Prefeitura fecha última comporta do Cais Mauá

Fato inédito e preventivo ocorre em função ao alto nível do Guaíba

Água ameaça invadir o Cais Mauá | Foto: Mauro Schaefer

Água ameaça invadir o Cais Mauá | Foto: Mauro Schaefer

Pela primeira vez desde que o sistema de proteção contra enchentes em Porto Alegre foi construído, a Prefeitura fechou todas as comportas, em função do alto nível do Guaíba, que às 18h11min desta segunda-feira estava em 2,88 metros  na medição oficial, no Cais do Porto. A última comporta foi fechada por volta das 18h40min, um pouco depois do horário previsto, pois precisou-se da ajuda de uma retroescavadeira para ser cerrada. Foram necessários sete minutos até que ela estivesse completamente fechada.

A terça-feira começará com todas as 14 comportas do sistema fechadas, fato que jamais havia acontecido em quatro décadas desde a construção do muro do cais, que também serve como barreira de proteção da cidade. Mas a medida é preventiva, de acordo com o prefeito José Fortunati. Conforme ele, o Guaíba ainda não ameaça entrar no Centro Histórico. Ondas fizeram o nível chegar a 2,92m no meio da tarde e a água chegou a atingir o cais.

Caso o nível da água estabilize, a comporta – que fica quase em frente à Praça da Alfândega – será reaberta já na manhã desta terça-feira, segundo Fortunati. As outras, que já tinham sido fechadas no domingo, seguirão isolando a cidade do Guaíba.

A marca desta segunda-feira é a maior desde 1967, segundo o Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (CEIC), que estima que se o nível chegar a 3 metros, a água pode invadir o Cais Mauá. Na zona Sul, em Ipanema, no Parque Marinha e na orla do Guaíba, na Usina, as águas invadiram o calçadão e áreas de lazer do parque.

Serviços suspensos

Em função da cheia do Guaíba, o serviço do Catamarã foi suspenso por tempo indeterminado, até se ter segurança para operar a embarcação. A coleta seletiva foi suspensa nas seguintes áreas, conforme o DMLU: Arquipélago, Estrada São Caetano – Sítio Paloma, Estrada Jaques da Rosa, Acessos da Estrada do Varejão, Bairro Lajeado, Recanto do Sábia – Loteamento, Beco Franklin, Itú Sabará.

A suspensão ocorre em função do acúmulo de água, que impede o funcionamento dos caminhões. O DMLU recomenda que os moradores retenham os resíduos em casa, evitando que os sacos de lixo acabem entupindo bueiros e bocas de lobo ou contribuindo para o assoreamento de arroios.

Mais fotos, todas de Mauro Schaefer:

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11 respostas

  1. Se o muro é a tecnologia mais segura e confiável pq não vejo nenhum muro na ilha de manhatan ou então na baía de são francisco?!

    Vcs querem mesmo depositar todas as esperanças em um muro construído há 40 anos atrás?! Muro cai. Ainda mais com as ondas e com a pressão de todo o volume de água do guaíba.
    As ondas em Ipanema chegaram a quebrar as calçadas…

    A cidade precisa de algo mais seguro para aquela região.

    • O muro da Mauá tem 3 metros de altura e 3 de profundidade. Pra derrubar ele só um terremoto.

    • Não sei sobre San Francisco especificamente, mas o fato é que Manhattan NUNCA construiu uma estrutura de proteção contra cheias, porque ninguém achava que havia risco. Até que aconteceu o Furacão Sandy, e uma parte considerável da ilha foi inundada, com um prejuízo enorme. Hoje se fala sim de construir estruturas de proteção circundando todo o lado sul da ilha (que tem cota mais baixa), compreendendo algumas barreiras móveis (pequenas), alguns muros, alguns diques. Existem projetos já, e pelo que pude ver existe a ideia de chegar a uma solução bem integrada com a cidade.

      Isto dito, existem várias cidades do mundo que usam soluções estáticas para se proteger de cheias. Às vezes é um dique, às vezes é muro, às vezes é algo mais bonitinho, mas o grosso são barreiras estáticas.

      Quanto a confiabilidade do muro: claro que confio pois, como disse, é uma tecnologia dominada e fácil de manter. E sobre a noção de “pressão de todo volume de água do Guaíba”, cabe uma correção: não é assim que funciona! Se fosse assim, seria impossível construir muros quebra-mar, pois afinal de contas o volume de água do mar é praticamente infinito. Sugiro procurar os comentários do Prof. Rogério Maestri aqui no blog para entender melhor isso.

  2. Quero mais que derrubem o muro. Que se ALTERE a forma de proteção contra cheias para uma mais MODERNA. Ninguém saberá o quanto a orla faz falta até virem a Mauá sem muro.

    • O muro é perfeitamente útil e funcional da forma como ele está hoje – e mais: é uma tecnologia absolutamente simples, cuja manutenção e reparo pode ser feita por literalmente qualquer pedreiro. Trocar uma solução simples e confiável como o muro para uma coisa complexa e não-testada para um aspecto tão crítico da cidade é extremamente irresponsável.

      E, depois, tem aquilo né… tirar o muro e oferecer a vista pra quem mesmo? pra quem está passando pela Mauá de carro? Ou vocês realmente acreditam que a carrocracia vai deixar tirar a avenida dali? Democrático isso não?

      Sendo mais construtivo: tem uma solução que mantém a segurança e devolve o visual: construir uma plataforma leve para pedestres acima do muro (sem se apoiar nele, claro). Isso permitiria aos pedestres finalmente vencer o obstáculo formado pelo trinômio avenida-trem-muro, e daria oportunidade para o redesenvolvimento de uma área nobre que hoje está tomada por usos pobríssimos como guarda de veículos particulares.

      • “trinômio avenida-trem-muro”

        Todo mundo esquece que tem um paredão de armazéns que impedem a vista pro rio. Salvo em poucos pedaços, 90% do trecho do cais é tapado pelos armazéns, mas as pessoas que criticam o muro nem sequer pensam nisso. A não ser que elas achem os armazéns lindíssimos e achem que a vista deles é tão majestosa que o muro atrapalha.

  3. Quero ver a rbs voltar a fazer reportagens em proda derrubada do muro do cais

  4. E ainda querem construir um shopping ali,que absurdo!!!!

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