A terceira missão do banco de fomento alemão KfW em Porto Alegre encerrou nesta quinta-feira, 4, em uma reunião com o prefeito Sebastião Melo. Os representantes do agente financeiro trabalharam ao longo da semana uma nova rodada de negociações para a elaboração da carta consulta a ser apresentada ao Tesouro Nacional, visando a contratação de operação de crédito com aval da União.
O financiamento, em fase inicial de desenho, projeta a captação de 100 milhões de euros. A prefeitura pretende utilizar esses recursos em projetos de drenagem urbana, com prioridade para três arroios: Moinho (Zona Leste), Guabiroba e Cavalhada (ambos na Zona Sul).
“É uma construção fundamental para a cidade. Temos muito para investir, principalmente em drenagem urbana, tema desafiador para Porto Alegre e de grande importância, tanto para o desenvolvimento econômico quanto para o social.” – Prefeito Sebastião Melo.
O KfW atua em projetos relacionados a temas como mobilidade, cidades resilientes e desenvolvimento urbano. O banco presta apoio para implementação de projetos que comprovem sustentabilidade técnica, financeira e ambiental. “Cumprimos os objetivos de conhecer melhor a proposta e a realidade local. Aprendemos que este projeto tem alta prioridade para a prefeitura, pois atuará em áreas com população muito vulnerável. Foi um roteiro intenso, no qual pudemos conhecer melhor as estruturas da prefeitura e locais que podem vir a receber os investimentos”, disse o coordenador da comitiva alemã, Jens Ochtrop, chefe da Divisão de Água e Saneamento para a América Latina e Caribe do FfW.

Cooperação técnica – Uma das vantagens estratégicas do KfW é a existência de subvenções para estudos e atividades complementares, o que permite às cidades ter acesso a especialistas de diversas áreas sem o desembolso de recursos. Para o secretário municipal de Planejamento e Assuntos Estratégicos, Cezar Schirmer, essa expertise auxiliará na construção de um projeto robusto.
“Transformação urbana não se resume a obras viárias e ressignificação de espaços públicos. Este processo passa, também, por questões como a drenagem urbana, que possui grande impacto socioeconômico e representa um diferencial na questão ambiental. É ótimo saber que contaremos com o apoio de quem possui larga experiência no assunto”, afirmou.
Planejamento – O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) apresentou propostas de intervenções no Arroio Moinho, no Arroio Guabiroba e em um trecho do Arroio Cavalhada (entre a avenida Icaraí e o Arroio Passo Fundo) e também de ampliação da capacidade de quatro casas de bombas.
“Estamos buscando investimentos em macrodrenagem e no sistema de proteção contra cheias da cidade. O objetivo é melhorar a qualidade de vida da população com soluções baseadas na natureza sempre que possível, buscando tornar a cidade mais resiliente a eventos climáticos”, destacou o diretor-geral adjunto do Dmae, Darcy Nunes dos Santos.
Banco – Fundado em 1948, o KfW é um dos principais bancos de desenvolvimento do mundo. Sua atuação se destaca pelo comprometimento em melhorar as condições de vida econômicas, sociais e ambientais nos projetos que desenvolve e apoia. Em 2021, o total de ativos do KfW alcançou a marca de 551 Є bilhões e o volume para fomento no ano foi de 107 Є bilhões. Desse montante, 33% foram destinados à proteção climática e ambiental. Seus serviços de financiamento e promoção estão alinhados com a Agenda 2030 das Nações Unidas e contribuem para o alcance dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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Não sei se não entendi bem a matéria, mas não se fala em privatização de nada, apenas de apoio técnico para os projetos e financeiro para execução das obras que serão feitas, no meu entender, pelo DMAE ou no mínimo gerenciada pelo departamento. Será que entendí errado?
Caso seja privatizado mesmo o DMAE, não será de forma total. E ainda está só em projeto a privatização. Esta quantia será usada para as obras de macro drenagem como foi dito na matéria.
Em português claro e objetivo, trata-se da privatização do Dmae, a autarquia municipal que sempre foi referência no país e até na América Latina, e que propositadamente foi sendo sucateada nos últimos anos, sobretudo nas administrações Marchezan e Melo, para que se justificasse exatamente o que se lê na matéria. Até os gastos paralelepípedos da Andradas sabem que inúmeras experiências pelo mundo nesse sentido foram um fracasso, com empresas de saneamento sendo reestatizadas por diversos motivos (fim de contrato, quebra de cláusulas contratuais, desistência ou falência das empresas privadas, e por aí vai…), mas em Porto Alegre, por alguma razão, parece haver a crença de que aqui será uma exceção, e que tudo correrá as mil maravilhas. Que Deus nos proteja!