Icônico teatro é testemunha da transformação de Porto Alegre e se prepara para mais 165 anos com o novo complexo cultural.
Sua construção iniciou em 1833 mas as obras sofreram vários atrasos e interrupções, e o prédio em estilo neoclássico só foi inaugurado em 27 de junho de 1858.

A dimensão do Theatro São Pedro pode ser percebida ao imaginá-lo na Porto Alegre de meados do século 19. A cidade tinha apenas 20 mil habitantes quando o teatro foi inaugurado – hoje se diria que a obra era um verdadeiro “elefante branco”. A casa de espetáculos foi o primeiro prédio neoclássico de Porto Alegre, modelo arquitetônico considerado símbolo de crescimento para qualquer cidade da época.
A história do Theatro São Pedro começa em agosto de 1833, quando Manoel Antônio Galvão, então presidente da antiga Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, doa o terreno localizado na principal praça de Porto Alegre, a Praça da Matriz. Logo em seguida, as guerras da Revolução Farroupilha (1835–1845) paralisam o início da obra e o teatro acaba por ser inaugurado somente 13 anos após o fim do conflito.
Construído especificamente para receber óperas e orquestras de câmara, os primeiros 20 espetáculos foram exatamente óperas europeias. A acústica impecável colocou Porto Alegre no circuito Rio de Janeiro-São Paulo-Montevidéu-Buenos Aires. Isso, todavia, não impediu o deputado provincial e senador Carlos Barbosa de propor a demolição do teatro menos de 50 anos depois de sua construção. Ele não seria o único. Mais tarde, outras figuras proeminentes da província também desejaram pôr abaixo a elegante construção.
Desde sua inauguração, o Theatro São Pedro passou a ser testemunha ocular privilegiada da história da cidade e das mudanças da sociedade portoalegrense. Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), o local foi usado para cursos de enfermagem, utilização que revezava com os espetáculos de ópera europeia que se apresentavam na cidade, impedidos de circular no Velho Continente durante o conflito. Em 1950, por exemplo, os gradis hoje visíveis da construção original, foram cobertos de gesso. O motivo: impedir que o público observasse as pernas das mulheres que começavam a frequentar o teatro.
Se políticos e pessoas influentes não conseguiram derrubar o Theatro São Pedro, os cupins, a falta de manutenção e o péssimo estado de conservação foram melhor sucedidos. Em 1973, durante o show de um violinista, o refletor desabou. Literalmente caindo aos pedaços, o teatro cerrou as portas para o público.

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