“Ou fazemos burocracia, ou fazemos aeroporto”, diz CEO do Aeroporto de Porto Alegre

Foto: Maurício Tonetto – 16/05/2024

A administração do Aeroporto de Porto Alegre deixou claro que espera receber dinheiro do governo federal para a reconstrução do Salgado Filho.

Durante visita técnica feita por deputados federais na manhã desta segunda-feira, dia 10 de junho, a CEO da Porto Alegre Airport, subsidiária da alemã Fraport de Frankfurt, que administra o terminal do Salgado Filho, ainda fechado devido às enchentes do mês passado no Rio Grande do Sul, foi categórica: “Ou fazemos burocracia, ou fazemos aeroporto, ambas as coisas não existem”.

Existe uma disputa hoje entre o que o governo deve fazer, tanto em termos de investimento, medidas administrativas e judiciais, e como a Fraport deve agir.

O contrato de concessão do Salgado Filho prevê que a administradora arque com danos causados por eventos externos, incluindo alagamentos, mesmo que sejam causados por forças alheias. Isto é previsto no âmbito que estes eventos sejam cobertos por seguro, o qual é o caso em Porto Alegre onde a Fraport fez um seguro de R$ 130 milhões para condições climáticas extremas, mas que segundo a própria concessionária pode demorar até 2 anos para ser liberado, motivo qual a CEO citou a burocracia.

Atualmente, o grande “debate” em torno do tema é sobre o governo tanto adiantar este valor do seguro e cobrir o excedente, já que pelas análises atuais, o montante de R$130 mi não será nem próximo do suficiente para recuperar o Salgado Filho para o patamar que estava antes das enchentes.

A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) questionou a CEO da Fraport, Andreea Pal, sobre a contrapartida da concessionária: “Nós vamos pedir para o governo federal entrar com recurso aqui. E aí, com que a Fraport entra?”

Andreea foi explícita na resposta: “Com nossa força que estamos aqui, e se não recebermos o dinheiro, e eu não quero ser negativa, mas qual nossa possibilidade? Devolvermos a concessão”.

Também existe uma discussão sobre responsabilidade do governo e da Fraport nos danos causados, além de potenciais ajustes futuros nas obrigações contratuais que não poderão ser cumpridas pelo período de fechamento e danos causados à estrutura do Salgado Filho.

Link: https://aeroin.net/ou-fazemos-burocracia-ou-fazemos-aeroporto-diz-ceo-do-aeroporto-de-porto-alegre/



Categorias:Aeroporto Internacional Salgado Filho, Enchente, Reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes

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11 respostas

  1. Para mim isso é blefe da Fraport. O contrato deixa claro que eles tem que arcar com alagamentos. Temos que cumprir o contrato. Não é o Brasil que é acusado repetidamente de “não ter segurança jurídica para o investidor internacional”? Segurança jurídica se faz cumprindo o contrato.

    Contrato é uma coisa que se cumpre, de ambos os lados.

  2. Duvido muito que eles vão entregar a concessão se o governo não der dinheiro…. com o montante que eles já investiram, e o quanto eles faturam por ano, pra mim eles tão só se fazendo de leitão vesgo mesmo….

  3. Não é papel do Estado repassar verba do contribuinte para uma empresa privada que tem prejuízo.
    Isso é um absurdo.

    Todo comércio arcando com seus prejuízos, agora quando é uma empresa estrangeira que lucra brilhão, nós temos que pagar??Assim é fácil lucrar.

    basta uma pesquisa rápida para ver que em 2017 a Fraport, quando ainda era menor que hoje, já faturava R$16 BILHÕES por ano e disso lucra R$1,9 BILHÕES.

  4. O contrato deixa claro que a responsável é a Fraport. Fizeram um contrato de seguro ruim e agora querem nos repassar o prejuízo. Típico!

  5. O Beira Rio e a Arena estão usando seus seguros e meios próprios pra reconstrução.Mas a mega concessionária do aeroporto de Frankfurt não é capaz de se organizar financeiramente (não tem caixa? não tem outras filiais?), então que devolva mesmo a concessão! De todo modo está ficando claro que o Governo Federal que vai ter que pagar o conserto ou não teremos aeroporto, então se é pra pagar que pague mas repasse pra outra concessionária e não deixe o dinheiro na mão da Fraport que não foi capaz de fazer o que uma dúzia de arrozeiros conscientes fizeram.

  6. Não é dever do governo federal repassar verbas, devemos nos concentrar em usar o dinheiro para Reconstruir moradias para os afetados em todo o RS e não favorecer empresa privada multibilionária.

    Absurdo é pensar que o Governo Federal tenha que arcar com prejuízo de uma concessão particular que se obrigou por Contrato a manter as condições do aeroporto. E o seguro? Que o usem e cumpram o contrato.

    Não é papel do Estado repassar verba do contribuinte para uma empresa privada que leva um revés, por acaso querem livre iniciativa com lucros garantidos e privados; mas prejuízos socializados ?

    • Foi exatamente o que pensei, privatização dos lucros e socialização dos prejuízos. É bem o estilo de privatização que um tanto de gente defende com unhas e dentes…

      E olha que antes da enchente admirava o trabalho da Fraport, o aeroporto estava bom e funcional, mas essa chantagem é inaceitável. Aposto que querem receber dinheiro do governo federal e depois ainda vão embolsar o seguro, pode apostar!

      • mas seu ananá, foi paga uma outorga.

        “O valor total que será pago pelo Salgado Filho é de R$ 382 milhões, sendo R$ 290 milhões pagos de imediato ao governo federal, no ato de concessão”.

        Não fala tanta merd* assim.

        • Quando não se tem argumentos e a necessidade de defender empresa é tão grande, parte-se para ofensas. Típico.

        • Não tem necessidade de ofender as pessoas. Pode comentar sem ofender, por favor? Aqui não é rede social sem moderação querendo engajamento. Somos um blog com quase 18 anos de história. Favor maneirar. Mais um comentário assim vai ser suspenso.

          • Obrigado, Gilberto. Infelizmente as pessoas perderam a habilidade de argumentar, ou confundem (tentativa de) desqualificação para valerem suas posições…

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