Nível do Guaíba pode estar com erro de medição de mais de 70 centímetros

Às 17h de terça, a medida oficial divulgada era de 4,02 metros, mas, de acordo com a medição feita no local, o valor deveria ser de aproximadamente 3,24 metros – uma discrepância de 78 cm. Foto: O Sul

A medição oficial do nível do Guaíba, em Porto Alegre, pode estar equivocada. A equipe da Rede Pampa acessou a Estação Cais Mauá C6 na terça-feira (21), local onde originalmente o nível do Guaíba era avaliado, e confirmou com exclusividade uma diferença de mais de 70 centímetros em relação às medidas oficiais feitas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). 

Às 17h da terça, a medida oficial divulgada era de 4,02 metros, mas, de acordo com a medição feita no local, o valor deveria ser de aproximadamente 3,24 metros – uma discrepância de 78 cm.

Desde quando as medidas de nível do Guaiba no cais C6 podem estar sendo divulgadas erradas?

O possível erro ocorre desde o dia 3 de maio, quando uma régua foi instalada de forma emergencial na região do Gasômetro, pois o acesso ao Cais Mauá estava impossibilitado. Na ocasião, foram mantidos parâmetros como a cota de inundação de três metros. No entanto, a correnteza e a própria irregularidade do solo fazem com que a régua não esteja no mesmo nível do cais. 

Em entrevista exclusiva à Rede Pampa, o chefe da Divisão de Meteorologia e Eventos Críticos da Sema, Diego Carrillo, confirmou a possibilidade da régua não estar corretamente calibrada em relação à cota de inundação de 3 metros do Cais Mauá. Ele afirmou ainda que servidores da pasta estão tentando acesso ao local para comparar os dados. 

Então a enchente de 2024 teria sido menor que a de 1941?

Certamente a enchente de 2024 foi muito maior que a de 1941. Mas o nível recorde registrado na enchente deste ano pode não ser os exatos 5,35 metros, que teria sido atingido no dia 5 de maio. De acordo com a medição da equipe da Rede Pampa, a marca da água no cais indica que o nível máximo atingido pelo Guaíba foi próximo dos 5,25 metros, o que indicaria um erro de 10 cm em 5 de maio e um erro de 78 cm em 21 de maio, sugerindo um possível aumento do erro ao longo do tempo.

Como foram feitas as medidas?

Acompanhada de engenheiro, as medidas foram tomadas pela equipe com uma trena da medida de referência de 3 metros do nível do cais, o que minimiza erro da medição. A reportagem completa pode ser visualizada neste link.

Link: https://www.osul.com.br/exclusivo-nivel-do-guaiba-pode-estar-com-erro-de-medicao-de-mais-de-70-centimetros/



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22 respostas

  1. ah não. peraí.quer dizer que um jornalista vai lá com uma TRENA e chega à conclusão que a medida está errada e somente ele está certo?e pra comparar com a enchente passada ele se baseia em MARCAS DE SUJEIRA na parede?quer dizer que os técnicos responsáveis pelas medições, com sua estação total, teodolitos, estão errados, mas o jornaleiro com sua trena de 3m da vonder está certo?então está liberado uma pessoa qualquer rebater análises feita por pessoas técnicas? que tipo de negacionismo é esse que agora está liberado?

  2. Caso mundial, precisa ser divulgado internacionalmente aos quatro cantos como um dos piores cases de gestão sobre território urbano com vista a proteção contra inundações, já vista no mundo. Iniguável isso, esse horror, esse show de descaso, essa incompetência crônica abjeta, e lá no fundo algo como falta até de humanidade!

  3. Um minuto de silêncio a todos que querem manter o DMAE público (funcionários públicos, os cabides de emprego e a companheirada toda), presto minha homenagem a essa incompetência generalizada, nem uma régua conseguem medir.

    • Acho que podemos privatizar para ter a qualidade da Equatorial! Fico imaginando uma privatização que nos entregasse uma empresa boa como a Equatorial, nada disso teria acontecido!!!

