Aprovado projeto de lei que desestatiza a Carris

Foto: Maria Ana Krack/PMPA

A Câmara Municipal de Porto Alegre  aprovou na noite desta quarta-feira, 8, o projeto de lei do Executivo (PLE 013/21) que prevê a desestatização da Carris. A proposta recebeu 23 votos favoráveis e 13 contrários. Foram apresentadas oito emendas ao projeto, todas rejeitadas. 

O prefeito Sebastião Melo agradeceu aos vereadores por terem enfrentado o debate e aprovado mais uma etapa do conjunto de medidas proposto para modernizar e enfrentar a crise no transporte. “As isenções e o custo da Carris, que é 21% maior do que de outras empresas de ônibus, fazem com que a passagem em Porto Alegre seja uma das mais caras entre as capitais. Vamos seguir trabalhando para melhorar a mobilidade humana e termos uma passagem que caiba no bolso do cidadão”, destacou.

Com a aprovação, o serviço continuará sendo público, porém, operado por uma empresa privada, como já acontece em todas as demais capitais brasileiras. O projeto garante a continuidade do atendimento dos 22% que hoje são transportados pela Carris mantendo a qualidade do serviço para a população. 

Para os funcionários dentro do projeto de desestatização está em planejamento um Plano de Demissão Voluntária (PDV), além da realização de cursos de capacitação.

Prefeitura de Porto Alegre



Categorias:Desestatização de empresas, Outros assuntos

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27 respostas

  1. Eu não tenho certeza que essa é a melhor saída, mas espero que seja feita do jeito certo. Não adianta privatizar por privatizar, ou daqui 10 anos vai surgir uma Carris 2.0.

    Espero que esse dinheiro que era “investido” na carris ao menos continue indo ao transporte publico.

  2. A Carris é o tapa-buraco do transporte público de Porto Alegre. Os caras têm a coragem de privatizar a Carris antes de discutir a remodelação das linhas da cidade, que é extremamente mais importante. Aliás, antes da pandemia a empresa vinha se recuperando.

    Eu não sou contra a privatização da Carris, mas esta marmota que estão fazendo aí só vai piorar o que já não é bom.

    Pro prefeito e vereadores é extremamente fácil: não utilizam o sistema, então não se preocupam com o serviço. Mas e a eficiência? Esquece. Só usam carro, mesmo. Os usuários que se danem.

    • E quem é que vai querer comprar a Carris para operar nesse sistema decadente de transporte público que existe aqui em Porto Alegre.

      Qualquer empresário em sã consciência vai passar longe desse leilão.

      E no fim das contas, a venda do da Carris nem ajuda a resolver o grande problema que é o transporte público. É somente uma solução simplista para quem tem preguiça de pensar.

  3. Importante passo pra POA. Tenho pra mim que essa empresa reflete a política de privilégio e apadrinhamentos históricos de POA e do Estado por criar empresas públicas onde absolutamente não deveria existir, e foi o cerne da decisão política de POA de não implemento das linhas de metrô q competiriam diretamente com as linhas e diminuiria a arrecadação da estatal. Será que agora o metrô finalmente vai voltar à pauta?

    • Henrique, tu acha que as outras empresas, que são privadas, querem metrô ? Obvio que era a ATP que nunca quis, nada a ver com a Carris. Essa privatização da Carris é meramente eleitoreira. Não vai mudar nada no cenário do transporte. A ATP vai continuar mandando e desmandando no sistema, que vai continuar uma porcaria. Precisa um governante com muito culhâo pra mudar algo. Te achei muito ingênuo e desinformado agora. Me desculpe.

      • Esse meu comentário eu escrevi “tenho pra mim” porque de fato sobre esse assunto não tenho posicionamento categórico por não conhecê-lo a fundo. Na minha teoria, é muito provável que alguns gestores da própria Carris componham a ATP e vice-versa, não seria de muito espanto porque na prática são empresas/associações instituídos pelo poder público da cidade ou composto uma parte por ele e é assim que costuma ser: setores afins costumam ter agentes em comum, compõe o mesmo aparelhamento. Mas isso é uma suposição que explicaria o entrave com o metrô. Agora, claro: qualquer empresa privada que vier a ocupar esse serviço público também vai compor esse lobby, mas lobby privado tende a ser politicamente mais fraco, sendo bem pragmático: porque defendê-los em detrimento dos cidadãos dá menos votos. Monopólio público costuma ser mais cascudo.

