UMA PROPOSTA NA ORLA: MIS – Museu da Imagem e do Som do Rio Grande do Sul

MIS – Museu da Imagem e do Som do Rio Grande do Sul

Complexo de Mídia, Cultura e Lazer às margens do Guaíba

O Estado do Rio Grande do Sul carece de uma instituição que reúna e que dê visibilidade ao seu rico acervo de música, fotografia e cinema. Atualmente, se não tiver se perdido no tempo ou perecido juntamente a seus artistas, este material encontra-se disperso em diversos museus e instituições que não têm a finalidade de abrigá-lo e divulgá-lo, além de normalmente o fazerem de forma precária. Sendo assim, um Museu da Imagem e do Som contribuiria efetivamente para a perpetuação no tempo e na história dos renomados artistas que muito orgulham o povo gaúcho.

Por essas e outras razões é que escolhi desenvolver esta temática no meu Trabalho de Conclusão de Curso, orientado pelo Professor Luís Carlos Macchi Silva.

O projeto foi implantado no aterro da Praia de Belas, em um ponto central e estratégico da orla do Parque Marinha do Brasil. Próximo ao centro histórico, circundado por uma exuberante área verde e dotado de múltiplas futuras alternativas de acessibilidade, oferece amplos e belos panoramas da principal imagem enraizada no imaginário porto-alegrense: o Guaíba e o seu pôr-do-sol.

O Parque Marinha hoje

O estudo do projeto original do Parque Marinha, de autoria dos arquitetos Ivan Mizoguchi e Rogério Malinsky, e a constatação das inúmeras problemáticas concernentes à orla do parque – a exemplo da barreira física e visual constituída pelo dique da Av. Edvaldo Pereira Paiva e da situação de abandono em que o trecho do parque junto às márgens se encontra – me instigaram a implantar neste local o Museu da Imagem e do Som do Rio Grande do Sul. Além de atuar como âncora de um parque carente de equipamentos culturais, o Complexo ofereceria um novo espaço cívico para a população e proporcionaria um reencontro do parque – e da cidade – com a sua orla.

O programa proposto para o Complexo abrange lojas e restaurantes, espaços de exposições permanentes e temporárias, centro de documentação, auditório, midiateca e piano-bar.

O partido arquitetônico derivou da extensão das linhas da esplanada existente (“praça do canhão”) em direção ao Guaíba, estabelecendo a água como elemento central e emblemático da proposta. Uma longa praça linear, que nasce contígua à esplanada pré-existente, vence a barreira do dique e torna-se um elegante pier, conduzindo o indivíduo ao encontro do Guaíba e integrando visual e fisicamente o parque à orla.

Paralelamente a este eixo público, elevam-se edificações baixas e lineares que, ao mesmo tempo em que se inserem na topografia, configuram e animam os espaços abertos. O volume de aço e vidro, que avança em balanço sobre a água, abriga os principais espaços de difusão de cultura, tecnologia e informação, e estabelece um contraponto a uma arquitetura mais neutra. Esse volume suspenso propicia a quem o contempla, dia e noite, a percepção de imagens geradas por fitas de LED, que revestem suas fachadas norte e sul. Além disso, devido à sua permeabilidade, possibilita a apreciação dos belos panoramas portoalegrenses também a quem se encontra no seu interior. Dentre as principais tecnologias utilizadas, destacam-se o sistema de proteção contra enchentes e as inovadoras soluções em eficiência energética.

Arq. Luisa Konzen

Mais imagens (clique para ampliar):

____________________________

PROJETO DESENVOLVIDO PELA ARQUITETA LUISA PIZZOLATTO KONZEN

Hype Studio Arquitetura

Contato: luisa@hypestudio.com.br /  luisakonzen@gmail.com.

________________________________

Incrível projeto! Não tenho mais palavras para descrevê-lo. Sensacional. E o mais interessante: ele pode se inserir harmoniosamente dentro do projeto de revitalização da orla atualmente em desenvolvimento pelo escritório do Arq. Jaime Lerner. 

Ganhador de dois prêmios importantíssimos: um do IAB (Instituto do Arquitetos do Brasil-RS) e outro do ARQUISUR ( Asociación de Facultades y Escuelas de Arquitectura del Mercosur). Este projeto precisa ser concretizado! 

Vejam aqui nestes links, as notícias sobre os prêmios:

Assim como o Museu da Fundação Iberê Camargo, este projeto teria grande impacto sobre a orla no sentido de virar grande atração qualificada, tanto para moradores da cidade como para turistas.

A nossa orla e a nossa cultura ganhariam muito com este complexo.

O Blog Porto Imagem desde agora se engaja nessa ideia: a concretização do projeto do MIS.



Categorias:Arquitetura | Urbanismo, Cultura, ORLA, Projeto de Revitalização da Orla, TURISMO

Tags:, , , , , , , , , , , , ,

29 respostas

  1. Numa cidade que está basicamente (sobre)vivendo do passado, o jeito é tentar apelar ao projeto de um museu para trazer alguma vida decente a um lugar hoje subaproveitado e infestado de nóias de crack. Pode até não ser um projeto tão arrojado como seria de se esperar num lugar sem tantos ecologistas-melancia, mas já é um bom pretexto para afastar um pouco o atraso que Porto Alegre tem vivido.

  2. pergunto aos amigos, vai sair do papel?????

  3. Por sinal, a proposta desse grupo de arquitetos para o cais e também projeto da Biblioteca pública do estado do RS ( que pelas fotos que tinham postado anteriormente, indicando que seria esse local e as retiraram posteriormente, do seu link) eram do que tinha de melhor em comparação com o projeto “murrinha” do Lerner @ Cia, que ganhou na marra, todo revitalização da orla, entre outras coisas…
    Link deles aqui: http://www.hypestudio.com.br/

    Se tivesse uma verdadeira discussão com abertura de concurso, propostas para recuperação da orla, teriamos tudo de bom.. mas, optaram para essa atitude absurda, sem edital, concursos, etc….

    Não acho nada bom, porque esta ficando “naturalizado” como algo “normal” esse tipo de proposta de viabilidade de recuperação urbanistica.

    Primeiro, com a Yeda, com as benções do Tarso, agora, com o Fortunati, liberando parte da orla…

    Espero que o pessoal do IAB, entre outros, se mobilizem porque tudo indica que o caminho está indo para o que tem de pior: a obscuridade, falta de transparência, acordos por “baixo dos panos” com discursos que as obras não estão andando e precisam fazer o mais rápido possivel…

    Malandragem, pura!!

Trackbacks

  1. Para relembrar: projeto do Museu da Imagem e do Som do RS « Blog Porto Imagem

Faça seu comentário aqui: