Especialistas dizem a Melo que recriação do DEP é essencial para enfrentar futuras enchentes

Ex-diretores do departamento e do Dmae se reuniram com Melo e apresentaram medidas que precisam ser adotadas agora e no futuro

Vicente Rauber (à esquerda do prefeito Melo) participou da reunião e conversou com o Sul21 | Foto: Arquivo Pessoal

Em reunião realizada na última sexta-feira (17) com o prefeito Sebastião Melo (MDB), representantes dos signatários de um manifesto assinado por ex-diretores do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), do extinto Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) e da recém privatizada Corsan, em conjunto com outros especialistas na área, defenderam a recriação do DEP como uma das medidas essenciais para o enfrentamento de futuras enchentes em Porto Alegre. A extinção do DEP foi proposta pelo ex-prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e aprovada pela Câmara em 2017, primeiro ano da gestão anterior.

O manifesto, divulgado no dia 13 de maio, sugeria uma série de medidas a serem adotadas para reforçar o Sistema de Proteção Contra Inundações de Porto Alegre e facilitar o processo de vazão da atual inundação que atinge a cidade, bem como medidas futuras para a prevenção de novas enchentes. Representante dos signatários no encontro ao lado da engenheira Nancin Begnini Giugno, o engenheiro Vicente Rauber, especialista em planejamento energético e ambiental, ex-diretor do DEP e da CEEE, entre outras entidades, destacou que o objetivo da reunião foi apresentar essas medidas e sugestões ao prefeito.

Vicente diz que o tom do prefeito foi cordial, mas que ele pontuou que o sistema de proteção era muito antigo e que várias gestões anteriores não haviam realizado a manutenção, o que contraria o posicionamento dos 48 signatários do manifesto, que defendem que o sistema é “robusto, eficiente e fácil de operar e manter”, bem como foi planejado para proteger a cidade para eventos como a enchente de 1941 por um período de 100 anos.

“Nós tivemos que retrucar dizendo que o sistema foi projetado na década de 60, construído a partir da década de 70 pelo então DNOS [antigo Departamento Nacional de Obras de Saneamento], com o projeto de engenheiros alemães que projetaram o tempo de recorrência de 100 anos. É a expectativa que você tem que neste período, não significa que exatamente esse tipo de evento possa voltar a ocorrer. E então foi projetado um sistema na cota de 6 metros. Esse sistema, como nós colocamos no nosso documento, é robusto, eficiente, fácil de operar e fácil de manter, explicamos isso. Agora, evidentemente, houve falhas muito sérias de manutenção nas casas de bombas e nas comportas que deveriam ter sido feitas. Aliás, elas ficaram muito claras na inundação do ano passado e não se fez nada. Então, houve sim, enquanto existia o DEP, manutenção deste sistema e que agora não foi feita”, diz Vicente.

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Link: https://sul21.com.br/noticias/geral/2024/05/especialistas-dizem-a-melo-que-recriacao-do-dep-e-essencial-para-enfrentar-futuras-enchentes/



Categorias:Enchente, Reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes

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23 respostas

  1. Vi um gráfico mostrando que o número de funcionários do DMAE caiu de 2500 para pouco mais de 1000 em aprox. 10 anos. Em meio a isso, se solicita a recriação do DEP. Será que criar um departamento e empregar mais pessoas resolve? Posso estar sendo ignorante ou desinformado, mas o DMAE ter mais de 1000 funcionários e não conseguir resolver os problemas, com servidores dizendo que estão “sobrecarregados” e que não conseguem dar andamento nos projetos, é um verdadeiro absurdo. Por acaso estão todos nas ruas removendo o barro com pá? Ou dirigindo tratores no canteiro de obra? Poucas empresas no Brasil têm mais de 1000 funcionários e, as que têm, faturam bilhões. É sempre essa choradeira sob o slogan de “sucateamento”. Uma coisa é não fazer os investimentos em bombas, diques, comportas, etc., outra coisa é arranjar desculpa para criar departamentos e inchar quadros. Quantos desses mais de 1000 servidores efetivamente trabalham com eficiência?

  2. Para variar a discussão esta na forma e não conteudo. Criar outro depaetamento para que? Se o que esta ai nao faz merda nenhuma? Ter 2 departamentos para fazer lwrda nenhuma? Nao, obrigado.

  3. Isso de dizer q o sistema é antigo e iria funcionar é achismo, no máximo uma opinião discutível e acima de tudo narrativa eleitoreira.

    Faltou manutenção nesse governo, faltou manutenção e obras em TODOS os anteriores. A criança caiu no colo do atual prefeito, mas todos tem culpa, uma cidade não se faz em 4 a 8 anos.