        • Henrique, tens que te informar melhor. ATP é uma entidade 100% privada, associação dos transportadores de passageiros de Porto Alegre. Não tem nada a ver com poder público. O maior entrave a melhora do transporte coletivo na cidade sempre foi da ATP. Talvez a prefeitura tenha interesse em perpetuar essa situação, para não precisar investir nessa área mais do que investe, mas não é ela que manda. São os diretores da ATP.

          • Mas como uma associação tem tanto poder sendo que o interesse público é princípio de toda administração? Descortina o CNPJ e começa a ver os CPFs que talvez encontre agentes em comum. ATP é a associação dos transportadores e a Carris não seria o maior transportador da cidade? Não é pq o CNPJ é privado que os agentes não sejam envoltos ao poder público e certos grupos, infelizmente o compadrio tem raiz de muito tempo em POA e eu acho que a Carris no contexto teve o seu papel nisso. E pelo que vi, a própria ATP tá sendo confrontada quanto a sua atuação na legalidade. Pode ser coincidência, mas: será? E identificando esses grupos de interesse: tem que sanar, a cidade não pode ser comandada por eles, seja ATP, seja qualquer outro grupo.

      • Quem negativou meu comentário, argumente por favor. E diga que eu estou errado. Não escrevem nada por que sabem que eu estou certo. Só não querem admitir.

      • “a ATP não quer”….
        Pode querer e não querer o quanto quiser. Por acaso a fábrica de velas quer lâmpadas? É o governo que tem poder para regular a fábrica de lâmpadas. Cobrar taxas para financiar o modal velas, estabelecer que as lâmpadas tenham características que as torne caras, criar a agência reguladora das lâmpadas com licitações de 20 anos de modo que só uma empresa de lâmpadas produza comprando o preço que quiser…

        É o monopólio da prefeitura que adubou o terreno para o cartel.

    • Acho q metrô só sai se políticos e sindicatos levarem um bom dinheiro.

      Mas concordo que a Carris pública é o símbolo de eficiência ineficaz. Templo da politicagem interna com conchavos e arbitrariedades

      • Acho melhor escrever que “O METRÔ SÓ SAI SE A ATP LEVAR UM BOM DINHEIRO”. AÍ SIM CONCORDARIA!

        • Como se a ATP tivesse poder de polícia, juízes e fiscais para embargar algo…

          • hmm… você chegou no Brasil faz pouco tempo né?

            • Se a ATP privada tem esse poder e não é coagida pelo Estado, você acha que a Carris estatal será coagida pelo Estado estatal? Você não mora no Brasil, né?

              • vcs que nao acreditam no poder da ATP por ser uma mera empres aprivada nao tem noçao nenhuma de quanto eles financiam prefeitos senadores e candidatos. A ATP por exemplo diversas vezes ja escolheu o diretor de transportes da EPTC a ultima que lembro doi Maria Cristina Molina.

                Como assim a ATP escolheu? bom eles indicam, se o prefeito eleito recebeu forte apoio da ATP voce ja sabe o resultado.

  4. Até aí, tudo bem. Daí a gente para e pensa que todas as outras empresas são privadas e oferecem um serviço pior ainda, além de que também dizem estar mal das pernas… Se privatizar a Carris do jeito que tá o sistema, ninguém vai querer a bomba-relógio (que até já estourou).

    • A melhoria acontece através da concorrência, testando novas possibilidades e verificando a aceitação da população. O sistema do jeito que está não tem concorrência nenhuma, nem na estatal Carris, nem com as privadas.

      Privatizando a Carris, ao menos não arcamos com as dívidas resultantes da má administração que vimos há alguns anos, já não sei como está atualmente.

      • Gosto do otimismo de achar que alguém vai querer a Carris nesse estado. Se só lançarem um edital de privatização/venda sem alterar absolutamente nada no sistema, pode ter certeza de que, caso surja algum interessado, o resultado prático vai ser o mesmo da licitação de ônibus de 2016… Vale lembrar que governo colocando dinheiro no transporte público é realidade em muitas capitais, não é algo que só acontece em Porto Alegre. A diferença é que nosso sistema, em teoria, não prevê isso.

    • Por que finalmente ? Apenas vai ter mais uma empresa privada no sistema, que nunca vai querer mudar nada de como já está. A ATP não tem interesse em mudar. Como se o problema do transporte coletivo em Porto Alegre fosse da Carris… Vai continuar a mesma porcaria de sempre!

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