Problemas no fornecimento de energia elétrica serão tema de duas audiências públicas no Rio Grande do Sul

Iniciativa foi aprovada pela Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. (Foto: Marcelo Oliveira/AL-RS)

Durante reunião da Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputados aprovaram dois requerimentos para realização de audiência pública sobre o fornecimento de energia elétrica no Estado. Ambas as iniciativas são motivadas pela situação caótica gerada no setor após os temporais de janeiro.

A reunião foi conduzida pelo presidente do colegiado, Joel Wilhelm (PP). Ele recebeu os pedidos de Elton Weber (PSB) e Valdeci Oliveira (PT).

O primeiro parlamentar pretende debater a capacidade operacional das empresas para prestar serviços satisfatórios aos clientes após a ocorrência de eventos climáticos extremos. Ele também quer aprofundar a discussão a respeito de prejuízos e indenizações.

De forma semelhante, a segunda solicitação tem por objetivo discutir a qualidade do trabalho prestado pelas concessionária RGE (Rio Grande Energia), bem como a persistência dos problemas de distribuição. O pleito de Valdeci foi aprovado pelos nove integrantes da Comissão, prevendo a audiência pública na Câmara de Vereadores de Santa Maria (Região Central) em data a ser definida nos próximos dias.

Críticas

O parlamentar do PT critica a demora no atendimento e resolutividade dos problemas enfrentados pela população após os temporais que assolaram a Região Central, atendida pela empresa: “Temos casos de locais no interior em que as pessoas e empresas ficaram até 15 dias sem luz. Além das famílias, o que já é uma situação grave, essas comunidades acabam tendo sérios problemas em suas economias, nos pequenos e médios negócios, na produção de leite, carne, equipamentos elétricos queimados”.

Ele também frisou que que tanto consumidores comuns quantos empresas enfrentam dificuldades para receber ressarcimentos ou indenizações, pois a empresa exige nota fiscal para isso:

“Como querer isso de uma pessoa lá do interior ou de uma pequena comunidade que, com muita dificuldade comprou uma geladeira e não guardou a nota? Será que só a situação colocada não é suficiente como justificativa. As dificuldades burocráticas impostas pelas empresas são as piores possíveis”.

Outro ponto levantado diz respeito a quantidade de profissionais disponibilizados pela companhia para os serviços de reparo e conserto da rede: “Em toda a região Centro, a RGE disponibiliza apenas 33 equipes, cada uma formada por dois técnicos. E quando há intempéries numa área tão grande como a nossa, não há como resolver tais problemas de forma ágil e necessária como a situação exige”.

CPI

Ao final de sua manifestação, Valdeci mencionou o fato de que falta apenas uma assinatura para abertura, na Assembleia, de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Concessionárias de Energia Elétrica. Já são 18 rubricas.

“Seria um grande momento para discutir não a privatização, pois esta já ocorreu, mas a qualidade dos trabalhos, os contratos assinados, o que de fato as empresas estão prestando em serviço para a população. E tenho certeza que a instalação dessa Comissão conta com o apoio de toda a sociedade, pois ela atenta a uma situação em que todos estão vivenciando e sofrendo”, ressaltou.

Por fim, o parlamentar pediu que a presidência da Comissão de Assuntos Municipais encaminhe ao governo do Estado uma requisição de cópias dos contratos em vigor com as concessionárias de energia que atuam no Rio Grande do Sul.

Link: https://www.osul.com.br/problemas-no-fornecimento-de-energia-eletrica-no-rio-grande-do-sul-serao-tema-de-duas-audiencias-publicas/



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8 respostas

  1. Monopólio é assim mesmo, pode falhar e é caro… Quero ser livre para gerar minha energia eólica, solar…. Minha vó até 1969 nunca usou luz da CEEE e näo fez falta….

  2. Agora. Quanto a essa concessão especificamente. É muito estranho a empresa não ter nem sequer mudado o nome fantasia. Será que não foi adquirida em Caixa 2 pelos próprios integrantes da antiga CEEE em maracutaia que se adonaram da empresa às custas da população porto alegrense? Muito comum entre esse pessoal marxista esse tipo de jogada das raposas no inocente galinheiro por isso que gostam tanto de estatais. Eu acho que tem grupos em Porto Alegre que enriqueceram às custas das estatais da cidade e sentam nos projetos importantes como o cais etc., criando empresas de fachada. Sei lá, a cidade ficou aparelhada muitas décadas pelo governo do amor, não me surpreenderia. Agora definitivamente a solução NÃO É A ESTATIZAÇÃO. Seria uma nova licitação que chamasse concorrência de empresas sérias e distante do passado amoroso portoalegrense.

  3. isso tudo acaba ficando no campo da subjetividade e dando margem pra político crescer o olho… me parece tão mais simples cobrar SLA de atendimento e multa da empresa sob pena de perder a concessão ou antecipar os anos do projeto devido a má qualidade do atendimento…

  4. Tem que ter livre mercado. Dezenas de empresas competindo por clientes e melhorando os serviços como conseqüência. O monopólio de hoje é parte do problema.

    • Eu ja sou contra a privatização de serviços básicos de água e luz. Pode privatizar tudo, menos essa área de necessidades básicas. Isso é complicado, uma empresa que só visa o lucro gerenciar. Foi o maior erro, tanto que o mundo inteiro está voltando atrás quanto a privatização nesta área. O serviço está péssimo e vai custar pra ficar mais ou menos. E isso se verifica na prática no mundo inteiro.

      • Veja bem, há diferença entre monopólio e livre mercado. O serviço sempre melhora quando há livre mercado. Hoje temos monopólio: custo alto por retorno baixo. Empresa estatal também é monopólio. A empresa privada visa o lucro sim, mas como? Através de MELHORES SERVIÇOS. E como é motivada a ter melhores serviços? Através de competição com outras empresas. Luz e água são importantes demais pra estar centralizadas em monopólio caro e incompetente. Fora que a empresa estatal não tem motivação para nada, servir ao público por ideal é papo da carochinha.

    • Falar de livre mercado, imposto é roubo, e diminuição de estado, é botar deus ressurreto nesse pandemonio de socialistas empobrecedores que estamos a mercê.

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