      • Um berra pela privatização. Outro berra pela estatização. Interessante esse “debate”. Eu, ao contrário, clamo pela eficiência. Pode ser estado máximo, estado mínimo, estado moderado, empresa pública, empresa privada, empresa mista ou qualquer outra formatação ainda não aventada. A verdadeira preocupação, o real foco deve ser PRAGTMÁTICO. Tem que resolver, tem que funcionar. A população quer que os serviços sejam melhores, satisfatórios, confiáveis, responsáveis. Chega dessa dicotomia besta, dessa polarização ideológica rasteira, rançosa e abjeta. Chega de ódios vazios ou amores imbecis. O rio não tá nem aí pra torcidinhas organizadas nem bandeirinhas empinadas.

        • Dmae a anos vem sendo dilapidado (mesmo processo que ocorreu com a Carris e CEEE), com o único objetivo de ser vendido pelo menor preço possível. Não, não vou defender privatização voltada para agraciar amiguinhos de políticos. E mesmo dilapidado propositalmente, o DMAE cumpriu seu papel emitindo diversos alertas sobre as necessidades de manutenção do sistema, todos solenemente ignorados pelo prefeitura.

          Então não, não vou dar uma de isentão nesse momento.

          • O meu comentário jamais foi o de um isentão (termo pejorativamente urdido por cheerleders ideológicos) que ficam irritadinhos com opiniões as quais eles não podem acusar alguém de ser antagonista e também não podem se sentirem acolhidos por uma opinião que se alinha às deles. Eu (na condição de contribuinte e cidadão) quero gestão eficiente, tampouco me importando se é pública, privada ou mista. Isto não é ser neutro nem isentão. Isso é ser utilitarista, pragmático. Já vi um milhão de gestões públicas horríveis. Já vi um milhão de gestões privadas horríveis. Não estou nem aí se algo vai ser gerido por público ou privado. Não estou nem aí se vai ser pela filosofia socialista, comunista, liberal nem anarquista. Eu quero serviço bem prestado. Essa foi a essência do meu comentário. Se você Thiago não conseguiu compreender a exegese do que eu escrevi, desculpe: você é um analfabeto funcional.

            • Acuse-os do que você. Não adianta ficar irritadinho e partir para ofensas, isentão. O que tu quer é não ter opinião alguma, simplesmente reclamar sem se posicionar para nada. O nome disso é covardia e falta de capacidade de se posicionar.

              • Continuas com o modus operandi “desonestidade intelectual”. Ficou claro para todos os que tem ao menos dois neurônios que eu me posicionei claramente. Me posicionei a favor da competência e eficiência. Me posicionei sempre tendo como foco a ESSÊNCIA, o RESULTADO, a FINALIDADE. Não me importo com o caminho pra se chegar aos bons resultados. Não perco tempo com a forma, mas com o OBJETIVO. Só pra teu conhecimento: eu sou municipário aposentado, 35 anos dentro da prefeitura. Nesses anos todos, desde meus tempos de estagiário de engenharia mecânica na SMT e vi muita coisa errada. Vi muitas pessoas honestas mas também vi muitos colegas péssimos. Não sou corporativista, mesmo que meu trabalho tenha sido várias vezes desvalorizado por gestões e por boa parte da opinião pública, o meu compromisso enquanto opinador neste blog é com a honestidade. Eu não ando nunca em cima do muro.

    • INFORMAÇÃO: O ERRO É DA SEMA, UM ÓRGÃO ESTADUAL. NÃO É DO DMAE.
      SE VÃO COMENTAR, COMENTEM COM CONHECIMENTO.

  4. Que show de horrores! O que mais me impactou ainda é que, segundo o DMLU, a limpeza da cidade será toda MANUAL, com enxadas, vassouras e mangueiras.

    Socorro! Era a hora de colocar aquelas máquinas de limpeza pilotadas, que esfregam e jogam água com produtos químicos, e lava-jatos de grande potência.

