
A sede de testagem da Hyperloop Transportation Technologies (HTT), em Toulouse, no sul da França, foi a última parada da missão governamental internacional do governo do Estado. A viagem chegou ao seu quinto e último dia nesta sexta-feira (8/10), depois de três dias em Madri e um dia em Barcelona, ambas na Espanha.
A empresa desenvolve o hyperloop, sistema de transporte por cápsulas para passageiros ou cargas que pode alcançar 1,2 mil km/h com conforto e segurança. Em janeiro deste ano, o governo do Estado assinou um acordo com a Hyperloop e com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) para que fossem feitos estudos de viabilidade para aplicação da tecnologia no Estado. A rota estudada foi Porto Alegre–Caxias do Sul, passando por Novo Hamburgo e Gramado.
“Participamos desse desenvolvimento apostando na inovação, na tecnologia, sabendo que, embora possa parecer difícil de compreender e parecer distante, pode se tornar realidade. É um meio de transporte absolutamente disruptivo. A pesquisa e a ciência por si só por trás desse meio de transporte já são muito relevantes, e viabilizar ali na frente esse meio de transporte no RS nos colocará ainda mais em destaque como referência em inovação”, disse o governador.

A parceria do Estado com a empresa de pesquisa americana coloca o Brasil na rota do transporte mais inovador e disruptivo atualmente em desenvolvimento no mundo.
O responsável pelo programa Hyperloop, Alexandre Zisa, detalhou o funcionamento da tecnologia à comitiva. Para que o transporte via cápsula funcione, todo o ar é retirado de dentro de um tubo de 20 quilômetros.
“A ausência de ar remove o atrito e diminui o gasto de energia, o que possibilita o deslocamento em alta velocidade. É o único meio de transporte dentro de um ambiente controlado, altamente seguro para humanos e para o meio ambiente”, explicou. O sistema, se instalado, será utilizado para transporte de cargas e de passageiros.
A Hyperloop TT foi criada há sete anos. Até agora, a empresa investiu US$ 55 milhões no desenvolvimento e testagem da tecnologia. A previsão é de que os testes com passageiros sejam iniciados no próximo ano, e a primeira instalação da tecnologia deve ocorrer em Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos, a partir de 2023. “As tecnologias são existentes e viáveis. Nosso principal desafio é a viabilidade financeira”, explicou.

Esse é o primeiro estudo de viabilidade realizado na América Latina. O estudo analisa as condições técnicas de instalação, como análise de topografia e geografia, impacto ambiental, custo de instalação da trilha e do projeto no total, estimativa de tarifa para os passageiros, entre outros.
De acordo com o diretor Ricardo Penzin, head Brasil e América Latina da empresa, o valor da passagem para a rota entre Porto Alegre e Caxias do Sul custaria, em média, R$ 100. O tempo de viagem é de cerca de 20 minutos, e cada cápsula comporta 50 pessoas por viagem. Para o RS, o investimento necessário seria de US$ 24 milhões por quilômetro, com investimento 100% privado.
“O RS abriu as portas para o estudo de maneira que não vimos em outro Estado no RS. Temos a excelência dos estudos de transporte da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e o RS tem uma diferença de altitude que faz muito sentido. Queríamos um local que mostrasse que a Hyperloop pode fazer coisas que o trem não pode fazer”, destacou Penzin.

Para finalizar o dia na cidade, a prefeitura de Toulouse ofereceu um passeio ao parque L’Envol des Pionniers. A comitiva visitou a exposição “Antoine de Saint-Exupéry: um pequeno príncipe entre os homens.”
Com duração de cinco dias, a missão governamental internacional teve como principal foco finalizar as tratativas para a realização de uma edição da South Summit, a maior feira de inovação do sul da Europa, no Brasil. A capital gaúcha será a primeira cidade brasileira a receber a South Summit, e a previsão é de que seja realizada em março de 2022.
Em essência, as agendas se dividiram entre a busca por boas experiências na área de inovação e tecnologia e a apresentação da carteira de oportunidades para investimentos no Rio Grande do Sul.
De segunda (4/10) a quarta-feira (6/10), o governador e a comitiva, composta por secretários e deputados estaduais, além de profissionais de veículos de comunicação do Estado, permaneceram em Madri, capital da Espanha. Na quinta-feira (7/10), estiveram em Barcelona, de onde partiram, no final do dia, para Toulouse, a última parada da missão.
Ainda na sexta-feira (8/10), a comitiva iniciará o retorno ao Brasil, com previsão de desembarque em Porto Alegre neste sábado (9/10).
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Categorias:Hyperloop Porto Alegre - Serra, Meios de Transporte / Trânsito
“O golpe tá aí; cai quem quer.”
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O incrível caso da cidade que tem seu transporte coletivo falindo e investe na criação de um transporte de ultra velocidade para uma outra cidade
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Não é a cidade que está investindo, lê as matérias.
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Não é a cidade, quem foi visitar foi o governo do estado.
Mesmo assim, este hiperloop é visto como fantasioso lá fora.
Deve haver alguém obtendo algum tipo de vantagem com estes ‘estudos de viabilidade’. Só pode. Muito difícil alguma coisa destas ser “de graça”.
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De volta para o futuro.
HISTORICO DA LINHA: A linha Porto Alegre-Caxias foi aberta no trecho entre a Capital e São Leopoldo em 1874, como a primeira ferrovia do Estado. Em 1876 foi prolongada até a estação de Novo Hamburgo. Em 1905, a Cie. Auxiliaire assumiu a linha. Apenas em 1909 a linha teve continuação, partindo de Rio dos Sinos, 7 km antes de Novo Hamburgo e chegando até Carlos Barbosa, e, no ano seguinte, até Caxias (Caxias do Sul). Em 1920 a linha foi assumida pela VFRGS. Foi desativada nos anos 1980; o trecho até São Leopoldo foi retificado e serve hoje ao sistema Trensurb da Grande Porto Alegre (trens metropolitanos); entre Rio dos Sinos e Montenegro, a linha foi erradicada em 1963, substituída por uma variante; para a frente, existem trilhos ainda em alguns pedaços, mas oficialmente a ferrovia a partir de Montenegro foi extinta em 1994 pela RFFSA.
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Ano 2245, Hyperloop ligando diversas cidades do RS. Dois cobradores por veículos, motorista apesar de ter Lidar, AI e milhões de sensores com computador quântico integrado. Todos os Hyperloops do RS passando pela frente da rodoviária, com paradas a cada 2 quadras e fazendo ziguezague em Canoas, de volta para Guaíba, depois para Gravataí, volta para São Leopoldo e termina em Viamão
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Porto Alegre não ainda tem cobradores nos ônibus. Prefeito vai visitar Hyperloop na França…
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silêncio, a qualquer momento ele pode descobrir a diferença entre um prefeito e um governador.
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Que deprimente ver a fraude do hyperloop ser levada a sério pelo governo. Invenção de moda da pior espécie. O estado precisa do BÁSICO DO BÁSICO de mobilidade: trens interurbanos, metrôs, bondes. Não há porque perder tempo em uma tecnologia fantasiosa e cara sem exaurir os recursos básicos que são fáceis e baratos de implementar.
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Concordo plenamente Mobus! Deprimente mesmo gastar 40 bilhões de reais num transporte que não é nem um pouco prioridade face os gargalos de transporte que ainda há na grande Porto Alegre e mesmo na cidade de Porto Alegre. Mesmo que tenha investidores interessados já, deveria ser canalizado este interesse pra outras coisas prioritárias.
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