
A Fundação foi criada em 1995 pela viúva de Iberê Camargo, Maria Coussirat Camargo, para quem ele deixou seu acervo artístico, um ano após a morte do artista, em 1994.
Em 1996, decidiu-se construir uma nova sede para a Fundação, então situada na antiga residência do artista, no bairro Nonoai. Um local foi arranjado quando o governo do Estado do Rio Grande do Sul doou um terreno no bairro Cristal, às margens do Lago Guaíba.
O terreno foi cedido em comodato pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul em 1996. A área de 8250m² continha apenas 2000m² de área plana.
Entre junho de 1998 e março de 1999 ocorreu a seleção do projeto, tendo sido escolhido o do arquiteto português Álvaro Siza Vieira, considerado um dos 5 maiores arquitetos da atualidade. O projeto foi a primeira obra de Álvaro Siza no Brasil, e foi considerada na época um dos mais importantes projetos já realizados pelo arquiteto, já tendo feito projetos em Portugal, Espanha, França, Itália, China, Japão, Rússia e Coréia do Sul.

O projeto foi vencedor do Troféu Leão de Ouro da 8ª Bienal de Arquitetura de Veneza em 2002 (prêmio, até então, inédito para a América do Sul), e o Mies Crown Hall Americas Prize em 2014.
A obra custou cerca de 40 milhões de reais na época, teve patrocínio da Gerdau, Petrobras, Camargo Corrêa, RGE, De Lage Landen, Itaú e Vonpar. Sendo que cerca de 60% do arrecadado (R$24,3 milhões) é oriundo da Lei Rouanet e da Lei de incentivo à cultura do Rio Grande do Sul. Os 40% restantes são dos próprios patrocinadores que receberam Certificado de Utilidade Público pela Fundação Iberê Camargo.
As obras iniciaram em 2001. Coube a Porto Alegre, com suas vistas ao Lago Guaíba o entardecer com o maravilhoso pôr-do-sol da capital meridional brasileira, uma referência internacional em Arquitetura Contemporânea.
A nova sede foi inaugurada no dia 30 de maio de 2008.

O Projeto
O projeto, concebido por Álvaro Siza, contou com a consultoria de outras figuras da arquitetura contemporânea, como Arata Isosaki, Rafael Moneo e Richard Meier. Justo Werland, atual diretor-presidente, disse em uma entrevista que, apesar de acreditar na capacidade de todos os selecionados de realizar excelentes projetos, Siza saiu na frente ao realizar o primeiro estudo baseado no programa básico estipulado pela Fundação Iberê Camargo. Disse também que Rafael Moneo estava sem agenda para fazer projetos e os outros arquitetos cobraram valores superiores ao apresentado por Siza. Na mesma entrevista, Werland justifica não ter cogitado arquitetos brasileiros por acreditar que os mesmos não tem tradição na construção de museu.
O Edifício
O edifício de concreto branco conta com três plantas baixas e um átrio que recebe as obras de arte temporárias, aproveitando também o subsolo para instalação de um auditório e estacionamento. Tanto no seu exterior, como internamente, a obra se destaca por seu contraste entre curvas e retas, com corredores e rampas, simetria e assimetria, criando um diálogo entre a arte a natureza. Uma construção pouco comum entre as existentes na cidade. É a primeira vez que Porto Alegre recebe um edifício de tal importância arquitetônica, o que desperta certa curiosidade e expectativa do público.
A obra vai muito além dos seus limites. A preocupação com o fator ambiental foi um dos desafios que enfrentou Siza na elaboração do projeto. Verticalizado sobre um terreno estreito, entre águas e pedras, o arquiteto soube aproveitar o espaço, preservando a natureza imediata, e adota sistemas estruturais inovadores para garantir a preservação do meio ambiente. Negar a importância do museu no marco internacional é como contrariar o caso do Museu Guggenhein em Bilbao. Como disse Siza, durante a inauguração da obra: “um museu pode revelar uma cidade para mundo”. Deste modo, Porto Alegre está se exibindo para o mundo, sugerindo uma nova fase para a cultura local.
O edifício de mais 8000m² foi o primeiro projeto construído dentro de todas as normas internacionais de segurança e atendimento em Porto Alegre. De forma semelhante ao Gugghenheim de Nova York, para acessar a Fundação Iberê Camargo é necessário subir de elevador até o último andar.

No alto da edificação, que encosta na topografia do terreno, se desce em rampas passando por nove salas de exposições em três andares. O edifício monolítico não apresenta estrutura independente; as paredes maciças suportam as cargas estruturais. As aberturas foram todas pensadas com a intenção de enquadrar a paisagem.
No andar térreo, encontra-se o átrio que distribui a programação de recepção, chapelaria, loja cultural e café com vista para a Guaíba. No subsolo, estão instalados o ateliê de gravura, o ateliê educativo, um auditório com capacidade para receber cerca de 100 pessoas, além de contar com um estacionamento para até 100 veículos. O local possui também um centro de documentação e pesquisa e banco de dados sobre a obra do artista, dedicado à pesquisadores nacionais e internacionais.
Ficha técnica:
- Arquiteto: Alvaro Siza
- Ano: 2003
- Área construída: 1350 m²
- Área do terreno: 8250 m²
- Tipo de projeto: Cultural
- Status:Construído
- Materialidade: Concreto e Vidro
- Estrutura: Concreto
- Localização: Av. Padre Cacique, Porto Alegre, Brasil
- Implantação no terreno: Isolado
Fonte: Archdaily e Wikipedia
Links importantes sobre o Museu:
https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.093/2924
https://artsandculture.google.com/partner/funda%C3%A7ao-ibere-camargo?hl=pt-BR
https://www.archdaily.com.br/br/01-2498/fundacao-ibere-camargo-alvaro-siza
http://www.conhecendomuseus.com.br/museus/fundacao-ibere-camargo/
http://museubrasil.org/pt/museu/fundacao-ibere-camargo
https://pt.wikiarquitectura.com/constru%C3%A7%C3%A3o/fundacao-ibere-camargo/
http://www.nelsonkon.com.br/fundacao-ibere-camargo/

















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Acho que tanto o Iberê qto o novo Beira-Rio sao incríveis, verdadeiras referências em Arquitetura. Se estivessem em Valencia ou Barcelona seriam mto mais valorizados (pelos porto-alegrenses).
Muito legal, boa postagem e tal mas Carlos Polesello acha feio
E agora? O que vai ser do museu?
As fotos muito bem feitas mostram a destacada arquitetura de Álvaro Siza, todo um marco no cenário da capital gaúcha e que serve para abrigar disparado o melhor espaço de galerias de arte, apesar de pequeno, de toda Região Sul. Agora o que nada nos agrada é o fato da conservação desse prédio, que diferentemente das fotos já digamos histórias, tem sua fachada cheia de limo e fuligem escorrendo, o que produz um cenário aos olhos das pessoas mais pra deprê, pura mugre em espanhol, que enfeia e acabar por diminuir a obra desse grande arquiteto português. Vejamos pelas próprias fotos que a característica original dessa obra arquitetônica era puro concreto alvíssimo ok. Infelizmente, conservação da fachada com sua limpeza profunda e talvez alguma adoção de selante ou sei lá o quê para evitar o efeito da sujeira não se faz e nisso peca tal fundação.
a construção mais bonita da capital