Lideranças gaúchas vão ao palácio Piratini buscar apoio para construção de terminal portuário em Torres

Estudo técnico mais apurado irá dar viabilidade ou não ao projeto e irá ser instrumento para o início da escolha do local (município) a ser implantado o porto

Com o propósito de apresentar o Projeto Portuário Marítimo Privado – Porto de Torres – ao governador Eduardo Leite, foi realizada na segunda-feira, 25 de março, no Palácio Piratini, uma reunião com várias lideranças gaúchas engajadas no tema. O encontro contou com a participação do senador Luiz Carlos Heinze, do prefeito Carlos Souza, secretários estaduais e cerca de dez representantes da Comitiva Mobi Caxias, entidade ligada ao futuro da Serra.

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Formato sem custos para o Estado foi elogiado pelo governador Leite

Na saída do evento, o senador Luiz Carlos Heinze disse aos jornalistas que o governador Eduardo Leite gostou da proposta, em especial pela possibilidade da obra incluir parcerias. O próximo passo, explicou Heinze, será dado pela Marinha, que já designou uma equipe para fazer medições específicas no trecho litorâneo entre Tramandaí e Torres. Na visita, o governador comentou a sua satisfação em identificar uma mobilização do formato do Mobi Caxias, pela atual situação do Estado. Reforçou que esta é uma das alternativas para investimentos no Rio Grande do Sul. Além de destacar a participação da iniciativa, Leite se comprometeu em contribuir com a tramitação do projeto.

Entre os presentes na reunião, Fernando Carrion, engenheiro idealizador, o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, e o diretor da Superintendência dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Curi. Da comitiva do Mobi Caxias estavam também Carlos Zignani, presidente; Astor Milton Schmitt, vice-presidente; Rogério Rodrigues, diretor executivo; Ronald Lopes, representante da UCS; Ruben Bisi, coordenador do Projeto Marítimo; Rodrigo Postiglione, coordenador da Câmara Infraestrutura; Paula Ioris, vereadora de Caxias do Sul e Claiton Gonçalves, prefeito de Farroupilha.

Concorrência entre Torres e Arroio do Sal

O projeto (ainda no campo das ideias) da implantação de um terminal portuário marítimo no Litoral Norte do RS iniciou na metade do ano passado. De lá para cá os interessados na implantação do Porto estão fazendo articulações no meio político e procurando prestar informações para a população das cidades que podem receber o porto.

As medições iniciais por dados da marinha apontam para uma área de 25 km de costa nos municípios de Torres e de Arroio do Sal como locais tecnicamente mais viáveis para a construção do terminal. As medições mais específicas anunciadas na reunião devem dar mais detalhes sobre a viabilidade e os custos que envolvem a implantação do porto.
O prefeito de Torres tem demonstrado empolgação para receber o terminal, já que ele seria construído em algum local das praias do sul do município, distantes em torno de 15 km do centro, o que não prejudicaria o conceito de cidade de turismo de Torres. Mas o prefeito de Arroio do Sal, Flávio Arns, o Bolão, também está articulando para que o porto possa sair dentro das divisas do município que administra, já que Arroio do Sal também possui vasta área de zona litorânea e poderia ter o porto e também manter o conceito de cidade de turismo/veranismo atuais.

Como o processo é de iniciativa privada, certamente as ofertas de subsídios de ambas as partes (municípios interessados) irão influenciar sobremaneira a decisão final do lugar a ser implantado o terminal. Licenças e apoio político federal e estadual são necessários. Mas a parte de vantagens fiscais e subsídios municipais deve ser a protagonista do processo de escolha.

A Folha – Torres / RS – 29/03/2019

Leia mais aqui:

Ex-prefeito apresenta projeto de novo terminal portuário



Categorias:Economia Estadual, Novo Porto em Torres

16 respostas

  1. E o porto de Rio Grande, como fica neste caso de ser construído um outro porto em Torres..? Continua sendo viável? Porque não melhorar a logística para escoar por Rio Grande e investir em melhorias ao invés de fazer um novo . Mesma história do novo aeroporto em Portão..

    • Alguém que entenda de logística aí para responder ..?

    • Difícil dizer. Na teoria o porto de Torres ficaria mais perto do polo metal mecânico de Caxias, mas acho que o porto de Imbituba ainda seria mais atraente que os portos gaúchos. Mas, enfim, acho que esse porto de Torres não sai. Precisaria de investimento gigantesco em molhes e área de movimentação de cargas, seria um pesadelo só pra conseguir a licença ambiental para construção.

  2. Esse porto tem tudo para favorecer o desenvolvimento da serra gaúcha e gerar impacto econômico positivo para todo estado, portanto bem-vindo, apenas a meu ver quanto a localização deveria ficar em Arroio do Sal, o quanto mais longe possível de Torres, que é a pérola do litoral gaúcho né. Vejamos que nas atividades desenvolvidas nos portos sempre há a possibilidade de certos desastres que geram impactos, assim acredito que a mais bela praia do Rio Grande do Sul, não deva ficar vulnerável a isso.

  3. Em Rio Grande eles já atracam

      • Creio somos apenas parada técnica neste caso, não sendo Porto de embarque ou desembarque de NOVOS passageiros ou seja, para qualquer gaúcho poder embarcar em um cruzeiro rumo ao sul (punta del este, buenos aires, patagonia, etc) ou ao norte (RJ, nordeste, etc) temos que ir até santos ou Rio de Janeiro.

  4. Seria interessante a possibilidade de recebermos navios de cruzeiro no Estado. Existe uma rota marítima deste tipo de embarcação, saindo do sudeste/nordeste e indo em direção ao sul.
    Destas rotas, algumas aportam em Camboriú e/ou Itajaí partindo em direção sul, ignorando completamente nosso Estado, indo parar novamente em Buenos Aires e Punta Del Este.
    São turistas com condições de bom investimento financeiro, ávidos por novas paisagens e que trariam excelente movimento ao comércio local, mesmo que em apenas poucos dias por ano.

      • Pois é Maria.
        Havia lido a um tempo atrás que um navio de cruzeiro havia ancorado no porto de Rio Grande. Não sei se isso é rotina na temporada ou se são apenas casos isolados, pois não vi mais notícias a respeito.
        Mas de qualquer maneira, teu exemplo serve para citar que temos condições de receber este tipo de turismo e mais, ampliar a quantidade de embarcações recebidas.

        • Em média 6 cruzeiros atracam no RS por temporada mas são cruzeiros de longo curso e de alto preço. Um cruzeiro de 60 dias nesses navios passa de 100 mil reais por pessoa não são os mesmos navios em que costuma-se ficar 6 ou 7 dias pro 2 mil reais.

        • Até param em Rio Grande, mas aparentemente pouquíssimas pessoas descem. Não devem ver atrativos. O Palácio Piratini divulgou uma foto da recepção aos turistas e tinha uma meia dúzia de pessoas prestigiando a dança típica em meio ao Porto.

          • Acho que o fato principal não é parar ou não parar.
            E sim ter estrutura de embarque e desembarque de NOVOS passageiros – coisa que não temos e acho que seria interessante existir na costa gaucha.
            Em cruzeiros existem pontos de parada dos navios apenas turisticos (os passageiros que estão no navio descem, fazem tour e exatamente os mesmos passageiros voltam ao navio) e pontos de parada com embarque e desembarque (passageiros desembarcam, alguns voltam e outros não, além de novos passageiros embarcarem). Este tipo de parada me parece interessante termos, o que não é a atual situação de Rio Grande.
            Se alguém tiver informação, acho este tema bem interessante.

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