainda assim continuo vendo pessoas simplesmente focando em sua derrubada. E são comentários sem embasamento algum.
    Parece que as pessoas repetem algo que ouviram, sem mesmo se questionar antes… apenas repetem, como se fossem papagaios que são capazes de pronunciar uma frase mas sequer são capazes de entender suas implicações.

    Mas, como essas pessoas sequer entendem o que repetem, de algum lugar vem a incitação. Alguém ou alguma instituição está por aí pregando a derrubada do muro.

    Lembro de meu ex-professor e grande formador de jovens mentes na UFRGS, Benamy Turkienicz, a um tempo atrás propagava na mídia local “Na minha cidade ideal, esse muro não existiria”, obviamente sem conhecimento algum sobre hidrologia.
    Sei também que entidades locais vinculadas aos arquitetos estavam num movimento “derruba muro” até anos atrás mas, depois da cheia de 2015 em que a água ficou a 11cm de atingir a base do muro, nunca mais piaram a respeito.

    Enfim, podemos argumentar o que for e mesmo assim ainda vai ter gente repetindo o “derruba” do 1,km de muro da Mauá para comprometer mais de 60km de sistema de contenções, sem ao menos se questionar.

  2. Antes eu me preocupava com o muro, achava muito feio, mas com esses pombais sendo construídos por toda Porto Alegre, o muro que era feio, por contraste, passou a ser aceitável. Temos problemas maiores para nos preocuparmos …

  3. Pensei que o chamamento seria para derrubar o muro. Engano…

    • O chamamento era pra adoção do muro. Os estudos pra opções a ele, como uma possível diminuição do tamanho, ou mesmo a derrubada, terão que continuar. Ninguém tem certeza de nada ainda. Eu por mim, não derrubava. Tem muitas opções pra devolver o espaço pra cidade. Eu prefiro que o espaço do porto continue isolado, mas com muitas entradas, não somente aquela principal. Não quero arriscar derrubar o muro, e no ano seguinte uma baita enchente que destruiria o centro da cidade. Já imaginou os cabos elétricos, de telefonia, de Internet, tubulação de ar condicionado, tudo enterrado no centro e inundado? Há de se estudar com muita calma uma alternativa. E se forem derrubar, já tem que ter o início da construção de um novo sistema de proteção contra as cheias paralelamente. Simplesmente derrubar NÃO. Seria muita irresponsabilidade.

      • Uma complementação a tua frase “uma baita enchente que destruiria o centro da cidade”.
        De fato, sendo derrubado o muro sem que outra medida se tome, seria comprometido todo o sistema anti-enchentes, colocando em risco não apenas o Centro mas também boa parte do 4° Distrito, Zona Norte (incluindo aeroporto) e zona sul de Canoas.
        Estas informações não saíram de minha cabeça “assim no más”. São observações feitas pelo próprio IPH_UFRGS.

        • Zona sul de Canoas?

          • Pelo que entendi de um vídeo que está aqui mesmo no blog, o sistema de proteção contra cheias engloba também Canoas, creio que pela questão da BR 290 ou do rio Gravataí, e tudo atua em conjunto, onde caso se elimine uma parte o sistema todo se compromete.

            Abaixo segue parte de um manifesto do IPH/UFRGS
            “o Muro da Mauá é apenas parte de um complexo sistema de proteção contra inundações de Porto Alegre, composto por diques, o Muro da Mauá e casas de bombas. Ele inclui a BR-290 (Freeway), Av. Edvaldo Pereira Paiva, Av. Ipiranga e Av. Diário de Notícias, protegendo uma área que vai do Centro Histórico até os bairros ao norte (Farrapos e Humaitá) e a região do aeroporto. O rebaixamento do muro reduziria o grau de proteção de todo o sistema”

            Clique para acessar o MANIFESTO-IPH-Muro-da-Maua_jan2021.pdf

            No mais, também vi algumas imagens de simulação de enchentes sem o sistema de proteção (não apenas sem o muro) e englobava Canoas e, inclusive, Cachoeirinha.

            Abaixo segue o link de um estudo elaborado pelo engenheiro ambiental José Augusto Müller Neto sob orientação do professor do IPH da UFRGS Fernando Dornelles procurou avaliar qual o impacto que enchentes equivalentes às daqueles anos teriam sobre a Capital hoje se não existisse o Muro da Mauá e o complexo de diques que ele compõe. Neste estudo Canoas aparece afetada pela mancha de inundação (figura 12 em diante)
            https://lume.ufrgs.br/handle/10183/199232

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