Base Aérea de Canoas estuda receber voos internacionais

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) avalia receber voos internacionais na Base Aérea de Canoas (RS). Na última segunda-feira (27), o local recebeu o 1º voo comercial desde que foi habilitado depois do alagamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre.

A proposta de internacionalização da base militar partiu do Ministério de Portos e Aeroportos, que estuda a possibilidade de incorporar voos do exterior a partir de junho. Contudo, a operação precisaria do aval de diversas instâncias federais que atuam no tráfego internacional, como em questões alfandegárias e sanitárias.

De acordo com informações do portal Poder360, a Fraport, administradora do Salgado Filho e das operações comerciais na Base Aérea de Canoas, considera que o local ainda precisaria passar por alterações na infraestrutura para receber voos de fora do País.

Perguntada sobre a possibilidade, a Anac disse que, por ora, os esforços estão voltados para a viabilização das operações domésticas em Canoas e que “posteriormente, serão feitas as avaliações necessárias para uma possível internacionalização da base aérea”.

Leia a íntegra da nota da Anac:

“Houve, sim, o recebimento pela Anac de manifestações com vistas a uma possível internacionalização da Base Aérea de Canoas (RS) para a operação de voos comerciais.

“Contudo, a internacionalização da base aérea depende da análise de outros órgãos públicos federais que necessariamente deverão cuidar de questões como alfandegamento (Receita Federal), polícia de fronteira (Polícia Federal) e saúde pública (Anvisa), por exemplo.

“Por ora, os esforços conjuntos do Ministério de Portos e Aeroportos, da Anac e do Comando da Aeronáutica estão sendo conduzidos no sentido de viabilizar as operações aéreas domésticas em Canoas.

“O foco é a ampliação e consolidação das operações domésticas. Posteriormente, serão feitas as avaliações necessárias para uma possível internacionalização da base aérea.”

Revisão 

A revisão da concessão com a Fraport, empresa que administra Aeroporto Salgado Filho — que permanece interditado — é outra questão sendo negociada.

Isso porque a Fraport precisará fazer várias obras no local — devido aos prejuízos dos temporais que atingira a região e inundaram o terminal. A empresa tem 25 anos de concessão.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho está fechado desde 3 de maio, sem previsão de reabertura. Nos dias mais críticos das chuvas neste mês de maio, imagens aéreas mostravam o local completamente tomado pela água. Em alguns trechos era impossível ver partes da pista de pouso e decolagem.

A Anac confirmou ter recebido o pedido de reequilíbrio de contrato feito pela Fraport e disse considerar “que há razão” para a solicitação, uma vez que o caráter de “força maior” dos prejuízos foi reconhecido.

Não há prazo para a conclusão do pedido da empresa de origem alemã. A Anac afirmou estar “iniciando a análise do pleito” e disse que será preciso realizar uma avaliação da “questão securitária relacionada ao sinistro observado”, dos “prejuízos causados pelas enchentes” e dos custos “de reconstrução do aeroporto”.

A autarquia declarou que “ainda não se conhece a dimensão das perdas causadas pela inundação no Aeroporto de Porto Alegre”. Conforme a Anac, “a situação só poderá ser avaliada após a diminuição de todo volume de água no complexo aeroportuário”.

Link: https://www.osul.com.br/base-aerea-de-canoas-estuda-receber-voos-internacionais/



Categorias:Aeroporto Internacional Salgado Filho, base aérea de canoas, Enchente, Reconstrução do Rio Grande do Sul após enchentes

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3 respostas

  1. “compativel à um tempo de recorrência…” (corrigindo o português).

  2. O volume de chuva, pelo que ouvi com colegas geólogos, foi compativel há um tempo de recorrência (TR) de 10 mil anos.

    isso quer dizer que toda o modelamento hídrico e hidrogeológico deverá ser refeito para as bacias do Taquari, Jacuí, Antas, Guaíba, etc contando com este evento para as análises probabilísticas pluviometria e medidas de caudal de rios.

    Desta forma, eventos que antes eram considerados críticos (TR de 50, 100, 500 anos) e catastróficos (TR de 1000 anos para cima) terão indicações de pluviometria e caudal aumentados.

    Por isso, provavelmente medidas de contenção de cheias, antes não previstas como no aeroporto de POA, provavelmente deverão ser instaladas (diques e bombas dedicadas ao aeroproto) mantendo esse ativo independente das medidas de contenção de cheias do município de POA.

    • Finalmente vejo um comentário científico sobre essa enchente.

      Eu havia pesquisado sobre o TR de uma cheia na cota 5.30m e encontrei o valor de 1000 anos, calculado em 1967.

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