    • Faz mais ou menos um ano que estive passando um dias na Cidade Baixa, para conhecer melhor e ter uma visão/opinião melhor, e se algumas coisas me surpreenderam positivamente, outras não, como o nível de limpeza de calçadas e ruas, com visível presença de coisas como vômites e fezes humanas, além de animais, e me apavorei pra caramba com a questão sanitária. Fiz questão de mandar e.mails para as secretarias e o gabinete do prefeito, expondo tal quadro e mostrando exemplos do uso de máquinas de limpeza na Alemanha, mas no Brasil também, porque o Rio tem algumas muito grandes e boas, que são verdadeiros pequenos veículos modernos e específicos para limpeza profunda de logradouros públicos bombando jatos super fortes de água. A ideia era de que a cidade precisava evoluir em termos de perfomance sanitária pública das suas ruas e calçadas, e para isso precisaria, seria importante adquirir tal tipo de maquinário e dar um UP na questão limpeza/higiene, saúde pública inclusive. Mas que triste… não evolui. nunca mesmo. A cidade até aí nessa situação e abnegados terão de se desdobrar para fazer esse trabalho pesadaço contando apenas com as tais enxadas (medieval), vassouras (talvez piaçava), e mangueiras. Ok, e isso tem seu valor e vamos elogiar as pessoas que estão pondo-se a limpar, mas nos enojar com as autoridades, pô. Que sina dessa Porto Alegre relegada ao atraso e vitimada pelo descaso que há por parte especialmente das secretarias dessa prefeitura, que funiconam como redutos de gente que recebe eque não faz meio que nada ou então executa trabalhos muito porcos, mal-acabados, vergonhosos, tipo os caras não se orientam para ir escalando em nível de estrutura e qualidade e ir aprimorando seus setores para entregar mais e melhor para a sociedade. E, e assim infelzmente, tristemente, absurdamente, a capital gaúcha perde na prestação de serviços públicos até para capitais de alguns dos estados mais pobres do país. Até quando!?

      • Isso que alguns pontos melhoraram bastante nos últimos anos, como o corte de grama e a adoção de canteiros por parceiros privados, que acabam colocando neles algum tipo de jardinagem e paisagismo.

        Mas as questões falta de limpeza urbana, asfalto esburacado e mal sinalizado e pichações em fachadas/monumentos são problemas crônicos de POA e que enfeiam demais a cidade, passam a impressão de decadência e abandono que muitos relatam. E nenhuma gestão consegue resolver. Incrível!!

    • INFORMAÇÃO: O ERRO É DA SEMA, UM ÓRGÃO ESTADUAL. NÃO É DO DMAE.
      SE VÃO COMENTAR, COMENTEM COM CONHECIMENTO.

  5. Após as águas baixarem, podem dragar de 3 a 5 metros o Jacuí, o Guaíba, a Lagoa dos Patos, todos assoreados…

    • Impossível dragar a totalidade de um rio ou lagoa. Somente são dragados canais de navegação, e áreas restritas. Nenhum lugar do mundo faz isso.

      • Então já era.

        Já viste a cor dos sedimentos que ficaram depositados na orla do Guaíba ? Terra vermelha, não existe por aqui nem no Vale do Taquari, veio do norte do estado por meio do Jacuí. Veio muita terra do estado todo.

        Possivelmente essa terra esteja depositada no fundo dos rios de toda a Bacia e no Lago Guaíba também, com o leito do rio mais alto ficamos mais vulneráveis a enchentes.

        Se não é possível dragar então temos que achar alguma outra solução pois haverá mais semanas de chuvas em algum momento.

      • Precisamos estudar as lâminas de água no últimos 100 anos. Já vi bancos de areia no Guaíba que desce da serra e desbarrancamento dos rios..

  6. Santa incompetência, os caras não conseguem nem ao menos fazer uma simples medição de nível?

    CPI do DMAE pra ontem!!!

    • Certamente a enchente de 2024 foi muito maior que a de 1941. Mas o nível recorde registrado na enchente deste ano pode não ser os exatos 5,35 metros, que teria sido atingido no dia 5 de maio. De acordo com a medição da equipe da Rede Pampa, a marca da água no cais indica que o nível máximo atingido pelo Guaíba foi próximo dos 5,25 metros, o que indicaria um erro de 10 cm em 5 de maio e um erro de 78 cm em 21 de maio, sugerindo um possível aumento do erro ao longo do tempo.

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