Empresários apresentam porto de Arroio do Sal ao Governo Federal

O setor portuário está prestes a ganhar um novo empreendimento. No entanto, não se trata apenas de mais um complexo marítimo para a movimentação das cargas, que passam pelo País. Na verdade, estamos falando de um projeto bicentenário, que está em discussão desde 1826. Isso mesmo, após muitos conflitos de cunho político, vai sair do papel o Porto onshore de Arroio do Sal, concebido para atender as demandas da região norte do Rio Grande do Sul, especialmente Porto Alegre, Caxias do Sul e Serra Gaúcha, além do agronegócio.

Projeto do porto previsto para Arroio do Sal

Atualmente, o estado conta apenas com o Porto de Rio Grande. Com investimentos que devem chegar a R$ 5 bilhões e movimentação anual de 50 milhões de toneladas , ele será 100% privado e deverá entrar em operação em cerca de três anos.

Os detalhes do empreendimento foram apresentados na semana passada, em Brasília, ao secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni. Estiveram presentes empresários ligados ao novo complexo, investidores e lideranças políticas locais. Entre eles, estava o presidente da DTA Engenharia, João Acácio Gomes de Oliveira Neto. A empresa foi contratada para desenvolver os projetos de engenharia básica e executiva, e a obtenção do financiamento (funding) para concretização da obra. Isso inclui enrocamentos (conjunto de grandes pedras ou blocos de concreto, que servem de quebra-mar para a obra construída), dragagem, píeres, pontes de acesso, e acessos rodoviários, dutoviários e futura ferrovia.

A previsão é de que o material seja entregue até o final do mês. O próximo passo será a realização dos projetos e licenciamentos ambientais. “É um projeto de relevante interesse público. Sua concepção envolve a mais moderna engenharia portuária mundial para receber navios classe New Panamax, e que irá impulsionar o desenvolvimento sustentado do Rio Grande do Sul, criando empregos, distribuindo renda, valorizando o ser humano e o meio ambiente, e alavancando a economia local”, destacou João Acácio. Segundo ele, o novo Porto vai evitar a migração de cargas para outros estados, reduzindo o elevado custo logístico atual e a fuga de impostos.

O estímulo ao turismo da região de Torres e municípios litorâneos adjacentes é outra vantagem, já que o projeto também contempla a construção de um Terminal Marítimo de Passageiros. “Há quase 200 anos fala-se da viabilidade de implantação de um porto marítimo no norte do estado na região de Torres. Esse sonho começa a sair do papel e a DTA sente-se orgulhosa de ter sido escolhida para participar desta meta ambiciosa”, completou João Acácio.

Informativo dos Portos – 09/07/2021



Categorias:Economia, Economia Estadual, Porto de Arroio do Sal

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14 respostas

  1. o texto fala em “futura ferrovia”. Alguém já viu algum projeto de ferrovia que alcance o litoral? Nunca vi nada sério nesse sentido

  2. Não é mais negócio fazer uma ferrovia até Rio Grande que tem uma infraestrutura pronta? Do que fazer tudo do zero na região dos balneários. Tipo…de Cidreira para baixo dá pra fazer o que quiser. Talvez esteja se discutindo há 200 anos porque o projeto não é bom. Não existia petista/ecologista há 200 anos atrás. Acho que nem comunismo existia.

  3. Qual o impacto na circulação de pessoas na orla, impacto na Rota do Sol e Estrada do Mar. E quanto a poluição de vasamentos no mar como ficarão as praias do entorno?

  4. Ótima notícia para o RS. Tomara que o projeto se concretize, pois a serra precisa melhorar sua infra estrutura logística. É a região mais dinâmica do estado, economicamente.
    Só talvez o Porto de Rio Grande acabe perdendo um pouco da sua movimentação de cargas e a zona sul do estado precisaria ganhar mais participação econômica no PIB.

  5. É muito alvissareiro saber que a iniciativa privada vai investir em obra de infraestrutura assim vultosa. Desde os tempos do Barão de Mauá e as ferrovias dos ingleses não se vê isso. Só espero que o governo não inviabilize o projeto.

  6. Não sabia que era tão antigo! https://www.youtube.com/watch?v=Y6GjCJnHv6M

    Faz tempo que não temos grande sobras no Brasil…

  7. Tramandaí já tem um terminal oceânico somente para petróleo e derivados. Não sei porque já não usam essa localidade, pois já deve ter boa parte do trabalho já adiantado, como estudo do leito, dragagem de trechos para as embarcações.
    Deve ter alguma razão para isso…
    http://transpetro.com.br/transpetro-institucional/nossas-atividades/dutos-e-terminais/terminais-aquaviarios/osorio-rs.htm

    • Em Tramandaí só existe uma monoboia, exclusiva pra petróleo, há 2 km da costa. Não é um terminal propriamente dito. O oleoduto leva o petróleo até a Refap, em Canoas.

    • A profundidade da água logo à frente de Arroio do Sal é 22 metros ou mais. No restante do litoral, essa profundidade de água se encontra somente a alguns quilômetros da orla. Essa é a razão da escolha de Arroio do Sal para sediar porto.

  8. ABSURDO !!! inciativa privada tomando conta de nossas costas marítimas !! não podemos permitir isso !!! o lucro vai todo pro empresario e o povo pagador de impostos não receberá nenhum centavo ! podiamos construir um porto com recursos publicos e gerar emprego pra população mas nãããooooo esses entreguistas cada vez mais querendo o que é do povo por direito !!!!!

    • Não entendi essa ironia…desnecessário….e análise errada. Ninguém aqui é contra a iniciativa privada.

      Com certeza vai ser um investimento de bilhões de reais, muito bem vindo ao estado.

      • Uma coisa é a iniciativa privada desenvolver, executar e operar um projeto. Louvável atitude, inclusive.
        Outra coisa é passar bens públicos subavaliados à iniciativa privada.
        Equivocada a colocação do nobre aí em cima.

        • Caso esteja se referindo à venda da CEEE por cem mil reais, veja que quem a desvalorizou foi o próprio governo, através do seu costumeiro gerenciamento perdulário. Quaisquer bens tem seu valor determinado pela sua liquidez e renda que gera. A CEEE, além de estar devendo bilhões, ainda dava prejuízos de uns 800 milhões anuais. Portanto, o público fez um ótimo negócio em se livrar dessa carga pesada sob o guarda-chuva de um bem construído contrato de concessão.

          • Não, não me referi a nenhuma estatal vendida, apenas exemplifiquei. Com relação a CEEE, já foi tarde. Dando já era lucro para o estado pois era um saco sem fundo. Já Eletrobrás, sei não…

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