    O problema da altura da casa de bombas n é de manutenção, bem como das comportas, é um problema Conceitual do sistema; nunca imaginaram Guaíba beirando os 5 metros e meio, não previram assoreamento de todos os rios da bacia, inundação dos afluentes, não previram a quebra de uma barragem no rio Taquari-Antas.

    A solução é conjunta estadual, isso de culpar A ou B é só oportunismo nojento de gente que não se importa em resolver o problema e sim com a luta pelo poder a qualquer custo.

    Infelizmente o caso está politizado vide as escolhas federais para intervir no estado, politização é tudo q não precisamos nesse momento pois o dinheiro tem que fluir rápido para as obras e empresários, caso contrário com número de sem teto e desempregados na Grande Poa é melhor nem pensar.

    • Nao te esqueça que o Melo era vice prefeito do Fortunatti. Então ele tem uma participação de longo prazo no que Porto Alegre se tornou.

    • Uma coisa que não dá para entender é como as bombas não funcionam numa situação gravíssima como essa por estarem inundadas e com os quadros elétricos debaixo d’água. Quando mais precisamos delas, aí é que elas não funcionam. Se entendi bem, elas só funcionam quando o alagamento não é tão grande assim? Que sistema de proteção é esse que não tem nenhum tipo redundância para o caso de diques e comportas falharem, independentemente do motivo? Por favor me corrijam caso esteja falando besteira.

  4. O Antagonista publicou ontem que recursos na casa dos 250 milhões de reais para a construção de 15 diques foram anunciados em 2012 no PAC e foram perdidos. Há também a informação que recursos na casa dos 90 milhões para reformas das casas de bombas de Porto Alegre foram perdidos pelos Marchezan. Ontem o PSOL vazou uma série de e-mail’s dos técnicos do DMAE pedindo providência para conserto de casas de bombas.

    Enfim…

    • Como assim o PSOL vazou documentos de técnicos do DMAE ?

      Então é a prova de que tem gente do PSOL lá dentro do DMAE para politizar as medidas, vazar documentos, talvez até sabotar medidas do atual governo…

      Saiu pior a emenda que o soneto. Por essas e outras o ideal é privatizar mesmo. Esse órgão é um antro totalmente infiltrado ou até dominado ideologicamente e não merece confiança.

  5. BINÔMIO: MANUTENÇÃO e MODERNIZAÇÃO, necessário por favor!!! Nota-se claramente que o déficit de manutenção derivado da omissão e incompetência de autoridades e “servidores” gerou tal tragédia. Mas não se pode abrir mão da renovação desse sistema anti-cheias em pontos que são fracos, desatualizados, e que podem e devem ser aprimorados, para que se consigar entregar efetivamente o maior grau possiível de proteção em favor da população. O muro, parem de defender essa nhaca por favor. Meu povo, a proteção contra as águas na área mais central da cidade tem de ser já desde a borda do lago com barreira de conteção móvel funcional, só que questão de evolução tecnlógica e de sair do primitivismo da engenharia. A proteção da cidade precisa englobar vejamos também a área dos armazéns que são afinal patrimônio relevante e que podem ainda vir a ter um uso espetacular e gerar divisas para a cidade. Cidade essa que inclusive precisará muito se reinventar, atrair mais gente, negócios e arrecadar e distribuir renda, mais do que nunca ok. Enfim que um dia a evolução/inovação possa se concretizar em POA, tirando-a da sina de estagnação e dos grilhões de retrocesso, e dos discursos bláblá crônicos vazios e das bandirolas toscas políticas nojentas que escodem interesses alheios aos que realmente importam para a população. porto-alegrense.

  6. Todos já ouviram este audio da Arquiteta Ligia Maria Bergamaschi Botta, sobre o sistema contra cheias ?

    Se não ouviram, ouçam.

    https://www.instagram.com/reel/C6wYUHYO4xV/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA==

