PIB do Estado cresce 4,1% no primeiro trimestre de 2024 puxado pela agropecuária

Resultados são anteriores às enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em abril e maio

Números divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística foram detalhados nesta terça (25) – Foto: Daniele Machado/Ascom SPGG

Após as estiagens de 2022 e 2023 e o excesso de chuvas no ano passado, a agropecuária recuperou espaço na economia do Rio Grande do Sul no primeiro trimestre de 2024. O Produto Interno Bruto (PIB) do Estado nesse período – ou seja, antes das inundações que atingiram o território gaúcho – registrou alta de 4,1% na comparação com o quarto trimestre de 2023. 

O resultado foi puxado principalmente pelo avanço no segmento do campo, que apresentou expansão de 59,1%. Na mesma base de comparação, a indústria (+0,5%) e os serviços (+1,2%) também avançaram. No Brasil, a alta no PIB no primeiro trimestre foi de 0,8%, com crescimento de 11,3% na agropecuária e de 1,4% nos serviços, enquanto a indústria registrou queda de 0,1%.  

Os números foram divulgados na terça-feira (25/6) pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Elaborado pelo pesquisador Martinho Lazzari, o documento foi apresentado com a presença do secretário adjunto da SPGG, Bruno Silveira, da subsecretária de Planejamento, Carolina Scarparo, e do diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.

Na indústria, as quatro atividades que compõem o segmento apresentaram alta – entre elas a indústria de transformação, a principal do setor, com expansão de 0,1%; a atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,4%); a construção (0,2%); e a indústria extrativa (1,5%), a de menor representatividade industrial no RS.

Nos serviços, o destaque positivo ficou por conta do comércio, com crescimento de 3,5% no primeiro trimestre de 2024 em relação aos últimos três meses do ano passado. As atividades de transportes, armazenagem e correio (1,5%) e serviços da informação (1,3%) também avançaram, enquanto a atividade de intermediação financeira e seguros foi a única do segmento a apresentar queda (-1,7%).

Quando a comparação é o primeiro trimestre de 2023, a economia gaúcha apresentou crescimento de 6,4%. O Brasil, na mesma base, cresceu 2,5% no período.

“Os números do primeiro trimestre indicam que estávamos no caminho certo. Com a ocorrência dos fenômenos de maio, o governo está focado em todas as ações para reação da economia a partir de medidas estruturantes que possam nos guiar neste desafio”, avalia Silveira.

Comparação anual

O crescimento nas lavouras de soja (71,2%) e de milho (26,4%), ambas afetadas pela estiagem em 2022 e 2023, puxaram a alta da agropecuária no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as principais culturas agrícolas do trimestre no Estado, o arroz também teve avanço na produção (4,3%), enquanto o fumo (-2,6%) e a uva (-22,2%) registraram queda.

Na indústria, a alta de 2,6% entre janeiro e março foi influenciada principalmente pela atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, com crescimento de 40,7%. “A estiagem registrada nos primeiros meses de 2023 restringiu a produção de energia hidroelétrica, o que impactou no resultado econômico da área. As chuvas dentro da normalidade no início deste ano reverteram o quadro”, explica Lazzari.

A indústria extrativa mineral teve alta de 2,1% no período em relação ao ano passado, enquanto a indústria de transformação, principal atividade industrial do Estado, registrou queda de 1%. Construção caiu 0,4% no período.  

Entre as 14 atividades monitoradas da indústria de transformação, a queda nos números é explicada, principalmente, pelo desempenho da fabricação de máquinas e equipamentos (-26,8%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,5%) e produtos alimentícios (-4,9%). Entre as altas mais expressivas, se destacaram as atividades de produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (+93,9%) e produtos do fumo (+19,4%). 

“No primeiro trimestre de 2023, a Refinaria Alberto Pasqualini esteve com a produção pausada para manutenção e realização de investimentos. Com a retomada neste ano, a produção voltou aos padrões habituais”, conta Lazzari.

Nos serviços, a elevação de 3,2% foi influenciada especialmente pelo comércio (4,7%), outros serviços (5,1%) e serviços de informação (5,1%). Entre as atividades do comércio, os principais destaques foram os aumentos nas vendas nos hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,1%), no comércio de veículos (18,8%) e nos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,2%). Entre as baixas, as mais significativas foram nas vendas de combustíveis e lubrificantes (-5,2%) e de material de construção (-2,5%).

Com o resultado de janeiro a março, no acumulado de quatro trimestres o PIB do RS apresenta crescimento de 3%. No país, a alta é de 2,5%.


Link: https://www.estado.rs.gov.br/pib-do-estado-cresce-4-1-no-primeiro-trimestre-de-2024-puxado-pela-agropecuaria

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Uma pena que ocorreu o desastre climático (enchentes) em maio. O RS estava numa fase boa da sua economia, crescendo e provavelmente iria manter a quinta colocação no país. A própria indústria, além da agropecuária, deveria crescer bastante também, com diversos investimentos anunciados (e espero que mantidos). Mas a previsao é que caia cerca de 12% o nosso PIB em 2024. Será ardua a recuperação! E mais uma vez pergunto: não seria melhor ter investido em prevenção? Assim mesmo temos já a certeza que teremos vários investimentos confirmados, como uma das maiores industrias de celulose do país, a CMPC de Barra do Ribeiro. Há quem diga que não precisamos dessa indústria, mas vemos que nessa situação cada investimento desses é extremamente necessário para manter nossa economia pujante e assegurando a permanência de um grande número de colaboradores no estado. Dêem suas opiniões sobre como será nossa recuperação ao longo dos próximos anos.



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