    • O depoimento dela é longo e rico, fiz questão de prestar atenção e ouvir todo, e com certeza se trata de uma voz que precisa ser valorizada pelo conhecimento que aporta. Ela traça um rico histórico e apresenta aspectos-chave para se terchegado a tal ponto do caos dessa tragédia. Concordo plenamente que uma das principais razões foi a falta de manutenção, mas discordo da defesa que ela faz do muro em si, porque parece que há um culto, quase um fanatismo na manutenção desse muro mais do que mais questionável, e temos como ponto irrefutável que então seria: deixar do “jeitinho” que é sem considerar a área dos armazéns do Cais, que poderiam então ficar em baixo da água de boa. Como assim? Não né, a proteção contra as águas tem de ser no padrão europeu atual desde a borda do cais, e aí é que entra e em outros aspectos também a questão da atualização e reconfiguração do sistema, até porque são outros tempos, há novas tecnologias, e tem de se lidar com um novo regime climático, não é verdade!? Algo que me chamou muito a atenção na fala dela, é algo que sempre bato na tecla, sobre a questão holística urbanística que é nula em POA em que por exemplo um dos sistemas mais importantes para uma cidade funcionar bem que é o do transporte coletivo está defasadíssimo na capital gaúcha. Meu, ela nos fala do METRÔ que POA não oferece para os cidadãos e como está estagnada na premisa dos busões e coches cirulando por ‘vias que nasceram na época das carroças’, segundo o importante ponte de vista dela. Sim, POA faz grandes eventos de inovação, mas na gestão do seu território, seja sistema de proteção anti-cheias, seja eficiência e novo modal de transporte coletio, é triste, ultrapassada não sbaendo inovar, é só é a metrópole mais atarasada de todas. Só a título de exemplo quanto a metrô não só Sampa e Rio, as maiores e mais ricas capitais, mas também Salvador e Fortaleza contam com muito boas linhas de metrô funcionando, colaborando com a mobilidade e facilidade de vida para milhões de pessoas. Já Porto Alegre só no monopólio, no cartel, no primitivo busão de sempre, nem um BRT que existe em Belém do Pará, Curitiba aonde nasceu, nem em BH que é o execepcional MOVE, só POA não tem! Que cidade primitiva!. Enfim, afundando e se não acordar, náo se renovar, não inovar, e não evoluir, completamente inviável se tornará.

  7. Sistema é antigo e como AFIRMAM os técnicos (que sabem mais que Melo) robusto e que funcionaria satisfatoriamente não fosse o descaso com as manutenções preventivas periódicas, devidamente documentadas, que todo e qualquer equipamento deve passar ao longo da sua vida operacional.

    Obviamente que Melo quer se livrar da culpa empurrando isso até pra São Pedro, que mandou chuva demais.

    Inquérito apurando responsabilidades apontarão os culpados por inundar a capital dando bilhões de prejuízo e abalando com o psicológico dos gaúchos do estado inteiro, especialmente os atingidos.

    • Pessoal, o sistema pode ser antigo, mas funcionaria. Tenho visto diversos depoimentos que tem várias cidades mundo afora, incluindo Europa, que usam sistemas parecidos. Dizer que é antigo não leva a lugar nenhum. Não é justificativa. Ele funcionaria plenamente se tivesse manutenção.

      • Papo furado. As comportas foram mal feitas, sem vedamento; as casas de bombas foram mal projetadas; e os próprios diques não aguentam nem perto de 6m. Além disso, bairros como Sarandi avançaram em direção à área alagadiça, o que nem seria culpa dos projetistas do sistema. Isso para ficar só em POA.

        • Papo furado???? Pode argumentar por favor e não desrespeitar os outros?

          • Papo furado é essa ideia que lançaram de que o sistema é bom, só faltou manutenção, não está especificamente relacionado à tua pessoa, Gilberto, por quem temos elevada estima. Esse papo surgiu porque 1- fica menos feio para os envolvidos dizer que só falta manutenção, do que admitir que casas de bombas, por exemplo, foram mal projetadas, e 2- fica mais fácil para explorar politicamente. Enfim, o sistema todo vai precisar ser reavaliado, não é só manutenção.

        • Em relação às comportas: as borrachas de vedação desgastam com o tempo e precisam ser trocadas. E os parafusos de pressão, para fechar completamente o sistema (borrachas + pressão) não foram encontradas já na enchente do ano passado. E nada disso foi providenciado.

          Mesmo com este problema deu pra ver o desnível da água em relação ao Guaíba por um bom tempo.

        • Afirmar que as casas de bombas foram mal projetadas é leviano. Decerto alguma coisa poderá e deverá ser melhorada. A água da enchente as inundou porque as comportas tinham vazamentos excessivos porque não instalaram as vedações de borracha, e uma delas se rompeu devido à estrutura corroída pela ferrugem. Além disso, numa dessas estações a água do Guaiba passou através dela e contribuiu para inundar a cidade. Mais ainda , das 23 bombas existentes apenas 4 funcionaram.

          O sistema de proteção é bom e simples de operar, mas sem manutenção nem uma Ferrari irá funcionar.

  8. O que é cada vez mais claro e nítido é: o sistema é velho, mas funcional. Se houvesse manutenção correta e melhorias pontuais, a cidade estaria protegida. Nossos governantes foram, como comprovado pelas dezenas de alertas ignorados, completamente negligentes.

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